domingo, janeiro 17, 2021

“Sombras do Terror” (The Shed)

Um filme que por causa do nome genérico, acabamos não dando nada. Mas que é uma obra de terror com nada diferente, mas que traz um charme especial. “Sombras do Terror” (The Shed), é dirigido por Frank Sabatella, e conta uma história de vampiros divertida, tendo como protagonista um adolescente, Stan (Jay Jay Warren), que vive com seu avô agressivo e abusivo Ellis (Timothy Bottoms).
Um dia, o vizinho Joe Bane (Frank Whaley) vai para a floresta caçar e acaba sendo atacado por uma criatura, que é um vampiro. Ele é mordido e acaba se transformando ele mesmo em um vampiro. E fugindo da luz do sol, que é fatal para ele, acaba se escondendo em um galpão no pátio da casa de Stan. Aliás, o galpão é o nome original do filme, convenhamos, muito mais significativo e inteligente do que “Sombras do Terror”, comprovando mais uma vez a falta de criatividade das distribuidoras brasileiras.
Stan é um boa praça, quase nerd, e apaixonado pela amiga de infância Roxy (Sofia Happonen) e costuma livrar o amigo Dommer (Cody Kastro) dos valentões do colégio. E o jovem começa a notar que algo de estranho está acontecendo no galpão – primeiro seu cachorro entra no lugar e é morto, depois a criatura escondida lá dentro começa a matar outros seres humanos que se aventuram a invadir o seu esconderijo. E a coisa começa a ficar ainda mais grave quando Dommer descobre o vampiro e decide atrair os caras que o espancam na escola.
“Sombras do Terror” não é nenhuma obra-prima, mas consegue ser divertido e assustador, com seus personagens clichês. A gente até saca qual será a próxima vítima da criatura noturna, num verdadeiro banho de sangue – ah, sim, as cenas são repletas de violência e gore.
Cotação: bom
Duração: 97min
Chico Izidro

quinta-feira, janeiro 07, 2021

“Receita Secreta” (Nana's Secret Receipt)

“Receita Secreta” (Nana's Secret Receipt), direção de Mehul Shah, se passa naquelas cidadezinhas americanas interioranas, onde cinco amigas, quase todas elas entrando na terceira idade, são enganadas por um investidor, que rouba todas as economias da vida delas. Para sair da crise, decidem abrir uma loja de bolos e biscoitos – até descobrirem que uma delas está com um câncer praticamente terminal e com poucos meses de vida. E ela alivia as dores fumando maconha.
O que as amigas decidem fazer? Fazer alguns quitutes batizados pela erva e começam a faturar. E assim juntar grana para pagar um caro tratamento à amiga no México. Claro que vendendo os biscoitos com maconha, elas acabam prejudicando os negócios do traficante local, que decide ir atrás delas.
No meio disso tudo, são mostrados os dramas particulares de cada uma. Uma se sente infeliz no casamento, onde o marido aposentado se recusa a sair do sofá, uma outra, viúva, que não consegue esquecer o falecido e seguir em frente, a terceira, que esconde ser gay, e por aí vai. O filme acaba sendo uma mistura de comédia com drama, mas porém é mal executado, apesar de tratar de um tema delicado – o uso de maconha para p uso medicinal.
As atuações beiram o amadorismo. As personagens não conseguem ser naturais e quase declamam suas falas, por vezes não sabendo se posicionar em frente às câmeras. O elenco é totalmente desconhecido, com nomes como Linda Bradshaw, Nancy L. Gray, Cinda Donovan, Trish Powell, Charlotte White, Michelle Sherrill, Matthew E.G. Jones e Aaron Carolina.
O filme está disponível nas seguintes plataformas digitais: NOW, Looke, Microsoft, Vivo Play, Google Play e Apple TV.
Cotação: regular
Duração: 1h44min
Chico Izidro

“Umbrella”

A partir desta quinta-feira, dia 7 de janeiro, fica disponível no Youtube “Umbrella”, com direção de Helena Hilario e Mario Pece. Ele é o primeiro curta nacional de animação a entrar na corrida pelo Oscar®. Criado pelo estúdio criativo independente Stratostorm, o filme traz em sua narrativa a mensagem de empatia com a história e memórias afetivas de Joseph, um menino que vive em um orfanato. A produção fica disponível na plataforma até dia 21 de janeiro, gratuitamente.
A trama é sensível e emocionante, e mostra o pequeno Joseph, que em um orfanato vê uma menina e sua mãe chegarem para entregar presentes às crianças órfãs. E elas têm um guarda-chuva amarelo, que lhe acende memórias de quando mais pequeno ao lado de seu pai, um imigrante, que desesperado, teve de deixá-lo na instituição. E a história segue até a velhice do garoto. Toda a trama ocorre sem diálogos.
“Criamos um curta metragem sem diálogos pois queríamos que a mensagem fosse universal, e que as emoções e reflexões ecoassem pela própria narrativa, pela animação e música”, lembra Helena. “Após a qualificação de Umbrella, optamos por divulgar o filme na plataforma livre do Youtube. Queremos que o público finalmente assista e compartilhe essa linda história para apoiar o cinema nacional independente”, complementa.
Inspirado em uma situação vivenciada pela irmã da diretora, o filme já tinha feito história no audiovisual do país ao ser selecionado em 19 festivais que qualificam para a disputa por um lugar na Academia, entre eles o Tribeca, Cinequest, Chicago International Film Festival, Calgary International Film Festival, Animayo, e outros. O projeto foi escrito em dezembro de 2011 e ganhou vida e carreira em 2019.
“Escrevemos um roteiro com um storytelling voltado para um curta-metragem. Nosso sonho e objetivo era fazer um curta de animação e representar um momento triste em forma de arte. Nos inspiramos em um evento real para criar uma história bonita e delicada. E assim entendemos que não podemos julgar as pessoas sem saber o que tem por trás daquela vivência. Todo mundo passa por situações que nem imaginamos, por isso devemos ser gentis uns com os outros”, comenta Helena. “Por isso pensamos em trazer a empatia e a esperança para essa narrativa. Algo que precisamos cada vez mais e mais”, completa.
O curta estará disponível em https://www.youtube.com/watch?v=Bl1FOKpFY2Q
Cotação: ótimo
Duração: 7min
Chico Izidro

segunda-feira, janeiro 04, 2021

“Mulher-Maravilha 1984” (Wonder Woman 1984)

O segundo filme das aventuras da Princesa Amazona Diana chega aos cinemas em “Mulher-Maravilha 1984” (Wonder Woman 1984), direção de Patty Jenkin – o primeiro filme é de 2017. E agora a história é mais deliciosa de se curtir, para mim naquele clima bem oitentista que o título já entrega, com nada daquela coisa de vilões de outros planetas que deseja acabar com o mundo, mas dois atrapalhados humanos ambiciosos.
A trama tem como fundamental uma pedra ancestral misteriosa, que concede desejos para quem a tocar. Assim, Diana Prince (Gal Gadot), imortal e solitária, e trabalhando como arqueóloga no museu Smithsonian, em Washington, mas sonha em ter de volta seu grande amor, morto ainda nos anos 1940. E para seu espanto, Steve Trevor (Chris Pine) ressurge na pele de outra pessoa, mas ela só enxerga o amado, e começa a debelar sua solidão. Porém, a pedra também atende o pedido da desengonçada e rejeitada nerd Barbara Minerva (Kristen Wiig), que deseja ser como Diana, linda e sexy.
Porém junto vem os super-poderes da amazona. E claro, o falido e trambiqueiro empresário do ramo do petróleo Maxwell Lord (Pedro Pascal), que também toma conhecimento da pedra mágica e a quer para si. O problema é que ao atender um pedido, a pedra também quer algo valioso do pedinte em troca. Barbara e Max ficam poderosos, e Diana é obrigada a abrir mão de algumas coisas para poder combatê-los.
E as cenas de ação são muito bem-feitas, com excelentes efeitos especiais. No começo, os personagens de Wiig e Pascal parecem meio patéticos, mas depois os dois acertam a mão. E claro, Gal Gadot muito à vontade no papel da super-heroína. Ah, cena pós-crédito traz uma participação de Linda Carter, a musa que foi a primeira Mulher-Maravilha no seriado televisivo dos anos 1970. Eu me diverti.
Cotação: ótimo
Duração: 2h35min
Chico Izidro

domingo, dezembro 27, 2020

"Um Detetive em Chinatown" (Detective Chinatown 2)

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b>O começo de Um Detetive em Chinatown (Detective Chinatown 2), direção de Sicheng Chen, me lembrou o filme “Assassinato Por Morte”, de 1976, um de meus preferidos na infância, onde vários detetives são reunidos em uma mansão para desvendar um crime. Mas foi apenas uma impressão inicial. Pois nesta nova obra, detetives são reunidos no bairro chinês de Nova Iorque por um chefão local. Ele oferece uma recompensa de 5 milhões de dólares para quem descobrir o assassino do seu neto.
Então a dupla formada por Chin Fong, que chega em Nova Iorque vindo da China, a convite do seu primo Tang Ren, que já havia protagonizado um filme de 2015, parte para desvendar o crime e tentar a recompensa. Os dois são extremos. Fong é inteligente, esperto, enquanto que Ren é serelepe, mas meio burro, porém bom de briga. E claro que os dois acabam sendo acusados do crime e têm de fugir dos demais captores, em cenas de pura correria pelas ruas de Nova Iorque. E dê-lhe festival de piadas estilo “Zorra Total”, personagens caricatos, tudo sem a mínima graça nos dias de hoje – o estilo de humor utilizado serviria talvez lá nos anos 1960 e 1970. Hoje não faz o mínimo sentido.
E para piorar, nos créditos, os produtores decidiram imitar os filmes de Bollywood, com um número de dança e música com os atores do filme. Fuja. “Um Detetive em Chinatown” está disponível nas seguintes plataformas digitais NOW, Looke, Microsoft, Vivo Play, Google Play e Apple TV.
Cotação: ruim
Duração: 121min
Chico Izidro

quarta-feira, dezembro 16, 2020

“Freaky: No Corpo de Um Assassino”

Nas décadas passadas, foram lançados vários filmes onde ocorria a troca de corpos, entre eles “Vice & Versa”, com Fred Savage, de “Anos Incríveis”, “Sexta-Feira Muito Louca”, com Jamie Lee Curtis e Lindsay Lohan, até os nacionais, como “Se Eu Fosse Você”, com Tony Ramos e Glória Pires. Todos eles tinham algo em comum, que era serem comédias escrachadas. Agora o cinema de terror dá as caras com “Freaky: No Corpo de um Assassino” (Freaky), direção de Christopher Landon, misturando adolescentes em perigo, um serial killer, e uma leve pitada de humor. O resultado acaba sendo positivo, muito graças as interpretações de seus protagonistas.
A premissa é simples: uma jovem colegial tem seu corpo trocado por o do de um assassino serial através de uma adaga mágica, que o matador havia pegado em uma casa, após eliminar todos os moradores, entre eles um colecionador de antiguidades. E ao tentar matar a jovem Millie (Kathryn Newton), Blissfield Butcher (Vince Vaughn) usa a adaga, e apenas fere a jovem. E isso resulta na troca dos corpos dos dois.
Então Millie tem apenas 24 horas para encontrar o serial killer e feri-lo com a mesma arma. O problema é que agora ela está no corpo de um homem de quase 2 metros, procurado pela polícia, com o rosto estampado em cartazes espalhados pela cidade e na TV. E Blissfield Butcher está no corpo dela, tendo todo um colégio cheio de adolescentes prontinhos para serem mortos.
A graça está em ver as atuações de Kathryn Newton, novata que consegue passar toda a maldade e sadismo em seus olhares, soltando pura perversidade. E Vince Vaughn tendo de imitar os trejeitos de uma garota assustada é outro achado do filme. “Freaky” é um ótimo filme, que usa com muita criatividade os clichês e fazendo uma excepcional ponte entre os filmes de adolescentes com filmes de terror.
Cotação: ótimo
Duração: 1h43min
Chico Izidro

quinta-feira, dezembro 10, 2020

“Mank”

Assisti “Cidadão Kane” (1941) em VHS lá em meados dos anos 1980 e fiquei maravilhado com a obra de Orson Welles. Vi e revi inúmeras vezes. Sim, talvez seja o melhor filme de todos os tempos. Pois agora David Fincher, mestre do cinema, diretor de clássicos como “Seven”, “Clube da Luta”, “Zodiaco”, “O Curioso Caso de Benjamin Button” decidiu contar a tumultuosa história do roteirista Herman J. Mankiewicz da obra-prima icônica de Orson Welles, em “Mank”, que traz a Hollywood em seus tempos gloriosos, entre os anos 1920 e 1950, apresentando ainda o cenário político-social daquela época, sofrendo os efeitos da Grande Depressão.
“Cidadão Kane” é uma das obras mais celebradas do cinema, mas sempre foi cercada de polêmicas e dificuldades para ser feito. Ele retrata a vida do magnata da mídia sensacionalista William Randolph Hearst, que decidiu boicotar o longa. E “Mank” mostra a briga do roteirista sua luta com o autor Orson Welles pelo crédito do script da obra (os dois acabaram ganhando o Oscar pelo trabalho).
Welles era o queridinho da mídia, com apenas 24 anos, sendo era o garoto-prodígio do rádio e do teatro que havia ficado famoso ao assustar os Estados Unidos com a sua apresentação de “Guerra dos Mundos”, de H.G. Wells em 1938. Mas o filme também retrata a vida tumultuosa de Mankiewicz, vivido esplendorosamente por Gary Oldman, e que na visão de Fincher é o verdadeiro pai da matéria.
Porém o protagonista é mostrado de forma dura, quase cruel. Seu talento é reconhecido, participando da Era de Ouro de Hollywood entre 1926 e 1952, e entre outras obras, não foi creditado em outro clássico, “O Mágico de Oz”. Mank era um homem genial, mas também inconsequente, adúltero e alcóolatra – ele morreu cedo, com apenas 55 anos, vitimado pelo vício. A sua fonte para escrever o roteiro de “Cidadão Kane” era a amiga, a atriz Marion Davies, interpretada por Amanda Seyfried, amante por trinta anos de William Randolph Hearst. O encontro da atriz com Mankiewicz foi fundamental para ele escrever o roteiro.
“Mank” foi todo ele filmado em câmeras digitais e as cenas foram tratadas para parecerem película envelhecida. O som foi gravado em apenas um único canal, sim, o velho sistema mono, o mesmo foi feito para a trilha sonora. E o que pode incomodar as gerações mais novas é que o longa de Fincher é todo em preto e branco, assim como “Cidadão Kane” (a galera tem preguiça de ver filmes que não sejam coloridos e pior, que não sejam dublados). “Mank” é tecnicamente brilhante e uma ode à indústria do cinema que é Hollywood.
O filme está disponível na plataforma Netflix.
Cotação: excelente
Duração: 2h11min
Chico Izidro

“Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale)

Foto: Universal Pictures "Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale), direção de Simon Curtis, promete ser o últ...