quinta-feira, setembro 27, 2007

Festival do Cinema Fantástico


Você é chegado a um cineminha de terror? Então não perca o Festival do Cinema Fantástico, que começa nesta-feira, dia 28 de setembro, e vai até o dia 7 de outubro nas salas P.F Gastal, na Usina do Gasômetro, Eduardo Hirtz, na Casa de Cultura Mario Quintana, e Cine Santander, no Santander Cultural. São várias sessões diárias, com cerca de 30 títulos, com ingressos a R$ 4,00. Alguns dos filmes da mostra: Ratos (Itália, 1984), Predadores da Noite (Itália, 1980), A Última Esperança da Terra (EUA, 1971), Zombie 2 (Itália, 1979), Calafrios (Canadá, 1975), Sangue de Pantera (EUA, 1942), Vampiros de Alma (EUA, 1956) e o clássico Monstros (Freaks, de Tod Browning, EUA, 1932).

O Vidente



Veja O Vidente, de Lee Tamahori, e com Nicolas Cage como se estivesse devorando uma história em quadrinhos. E das boas. Ele é Chris, um mágico de Las Vegas que tem o dom de prever o futuro - apenas dois minutos, desde que esteja envolvido nele. Mas o governo americano, na pele da sempre excelente Juliane Moore, acredita que o vidente possa ajudar na descoberta de um atentado terrorista em Los Angeles. Só que Chris não pretende se envolver no incidente e foge, sendo ajudado por Liz (a beleza Jessica Biel- que lábios!!!). Muitos efeitos especiais - repare na cena em que Chris persegue os terroristas numa fábrica ou quando ele escapa dos federais numa reserva indígena. E Nicolas Cage, com um dos piores cabelos da história do cinema, parece se divertir muito na pele de seu personagem.

Ligeiramente Grávidos



O que pode acontecer após uma noite de bebedeiras? Uma gravidez indesejada. Pior se acontecer entre dois jovens completamentre diferentes e com projetos de vida totalmente opostos. É o que acontece em Ligeiramente Grávidos (Knocked Up), de Judd Apatow, o mesmo de O Virgem de 40 Anos. Alison Scott (Katherine Heigl, do seriado Grey's Anatomy) vai a uma boate junto com a irmã Debbie (Leslie Mann, esposa do diretor e dona de uma voz muito irritante) para comemorar a promoção na emissora de tevê em que trabalha, e lá conhece Ben (Seth Rogen, considerado um dos melhores roteiristas da nova geração e que participou de vários seriados televisivos, onde geralmente seus personagens são semelhantes ao do filme, um jovem fumante de maconha e fã de cultura inútil). Os dois acabam transando, mas na pressa, acabam deixando a camisinha pra lá. Semanas depois, chega a notícia e os dois têm de entender, mesmo sem estarem emocionalmente envolvidos.
E enquanto a loira sonha com o sucesso profissional e tem de esconder a barriga cada vez mais crescente, Seth quer curtir sua maconha com os amigos e projetar, apenas projetar um site onde as atrizes de Hollywood são mostradas nuas.
A comédia tem seus altos e baixos e as citações ao universo pop são intensos - quem não está acostumado com revistas em quadrinhos, seriados, filmes de ação, poderá não entender algumas das piadas. Ligeiramente grávidos, no final, tenta mostrar que, no final, chega uma hora em que temos de amadurecer, sem ser pedante. O problema é que, chega um momento em que perde o fôlego, mas nada que diminua a boa história.

Hairspray - Em busca da Fama



Travolta relembra seus momentos de dançarino de Os Embalos de Sábado à Noite no musical Hairspray - Em Busca da Fama, de Adam Shankman, e refilmagem do clássico trash homônimo de 1998, dirigido então por John Waters. Só que desta vez Travolta está embaixo de quilos e quilos de espuma, no papel ou na "pele" da fofíssima Edna (no original papel interpretado pelo travesti Divine), mãe da adorável gordinha Tracy (a estreante Nickki Blonsky).
O filme trata de preconceito e de como acabar com ele, na Baltimore no início dos anos 1960. Tracy quer dançar em um programa de televisão local, que só aceita jovens bonitos e brancos. E ela é baixinha e gordinha, totalmente fora dos padrões. E esbarra na malvada Velma - Michelle Pfeiffer num surpreendente papel de má, pois quase sempre ou sempre interpreta as heroínas - e sua filha Amber (Brittany Snow, do finado seriado American Dreams, que era transmitido pela Sony nos sábados à noite entre 2002 e 2004). Além disso, o filme mostra a luta dos negros contra o apartheid oficial presente na sociedade americana daqueles anos barra-pesada.
Para quem gosta de musicais é um prato cheio, pois quase não há pausa entre uma música e outra. Todo o elenco está afiado e ocorrem cenas antológicas, como a dança de Travolta e Christopher Walken no quintal.

Nunca é Tarde para Amar



Michelle Pfeiffer tem 40 e poucos anos, é produtora e redatora de um seriado televisivo e não namora há 10, desde que se separou do marido Jon Lovitz - que vive fazendo cirurgias plásticas. Até que surge em seu caminho o ator quase trintão Paul Rudd, que também está em Ligeiramente Grávidos. Ela se apaixona pelo cara, só que resiste ao amor, enquanto tenta cuidar da filha adolescente e chatinha Izzy, que mostra os primeiros sinais de puberdade, em Nunca é Tarde Para Amar (I Could Never Be Your Woman). Antes de tudo, mais um título para a coleção dos piores.
A personagem de Pfeiffer, extremamente magérrima, mas linda, é Rosie, que apaixonada, tem momentos de ciúme quase adolescentes, se veste com roupinhas apertadas e decotadas e com direito a devaneios, onde conversa com a mãe natureza (a atriz inglesa Tracey Ulmann, engraçadíssima). Tirando isso e algumas intervenções histriônicas de Adam (Rudd), o filme é previsível e sem nenhuma novidade em relação a diversos filmes românticos. Mas para quem está apaixonado, pode ser um bom programa.

Os Mensageiros



Apesar de Sam Raimi (Homem-Aranha e Uma Noite Aluciante) na produção, Os Mensageiros (The Messengers, de Oxide Pang Chun e Danny Pang) é de uma chatice absurda. Após vários problemas em Chicago, uma familia se muda para uma casa isolada numa pequena cidadezinha do interior. Lá os filhos do casal começam a ser perseguidos por fantasmas, enquanto corvos voam pelo local toda a vez que uma assombração resolve dar as caras. Nem mesmo com um elenco que conta com Dylan McDermott, John Corbett (de Casamento Grego e Sex and the City) e a bonita Penelope Ann Miller (O Pagamento Final) consegue salvar o filme, que só dá susto em quem for muito medroso. Eu, sinceramente, tive de brigar para não dormir durante os "intermináveis" 90 minutos de projeção.

terça-feira, setembro 11, 2007

As Leis de Família



O cineasta argentino Daniel Burman, do excelente O Abraço Partido, volta à cartaz com mais um belo filme, Leis de Família (Derecho de Família, 2005). Uma Buenos Aires quase atemporal, um jovem advogado, Ariel Perelman (Daniel Hendler) contando sua vida quase sistemática na promotoria pública, nas aulas da faculdade. Até que se apaixona pela aluna e também professora de Pilates Sandra (Julieta Diaz). Tudo em sua vida é planejado: "ela será minha esposa, amanhã farei isso, etc".
Passados dois anos, já casado com Sandra e com um filho, Ariel começa a ser procurado com mais frequência pelo pai, também advogado. Os dois passam a se envolver como não ocorria há muitos anos, pois Perelman pai quer que Perelman filho assuma os seus negócios, não explicando o porquê. Porém Ariel resiste, pois sonhou para si uma vida diferente. O filme é lento, devagar quase parando, mas nem por isso aborrecido. Pelo contrário, é reflexivo, nos fazendo pensar em nossas próprias vidas. Belo e emocionante.

Eu os Declaro Marido e...Larry



Um dos filmes mais politicamente incorretos dos últimos tempos e por isso, hilário: Eu os Declaro Marido e...Larry (I Now Pronounce You Chuck and Larry), de Dennis Dugan (O Paizão). Um bombeiro, Larry (Kevin James, o gordinho do recém-finado seriado King of the Queens) pede a seu melhor amigo Chuck (Adam Sandler), que aceite se casar com ele. Com isso, ele poderá colocar seus filhos como beneficiários em seu seguro de vida.
O problema é que os dois eram vistos como heterossexuais convictos e isso origina uma investigação do governo, que suspeita de fraude. O negócio é os dois passarem a agir como gays, mesmo!, enquanto são ajudados pela linda advogada interpretada por Jessica Biel - que cai de amores por Chuck, que não pode se revelar... Então dê-lhe piadas grosseiras contra os gays, retratados de uma forma extremamente estereotipada, vide uma festinha à fantasia.
No final, porém, a comédia tem uma queda brusca, quando decidiram passar uma lição de moral, com direito a discurso de Richard Chamberlain, ex-galã de novelas americanas e astro do clássico Pássaros Feridos e da série sessentista Dr. Kildare. Há alguns anos ele se declarou gay, depois de anos dentro do armário.

Espíritos 2



Em Espíritos 2, de Banjong Pisanthanakun e Parkpoom Wongpoom, o roteiro brinca de M. Night Shyamalan. Para começar, o filme não tem nenhuma relação com o primeiro, onde um fotógrafo era atormentado pelo fantasma de uma garota que ele atropelara.
Neste, a bela Pim (Masha Wattanapanich) tem lembranças da irmã Ploy. Elas eram gêmeas siamesas, porém a segunda morreu ainda na adolescência e seu fantasma passa a perseguir Pim, que se casou com o namorado Vee (Vittaya Wasukraipaisan). Ele acha que a esposa está doente e pede que ela freqüente um psiquiatra. Pim se opõe, além de guardar um segredo só conhecido pela mãe, que se encontra internada em um hospital.
Porém você fica lá, esperando os sustos, mas nada acontece - até é interessante quando o terror é apenas sugerido. Só que em Espíritos 2, repete-se portas batendo, tombos na escada, o fantasma no espelho, a banheira assombrada. Clichês, clichês. E no final, tem a pegadinha que costuma acontecer nos filmes do M. Night Shyamalan. Dá para ver, mas não espere muito.

Hora do Rush 3



A Hora do Rush 3 e mais ou menos como alguns filmes pornôs: só vale a hora da ação! O resto do tempo é uma "encheção" de lingüiça completamente desnecessária. Tirando as lutas de Jack Chan, como sempre bem coreografadas e onde ele vive se espatifando, nada mais importa neste terceiro volume da série. Desta vez a ação começa em Los Angeles e vai parar em Paris (na HR1, a ação ocorria nos States, na HR2, em Hong Kong), onde a dupla formada por Chan e o irritante e insuportável Chris Tucker tentam proteger a garota que pode levar ao líder de uma organização criminosa milenar. No filme, a presença octogenária do sueco Max von Sidow e do franco polonês Roman Polansky. Porém nem a presença dos dois ícones justifica a ida ao cinema. A Hora do Ruch 3, aliás, tem uma profusão de piadas racistas, não perdoando ninguém - negros, brancos, asiáticos. Passe.

“QUEER”

Foto: Paris Filmes “QUEER”, dirigido por Luca Guadagnino a partir de um roteiro de Justin Kuritzkes, é baseado em romance homônimo de 1985...