quinta-feira, abril 10, 2008

JUÍZO



Juízo, filme de Maria Augusta Ramos, perde muito de seu impacto logo nos créditos iniciais. A diretoria do documentário colocou lá: os jovens infratores, por força da lei, não podem ter suas imagens reproduzidas. Então ela teve de buscar meninos e meninas das comunidades cariocas para atuarem no papel dos criminosos. Passado isso, vamos ao filme, que é um assustador retrato da adolescência perdida no Brasil, aqui mais especificamente no Rio de Janeiro. Jovens que, sem muita perspectiva na vida, recorrem ao mundo do crime. No documentário, pode-se ainda ver o trabalho do Poder Judiário - principalmente com a juíza Luciana Fiala de Siqueira Carvalho, um caso a parte. Talvez por estar diante das câmeras, ela se mostra por demais histriônica. Personagem real na história, chama a atenção por "pitos" fantásticos nos menores. Podemos ver, também, o interior das instituições, onde os infratores são encarcerados. E onde passam o tempo sem ter o que fazer. Ou seja, o futuro não é muito promissor para eles. Triste retrato brasileiro.

Rolling Stones - Shine a Light



Este é um filme para fãs. Mas quem não o é, também deveria assistir, para tirar o ranço e o preconceito - como muito bem escreveu Martha Medeiros um dia desses. Falo de Rolling Stones - Shine a Light, de Martin Scorsese. Ele também um admirador, tanto que costuma utilizar em alguns de seus filmes músicas da banda, acertou a mão. Ao invés de realizar um documentário com depoimentos longos e tediosos, o diretor de Taxi Driver e Os Bons Companheiros, decidiu-se pelo mais simples: depoimentos curtos, principalmente quando Mick Jagger e Keith Richard, hoje sessentões, estavam no auge de seus vinte e poucos anos e nem imaginavam chegar aonde estão hoje. O restante de Rolling Stones - Shine a Light é um show na íntegra do grupo no Beacon Theater, em Nova Iorque. Já são 45 anos de atividade ininterrupta. E os Stones Jagger, Richard, Charlie Watts e Ron Wood parecem garotinhos, apesar de seus rostos mais parecerem "maracujá de gaveta", com muito gás e ajudados por uma excelente banda de apoio. Vale uma olhadela. Uma super-olhadela.

2 Dias em Paris




Julie Delpy foi uma das musas do cinema na década de 1990. Agora a francesinha de Antes do Amanhecer dirige um filme onde infla o seu ego, com algumas ruguinhas a mais. É o mediano 2 Dias em Paris. Nele, o casal formado pela própria atriz, no papel da francesa Marion (a própria Delpy) e o americano Jack (Adam Goldberg), estão retornando para Nova Iorque após férias em Veneza. Antes, decidem passar em Paris e ficar na casa dos pais dela. O problema é que na cidade, o namorado começa a se incomodar, por não falar a língua local e por xxxx possuir um passado repleto de namorados - sendo que alguns ainda estão interessados nela. As piadas são boas e as intervenções dos pais de Anna e Jeannot (Marie Pillet e Albert Delpy) são engraçadas. O longa ainda caminha por uma Paris com seu preconceito contra os estrangeiros, seja de que parte do globo forem. O que irrita, a certa altura do filme, é Delpy ficar se auto-elogiando. Ela já foi linda, hoje, passados os anos está bonita (existe uma grande diferença aí). Mas um pouco de humildade lhe cairia bem.

Jumper



Em Jumper, direção de Doug Liman, o garoto David Rice descobre ter super-poderes. No caso dele, teletransportar-se para onde desejar. Só que David não é um super-herói. Pelo simples fato de que não ajuda a ninguém, a não ser a si próprio, se tornando um ladrão de bancos. Só que depois de muitos roubos, ele começa a sofrer perseguição de um grupo de fanáticos religiosos, os paladinos, que não aceitam a existência dos jumpers.
A premissa é boa, os efeitos são espetaculares e tem até Samuel L. Jackson como o líder dos paladinos e Jamie Bell (quem se recorda dele como o garoto dançarino de Billy Elliot?). Os dois fazem o serviço direitinho. Pena que a dupla do bem é insossa. Hayden Christenssen não consegue convencer ninguém, pois suas atuações parecem carecer de entusiasmo. E Rachel Bilson, do seriado O.C. e do filme O Último Beijo só faz gritar. Fosse outro casal, com certeza Jumper, que deve ter uma continuação, seria mais divertido.

quinta-feira, abril 03, 2008

ATOS QUE DESAFIAM A MORTE



Catherine Zeta-Jones está linda como sempre e Saoirse Ronan (Desejo e Reparação) mostra que tem um grande futuro. E Guy Pearce, que começou bem, está um tanto que picareta em Atos que Desafiam a Morte, de Gillian Armstrong. Pearce é Houdini, o famoso mágico do começo do século passado. Ele pretende pagar 10 mil dólares a quem lhe colocar em contato com sua mãe, morta há alguns anos. catherine e Saoirse são mãe e filha, que vivem de trambiques numa miserável Edimburgo, capital escocesa, tentarão ficar com a grana. O filme, ao contrário de outros em que mágicos são o tema central, como O Grande Truque e O Ilusionista, este é fraco, se sustentando apenas nas duas atrizes principais. E por vezes se mostra sonolento.

EM PÉ DE GUERRA (MR. WOODCOCK)



Um rapaz traumatizado pelo tratamento que recebia de seu professor de educação física. Famoso ao escrever um livro sobre auto-ajuda, ele (Seann William Scott, o Stifler de American Pie) volta à sua cidade e descobre que o famigerado professor namora a sua mãe no fraco Em Pé de Guerra (Mr. Woodcock), de Craig Gillespie. Todos os traumas da infância e adolescência voltam e ele tentará sabotar o relacionamento. O problema é que o filme fica no meio do caminho, pois se pretendia uma comédia e não consegue arrancar risadas de ninguém. E incrível que possa contar com dois atores como Susan Sarandon e Billy Bob Thornton como o famigerado educador.

NA NATUREZA SELVAGEM



Na década passada, o jornalista Jon Krakauer (do best-seller No Ar Rarefeito) escreveu um sensacional livro-reportagem, em que descrevia os passos dados pelo jovem Chris McCandless por todo o território americano. Como muita gente sabe, a viagem do garoto de 23 anos não acabaria bem em um parque isolado do Alasca - sendo que o Alasca já é isolado por si mesmo. Agora o excelente cineasta e ator Sean Penn (e pensar que em seu começo de carreira ele sofreu intensamente com a crítica) tranpôs para a tela a história de Chris McCandless em Na Natureza Selvagem. O jovem idealista, que abandonou família, estudos, bens materiais e até o nome - se rebatizou de Alexander Supertramp (Supervagabundo) passou dois anos vagando pelos Estados Unidos, convivendo com pessoas tão ou mais deslocadas do que ele. A interpretação de Emile Hirsch como Alex é comovente e magistral. A trilha sonora, composta por Eddie Veder, do Pearl Jam, também é agradável.

“Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale)

Foto: Universal Pictures "Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale), direção de Simon Curtis, promete ser o últ...