sexta-feira, junho 30, 2006

POSEIDON


Eu estava pronto para falar mal, muito mal de Poseidon, a versão 2006, dirigida pelo alemão Wolfgang Petersen, que nos deu um clássico moderno, O Barco, de 1981. E não é que o novo Poseidon surpreende (a primeira versão é de 1972). Não que seja excepcional (e vou insistir, está faltando imaginação para os roteiristas de Hollywood. Nos últimos anos, ou eles refilmam sucessos europeus e asiáticos ou modernizam filmes norte-americanos dos anos 1960, 70 e 80. Às vezes acertam, às vezes erram).
E Poseidon vale a pena ser visto por um simples fator: nos deixa presos à poltrona do cinbema durante 1hora e meia, sem dar tempo para recuperarmos o fôlego.
O original era melhor, sem dúvida, mesmo sendo tosco. Ainda mais que tinha Gene Hackman, Ernest Borgnine e a já matrona Shelley Winters (falecida no começo deste ano). A nova versão, com as maravilhas da tecnologia, deixam qualquer um boquiaberto. Até eu que sou um chato em questão de blockbusters, fiquei pasmo.
Principalme nte com a cena da onda, a enorme tsunami que vira de cabeça para baixo o transatlântico Poseidon na noite de ano-novo. Cena fantástica e dá medo. Ainda mais naquele telão do cinema. Talvez depois no DVD, em casa, não assuste tanto.
O que vale mesmo no filme são os sustos, pois os personagens são rasteiros, chatos de doer. Desde o gurizinho pentelho (que não vai morrer, pois criança nunca morre em filme americano) até o sujeito metido à besta interpretado por Matt Dillon. E que chatinha é a atriz Emmy Rossum, filha de Kurt Russel no filme. Sem graça, ela já havia chateado muita gente em O Fantasma da Ópera.
E não dá para esquecer os furos de roteiro. Um exemplo: o noivo da menina sofre um um corte horrível na perna, mas segundos depois já está correndo pelo navio, sem ao menos mancar...
Nem Richard Dreyfuss, de Tubarão, se salva como o gay abandonado pelo namorado na véspera da viagem e tenta o suicídio. Até ver a onda que se prepara para virar o Poseidon. Bem, não vou contar mais. Só uma coisa: as minorias, tirando o gay de Dreyfuss, não têm mesmo vez. Negros, hispânicos, judeus, seja o que for...morrem.
Só espero que não façam uma continuação, como houve no Poseidon original, em que foi descoberta uma civilização que se formou no interior do navio, lá nas profundezas do oceano. Ridículo.

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