segunda-feira, dezembro 12, 2011

Se Não Nós, Quem?

Atualmente, os jovens alemães, em sua grande maioria, não carregam mais aquela culpa adivinda dos crimes praticados por seus antepassados na II Guerra Mundial. Mas nem sempre foi assim. Entre os anos 1950 e 90, a culpa era enorme. Uma boa parte da juventude do período acabou ingressando nas fileiras esquerdistas para tentar esquecer o passado. Esse fato é bem analisado em Se Não Nós, Quem?, direção de Andres Veiel. Nele, o jovem Bernward Vesper (August Diehl) vive sob a sombra do rígido pai, um emérito escritor nazista, vivido por Thomas Thieme (o Goebbels, de A Queda). Na faculdade, ele conhece e se apaixona por Gudrun Ensslin (Lena Lauzemis), filha de um ex-soldado da Wehrmacht, o exército alemão. Os dois viverão os percalços e incongruências da época, tentando esquecer a guerra, ao mesmo tempo que tentam deixar viva as memórias do 3º Reich, para que ele não se repetisse. E por fim, o casal vai acabar ingressando na luta armada de esquerda. Um personagem até ironiza em certo momento a incoerência dos esquerdistas, que vivendo na capitalista Berlim Oriental, pregavam o comunismo. "Se vocês gostam tanto do comunismo, por que não se mudam pro outro lado do muro?", dispara. Se Não Nós, Quem? que acaba fazendo um gancho com o ótimo O Grupo Baader-Meinhof, de Uli Edel, é baseado na vida do editor e escritor alemão Bernward Vesper, que suicidou-se em 1971, em Hamburgo. A ressaltar, ainda, a excelente reconstituição de época, intercalada com imagens em preto e branco de noticiários daqueles períodos turbulentos, que acabaram transformando uma destruída e desunida Alemanha num dos países mais democráticos e mais sucedidos economicamente do mundo. Cotação: ótimo Chico Izidro

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