quinta-feira, dezembro 16, 2021

"AZOR"

“Azor”, filme de estreia do diretor suíço Andreas Fontana, é um forte drama político, que lembra e muito o clássico “Missing” (1982), de Costa-Gavras, em que um pai norte-americano investigava o sumiço de seu filho logo após o golpe de Pinochet no Chile, em setembro de 1973. Em “Azor”, a trama também transcorre na América Latina, mais especificamente na Argentina, no começo dos anos 1980.
À época, o país vizinho vivia sob forte ditadura militar, e onde desembarca o banqueiro suíço Yves (o excelente Fabrizio Rongione), ao lado da esposa Inés (Stéphanie Cléau). Os dois chegam a Buenos Aires, onde ele tem uma missão: reconquistar a clientela de seu banco depois do desaparecimento de seu sócio René, até então responsável pelas contas. A primeira cena é forte, mostrando dois jovens sendo interpelados por militares, enquanto que Yves e Inés observam tudo, de dentro do táxi, sem entender muito o que está acontecendo.
Outra cena marcante é quando o suíço é recebido em uma sala pelos poderosos, que vão se apresentando um por um, e colocando para fora os seus pensamentos conservadores e elitistas. Um soco no estômago. E aos poucos, Yves vai tomando conhecimento da situação crítica do país, e convivendo com os ricos e poderosos argentinos, vai mudando a sua percepção das coisas. A elite vive em uma bolha, e rale-se, para não escrever coisa mais forte, o resto da população. O jovem banqueiro vem de um país democrático, e se questiona muito do sumiço de René – afinal, o que houve com ele? E se sabia na Argentina que as pessoas desapareciam dia e noite, para nunca mais serem vistas.
“Azor” é um belo thriller político, que faz pensar e analisar período obscuro do continente. Cinema que pouco se faz hoje em dia.
Cotação: ótimo
Duração: 1h40min
Chico Izidro

segunda-feira, dezembro 13, 2021

“E AGORA? A MAMÃE SAIU DE FÉRIAS! 2” (10 Giorni com Bapo Natale)

Para começar, o título nacional é de umn equívoco imenso, apesar de remeter ao primeiro filme: “E Agora, a Mamãe Saiu de Férias 2” (10 Giorni com Bapo Natale), dirigido por Alessandro Genovesi, é uma continuação de longa de 2019, quando sim, a personagem principal saia de férias. Mas agora não. Não tem mamãe de férias, e sim viajando por um emprego, e no meio aparece um Papai Noel. A obra é um roadie movie, nada original.
A trama foca no casal Carlo (Fabio De Luigi) e Giulia (Valentina Lodovini). No primeiro filme, ela havia abandonado a carreira para se dedicar aos seus três filhos, enquanto que ele não tinha tempo para a família e passava mais tempo no trabalho do que em casa. Então, Giulia decide decide sair de férias por dez dias, deixando Carlo sozinho com as crianças. Agora, Carlo é quem está em casa, cuidando da piazada, mas querendo voltar ao mercado de trabalho. É quando ela revela ser candidata a uma promoção que pode a levar a se mudar para a Suécia. Como se não bastasse, ela terá que fazer a entrevista no dia 24 de dezembro em Estocolmo.
Carlo decide então acompanhar a mulher e os três filhos na viagem, alugando um trailer. E no caminho, na fronteira da Itália com a Áustria, eles atropelam um homem vestido de Papai Noel, e que acredita ser o próprio. O casal decide levar o maluco para a Lapônia, visto que há tempo hábil antes da entrevista de Giulia.
“E Agora, a Mamãe Saiu de Férias 2” era para ser uma comédia de estrada. Porém, o humor apresentado é rasteiro, sem imaginação. E os personagens são completos clichês - os filhos do casal, um é um garotinho com pensamentos facistas, a maior é aquela adolescente emburrada, e a mais nova é um pequeno gênio. Fabio De Luigi e Valentina Lodovini são bons atores, mas são desperdiçados nesta trama farsesca de Papai Noel....
Cotação: ruim
Duração: 1h34min
Chico Izidro

quinta-feira, dezembro 02, 2021

"KING RICHARD - CRIANDO CAMPEÃS" (King Richard)

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King Richard – Criando Campeãs” (King Richard), direção de Reinaldo Marcus Green, é um filme que fala de superação e de determinação. A trama enfoca o objetivo da vida de Richard Williams, o pai das tenistas Venus e Serena, as maiores jogadoras da história, e de como ele forjou a carreira das garotas, desde o berço até elas alcançarem o sucesso profissional.
Richard é interpretado magistralmente por Will Smith, que já havia feito outro filme com temática semelhante e também biográfico, “À Procura da Felicidade” (The Pursuit of Happyness) (2006). Em “King Richard – Criando Campeãs” o racismo e as diferenças sociais estão presentes, mas surgem como pano de fundo para a história.
Vivendo no bairro negro de Compton, em Los Angeles, a família Williams sabe que tem potencial para a riqueza e o estrelato, e Richard procura incentivar as filhas, mesmo que às vezes de forma ditatorial, afinal o esporte escolhido, o tênis, é elitista e competitivo ao extremo. Smith tem ao seu lado as carismáticas atrizes Saniyya Sidney como Venus e Demi Singleton vivendo Serena. E o ator, com este filme, ficou muito perto de ser um dos favoritos de levar um Oscar de atuação para casa.
Cotação: ótimo
Duração: 2h24min
Chico Izidro

“QUEER”

Foto: Paris Filmes “QUEER”, dirigido por Luca Guadagnino a partir de um roteiro de Justin Kuritzkes, é baseado em romance homônimo de 1985...