quinta-feira, abril 27, 2023

"Os Três Mosqueteiros: D'Artagnan" (Les trois mousquetaires: D’Artagnan)

Eis que surge mais uma adaptação cinematográfica do livro Os Três Mosqueteiros, clássico do Século XIX, de Alexandre Dumas. E desta vez a obra é feita na sua terra original, a França, sob a direção de Martin Bourboulon, "Os Três Mosqueteiros: D'Artagnan" (Les trois mousquetaires: D’Artagnan) e dividida em duas partes. A segunda deve sair até o final do ano.
O roteiro é o básico, passado em 1627, mostrando o jovem D’Artagnan (François Civil) chegando a Paris com o sonho de se tornar um mosqueteiro, a principal guarda de proteção ao rei da França. E eem sua jornada, ele é enterrado vivo ao tentar evitar um crime, conhece o amor de sua vida, Constance (Lyna Khoudri) e se envolve em três duelos com os experientes e famosos mosqueteiros Athos (Vincent Cassel), Porthos (Pio Marmaï) e Aramis (Romain Duris), que após rápida ação, acabam abraçando o jovem.
D'Artagnan, ao lado dos novos amigos, acaba se envolvendo em uma conspiração envolvendo as igrejas católica e protestante e nobres interessados para expor infidelidade da rainha Ana (Vicky Krieps) e também tentar depor o monarca Luis XIII (Louis Garrel). O que se segue são investigações, lutas de espada e muito humor.
Esta nova versão é diferente das últimas que chegaram aos cinemas, pois é extremamente detalhista ao período que se passa, com as pessoas usando roupas simples e sujas, ambientes escuros e caóticos. Foi um grande acerto esta direção de arte, realista. Vale uma olhada, apesar da história ser batida e recontada tantas vezes.
Cotação: bom
Duração: 2h01min
Chico Izidro

"A Morte do Demônio: A Ascensão" (Evil Dead Rise)

"A Morte do Demônio: A Ascensão" (Evil Dead Rise), com direção e roteiro de Lee Cronin, troca a cabana escondida na floresta por um prédio decrépito no coração de Los Angeles, e que será destruído em um mês. No centro da trama está Ellie (Alyssa Sutherland), mãe de três filhos e que sobrevive como tatuadora, e sua irmã Beth (Lily Sullivan), uma roadie de uma banda, mas que pejorativamente é chamada de tiete, e que volta para casa, pois descobriu estar grávida.
E no meio de tudo, os filhos de Ellie encontram nos subterrâneos do prédio discos de vinis e um livro - que vem a ser uma das três cópias existentes do Necronomicon (sim, foram feitas três versões do livro dos mortos). E ao tocar um dos discos, o demônio é solto, e começa a tomar conta da família, um a um de seus membros, começando por possuir o corpo de Ellie. E a partir daí, o filme se transforma em um violento banho de sangue, com mortes ocorrendo de todas as maneiras - algumas cômicas, outras não.
O prédio se transforma numa verdadeira prisão, com todos tentando fugir. E para piorar, o local ficou mais aos pedaços, depois de um terremoto. E as cenas são inéditas na franquia, visto que as histórias sempre ocorreram em uma cabana na floresta.
Lee Cronin consegue explorar com éxito o ambiente claustrofóbico em que a história se desenrola. O apartamento sujo e pequeno, o elevador que não se move, até chegar no climax, na garagem do prédio, com muito, muito sangue - foram usados 6500 galões de sangue na produção.
"A Morte do Demônio: A Ascensão" não traz nada de novo, mas também cortou as partes de humor presentes nos filmes anteriores. Aqui toma conta a angústia e o pavor dos personagens, e inclusive crianças não são poupadas da carnificina.
Cotação: ótimo
Duração: 1h37min
Chico Izidro

"Beau Tem Medo" (Beau Is Afraid)

"Beau Tem Medo" (Beau Is Afraid), dirigido por Ari Aster (“Hereditário” e “Midsommar”), pode ser considerada uma verdadeira viagem psicodélica ou uma trama de horror psicológico. O diretor busca mostrar ainda o sofrimento humano na figura de Beau (mais uma atuação monstruosa de Joaquim Phoenix, que parece moldado para personificar figuras estranhas nas telas).
O seu personagem é um homem que vive sozinho em um apartamento sujo no centro da cidade. E ele resiste em abandonar o lar, pois lá fora vivem as mais estranhas figuras - mendigos, punks, prostitutas, assassinos seriais -, todos parecendo ser uma grande ameaça para ele. E Beau faz sessões de terapia com o seu psiquiatra, interpretado por Stephen McKinley Anderson, que lhe receita um novo medicamento.
E Beau é muito ligado a sua mãe, a quem deve fazer uma visita no aniversário da morte do pai. Porém, ele acaba perdendo o voo, e pouco depois acaba sabendo que a mãe, Mona (vivida por Patti LuPone), morreu de forma assustadora, quando um candelabro caiu sobre a cabeça dela. E ele deve comparecer ao funeral. Para isso, tem de enfrentar seus monstros interiores e exteriores, saindo de sua toca, sob efeito de um novo medicamento. Além disso, a viagem acaba sendo dificultada por uma série de acontecimentos imprevisíveis que parecem tentar desviá-lo de sua jornada.
E nesta trip de quase três horas do filme, Beau é acolhido por casal, Grace (Amy Ryan) e Roger ( Nathan Lane), que sente a falta de um filho, morto em uma guerra, se embrenha em uma floresta, onde encontra um grupo teatral mambembe. E relembra ainda sua infância, quando fez uma viagem de cruzeiro com a mãe milionária e conheceu o amor de sua vida, Elaine Bray (Parker Posey).
Porém no meio desta viagem, o que é realidade e o que é imaginação da mente de Beau, um homem fragilizado, e com sérios problemas com a mãe. E nisso é mostrada a velha tradição da mãe judia, que sufoca os seus filhos com amor extremo e chantagem emocional, quando eles se afastam dela. A trama se encerra com Beau tendo de encarar uma espécie de julgamento sobre suas ações ao longo da vida. Enfim, um filme realmente doido, entrando naquela série de obras em que pergunto: o que o diretor tomou para fazer tal filme? Ou ele precisa urgentemente procurar um psiquiatra para se tratar. Mas é um baita filme.
Cotação: ótimo
Duração: 2h59min
Chico Izidro

segunda-feira, abril 24, 2023

"Belo Desastre" (Beautiful Disaster)

Inspirado no livro homônimo de Jamie McGuire, o filme "Belo Desastre", direção de Roger Kumble, faz jus ao seu título. A história apresenta um romance juvenil entre a jovem Abby Abernathy (Virginia Gardner), garota prodígio que decide se afastar do pai, Mick (Brian Austin Green, o David de Barrados no Baile) viciado em jogatina e que a arrastava para os jogos de pôquer em Los Angeles. Com economias guardadas, ela decide cursar a faculdade e começar nova vida.
Porém, em seu caminho acaba aparecendo o bad boy Travis Maddox (Dylan Sprouse, do seriado Riverdale), que paga a su faculdade participando de lutas clandestinas. E ele se apaixona à primeira vista por Abby, que pretende fugir da armadilha do amor, afinal quer só ter paz em sua vida. E a garota sabe que com Travis isso será impossível.
Então o filme é uma sucessão de clichês, onde Abby tenta resistir ao charme de Travis, outros pretendentes surgem em seu caminho. E ela se envolve com problemas envolvendo seu pai. Talvez o que se salve sejam as belas cenas de luta e até mesmo algumas de sexo entre os pombinhos, para delírio da garotada, que pode ver torsos nus.
Porém a história é batida, os diálogos são sofríveis, e as atuações levadas no piloto automático. Enfim, "Belo Desastre" é um belo desastre. Não li o livro, mas quem o fez disse que o filme é muito diferente, pois no original o romance é fixado através de uma relação abusiva, de ciúmes incontrolável. E na tela, vemos dois personagens fofinhos demais da conta.
Cotação: ruim
Duração: 1h45min
Chico Izidro

“QUEER”

Foto: Paris Filmes “QUEER”, dirigido por Luca Guadagnino a partir de um roteiro de Justin Kuritzkes, é baseado em romance homônimo de 1985...