Quando criança, eu conhecia dois zorros, o mexicano Don Diego de La Vega, e o companheiro do Tonto. No Brasil, de forma equivocada, Lone Ranger foi batizado igualmente de Zorro, talvez pelo fato de usar máscara. Bem, não sei os reais motivos. Mas havia essa cultura à época de modificar aspectos originais dos heróis. O doutor Bruce Banner, que transformava-se no Hulk, virou David. Lois Lane, do Super-Homem, era Miriam Lane.
Feitas as análises iniciais, vamos ao "O Cavaleiro Solitário", direção de Gore Verbinski, e que não tem nenhuma relação com o herói de capa e espada, apesar de lutar pela justiça e tentar desmascarar os opressores do povo. A história do Lone Rangers é contada em forma de flash-back por já um octagenário índio Tonto, fiel parceiro do mascarado, num circo nos anos 1930, para um garotinho. O surgimento do Lone Rangers ocorre no final da década de 1860, onde Tonto, renegado por sua tribo, conhece o advogado idealista John Reid. Os dois partem numa atrapalhada jornada para tentar capturar o violento e canibal vilão Butch Cavendish (William Fichtner, irreconhecível por detrás de competente maquiagem).
"O Cavaleiro Solitário" acerta em alguns diálogos espirituosos, principalmente saídos da boca de Johnny Depp, que interpreta Tonto, mas deixando no personagem alguns aspectos de uma de suas maiores criações, o pirata Jack Sparrow. Sim, em alguns momentos a aventura torna-se uma comédia, quase beirando o pastelão. Mas isso não é demérito, já que fica evidente a tentativa de se resgatar o clima das matinés de décadas atrás, inclusive destacando a música-tema do herói, tocada incessantemente enquanto Lone Rangers e Tonto combatem os vilões numa alucinante cena em um trem desgovernado.
Mas tirando Johnny Depp e o vilão Cavendish, falta carisma ao mocinho Lone Rangers (Armie Hammer, de A Rede Social), e principalmente ao seu par romântico, Rebecca (Ruth Wilson, de Anna Karenina). Garota totalmente sem sal. Não à toa, em certo momento, o vilão Cavendish pergunta à ela: "Não sei o que os irmãos Reid viram em você!". E além da falta de carisma, são muito fracos artisticamente.
Cotação: regular
Chico Izidro
quinta-feira, julho 11, 2013
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“QUEER”
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