quinta-feira, outubro 15, 2009

CHE - A GUERRILHA








CHE - A GUERRILHA é a continuação de Che, de Steven Soderbergh, lançado no começo deste ano. Nas suas duas primeiras hora e meia, Soderbergh recriou a vitória da revolução cubana orquestrada por Fidel Castro (Demién Bichir) e Guevara. Agora, na sua parte final, o filme se prende totalmente na tentativa de Che de implantar a revolução na Bolívia, um país totalmente atrasado em 1966/67 (aliás, ainda o é atrasado), partindo da selva, como fizera no Caribe. Como se sabe, os camponeses, por mais que vivessem um estado de extrema pobreza, não embarcaram na utopia do médico argentino.
A visão de Soderbergh sobre Che é por demais simpática. Não aparece ali aquele guerrilheiro cruel, que não perdoava os seus inimigos. E visto quase como um santo e nisso CHE - A GUERRILHA peca (desculpem-me o trocadilho). O diretor ainda descarta a presença fracassada de Che no Congo e sua participação no governo de Fidel - quando ele não vacilava em mandar os adversários do regime para o famoso "paredón".
Porém a interpretação de Toro, coadjuvado por Franka Potente (Corra Lola, Corra), Joaquim de Oliveira e Catalina Moreno, entre outros, é primorosa. Definitivamente, o porto-riquenho Benício Del Toro (Traffic e Coisas que perdemos pelo caminho) nasceu para ser Ernesto "Che" Guevara. Detalhe: Matt Damon faz uma pequena aparição como um padre e tem mais falas do que Rodrigo Santoro, que vive o irmão de Fidel, Raúl Castro, atual governante de Cuba. Aliás, o brasileiro nem fala tem. Entra mudo e sai calado.
Cotaçã: bom.
Chico Izidro

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