quarta-feira, maio 28, 2025

“A LENDA DE OCHI” (The Legend Of Ochi)

Foto: Paris Filmes
“A LENDA DE OCHI” (The Legend Of Ochi), direção de Isaiah Saxon, é uma daquelas fábulas ao estilo “ET”, “Lillo & Stitch”, onde uma criança solitária se apega a uma criatura estranha, se identificando.
Mas aqui, ao invés de um ser alienígena, Yuri (Helena Zengel), uma garotinha que vive num vilarejo remoto e isolado na ilha de Carpathia, no Mar Cáspio, se apega a uma criatura das profundezas de uma floresta.
Os moradores da localidade têm uma regra, de que nunca devem sair de casa após a chegada da noite, já que a floresta vizinha a pequena vila é habitat de seres perigosos, conhecidos como Ochi. Eles são vistos como criaturas perigosas e malignas, mais violentas do que lobos e ursos, e constantemente perseguidos e mortos pelos moradores, liderados por Maxim (Williem Dafoe).
Porém, em certa noite, Yuri desobedece as normas e sai à floresta, encontrando um pequeno Ochi, na realidade um filhote abandonado por sua matilha. A partir dali, a menina passa a cuidar da pequena criatura, e aos poucos se afetuando mais a ela.
Yuri, então, conclui que deve devolver o pequeno Ochi aos seus iguais, partindo em uma jornada pelas montanhas e florestas da ilha. Ao mesmo tempo, Maxim, acompanhado por vários garotos, parte atrás da garota, não entendo a missão da qual ela se incumbiu e pensando em exterminar o pequeno monstro.
“A Lenda de Ochi” não é original, mas mostra uma bonita história de amor, carinho, empatia, coragem e a importância de se proteger a natureza. Sim, é um filme fofinho, sensível, que vai agradar a pessoas de todas as idades. Este sim, um pequeno conto de fadas moderno.
Cotação: ótimo
Duração: 1h35
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=jxG6uJgkhaE

“ESQUEMA FENÍCIO” (The Phoenician Scheme)

Foto: Universal Pictures
“ESQUEMA FENÍCIO” (The Phoenician Scheme) é mais um daqueles filmes maluquetes do cineasta Wes Anderson, que sempre foge de contar uma história de forma convencional. A história é mostrada de forma cômica, transcorrendo nos anos 1950, e seguindo o excêntrico bilionário Zsa-Zsa Korda, interpretado por Benicio Del Toro, sobrevivente de seis acidentes aéreos.
Ele é pai de nove filhos homens, quase todos endiabrados, e uma única menina, a noviça Liesl (Mia Threapleton, filha de Kate Winslet). E ao surgir o que Zsa-Zsa considera o seu projeto de vida, o "Korda Land and Sea Phoenician Infrasctructure Scheme", decide deixar a aspirante a freira como única herdeira de sua fortuna. Mas antes, pede ajuda para que ela o acompanhe em uma viagem ao redor do mundo, com o objetivo de negociar com outros homens poderosos, como empresários, empreiteiros, terroristas e até assassinos. A ideia é tentar tirá-los do caminho, para obter sucesso em sua empreitada. Junto com eles viaja o estranho e tímido tutor norueguês Bjorn (Michael Cera), um dos destaques do filme, e que às vezes invoca o grande ator Gene Wilder (1933-2016).
Aliás, os personagens estranhos, caricatos, estão presentes em cada cena. E todos eles falam pausadamente, sem histrionismos, mas bastante caricatos. E aí que está uma das sacadas de “Esquema Fenício”, onde a alma acaba sendo Mia Threapleton, em seu primeiro papel de destaque em Hollywood.
Além do trio de protagonistas, outros grandes atores fazem participações especiais que trazem brilho às cenas, como Tom Hanks, Bryan Cranston, Mathieu Amalric, Jeffrey Wright, Scarlett Johansson, Benedict Cumberbatch, Hope Davis, Bill Murray, Charlotte Gainsbourg, Willem Dafoe e F. Murray Abraham.
O filme de Wes Anderson, para o espectador comum, não é de fácil assimilação, pela maneira sempre peculiar de ele contar uma história – o diretor apela para um humor único, um modo específico de desenvolver a trama, que pode até parecer sem pé nem cabeça. O final, no entanto, acaba estragando a experiência positiva que rolava na tela (claro que não vou dar este spoiler).
Cotação: bom
Duração: 1h41
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=wxidk8ygmBo

quarta-feira, maio 21, 2025

“LILO & STITCH”

Foto: Disney
“LILO & STITCH”, DIREÇÃO DE DEAN FLEISCHER CAMP, é a versão live action da animação que foi sucesso lá no começo do Século XXI. A história conta a improvável amizade de uma menina havaiana de 6 anos de idade Lilo (Maia Kealoha) e um extraterrestre caçado por seus inventores, por ser considerado uma criatura perigosa, o experimento 626, batizado pela garota de Stitch.
Não posso fazer uma comparação entre os dois filmes, pois confesso não ter assistido a animação de 2002. Mas o filme com humanos ficou muito bem feito, sem contar o local mostrado – na tela o Hawai, mas filmado realmente na Austrália.
Lilo vive com a irmã Nani (Sydney Elizabeth Agudong), sendo que as duas são órfãs, após terem perdido os pais – o filme nunca explica qual a causa da morte deles. Enquanto Nani passa os dias se virando para pagar as contas da casa, Lilo, solitária, vive fazendo estripulias pela ilha, sendo considerada esquisitona pelas meninas locais, que não desperdiçam oportunidades de praticar bullying com ela.
E para piorar, as irmãs correm o risco de serem separadas pelo Conselho Tutelar, que monitora a vida das duas, e cobra medidas absurdas para que sigam juntas – a conselheira, Mrs. Kokoa, é vivida pela musa noventista Tia Carrere (de “Quanto Mais Idiota, Melhor”).
É quando o experimento 626 cai na Terra e acaba sendo adotado por Lilo, que o considera, assim como os demais personagens, um cão. Deste momento em diante tive de acionar meu piloto “mente de criança” para entrar na história, pois não é possível que um ser como Stitch possa ser visto como um animal caseiro. E o monstrinho é terrível, colocando terror em todas as suas ações.
E Stitch está sendo caçado pelos agentes da Federação Galáctica Unida, interpretados por um quase irreconhecível Zach Galifianakis e Billy Magnussen, que usam formas humanas para a caça ao pequeno ser, mostrando o lado cômico da história. Do outro lado da trama mostrando Lilo, Stitch e Nani, apesar de algumas cenas mais aceleradas, o foco é no significado de ser uma família que impera.
Stitch acaba roubando o foco sempre que aparece, com seu visual peludo azulado e suas caras e caretas, que revelam muito bem o que ele está pensando em determinado momento. Eu diria até que “Lilo & Stitch” tem muito, muito de “ET – O Extraterrestre”. A similaridade é grande. Um pequeno ser do espaço, uma criança solitária e carente pela ausência dos pais.
E eu tive de embarcar na história para poder entender o significado dela para a criançada e até mesmo para muitos adultos. Afinal, é difícil acreditar que as pessoas consigam acreditar que Stitch é uma espécie de cachorro, que coisas absurdas ocorram na pequena comunidade da ilha, que ninguém note um cara carregando um outro, desacordado, pelas ruas e não chame a polícia...e por aí vai. Mas se eu fosse marcar cada coisa exagerada do roteiro, não haveria filme, e nem alegria da garotada. E a filha de oito anos de meus vizinhos chegando em casa no final da tarde carregando um enorme boneco do Stitch, maior do que ela, mas feliz pelo presente.
Cotação: bom
Duração: 1h48
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=oLnS1Ij9-Kk

“MISSÃO IMPOSSÍVEL – ACERTO FINAL” (Mission: Impossible – The Final Reckoning)

Foto: Paramount Pictures
A FRANQUIA COMEÇOU LÁ EM 1996, ou seja, há exatos 29 anos, sempre com Tom Cruise no protagonismo, no papel do agente especial Ethan Hunt. Pois agora, “Missão Impossível – Acerto Final” (Mission: Impossible – The Final Reckoning), direção de Christopher McQuarrie, promete ser o término da saga, em sua oitava aventura. Mas como vivemos em um mundo onde impera o dinheiro, não duvide de que ocorram novas aventuras do herói no futuro.
A trama segue os acontecimentos subsequentes ao acidente trágico de um trem, que atrapalhou a missão de Ethan Hunt para impedir as consequências da Inteligência Artificial Entity, ou Entidade (para nós, brasileiros), no sistema global de computadores. A tecnologia está destinada a dominar o mundo por estar, pouco a pouco, tomando consciência. E o tema é mais atual do que nunca, pois a tecnologia vem dominando o dia a dia dos seres humanos, que se tornam, quase sem perceber, reféns das máquinas – vide os celulares.
O agente acaba descobrindo que Eternidade está instalada em um submarino russo naufragado. E terá de enfrentar uma dura missão para conseguir completar a sua tarefa, mas tendo um vilão incansável e que não poupa artifícios para atrapalhar Ethan, inclusive provocando a morte de um personagem muito querido da cinessérie.
E como se afirma que “Missão Impossível – Acerto Final” é o último capítulo da saga, logo no começo, surge um flashback, mostrando cenas marcantes dos outros sete filmes anteriores, mas trazendo momentos de conexão entre as histórias e os diversos personagens que passaram pelas telas, como Rebecca Ferguson (Ilsa Faust), Simon Pegg (Benji), Ving Rhames (Luther), Henry Czerny (Eugene Kittridge), Thandiwe Newton (Nyah), Michelle Monaghan (Julia), Maggie Q (Zhen), Laurence Fishburne (Brassel), Jeremy Renner (Will Brandt), Alec Baldwin (Hunley), Henry Cavill (August Walker), Vanessa Kirby (Alanna), Esai Morales (Gabriel), Hayley Atwell (Grace), Angela Bassett (Erika), entre muitos outros.
Mas apesar de cenas intensas, como por exemplo Ethan Hunt se pendurando mais uma vez em um avião, ou descendo a centenas de metro de profundidade, em nenhum momento senti qualquer tensão com medo de algo acontecer com o personagem, que parece ser indestrutível – afinal, os produtores e mesmo Tom Cruise não seriam idiotas ao ponto de matar a galinha dos ovos de ouro que é Hunt. E também não poderia faltar a tradicional corrida de Cruise – desta vez pelas ruas de Londres.
O filme, enfim, é mais um espaço para o ator de 62 anos (ele completará 63 em 3 de julho próximo) inflar mais ainda o seu ego. Porém, ele entrega o que seu público quer. Muita ação, cenas arriscadas, aventura pelos mais diversos lugares do mundo, histórias intrigantes e mulheres bonitas. Passa de ano com louvor.
Cotação: ótimo
Duração: 2h49
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=wyyJvg0jMYM

quinta-feira, maio 15, 2025

"DETETIVE CHINATOWN: O MISTÉRIO DE 1900" (Tang Ren Jie Tan an 1900)

Foto: Sato Company
“DETETIVE CHINATOWN: O MISTÉRIO DE 1900” (Tang Ren Jie Tan an 1900), direção de Chen Sicheng e Mo Dai, transcorre em San Francisco. O longa-metragem faz parte de uma franquia de sucesso, porém, saindo dos dias atuais e se situando no último ano do Século XIX.
A trama serve como um prelúdio para a série de filmes Detetive Chinatown. Os protagonistas Wang Baoqiang e Haoran Liu interpretam versões ancestrais dos personagens que interpretaram nas outras três produções anteriores.
A história foca no assassinato da filha de um congressista americano, Grant (John Cusack), que odeia os imigrantes chineses e delega pela expulsão deles da cidade.
O principal suspeito do crime é Bai Zhenbang (Zhang Xin Cheng), filho de Bai Xuanling (Chow Yun-Fat), um dos homens mais influentes de Chinatown, e acusado de ser o infame serial killer Jack, o Estripador (que matou cinco prostitutas em Londres nos anos 1880) e que nunca foi descoberto. Como Zhenbang morou e estudou na capital inglesa, é visto como o potencial assassino, mas fica evidente desde o começo o racismo.
Para tentar solucionar o caso, aparecem o jovem Qin Fu, confundido como Sherlock Holmes, mas dono de pensamento lógico e do raciocínio rápido, e o nativo Ah Gui, que está em San Francisco para entender a morte de seu pai adotivo, cujo corpo foi encontrado junto à filha de Grant.
Os assassinatos também servem para que o diretor Chen Sicheng, em colaboração com o cineasta Dai Mo, mostrar, em tom de comédia, como era aquele período na Califórnia, onde os conflitos entre americanos, que se sentiam roubados em seus empregos e terras pelos asiáticos, era gritante e absurdo. Enfim, “Detetive Chinatown” explora fortemente os temas raciais, de imigração e identidade nacional. O mesmo tema pode ser encontrado na excelente série “Warrior”, baseado em escritos deixados por Bruce Lee.
Cotação: bom
Duração: 2h16min
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=2b79RrEbjK4

“CAIAM AS ROSAS BRANCAS!” (¡Caigan las rosas blancas!)

Foto: Boulevard Filmes
“CAIAM AS ROSAS BRANCAS!” (¡Caigan las rosas blancas!) é uma comédia road-movie erótica lésbica dirigida pela argentina Albertina Carri, que conta com coprodução brasileira com a Quarta-feira Filmes.
Sétimo longa-metragem assinado pela diretora, de “As Filhas do Fogo” (2018), “Caiam as Rosas Brancas!” conta a história de uma cineasta, Violeta (Carolina Alamino, que assina o roteiro ao lado da diretora e de Agustín Godoy), que dirigiu um filme pornô amador com um grupo de amigas. Com o sucesso inesperado, ela recebe o convite para fazer uma produção erótica profissional. Porém, Violeta não consegue seguir as filmagens, pois entrou em um conflito existencial.
É quando surge uma de suas amigas, dizendo que precisa viajar para o interior da Argentina, para ajudar um amigo necessitado. Então, quatro mulheres largam tudo em Buenos Aires e partem numa van, toda arrebentada, em uma aventura interiorana. E no caminho, irão se deparar com uma mecânica lésbica e sua amante, uma gangue de motoqueiros, irão se perder numa floresta. Até virem parar em uma ilha paradisíaca no Brasil. Tudo banhado a muito erotismo e bom humor.
“Embarcamos em um território misterioso e, usando gêneros cinematográficos como estruturas para a metamorfose à qual nossas crisálidas são expostas, criamos raízes em novas questões”, afirmou Albertina Carri.
Ela explicou que a jornada de descobertas desse grupo de mulheres inspira a própria estrutura do filme: “As mutações dos personagens forçam a narrativa a acompanhar essa metamorfose com a cadência de qualquer processo orgânico. Como o verme que se alimenta e depois se enrola em seda e se torna um inseto completamente diferente: uma borboleta que não pode voar. Até que voa”, completou.
O elenco traz ainda, além Carolina Alamino, a argentina Laura Paredes, atriz de “La Flor” (2018) e “Argentina 1985” (2022); a espanhola Luisa Gavasa, veterana que participou de “Maus Hábitos” (1983), de Pedro Almodóvar; e a brasileira Renata Carvalho, atriz e militante trans, conhecida por seus papéis em “Os Primeiros Soldados” (2021) e “Salomé” (2024).
Cotação: bom
Duração: 2h05
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=-11_KE-yrn8

“DO SUL, A VINGANÇA”

Foto: Render Brasil
“DO SUL, A VINGANÇA”, é dirigido por Fábio Flecha, que também assina o roteiro ao lado de Edson Pipoca, e produzido por Tania Sozza, e é o primeiro filme de ficção produzido 100% no Mato Grosso do Sul a entrar em circuito comercial nos cinemas do Brasil.
A trama é uma mistura de ação, comédia e elementos do faroeste ambientado na fronteira entre Brasil, Paraguai e Bolívia. E tem como protagonista o escritor Lauriano (Felipe Lourenço), que para pesquisar material para um novo livro, parte para o Mato Grosso do Sul. Na região fronteiriça, o crime organizado dita suas próprias leis, e ele tem de achar um tal de “Jacaré”.
Lauriano, então, vai entrevistando juízes, políticos, policiais e até chefes do tráfico. E o que era uma simples pesquisa para uma obra literária, acaba se transformando em uma jornada de vida e morte.
“Em um cenário de conflitos históricos na fronteira trinacional, onde a cultura brasileira se mescla com a paraguaia e a boliviana, 'Do Sul: A Vingança' mistura ação e comédia em uma aventura no Velho Oeste brasileiro, com suas próprias lendas e costumes”, destaca o diretor Fábio Flecha.
Apesar das boas intenções, a obra sofre com o amadorismo dos atores, a precariedade dos cenários. As cenas de ação são risíveis, de tão constrangedoras. E irritantes...com os personagens insistindo no bordão “do sul” toda a vez que alguém se referia ao estado como Mato Grosso, esquecendo que houve uma divisão em 1977, surgindo o Mato Grosso do Sul. Eu só olhava para o relógio, torcendo para a tortura acabar.
Cotação: ruim
Duração: 1h47
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=heGCGxegdFc

“HURRY UP TOMORROW - ALÉM DOS HOLOFOTES” (Hurry Up Tomorrow)

Foto: Paris Filmes
QUE FILME PRETENSIOSO. “HURRY UP TOMORROW - ALÉM DOS HOLOFOTES” (Hurry Up Tomorrow), dirigido por Trey Edward Shults, é escrito e estrelado pelo cantor Abel Tesfaye, mais conhecido como The Weeknd.
Em primeiro momento, muita gente acreditou que o filme se trata de uma obra biográfica. No entanto, o longa-metragem é um thriller psicológico inspirado no recente álbum da carreira do artista, sendo inspirado por um fato real – durante uma apresentação na turnê “After Hours til Dawn” em setembro de 2022 no SoFi Stadium, na Califórnia, The Weeknd ficou sem voz, sendo obrigado a interromper o show. Depois de examinado, foi constatado que o músico não tinha nenhum problema físico, e sim psicológico.
Então, na trama de “Hurry Up Tomorrow”, o artista sofre de insônia e infeliz com a vida que leva, apesar do sucesso, da fama e da fortuna. Pois sofre pelo abandono da amada, que ignora suas mensagens.
Ao mesmo tempo, a história segue uma misteriosa garota, vivida por Jenna Ortega, que toca fogo em uma casa e sai sem rumo pelos Estados Unidos. Os dois, em determinado momento, irão se encontrar.
No entanto, nada faz sentido neste filme, editado de forma histriônica, tendo como pano de fundo aquele tipo de música atual, que parece ser feita de forma industrial, todas se parecendo a mesma – mas por muitas vezes dá para notar elementos vindos de clássicos dos anos 1980, sendo o mais evidente a “chupação” de hits de Michael Jackson. Fuja.
No elenco, além de Abel Tes e Jenna Ortega, também embarcaram nesta canoa furada Barry Keoghan, Riley Keough, Gabby Barret, Charli D’Amelio e Paul L. Davis.
Cotação: ruim
Duração: 1h45min
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=nsi2U1fH7Is

“MANAS”

Foto: Paris Filmes
“MANAS”, DIRIGIDO POR MARIANNA BRENNAND É UM VERDADEIRO TAPA NA CARA...para dizer o menos. Primeiro filme de ficção da cineasta dos "Francisco Brennand" (2012) e "Danado de Bom" (2016), o longa é baseado em casos reais de exploração infantil na Ilha do Marajó, no Pará.
A história de “Manas” segue a vida da adolescente Tielle (Jamilli Correa), de 13 anos e que vive em uma comunidade miserável ribeirinha na Ilha do Marajó. Ela mora em uma casa de palafita de apenas dois cômodos, sem água encanada e sem energia elétrica, com o pai Marcílio (Rômulo Braga), a mãe Danielle (Fátima Macedo) e três irmãos menores.
Todos dormem no mesmo cômodo e tiram o alimento do dia a dia das águas do rio e da floresta próxima.
E como todas as adolescentes da região, Tielle vende açaí nas balsas que passam pelo local, e é lá que começa a ser explorada sexualmente pelos tripulantes. O dinheiro é usado para ela para comprar coisas básicas e dividido com a mãe, que está grávida de mais um filho.
Porém, o que passa nos navios é o de menos com o que sofre em casa, sendo abusada pelo próprio pai, que dispõe do corpo dela como propriedade. O filme, no entanto, dispensa o uso de cenas de sexo, deixando apenas a sugestão para o espectador. E isso não é menos impactante. A violência está ali, presente, e incomoda e faz refletir. O Brasil é um país continental, e com diferentes modos de vida, desde o mais miserável, ao muito miserável até a classe dominante. É tudo muito injusto. Um dos sonhos de Tielle é conhecer o “Sul”, que para ela é tudo ali abaixo do Pará, e sair daquele inferno.
“Manas” leva um tempo para engatar. O começo é arrastado, mas começa a fluir quando Tielle sai em uma caçada com o pai. Neste momento, a menina começa a ser assediada e estuprada. E o incômodo e o desespero da protagonista fica bem acentuado. Com a mãe grávida, o pai insiste que Tielle durma na cama com ele, ao invés da rede. Mas tudo é mostrado de forma sutil.
O elenco de "Manas" está perfeito, desde a protagonista Tielle, vivida pela estreante Jamilli Correa. A atriz paraense, agora com 16 anos, nunca havia atuado, e surpreende pela atuação, onde mostra um olhar de medo, de angústia.
Rômulo Braga (que viveu o pai de Nei Matogrosso em outro filmaço, “Homem com H”) também está excelente...um homem que acredita ser um bom cristão, afinal sustenta a família e segue os mandamentos daquele livro de ficção arcaíco conhecido como bíblia, e Fátima Macedo como a mãe também está ótima. O grande nome de “Manas” é Dira Paes, que interpreta a policial Aretha, personagem inspirada em duas pessoas reais: o delegado Rodrigo Amorim e a ativista Marie Henriqueta, importantíssimos no combate à exploração sexual infantil no Marajó.
Marianna Brennand fez uma obra fenomenal, que mostra a realidade de um Brasil que desconhecemos, uma realidade muito diferente da nossa – em pleno Século XXI, pessoas vivendo como nos anos 1800, em um sistema patriarcal, sem o mínimo das necessidades básicas. Somos, em “Manas”, expostos à uma realidade cruel.
Cotação: excelente
Duração: 1h41
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=XjcZe4V2pSg

sexta-feira, maio 09, 2025

“KARATÊ KID: LENDAS” (Karate Kid: Legends)

Foto: Sony Pictures
“KARATÊ KID: LENDAS” (Karate Kid: Legends), dirigido por Jonathan Entwistle e roteiro de Rob Lieber, é uma tentativa de unir diversas gerações de admiradores da franquia iniciada em 1984, e que gerou até uma série, “Cobra Kai”. Porém apresenta um fio de história, com diálogos péssimos e atuações lamentáveis. O que pode ser atraente é a aparição de diversos personagens, que estiveram presentes nos outros filmes, como Ralph Macchio, Jack Chan e uma singela homenagem a Pat Morita (1932-2005), o senhor Miyagi dos quatro primeiros longa-metragens.
A trama é basicamente uma cópia da história original, praticamente mudando só o destino final do protagonista, vivido por Ben Wang, que interpreta o jovem chinês Li Fong, estudante de kung fu que muda com a mãe, vivida por Ming-Na Wen, de Beijing para Nova Iorque, devido ao novo emprego dela, em um hospital.
Logo na sua chegada, já arranja um crush, a jovem Mia (Sadie Stanley), que claro, é ex-namorada de Connor (Aramis Knight), rapaz que será o antagonista de Li e também filha do dono da pizzaria, que tem uma dívida com o dono de uma academia de karatê – que vem a ser o treinador de Connor. E os vilões são um primor de clichê: mal-encarados, praticamente não falam uma frase completa, só fazem cara feia e resmungam.
As conveniências do roteiro são gritantes, exageradas – logo Li estará envolvido em um torneio de karatê, onde terá apenas dez dias para treinar. É aí que ressurgem as figuras de Jack Chan, presente no malfadado filme de 2010, com Jayden Smith, e Ralph Macchio, o Daniel San, dos clássicos dos anos 1980.
E tudo acontece tão rapidamente, tão vertiginosamente, constatação feita nas imagens de videogame presentes no filme, que por um lado pode ser visto como uma benção. Pois a tortura acaba rapidamente, para alívio do público.
Cotação: ruim
Duração: 1h34
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=j_Z5so0LjG0

“F1”

Foto: Warner Bros. DIRIGIDO E CO-ESCRITO PELO CINEASTA JOSEPH KOSINSKI, de "Top Gun: Maverick" - Ehren Kruger é o outro roteirist...