quinta-feira, março 27, 2008
O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford
Infelizmente, o filme não foi lançado nos cinemas gaúchos, saindo direto em dvd. O que é uma pena, pois o visual de O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford, de Andrew Dominik, merecia ser visto na telona, apesar de suas quase três horas de duração.
Nele, estamos na década de 1880 e temos a história do garoto Robert Ford (atuação destacada e exemplar de Casey Affleck, o irmão do canastrão Ben Affleck), que pretendia integrar a quadrilha do famoso ladrão e assassino norte-americano. No entanto, ele conhece Jesse James quando este já preparava a aposentadoria, aos 34 anos de idade. E este, interpretado de forma seca, sem espaços para trejeitos ou sorrisos fáceis, por Brad Pitt, decide eliminar aqueles que acredita poderem lhe trair.
O filme não tem exageros, mas com direito a longas tomadas das paisagem do oeste americano - lembrando por vezes as obras de Terrence Malick, de Além da Linha Vermelha. E apesar de seus quase 180 minutos, a curiosidade em saber o que ocorrerá não permite ao espectador parar de acompanhar a história.
PONTO DE VISTA
Ponto de Vista (Vantage Point), de Pete Travis, teria tudo para ser um ótimo thriller. A idéia básica é excelente e o elenco formado por excelentes atores. Um atentado ao presidente dos Estados Unidos (William Hurt, de O Beijo da Mulher Aranha) durante reunião na Espanha é mostrada sob várias óticas.
Temos a visão do guarda-costas (Dennis Quaid), um turista americano separado (Forrest Whitaker), um policial espanhol (Eduard Noriega), o terrorista (Edgar Ramirez), entre outros. O problema é que a mesma cena se repete várias vezes, cansando o espectador. Depois disso, Ponto de Vista começa a ficar interessante, quando o quebra-cabeça vai sendo montado. Só que em sua parte final, novo escorregão, virando um filme comum, com a tradicional perseguição de carros pela cidade de Salamanca, na Espanha (na realidade, Ponto de Vista foi filmado no México). E isto evidencia outro erro grave: os personagens latinos têm sotaque mexicano, apesar de estarem em "terras espanholas". E para quem curte mais detalhes: os terroristas demonstram ser pessoas cruéis e sem escrúpulos, mas põem tudo a perder por causa de uma garotinha...
As Crônicas de Spiderwick
Em As Crônicas de Spiderwick, de Mark Waters, o garoto Jared descobre um mundo mágico ao abrir um livro escrito por um parente 80 anos antes de ele nascer. O volume, no entanto, é o alvo de um ogro e seus asseclas - se tiverem sua posse, o ogro terá o poder sobre todas as criaturas da floresta.
O garoto, no entanto, tem problemas de comportamento devido a separação dos pais e não se dá bem com a irmã. Além disso, tem um irmão gêmeo com o gênio completamente oposto. Sua rebeldia prejudica que acreditem no que ele jura estar ocorrendo em volta da nova casa em que vivem, uma mansão vitoriana.
O jovem ator Freddie Highmore, que pode ser visto em Em Busca da Terra do Nunca, com Johnny Depp, se destaca ao interpretar tanto Jared quanto o irmão Simon. E os efeitos especiais são um atrativo a parte - tão perfeitos que, por exemplo, fica completamente impossível detectar a montagem quando os gêmeos interagem.
Um filme para ser curtido por pais e filhos.
Um amor de tesouro
Certos filmes ruins costumam passar na Sessão da Tarde e passam a ganhar admiradores, ficando com um certo ar "cult". E Um Amor de Tesouro, de Andy Tennant, tem os ingredientes para tal, mas mesmo assim não se salva, apesar de seu elenco simpático. Culpa de seu roteiro de tamanha ruindade. Matthew McConaughey, extremamente canastrão, é um caçador de tesouros que acredita ter descoberto relíquias de um galeão espanhol do século 18. Para tirar a fortuna do fundo do mar, ele vai pedir a ajuda de um milionário excêntrico - Donald Sutherland, mostrando estar totalmente desconfortável no papel. E o aventureiro ainda quer recuperar o amor e o respeito da ex-mulher, Kate Hudson, que trabalha para o ricaço. Mas nem tudo serão flores para o trio, que terá de enfrentar outro grupo, liderado por um rapper, que está em busca do mesmo tesouro.
Tirando as belas paisagens caribenhas e as tomadas marítimas, Um Amor de Tesouro é irritante e as piadas, ao invés de fazer rir, tiram um sorriso amarelo do espectador.
quinta-feira, março 13, 2008
HORTON E O MUNDO DOS QUEM
Dizem que um elefante só tem tamanho. E Horton não desmente a teoria. O simpático mamífero descobre um minúsculo mundo e decide salvá-lo da extinção em Horton e o Mundo dos Quem, de Jimmy Hayward e Steve Martino. Claro que o simpático elefante vai enfrentar a descrença de todos os animais da floresta, que acham ter o elefante enlouquecido. Ótima animação para a piazada e seus pais.
Espartalhões (Meet the Spartans)
As comédias parodiando filmes famosos parecem ter chegado ao esgotamento. É o que bem demonstra o desastre Espartalhões (Meet the Spartans), de Jason Friedberg e Aaron Seltzer. Como sugere o título pretendia-se fazer uma sátira ao sucesso 300, e com referências a outros filmes recentes que passaram pela telona e até debochando de personalidades do show-business norte-americano. O resultado é que Espartalhões não consegue, ao menos, um sorriso amarelo do espectador. As piadas são escatológicas, homofóbicas, completamente constrangedoras. Só causa repulsa a quem assiste. Não gaste os seus trocados.
quinta-feira, março 06, 2008
O Orfanato
Suspense bom e é aquele em que tudo é sugerido e deixa o espectador preso à cadeira. Neste caso, o espanhol O Orfanato, de Juan Antonio Bayona, é um ótimo filme do gênero, em que uma mulher Laura (Belén Rueda, de Mar Adentro) volta a viver na casa onde passou a sua infância. No lugar, pretende construir com o marido uma escola para crianças com necessidades especiais. E há ainda o filho adotivo, portador de HIV.
A casa, no melhor estilo O Iluminado e Poltergeist, vira a cabeça de Laura, que fica à beira do desespero com o sumiço do garoto. Surgem então fantasmas, vozes, batidas pelas paredes e um final que lembra aquelas pegadinhas de M. Night Shyamalan, ou seja, que ninguém espera. E que, claro, não vou contar aqui.
10.000 A.C
Em 10.000 A.C., filme de Roland Emerich (Independence Day e Um Dia Depois do Amanhã), o que chama a atenção são os mamutes digitrais. Simplesmente perfeitos. A história, bem, são outros "500", como se dizia antigamente. A trama dirigida pelo alemão não poderia ser mais simples: uma aldeia de pacíficos caçadores, vários deles são capturados por uma tribo de guerreiros. Um dos caçadores, que era dado como covarde, se vê na obrigação de ir ajudar os amigos e também da mulher amada. Durante a longa jornada por territórios hostis, vai recrutando homens de outras aldeias que também tiveram membros escravizados. Nada muito original e nenhuma atuação a se destacar. Além disso, 10.000 AC.C. bebe descaradamente em fontes como Apocalipto, Desbravadores, Parque dos Dinossauros, RRRRRRRRRRRRRRRR, A Guerra do Fogo, entre outros filmes passados naquela distante era. Mesmo assim, 10.000 A.C. é capaz de divertir numa sessão da tarde descompromissada.
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