quinta-feira, maio 31, 2007

Extermínio 2





Um bom exemplo de seqüência tão boa quanto ao original. É Extermínio 2 - 28 Dias Depois, dirigido pelo espanhol Juan Carlos Fresnadillo. Na primeira parte, a Inglaterra era atacada por um vírus que transformava os seus habitantes em zumbis carnívoros. Tá, o filme não é para qualquer estômago. Será mais apreciado por curtidores por filmes trash, mas este é um trash muito, mas muito bem feito. Voltando ao filme, poucos sobrevivem e são estes que serão enclausurados numa Londres apocalíptica - as cenas das ruas londrinas completamente vazias são assustadoras - as filmagens eram realizadas nas madrugadas ou aos domingos ou então as autoridades fechavam certos trechos. O vírus é praticamente erradicada. Porém um sobrevivente é um hospedeiro, ou seja, imune ao ataque dos zumbis, porém carrega o vírus com ele. E isso desencadeará novo ataque na capital londrina. O pânico é bem caracterizado, com a câmera nervosa, tremendo, a trilha sonora - ótima - e perturbadora. Dá quase medo sair às ruas depois de ver o filme. Que tem o sempre excelente Robert Carlyle, como o pai de família traumatizado ao deixar a mulher ser atacada pelos monstros num chalé no interior do país. Ele esconde dos filhos, que estavam na Espanha e retornam para casa, o cruel destino da mãe deles...Apavorante.




Chico Izidro

Piratas do Caribe 3






Em Piratas do Caribe III - No fim do Mundo, fica mais uma vez comprovado que certas sequências deveriam ser evitadas. Na primeira parte, o gênero pirata foi revivido, assim como Clint Eastwood fez com o faroeste em 1992 no fantástico Os Imperdoáveis. Já na segunda parte de Piratas do Caribe, o humor rasteiro tomou conta da trama. E na terceira parte, que estréia agora, só se salva Johnny Depp e seu capitão Jack Sparrow, uma hilária imitação do roqueiro Keith Richards, que aliás faz uma ponta engraçada como o pai de Jack e líder supremo dos piratas. Aliás, a história é uma confusão só, com traições, traições, batalhas, mais batalhas - aliás, sejamos justos, muito bem filmadas - e a busca do coração - aprisionado em um baú. Tudo sem muita lógica e um dos casais mais chatos dos últimos tempos, formado por Orlando Bloom e Keira Knithley. Enfim, 2horas e 40 minutos de pura chatice. Gore Verbinski dirige.




Chico Izidro

Pintar ou Fazer Amor




Um casal decide morar no campo, um paradisiaco interior francês em Pintar ou Fazer Amor(Peindre ou Faire L'Amour). O marido - Daniel Auteill e sua eterna cara de peixe morto - se aposentou da profissão de metereologista, e sua mulher, a pintora amadora e empresária, Sabine Azéma, conhecem outro casal, formado pelo prefeito cego interpretado por Sergi López e sua jovem mulher, Amira Casar. Uma forte amizade surge entre eles e vai transformar a vida do casal mais velho numa bela noite, após um belo jantar e bons vinhos...bem...Mas até chegar a este climax, o filme navega calmamente, com muito tédio, belas paisagens e belas músicas. E apesar de toda a expectativa pela cena de swing...sim, a troca de casais, nada é demais, tudo é bem colocado, no bom sentido, tudo é sublime, sem baixar o nível. Como só os filmes franceses sabem ser. Direção de Arnaud Larrieu e Jean-Marie Larrieu.




Chico Izidro

Um Crime de Mestre




A boa atuação do eterno "Hannibal Lecter" Anthony Hopkins e de Ryan Gosling (Tolerância Zero) dá o tom do instigante Crime de Mestre (Fracture). O empresário Ted Crawford (Hopkins) é acusado de tentar matar a mulher, que sobrevive, mas fica em coma num hospital. E valendo da brecha jurídica, consegue escapar da cadeia. Porém Willy Beachum (Gosling), um advogado novato e ambicioso, tenta provar a culpa do astucioso Crawford. A trama, no entanto, peca em se prender a muitos termos jurídicos, bem ao gosto para quem se interessa pelo assunto. Por vezes, isso deixa o filme tedioso. Só que tirar o olho da tela pode custar o entendimento da trama, que afinal, sem trocadilhos, prende. Direção de Gregory Hoblit.




Chico Izidro

quarta-feira, maio 16, 2007

Cão Sem Dono




A história é deliciosa e tem Porto Alegre como um de seus principais personagens. Se não o principal. Porém em Cão Sem Dono, de Beto Brant e Renato Ciasca, ficou faltando algo. Talvez atuação menos amadora de alguns atores, o que nestes tempos modernos seja pecado grave. O filme é baseado no romance O Dia em que o Cachorro Morreu, do paulista/gaúcho Daniel Galera. Ciro (Júlio Andrade, de Meu Tio Matou o guarda e O Homem que copiava), é um tradutor do russo, isolado do meio, depressivo, que vive num apartamento praticamente vazio na Borges de Medeiros, quase em frente ao antigo Cinema Capitólio. Ali ele adotou um cachorro, Churras, que não chama de seu e sim de "seu amigo' e começa um romance com a modelo Marcela (a bela Tainá Müller, namorada na vida fora das telas de Galera). O verdadeiro cão sem dono não é Churras e sim o próprio Ciro, que não tem amigos e é ajudado financeiramente pelos pais. Ele só começa a achar um sentido na vida ao se envolver com a garota, que ao sumir vai fazer o "anti-herói" entrar em parafuso. Tirando a filmagem quase amadora e as atuações precárias do pai de Ciro e o porteiro do prédio da Borges, a história envolve o espectador. Mas como escrevi antes, faltou algo.

Chico Izidro

motoqueiros selvagens




Antes de entrar na sala de cinema eu não dava um centavo, tá, um real por Motoqueiros Selvagens (Wild Hogs, de Walt Becker). As críticas eram as piores possíveis e apenas sete pessoas estavam no cinema. E não é que a história de quatro amigos cinquentões - John Travolta, Tim Allen, Martin Lawrence e William H. Mace - que largam suas vidinhas bestas e decidem viajar de moto até o Oceano Pacífico em suas potentes motos e vestidos com suas jaquetas de couro diverte e muito??? No meio do caminho, eles se envolvem com uma gangue liderada pelo psicopata Ray Liotta, que repete o seu personagem de Totalmente Selvagem. E um deles se apaixona por uma garçonete de um barzinho daquelas pequenas cidades americanas, a oscarizada e sumida e linda Marisa Tomei. O filme escorrega naquelas partes sentimentalóides, que estão presentes em 99% dos filmes hollywoodianos, mas isso não chega a atrapalhar as pasteladas do quarteto, numa comédia incompriendida. Para uma sessão da tarde com pipoca e coca-cola vale.


Chico Izidro

Offside


Offside (Iran)

Direção: Jafar Panahi

Imagine futebol em dia de decisão. Estádio lotado, mas infelizmente você não pode entrar. Esse é o argumento do diretor iraniano Jafar Panahi para o filme vencedor na opinião do júri do festival de Berlim no ano passado.Ambientado e filmado no Irã, o filme tem quase o ritmo de documentário, mas cativa o público por sua temática. Banido em sua terra natal, Offside tem sido bem aceito pelo público internacional por trazer à tona a questão mais controversa nos países muçulmanos: as restrições impostas às mulheres. No caso de Offside, um grupo de garotas se disfarça em garotos para tentar burlar a segurança e assistir ao jogo da seleção de seu país nas eliminatórias pela Copa do Mundo de 2006. Vale a pena conferir.



Lu Lauffer, de Vancouver

Reign Over Me


Reign Over Me

Escrito e dirigido por Mike Binder

Em mais um filme sobre o 11 de Setembro, a história, dessa vez, é contada a partir de quem perdeu a família na queda de um dos aviões. Mas poderia ter sido o mesmo nas ondas gigantestas da tsunami ou mesmo num seqüestro em São Paulo. Reign Over Me pode ter causado algum impacto nos EUA, onde tudo aconteceu, mas acaba forçando um estilo piegas demais em cima da constante dor de Charlie Fineman, um ex-dentista que largou tudo ao perder o sentido da vida (aparentemente). Adam Sandler ponderou muito antes de aceitar seu primeiro papel dramático e quase desistiu mesmo durante as filmagens, por achar seu personagem muito difícil. Contudo, ele está excelente, e, em atuação conjunta com Don Cheadle, salva a trama por isso. Mas a história toda parece apenas drama em cima de drama, o tempo todo tentando fazer com que o público chore.Veja só se tiver tempo de sobra...


Lu Lauffer, de Vancouver

Blades of Glory


Blades of Glory

Direção: Josh Gordon

No mundo das Olimpíadas de Inverno - nesse caso, patinação no gelo -, os dois melhores competidores dos EUA na categoria solo ganham a medalha de ouro em um dos Mundiais. Contudo, sua conduta fora do rinque faz com que ambos sejam banidos do esporte para sempre. Somente uma reviravolta na competição permite que ambos possam competir novamente, desde que atuem juntos. Essa é a temática da mais recente comédia com Will Ferrell, acompanhado aqui por Jon Heder (Napoleon Dynamite). Sem a pretensão de ser o melhor filme da temporada, Blades of Glory ganhou reconhecimento e fez platéias gargalharem nos cinemas. Uma ótima diversão light e que também impressiona pelo próprio esporte de patinação no gelo. Confira o resultado do esforço dos dois atores, que aprenderam suas técnicas especialmente para o filme. Aliás, parte das filmagens foram atrasadas depois que Heder quebrou o calcanhar durante uma das apresentações.


Lu Lauffer, de Vancouver

Shooter


Shooter - Atirador

Direção: Antoine Fuqua

Um dos melhores filme de ação deste início de ano, Shooter convence e é uma bela surpresa ao expectador, que espera apenas mais um filme sobre patriotismo - onde mais poderia ser - nos EUA. Baseado na novela de Stephen Hunter, Shooter é estrelado por Mark Wahlberg, indicado ao Oscar de coadjuvante por 'Os Infiltrados' e o mesmo que vai estrelar 'The Brazilian Job', em continuação ao 'The Italian Job'. Aqui, Wahlberg é Bob Lee Swagger, um ex-mariner dos EUA que, depois de sair do exército, é contratado para um trabalho muito delicado em favor da bandeira de seu país. Até aqui, nada de novo. Mas forma como a trama se desenvolve, a inteligência de um policial interpretado pelo ator de origem mexicana Michael Peña e como as estrelas da bandeira norte-americana começam a cair uma a uma são a surpresa. Wahlberg está muito bem em seu papel de atirador de elite e o filme, rodado em parte na costa Oeste do Canadá, retrata uma história de bastidores que nós, brasileiros, conhecemos há muito tempo. Não deixe de conferir na telona.
Luciane Lauffer, de Vancouver

sexta-feira, maio 04, 2007

Homem-Aranha 3







Prato cheio para fãs de quadrinhos. Homem-Aranha 3 tem tudo o que um filme de ação exige. Uma boa direção, de Sam Raimi (Uma Noite Alucinante), empatia total entre o trio principal: Tobey Maguire, Kirsten Dunst e James Franco, e excepcionais efeitos especiais. Temos em Homem-Aranha 3 40 anos de histórias do aracnídeo condensados em cerca de 2h20 de filme em que não dá para tirar os olhos da tela. O azarado e nerd Peter Parker (Maguire) continua sua cruzada em salvra o mundo e ainda dar atenção as mulheres de sua vida, a namorada Mary Jane Watson (Dunst) e a tia May (Rosemary Harris). É claro que seus planos sempre vão por água abaixo, pois volta e meia surge um vilão para incomodar. Primeiro o Duende Maligno, alter-ego de seu melhor amigo Harry Osborn (James Franco), que pretende vingar a morte do pai, o Duende Verde. Depois o Homem-Areia (Thomas Haden Church, de Sideways), suspeito de ter assassinado o tio do Aranha. E por fim Venom (Topher Grace, o Eric da finada série That 70's Show).
Neste novo episódio da cinesérie, o Homem-Aranha vai sofrer uma transformação ao hospedar um alien. Seu uniforme se tornará todo negro e Parker ficará uma pessoa cheia de raiva e rancor. A vingança será seu único lema. Nesta transformação, no entanto, o tímido herói vai ganhar coragem, ficar sexy e até mostrar uma face meio emo, é isso mesmo, emo, com aquele cabelinho escorrido sobre os olhos, que estarão pintados de preto. Uma parte hilária. Surge ainda na trama outra paixão de Peter Parker, Gwen Stacy (Bryce Dallas Howard). Nos quadrinhos, ela morre ao cair de uma ponte. Aqui vai atrapalhar, mesmo que indiretamente, o desejo do aracnídeo de desposar Mary Jane, frustrada por não conseguir sucesso como cantora da Broadway.
Alguns deslizes são perdoáveis, como o diretor esquecer de como ficou a cena de uma grua solta e que destrói vários prédios e quase mata Gwen no centro de Nova Iorque. E o mordomo dos Osborne? O cara conhecia alguns segredos que, se revelados, poderiam ter evitado muita tristeza aos personagens. Mas aí não teríamos uma boa parte do filme, né?! Na soma dos fatores, Homem-Aranha faz aquilo a que se propõe: divertir os seus milhões de fãs, que depois de sair do cinema, vão esperar ansiosamente para ter o dvd em casa e ver e rever.

Miss Potter




Não, nada a ver com o bruxinho Harry Potter...e isso está afastando muita gente dos cinemas. Ainda mais depois do trailer quase infantil e que teria de servir como chamariz para o público, com a atriz Renée Zellweger (Enfermeira Betty e Bridget Jones) conversa com patinhos e coelhinhos. Esqueça isso. Ela até conversa, mas as cenas são rápidas e numa bela licença poética.
Porém, Miss Potter, de Chris Noonan, não tem nada de infantil. Beatrix Potter foi uma escritora e desenhista inglesa do começo do século passado, que lutou contra o sistema - uma mulher de família tinha de se contentar em casar, ter filhos, obedecer o marido e era isso. Beatrix, no entanto, foi à luta, escreveu, desenhou, brigou com os pais, que achavam um escândalo a filha freqüentar gráficas e receber um homem em seu quarto, mesmo que fosse para mostrar seus desenhos. O filme encanta, Renée, mesmo gordinha, é uma gracinha, e a gente fica com vontade de torcer o pescoço de Barbara Flynn, que interpreta Helen Potter, a mãe da artista, intolerante e completamente fechada para um novo mundo que se avizinhava. Tem ainda Ewan MacGregor como o editor dos livros de Beatrix Potter e que vai despontar a primeira paixão na vida daquela mulher, que com 32 anos, era considerado um caso perdido. Não dá para perder.

Hollywoodland




Interpretar Super-Homem sempre foi considerado uma maldição. Vide Christopher Reeve, que acabou parando numa cadeira de rodas e com a imagem sempre associada ao herói de cuecas por cima do uniforme. E o quase xará George Reeves? Nos anos 1950, o ator interpretou Super-Homem na telinha americana e ficou marcado para sempre, tanto que nunca mais conseguiu emprego em lugar nenhum. Deprimido, Reeves acabou cometendo suicídio. Mas em Hollywoodland - Bastidores da Fama, de Allen Coulter, a mãe do ator não acredita que o filho tenha tirado a própria vida e contrata o detetive-chinelo Louis Simo (o excelente Adrian Brody, de O Pianista) para investigar um possível assassinato. E surgem vários suspeitos, desde a noiva, um marido traído, a amante e por aí vai. Reeves é interpretado por um gordinho Ben Afleck, que durante as mais de duas horas da trama, tem altos e baixos. No final, um filme quase entediante e que não chega a lugar nenhum. Puro desperdício.

Iluminados pelo Fogo (Iluminados por el fuego)


de Tristán Bauer
Cerca de 20 anos após a Guerra das Malvinas (ou Falklands) um jornalista argentino e ex-combatente, Estebán Leguizámon, revive o pavor que foi aquela guerra em que jovens mal-armados e pessimamente alimentados tiveram de enfrentar para a sustentação da ditadura no país. Ele vê um antigo companheiro na fracassada batalha tentar o suicídio - uma praga que aflige boa parte daquele jovens que lutaram contra os ingleses e ficaram traumatizados. O filme é quase poético, tem suas falhas (principalmente as cenas de batalhas, quase toscas em vista de outros filmes de guerra que vemos no cinema). Porém faz pensar e ver como a guerra é patética e só serve para egos inchados e reacionários.

Caçados




Peter Weller, o Robocop, agora se embrenha nas selvas da África do Sul, para tentar salvar sua nova esposa e os filhos de seu primeiro casamento em Caçados (Prey, de Darrell Roodt). Leões famintos devido à seca não perdoam os turistas. As mulheres do filme, claro, passam os 70 e poucos minutos berrando, trancados dentro de um jipe, e tentando se entender, já que a filha de Weller não aceita a nova mãe. E no final, aquela perguntinha: ninguém nunca se preocupa com o destino das pessoas assassinadas?? A família está unida e isso que importa, e azar daqueles que tentaram ajudá-los, nem uma lágrima por eles. Fraco.

Hannibal, a Origem do Mal




Certos filmes não deveriam ser feitos. Como este Hannibal, a Origem do Mal, de Peter Webber. Aqui tenta se explicar o porque de Hannibal Lecter ter se transformado num serial killer e canibal. Tudo teria começado na Segunda Guerra Mundial, quando a irmãzinha de Lecter (um careteiro Gaspard Ulliel) foi devorada, literalmente, por guerrilheiros letões durante o terrível inverno de 1944. Já adolescente, Hannibal foge do país, então sob influência soviética e vai parar na França, onde será criado pela tia japonesa, a maravilhosa atriz chinesa Gong Li - que é a única coisa legal no filme. Já cursando a faculdade de medicina, o serial killer vai sair em busca dos assassinos da irmã, e como um McGiver e às nas artes marciais, vai sair matando um por um, na sua vingança solitária. Passe.

“QUEER”

Foto: Paris Filmes “QUEER”, dirigido por Luca Guadagnino a partir de um roteiro de Justin Kuritzkes, é baseado em romance homônimo de 1985...