terça-feira, março 17, 2020

"Bloodshot"


Sim, Vin Diesel é um péssimo ator e a coisa fica mais e mais evidente na ficção científica "Bloodshot", baseada em HQ surgida nos anos 1990, e dirigida por Dave Wilson II. O filme é uma mistura de "Exterminador do Futuro", "Deadpool", "Cyborg", "Capitão América", "Westworld" e por aí vai.

Vin Diesel é Ray Garrison, um soldado que após uma missão na África, acaba sendo morto ao lado da esposa. Seu corpo é doado para uma corporação dirigida pelo cientista Emil Harting (Guy Pearce), que o transforma em um super-soldado, com capacidades de regeneração e de se metamorfosear. Porém sua mente é controlada pela empresa e as suas memórias. Garrison, no entanto, foge e tem como único objetivo matar o homem que assassinou a ele e a esposa.

Sim, Vin Diesel tem sempre as mesmas feições, com incrível dificuldade de interpretar uma fala. E o personagem interpretado por Guy Pearce é o clichê do cientista mal-intencionado e megalômaniaco. No entanto, "Bloodshot" é um filme que recicla várias outras obras, porém se sobressai pelas suas reviravoltas inteligentes e surpreendentes.

Cotação: bom
Duração: 1h49
Chico Izidro

"As Primeiras Férias Não Se Esquece Jamais" (Premières Vacances)


Opostos se atraem é o que pretende mostrar a comédia francesa, "As Primeiras Férias Não Se Esquece Jamais" (Premières Vacances), dirigido por Patrick Cassir. Os parisienses Marion (Camille Chamoux) e Ben (Jonathan Cohen) se conhecem através do aplicativo de namoros Tinder.

Ela é uma mulher com mente livre, afeita a aventuras, e trabalha como desenhista de HQs. Já ele é um empresário hipocondríaco e que não curte muito as novidades. Mas após uma noite de encontro, Ben acaba num rompente, convidando Marion para passar as férias na Bulgária. Os dois acham que um passeio pelo país do Leste Europeu pode estreitar o relacionamento novíssimo.

Mas o passeio vai mostrar como as diferenças podem ser cruéis, ainda mais em um país que beira o Terceiro Mundo. Falta infra-estrutura em tudo, a sujeira impera. Para Marion, as coisas podem ser divertidas, mas para Ben, que não consegue nem fazer cocô em um banheiro separado do quarto por uma simples cortina, é o fim do mundo.

A trama acaba em determinado momento ficando repetitiva com as manias de Ben e a mente aberta de Marion. Enfim, é uma comédia leve e despretensiosa sobre o amor - e não querendo dar spoiler, mas o final não poderia ser mais conservador.

Cotação: regular
Duração: 1h42
Chico Izidro

"A Maldição do Espelho" (Pikovaya dama: Zazerkalye)



Ainda não foi desta vez que o diretor russo Aleksandr Domogarov acertou a mão. Após ter lançado os péssimos "A Noiva” e "A Sereia”, ele segue explorando figuras do misticismo russo em "A Maldição do Espelho" (Pikovaya dama: Zazerkalye). E segue errando.

A intemção de Domogarov é apresentar uma obra de terror. Porém o terror acaba sendo o que passam os espectadores, torturados durante os minutos intermináveis do filme. A trama acompanha a jovem Olya (Angelina Strechina), que após perder a mãe em um acidente de carro, e com o pai no exterior, é obrigada a ir para um internato ao lado do irmão mais novo, Artyom (Daniil Izotov).

A garota, no entanto, despreza o menino, em fato não explorado pelo diretor. E no internato, Olya se envolve com a turma dos rebeldes, que em certa noite vasculham os corredores do prédio e se deparam com um depósito, onde há um espelho com uma inscrição invocando um espírito, o da Rainha de Espadas. Claro que os idiotas fazem a invocação, fazendo ainda um pedido.

E logo a alma liberta começa a cumprir os desejos, mas todos voltados contra os jovens. Simplesmente não existe terror, as atuações são horríveis. E o pior, a distribuidora preferiu suprimir o idioma original - russo -, dublando as cópias em inglês. E a emenda ficou terrível, com falta de sincronia. Recordam aquelas dublagens em que o personagem falava algo e não aparecia o som, e no momento em que ele fechyava a boca, surgia a voz? É por aí. Fuja.

Cotação: ruim
Duração: 1h30
Chico Izidro

“Nóis por Nóis”


“Nóis por Nóis” é um filme do diretor Aly Muritiba, que o codirige com Jandir Santin, e trata sobre a vida de jovens da periferia de Curitiba. A trama foca em quatro amigos, que em uma noite terão suas vidas viradas do avesso. É uma obra realista, que mostra ainda a presença e influência da música RAP na vida destas pessoas.

Os amigos Mari, Japa, Café e Gui sofrem com as agruras de serem jovens pobres, morando na periferia de uma grande cidade. E em suas vidas, repressão policial, tráfico de drogas, gravidez indesejada - um dos personagens engravida a namorada e age como um canalha, ao não querer assumir a paternidade. Já outro some misteriosamente, após ter se envolvido em uma briga numa festa.

“Nóis por Nóis” se aperesenta por vezes estereotipada. Algumas cenas se mostram forçadas demais e o roteiro apresenta alguns erros primários. Mas mostra uma realidade cruel.

Cotação: bom
Duração: 1h36
Chico Izidro

“QUEER”

Foto: Paris Filmes “QUEER”, dirigido por Luca Guadagnino a partir de um roteiro de Justin Kuritzkes, é baseado em romance homônimo de 1985...