quinta-feira, janeiro 12, 2012

Inquietos

Gus van Sant tem uma enorme facilidade em dirigir jovens, obtendo resultados excelentes, como constatado em Elephant e Paranoid Park. Em Inquietos, o diretor americano se sai bem mais uma vez. E outra vez lidando com um tema que lhe é tão comum, a morte. Neste belo filme, o solitário Enoch (Henry Hooper, filho de Dennis Hopper) passa o tempo frequentando funerais de desconhecidos. O seu personagem, sombrio, lembra muito Harold (Bud Cort) no inesquecível Ensina-me a Viver. Num desses funerais, o jovem conhece a bela Annabel (Mia Wasikowska, a Alice de Tim Burton). A menina dá um novo sentido a Enoch, que não trabalha, não estuda, vive com a tia, já que seus pais morreram em um acidente de carro. Para piorar, ele tem como único amigo um piloto japonês, Hiroshi (Ryo Kase), com quem costuma jogar batalha naval e trocar confidências. O problema é que Hiroshi não existe. É um piloto kamikaze criado pela sua mente perturbada. Annabel, por sua vez, tem câncer e apenas três meses de vida. E é o contrário de Enoch. Animada, risonha, amante de livros sobre pássaros. E os dois iniciam uma amizade que se transformará em amor. E eles têm de viver este período de forma intensa. E apesar do tema, van Sant consegue fugir espertamente da depressão. Graças também a graciosa interpretação de Wasikowska. A bela trilha sonora, com suaves canções pop, e o instrumental de Danny Elfman, ex-Oingo Boingo, igualmente são fundamentais para o delicado filme. Que mostra que a vida deve ser vivida intensamente. Cotação: ótimo Chico Izidro

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