quarta-feira, janeiro 08, 2025

CHICO BENTO E A GOIABEIRA MARAVIÓSA

Fotos: Paris Filmes
CRESCI LENDO AS REVISTAS EM QUADRINHOS DA TURMA DA MÔNICA, entre outras, nos anos 1970. Quando saiu a primeira fornada em live-action dos personagens criados por Mauricio de Sousa, “Turma da Mônica: Laços”, em 2019, curti muito, principalmente a similaridade dos atores com Monica, Cebolinha, Cascão e Magali.
E “Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa”, dirigido por Fernando Fraiha, produtor de “Laços” e “Turma da Mônica: Lições”, também não decepciona. Pelo contrário, deixa tanto adultos quanto crianças encantados. O caipirinha mais amado do Brasil é interpretado com muito carisma por Isaac Amendoim, além de ter o sotaque característico do interior do país, que é a marca registrada de Chico. O influenciador mineiro de 10 anos foi escolhido pessoalmente por Mauricio de Sousa.
A trama mostra a paixão de Chico Bento pelas goiabas que rouba da goiabeira do vizinho resmungão Nhô Lau (Luis Lobianco, conhecido pelas esquetes do Porta dos Fundos). Só que o menino entra em desespero quando descobre que a árvore será derrubada, pois o coronel Dotô Agripino (Augusto Madeira) e seu filho, o mimado Genesinho (Enzo Enrique) vão comprar a propriedade, pois pretendem construir uma estrada bem no local, alegando estarem pensando na prosperidade da Vila da Abobrinha.
Então Chico convoca a sua turma, formada por sua grande paixão Rosinha (Anna Julia Dias), Zé Lelé (Pedro Dantas), Tábata (Lorena de Oliveira), Hiro (Davi Okabe) e Zé da Roça (Guilherme Tavares) para proteger a famosa goiabeira, transformando o filme numa grande luta ecológica pela preservação ambiental. Ah, destacando ainda que Débora Falabella está a cara da professora Marocas – talvez a melhor caracterização do longa-metragem.
“Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa”, além de ser um filme divertido, é de grande valor principalmente para a criançada, que podem descobrir o mundo mágico dos quadrinhos através do filme. E lembrar aos adultos aqueles tempos mágicos em que íamos à banca de revistas comprar os HQs...bah, que tempo bom.
Cotação: excelente
Duração: 1h30
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=7M0fKoXuQxc

“BABYGIRL”

Foto: Diamond Films
“BABYGIRL”, DIRIGIDO PELA HOLANDESA HALINA REIJN, discute sobre o poder, e de como ele pode ser afetado quando o sexo surge no meio. A trama não é novidade, e até lembrei do filme de 1994, “Assédio Sexual”, com Demi Moore dando em cima do Michael Douglas.
Em “Babygirl”, a executiva de uma poderosa empresa, Romy (Nicole Kidman) é casada com o diretor de teatro Jacob (Antonio Banderas), mas sua vida sexual não é das melhores. E logo, ela começa a trocar olhares e encontrões com um dos novos estagiários de sua empresa, o jovem bonitão Samuel (Harris Dickinson). Depois de um começo onde a CEO tenta evitar o inevitável, logo os dois estão se pegando pelos corredores do prédio e em quartos de hotel, onde Samuel até consegue um certo controle pela mulher mais velha – a cena em que Samuel faz Romy se ajoelhar sobre seus pés é forte, e até pode ser considerada extremamente machista.
Porém, o romance ameaça acabar com tudo aquilo construído por Romy em mais de duas décadas, além de arruinar o seu casamento.
Nicole Kidman está muito bem em seu papel, porém Dickinson passa o tempo todo com um ar “blasé” – ninguém consegue acreditar que aquele rapaz com cara de panaca conseguiria conquistar um mulherão como Romy. Enfim, não rolou química entre eles, e isso é fatal.
"Para essa história, me perguntei: somos animais ou somos civilizados? Conseguimos fazer as pazes com o animal que habita em nós? É possível que diferentes partes de nós mesmos coexistam e, por sua vez, é possível nos amar por inteiro, sem nenhuma vergonha?", disse a diretora Halina Reijn.
Nicole Kidman, por sua vez, disse:“Já fiz vários filmes sexuais, mas este é diferente”, contou. “Quando você está trabalhando com uma mulher sobre esse tipo de assunto, você pode compartilhar tudo uma com a outra. De um jeito estranho, [Halina e eu] nos tornamos uma só, algo que eu nunca tinha passado com nenhum diretor antes”, completou.
Cotação: regular
Duração: 1h48
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=LBUHGOAUC8I

quarta-feira, janeiro 01, 2025

“ENCONTRO COM O DITADOR” (Rendez-Vous Avec Pol Pot)

Foto: Pandora Filmes
“ENCONTRO COM O DITADOR” (Rendez-Vous Avec Pol Pot), direção do cineasta cambojano Rithy Panh, e com roteiro de Pierre Erwan Guillaume e Rithy Panh, baseado no livro “When The War Was Over” de Elizabeth Becker, ocorre durante o cruel governo de Pol Pot no Camboja, em meado dos anos 1970.
Um dos meus filmes preferidos da vida é “Gritos do Silêncio – The Killing Fields”, dirigido por Roland Joffé em 1984, que mostra o começo do governo comunista, conhecido como Khmer Vermelho, de Pol Pot no Camboja e a consequência sobre o povo do país, vizinho do Vietnã. Há alguns anos, mais exatamente em 2017, Angelina Jolie dirigiu “Primeiro, Mataram o Meu Pai”, que também retrata aquele período trágico no país asiático. A ditadura durou entre 1975 e 1979, com a morte de mais de 2 milhões de cidadãos cambojanos.
Em “Encontro com o Ditador”, três jornalistas franceses, Lise Delbo (Irène Jacob), Paul Thomas (Cyril Guei) e Alain Cariou (Grégoire Colin), aceitam, em 1977, o convite do governo do Khmer Vermelho para visitar o país e entrevistar o líder Pol Pot. Eles acreditam na revolução comandada pelo comunista. Mas ao chegar no Camboja, começam a observar os estragos feitos pelo governo em tão pouco tempo.
O país está economicamente devastado e quase dois milhões de cambojanos morreram, a maioria assassinados – os comunistas tinham a política do ano zero, ou seja, começar tudo do nada. Assim, as populações das grandes cidades foram transferidas para os campos, e qualquer um que tivesse ligação com o estrangeiro, ou usasse óculos, ou soubesse ler, era fuzilado - num genocídio que permanecia desconhecido do resto do mundo.
Aos poucos, os três começam a tomar conta da realidade – em determinado momento são levados a um acampamento, onde tentam entrevistar os moradores...um deles acaba dando um depoimento forçado, mas mesmo assim, momentos depois é morto. Afinal, o regime procura culpados, realizando um genocídio em grande escala.
O filme mergulha, assim, de forma crua nas profundezas da tragédia cambojana e mostra um retrato perturbador dos horrores vividos pela população cambojana naquele período trágico e não tão distante no tempo assim – serão apenas 50 anos do começo do pesadelo em 2025.
Cotação: excelente
Duração: 1h52min
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=q3Y-BPDoXEY

“NOSFERATU”

Foto: Universal
TODO MUNDO SABE QUE “NOSFERATU” é a versão não-autorizada de Drácula, lançada em 1922 por F.W. Murnau, depois de não conseguir os direitos da obra de Bram Stocker. Porém, a história é praticamente a mesma, alterando apenas os nomes dos personagens – afinal, Conde Drácula virou Conde Orloff...Em 1979, a refilmagem, agora colorizada, com “Nosferatu: O Vampiro da Noite, de Werner Herzog. Duas grandes obras.
Então por que mexer no que estava ótimo? Para Hollywood nunca é suficiente, então Robert Eggers, diretor de “A Bruxa” e “O Homem do Norte”, e que já havia dirigido duas versões teatrais de “Nosferatu”, resolveu trazer de volta a história do clássico de F.W. Murnau para os cinemas.
“Nosferatu” é um conto gótico sobre a obsessão de um vampiro romeno, Conde Orlok (Bill Skarsgård), por uma mulher, Ellen (Lily-Rose Depp), sósia de uma antiga paixão sua, e esposa de Thomas Hutter (Nicholas Hoult), o advogado contratado para realizar o contrato de sua nova residência na Alemanha – no original Drácula, o conde se muda para Londres.
Ellen é frequentemente perturbada por pesadelos que se conectam com o nobre que Thomas encontrará e que vive sozinho num castelo em ruínas nos Cárpatos. Então não preciso repetir aqui a trama, mas o conde aprisiona Thomas e parte em busca da mulher desejada, e depois o jovem tentará retornar e salvar a amada.
Desnecessário.
Cotação: regular
Duração: 2h12min
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=moIrYMjS0nI

“CRÔNICA DE UMA RELAÇÃO PASSAGEIRA” (Chronique d'une liaison passagère)

Foto: Mares Filmes
“CRÔNICA DE UMA RELAÇÃO PASSAGEIRA” (Chronique d'une liaison passagère), direção de Emmanuel Mouret, tem uma pegada bem Woody Allen. A trama passada na bela e romântica Paris, mostra o relacionamento extraconjugal entre a mãe e solteira Charlotte (Sandrine Kiberlain) e o casado Simon (Vicenti Macaigne), cuja mulher está esperando um bebê, que se conhecem em uma festa.
Os dois se reencontram em um bar e viram amantes – os dias em que se encontram são mostrados na tela, geralmente uma vez por semana. Ambos garantem que aquele relacionamento não interfere em suas vidas, sendo apenas sexo.
Porém, aos poucos, as coisas começam a se complicar, quando sentimentos vão aparecendo na relação. Simon é mais tímido e retraído e em determinado momento se sente incomodado quando Charlotte aparece de surpresa em seu trabalho. Ela se sente rejeitada e pensa em terminar tudo, mas acaba voltando atrás. Ambos até experimentam um ménage a trois para apimentar mais o relacionamento.
A culpa em nenhum momento é vista pelo casal, principalmente com Simon, que tem uma família, mas não se sente incomodado em mentir para a esposa, a fim de ver a amante. Seu personagem, por vezes, incomoda por sua lerdeza.
O filme tem muito de Woody Allen, principalmente nas conversas entre o casal, os passeios contemplativos por Paris.
Cotação: bom
Duração: 1h41min
Trailer: https://youtu.be/dVZIRuM-AwQ

CHICO BENTO E A GOIABEIRA MARAVIÓSA

Fotos: Paris Filmes CRESCI LENDO AS REVISTAS EM QUADRINHOS DA TURMA DA MÔNICA, entre outras, nos anos 1970. Quando saiu a primeira fornada...