quinta-feira, julho 26, 2018

"Missão Impossível: Efeito Fallout" (Mission: Impossible: Fallout)



"Missão Impossível: Efeito Fallout" (Mission: Impossible), com roteiro, produção e direção de Christopher McQuarrie, se tornando até o momento o melhor filme de ação do ano. E como nos longas de James Bond, o 007, a trama percorre vários países, mostrando belas paisagens. Aqui o agente Ethan Hunt passa por Londres, Paris e até Caxemira, na Ásia.

A história gira em torno de um terrorista, que com o uso de uma bomba de plutônio, deseja acabar com boa parte da população mundial. Para mim este é o único porém, pois sempre me pergunto qual a motivação do vilão em destruir o mundo? O que ele vai ganhar com isso? Governar o caos? Vá lá.

Então Hunt e seus parceiros tentarão impedir a ação terrorista, mas claro, tendo de lidar com traições e conspirações governamentais. Desde o começo, no entanto, a história engata com muitas cenas de ação, algumas de tirar o fôlego, como um salto de paraquedas sobre Paris, uma luta em um banheiro na mesma cidade, ou perseguições de motos e de helicópteros. Até chegar no climax, em um momento de prender a respiração, com Hunt lutando contra o vilão em cima de um penhasco na Caxemira.

O filme também é repleto de reviravoltas, algumas previsíveis, mas que não comprometem. E o interessante que apesar de a figura central ser Tom Cruise, todos os outros personagens ganham relevância e seu tempo para brilhar na tela.

Tom Cruise é o destaque, com seu Ethan Hunt fazendo verdadeiras acrobacias - ao melhor estilo Jackie Chan. Numa das cenas pulando um prêdio, ele acabou quebrando o tornozelo, atrasando a produção em oito semanas por causa de sua recuperação. A bela sueca Rebecca Ferguson vive a espiã e parceira de Hunt, Ilsa Faust. A trupe é completada pelo sempre hilário Simon Pegg e seu Benji Dunn e Ving Rhames como Luther. O vilão vivido por Henry Cavill também é um dos melhores dos últimos tempos. Enfim, um grande filme de ação, que não agride a inteligência do espectador, e que prende a atenção em suas mais de duas horas.

Duração: 2h28
Cotação: ótimo

Chico Izidro

"Em Guerra Por Amor" (In Guerra per Amore)



Não é um Fellini, mas o humor deste filme lembra muito o genial cineasta italiano morto em 1994, devido ao seu humor particular, debochando dos compatriotas. "Em Guerra Por Amor" (In Guerra per Amore), dirigido por de Pif (codinome do talentoso e divertido Pierfrancesco Dilberto), o filme se passa em 1943, durante a IIª Guerra Mundial.

O protagonista é Arturo, vivido pelo próprio Pif, que é um garçom sem eira nem beira morando em Nova Iorque, e apaixonado por Flora (Miriam Leone), sobrinha do dono do restaurante em que ele trabalha. O problema é que a garota foi prometida para Carmelo, um tipo meio mafioso.

Arturo planeja então pedir a mão de Flora para o pai dela. E é aí que surge o problema. Ele mora na Sicília. Então o destino dá uma mão, pois o sul da Itália é invadida pelas tropas americanas, em luta contra os fascistas de Mussolini. O garçom, sem condições de viajar para a Europa, acha uma forma: se alistar no exército e tentar ir para a Sicília, onde estão as tropas aliadas.

Mas em sua ingenuidade, Arturo acha que será o suficiente chegar na Sicília, achar o pai de Flora e ver os problemas resolvidos. Sem imaginar como a Sicília é um local atípico, com seus moradores ligados a máfia e a corrupção - enfim, não são flores para se cheirar. Pif mostra o povo siciliano de modo caricatural, mas de uma forma hilária toda especial. Para quem gosta de rir.

Duração: 1h39
Cotação: ótimo

Chico Izidro

"A Festa" (The Party)




"A Festa" (The Party), direção de Sally Potter, é uma comédia de humor negro, daquele humor bem típico inglês, o que significa não ser de boa compreensão para os brasileiros, que adoram algo mais escrachado. Nestra obra são mostradas piadas afiadas, deboche, mas sem a apelação de usar o corpo, como gosta de fazer o pseudo-humorista Leandro Hassum, que se considera sucessor do este sim genial Jerry Lewis.

A protagonista é a sempre glamourosa Kristin Scott Thomas, que interpreta Janet, recém escolhida para o cargo de Ministra da Saúde do Reino Unido. Para comemorar, ela e o marido decidem receber em sua casa vários amigos para uma janta.

Mas o que se esperava de uma comemoração, o que acontece são personagens inseguros, guardando segredos - a protagonista passa o tempo todo olhando o seu celular para ver misterioros recados, enquanto que o marido, o intelectual Bill (Timothy Spall) tem uma revelação muito forte para fazer. A história pode ser vista como uma mostra de como os governos podem ser corruptos, escondendo coisas de seus cidadãos. E a nova ministra é um retrato disso.

No elenco, vemos boas performances de Kristin Scott Thomas, Timothy Spall, Emily Mortimer, Cherry Jones, Patricia Clarkson e Bruno Ganz, que são a melhor coisa do filme, no papel de um casal que transforma "A Festa" em uma quase tragicomédia.

Duração: 1h11
Cotação: bom

Chico Izidro

"Ilha dos Cachorros" (Isle Of Dogs)




Wes Anderson volta a trabalhar com stop motion em “Ilha dos Cachorros”, dez anos depois de “O Fantástico Sr. Raposo”. O filme é feito quase que por encomenda para amantes dos caninos e também mostra a paixão do diretor pela cultura japonesa - boa parte do longa é falado em japonês, sem receber tradução.

A história se passa em um futuro próximo, no arquipélago japonês, que teve o crescimento intenso da população canina, o que acabou gerando uma espécie de vírus que pode infectar os humanos. Então, o prefeito Kobayashi, da cidade de Megasaki, assina um decreto expulsando todas as raças de cachorros, tanto os de rua quanto os domesticados. Todos eles são capturados e enviados a Trash Island, que se torna uma colônia de exilados: a “Ilha dos Cachorros”.

Quem irá tentar mudar o destino dos cachorros é o jovem Atari, órfão de apenas 12 anos tutelado pelo prefeito Kobayashi. O garoto pretende resgatar da ilha seu cão, Spots. Assim, sequestra um avião monomotor para ir à ilha, onde contará com a ajuda de uma matilha formada por Chief (Bryan Cranston), Rex (Edward Norton), Boss (Bill Murray), King (Bob Balaban) e Duke (Jeff Goldblum).
E é este elenco grandioso, que tem ainda Scarlett Johansson, Tilda Swinton e Yoko Ono, que se destaca na obra, além claro da animação, muito bem produzida. O que pode incomodar um pouco é o ritmo, por vezes, arrastado.

Duração: 1h42
Cotação: bom

Chico Izidro

"Todo Dia" (Every Day)




"Todo Dia" (Every Day), dirigido por Michael Sucsy, é baseado no livro de mesmo nome escrito por David Levithan. O filme apresenta uma história juvenil, romântica, mas sendo incrivelmente original e divertida, fugindo um pouco das tramas tradicionais voltadas para o público adolescente. Aqui os adultos também são fisgados.

O longa gira em torno da jovem Rhiannon (Angourie Rice), estudante do ensino médio que namora o popular Justin (Justice Smith), que se acha superior e não dá muita bola para a garota. Até que um dia, ele aparece todo romântico e leva Rhiannon para um passeio diferente. A garota se impressiona.

Aí é que aparece a figura de A. Ele é uma espécie de espírito, que tem o poder de acordar todos os dias em um corpo diferente, independente de gênero, cor ou idade. Mas não tem nada de maldição aqui. A é do bem e não busca entender porque é assim, simplesmente pula de um corpo para o outro há cada 24 horas. O espírito acaba por se apaixonar por Rhiannon, e aparece sempre em forma diferente para passar o tempo com ela.

"Todo Dia" (Every Day) tem uma trama forte, com poder de prender a atenção do público. Faz bem ainda a ponte entre a fantasia e realidade. É original e traz em sua protagonista uma personagem carismática. É um filme diferente.

Duração: 1h38
Cotação: bom

Chico Izidro

quinta-feira, julho 12, 2018

"Arranha-Céu: Coragem sem Limite" (Skyscraper)



Filme ruim pode ser bom? Até pode. Mas pode ser mais tenso, nervoso, com cenas que prendem a atenção e o fôlego. Este é o caso de "Arranha-Céu: Coragem sem Limite" (Skyscraper), dirigido por Rawson Marshall Thurber e que conta somente com o carisma de Dwayne “The Rock” Johnson, e tendo ainda a presença da ex-musa noventista Neve Campbell (Pânico e Party of Five), que andava sumida da telona. Ah, o filme ainda é uma mistura escancarada de "Inferno na Torre" com "Duro de Matar".

Johnson faz o papel de Will Sawyer, um ex-agente policial que perdeu uma perna durante uma ação de resgate a uma família. De positivo no acidente é ele ter conhecido a esposa Sarah (Campbell), que foi a médica que o tratou. Aí um salto de dez anos, e Will está em Hong Kong com a mulher e dois filhos gêmeos, sendo contratado como especialista de segurança do maior prédio do mundo.

Claro que existe uma trama criminosa para destruir o projeto, quando vilões põem fogo no arranha-céus, que está vazio, a não ser pelo proprietário, o magnata Zhao Long Zhi (Chin Han) e a família de Will. E o mocinho de uma hora para a outra passa a ser acusado de ter praticado o crime.

Ou seja, além de ter de provar a sua inocência, Will terá de tentar salvar a sua família, presa na linha acima do fogo. Então dê-lhe cenas de ação, algumas de prender o fôlego, ainda mais para quem não gosta de alturas. Mas o herói, usando uma perma mecânica, consegue fazer malabarismos completamente irreais nas alturas.

O crédito já foi para o espaço. E ainda por cima a produção decidiu colocar em cena vilões extremamente caricatos, daqueles que a primeira aparição, você já sacou que o personagem está tramando uma maldade. E pobres dos capangas, sem voz e apanhando e morrendo sem soltarem uma palavra. E claro que tudo vai acabar bem para Will e a sua família.Não é spoiler, pois o próprio Dwayne “The Rock” Johnson afirmou recentemente que em seus filmes nunca vai haver final triste. O bem sempre vence.
Duração: 1h42
Cotação: regular

Chico Izidro

"Hannah"



O filme é todo de Charlotte Rampling, que dá um show de atuação em "Hannah", direção do italiano Andrea Pallaoro. A história é repleta de mistério e sofrimento e prende a atenção, pois o espectador fica na expectativa de saber o que ocorreu.

Rampling vive Hannah, uma senhora já em seus 70 e poucos anos de vida, que aos poucos vai vendo a sua velhice se degradar. Tudo porque ela vê o marido ir cumprir pena no presídio - o crime não é explicado. Mas Hannah passa a viver só, apenas acompanhada do cachorro do casal, que também entra em crise ao sentir falta do dono.

A velha senhora vai vendo tudo ao seu redor desmoronar. O filho não a quer por perto, os vizinhos se mostram distantes e até mesmo sua entrada na piscina pública do bairro é proibida. Se ela tem culpa do que está vivendo? Mistério.

O filme transcorre em sua quase hora e meia quase sem diálogos, apenas vivendo da interpretação dessa excepcional atriz inglesa - que não demonstra medo e vergonha nenhuma em aparecer totalmente nua em vários momentos.

Duração: 1h35
Cotação: ótimo

Chico Izidro

"Rei" (Rey)



Baseado em uma história real, mas filmado de uma forma estética e experimental completamente fora dos padrões, "Rei" (Rey), direção de Niles Atallah, é uma verdadeira viagem sensorial. E não é de fácil assimilação para pessoas que curtem filmes convencionais. A trama fala sobre um aventureiro francês, Antoine de Tounens (Rodrigo Lisboa), que viajou ao Chile nos anos 1860.

O seu objetivo era o de fundar uma monarquia em uma região indígena região inóspita no sul do país - sua ideia era de usar os próprios nativos como súditos e como exército, pois eles estavam descontentes com o governo chileno, que os perseguia e os exterminava. Assim, Tounens sonhou em criar o Reino da Araucania e da Patagônia, declarando-se rei do local. Ele tinha como aliado o líder indígena da região, Mañil, que por infelicidade morreu antes de o francês iniciar a sua empreitada.

Atallah dividiu a obra em cinco partes. Em uma delas ocorre o julgamento de Tounens pelo governo chileno, que não gostou nenhum pouco das atividades do francês - e a parte se caracteriza pelos atores utilizarem máscaras no formato dos próprios rostos dos personagens. Ficou interessante. Além disso, "Rei" se caracteriza por ter diálogos falados em espanhol e mapudungun, língua indígena local.

Duração: 1h31
Cotação: ótimo

Chico Izidro

''Homem-Formiga e a Vespa" (Ant-Man and the Wasp)



''Homem-Formiga e a Vespa'" (Ant-Man and the Wasp), dirigido por Peyton Reed, traz novamente Paul Rudd como o super-herói que usando um traje especial tem a capacidade de mudar de tamanho incessantemente, seja diminuindo, seja aumentando. Desta vez ele tem a ajuda em sua aventura da Vespa (Evangeline Lilly). O filme é repleto de ação, mas também é uma divertida comédia.

A trama de ''Homem-Formiga e a Vespa" se inicia depois dos acontecimentos de ‘Capitão América: Guerra Civil’. Scott Lang (Paul Rudd) está cumprindo prisão domiciliar, enquanto que Hope van Dyne (Lilly) e Dr. Hank Pym (Michael Douglas) estão foragidos. Mas eles vão se unir para tentar salvar Janet van Dyne (Michelle Pfeiffer), presa em um universo paralelo há três décadas.
Só que eles têm de lidar durante a missão com a vilã Ghost (Hannah John-Kamen), que auxiliada pelo professor Bill Foster (Laurence Fishburne), quer se apoderar da tecnologia desenvolvida pelo Dr. Pym para se livrar de uma maldição que carrega no corpo. E tem ainda o bandido Sonny Burch (Walton Goggins), que deseja a tecnologia para ficar mais rico.

A obra se permite momentos variados, seja de ação e são muitas, e também de comédia, onde se destaca o personagem Luis (Michael Peña). Ele está hilário a cada aparição, e como no primeiro filme, aparece de novo, agora por causa do soro da verdade, narrando parte da história, de uma forma cômica intensa.

Já Paul Rudd e Evangeline Lilly apresentam uma química incrível, sendo que o ator, assim como Ryan Reynolds achou o personagem de sua vida em Deadpool, encontrou em Ant-Man sua melhor obra cinematográfica. Já Michelle Pfeiffer e Michael Douglas também têm seus momentos de destaque. E a técnica usada para rejuvenecê-los, assim como Laurence Fishburne, é muito boa. Excelente.
''Homem-Formiga e a Vespa" ainda tem uma ligação com os outros filmes do Universo Marvel - claro, tendo ainda a participação especial de Stan Lee -, no final, em cena pós-crédito - "Vingadores: Guerra Infinita".

Duração: 1h58
Cotação: ótimo

Chico Izidro

quinta-feira, julho 05, 2018

“Mulheres Alteradas”




A série de livros que fizeram muito sucesso no começo dos anos 2000 da escritora argentina Maitena Burundarena agora virou filme brasileiro sob direção de Luis Pinheiro: "Mulheres Alteradas" é uma comédia que mostra o dia a dia de quatro mulheres que começam a sofrer a crise dos 30 anos.

Elas são amigas próximas e completamente diferentes e sofrendo problemas típicos de mulheres de suas idades. Keka (Deborah Secco) está vendo o casamento com Dudu (Sérgio Guizé) ficar cada vez mais morno, sem tesão e muito marasmo. Marinati ( Alessandra Negrini) é uma workaholic que havia feito um pacto consigo mesma de nunca se apaixonar, até que conhece e se encanta com Christian (Daniel Boaventura).

Já Leandra (Maria Casadevall) é a festeira, que entra em crise por ainda não ter constituído família e passa a desejar ser mãe. E por fim, a sua irmã Sônia (Monica Iozzi), que aos poucos começou a se cansar da vida de dona de casa e mãe de duas crianças que não lhe dão sossego e passa a sonhar em aproveitar a vida.

O filme tem um roteiro agradável, mesmo que por vezes repita velhos vícios de outras comédias. Mas o espectador consegue se identificar com as situações vividas pelas quatro personagens. As quatro mulheres ganharam boas interpretações, com destaque para Deborah Seco e Alessandra Negrini, que dá um show de sensualidade e beleza, e olha que ela está com 47 anos e não aparenta ter 30!
Enfim, "Mulheres Alteradas" apresenta uma boa história, com espaço para reflexão, mas também para muito humor, nada de escrachado, mas com piadas espertas e inteligentes. Um filme nacional, que é uma comédia, acima da média.

Duração: 1h35
Cotação: bom

Chico Izidro

“QUEER”

Foto: Paris Filmes “QUEER”, dirigido por Luca Guadagnino a partir de um roteiro de Justin Kuritzkes, é baseado em romance homônimo de 1985...