sexta-feira, junho 30, 2006

Pergunte ao Pó



Pergunte ao Pó (Ask to Dust, do diretor Robert Towne) poderia ser chamado também de Dois Perdidos numa Los Angeles Fria (trocadilho com o clássico Dois Perdidos numa noite Suja). Uma LA da década de 1930, da depressão, do preconceito, da tentativa de assimilação pelos estrangeiros e até mesmo pelos nascidos nos EUA e que mudavam os seus nomes para tentar se passar por W.A.S.P. (branco, anglo-saxão e protestante). É por isso que sofreu Colin Farrel, um projeto de escritor, que pretende esquecer as suas raízes italianas, esquecer que se chama Arturo Bandini e que mal tem dinheiro para fazer uma refeição. É por isso que sofre Camilla Lopez (Salma Hayek, mais sexy do que nunca), garçonete chicana que sonha não ser vista como uma estrangeira na terra que adotou, não ser rejeitada nos hotéis, em as pessoas saírem de seu lado como se fosse uma leprosa. Enfim, em ser uma americana de fato e direito.
Mas o mundo com os dois é cruel e ao mesmo tempo que os aproxima, os afasta. Por Baldini ser um cara fechado (não porque seja de má índole), mas porque pretende vencer na vida e amar de verdade. E ser amado. Assim como Camilla.
Os dois atores principais dão um verdadeiro espetáculo de interpretação e aí "tiro o meu chapéu" para Farrell. É um bom ator, mas nunca o havia visto tão bem em cena. Note ainda um envelhecido, mas sempre ótimo David Sutherland (o pai de Kiefer 24 Horas Sutherland). Sempre que aparece, rouba o espetáculo, como um velho beberrão.

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