quarta-feira, outubro 23, 2024

“O QUARTO AO LADO” (The Room Next Door)

Foto: Warner Bros.
“O QUARTO AO LADO” (The Room Next Door) é o novo filme do espanhol Pedro Almodóvar. Antes de falar sobre ele, só a estranheza de assistir a uma obra do diretor falada em inglês e não sua língua nativa – assim como foi diferente ter visto o mais recente longa-metragem de Woody Allen, “Golpe de Sorte em Paris”, todo falado em francês.
A trama mostra o reencontro de duas ex-colegas jornalistas em Nova Iorque, Ingrid (Julianne Moore) e Martha (Tilda Swinton). As circunstâncias da vida e o trabalho perigoso de Martha, que seguiu carreira como repórter de guerra, causaram um afastamento natural entre elas. Já a outra virou uma escritora de sucesso.
E Ingrid se encontra na cidade, pois está lançando um novo livro, e é visitada pela amiga em uma das sessões de autógrafos. As duas começam a se ver novamente, e Martha, que também havia se afastado da filha, que nunca perdoou a ausência da mãe, por sempre preferir se dedicar mais ao trabalho do que a família.
Mas Martha surge com uma bomba: ela tem um câncer terminal, que muda completamente a sua vida, e até aceita ser cobaia de um tratamento experimental. Ingrid visita a amiga no hospital, e decide voltar outras vezes. Desta forma, as duas passam a trocar lembranças de vários períodos de suas respectivas vidas.
No entanto, o tratamento não dá o resultado esperado. Desta forma, o filme passa de uma obra de reencontro em uma obra de discussão, pois Martha decide pela eutanásia, que é ilegal nos Estados Unidos, e quase em todo o resto do mundo.
Para realizar o ato extremo, aluga uma casa no interior, no meio de uma floresta, e pede que Ingrid a acompanhe e seja a pessoa que estará no “quarto ao lado” quando chegar a hora.
As duas veteranas atrizes estão excelentes, mostrando uma grande química. E Tilda Swinton emagreceu tanto para o papel, que realmente choca por seu realismo.
“O Quarto ao Lado” dialoga de forma muito madura com uma questão muito polêmica, que é a eutanásia. Além disso, a obra não é feita para se chorar, mas sim refletir. Por que uma pessoa tem de ficar sofrendo com uma doença incurável e não pode optar por deixar este mundo sem as leis do estado? Um debate muito profundo.
Cotação: ótimo
Duração: 1h47min
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=G4DdJyO7N9w

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