quarta-feira, março 05, 2025

“MICKEY 17”

Foto: Warner Bros Pictures
“MICKEY 17”, NOVO FILME DO DIRETOR SUL-COREANO BONG JOON-HO, O MESMO DO OSCARIZADO “PARASITA” (2019) é baseado no romance Mickey 7, escrito por Edward Ashton em 2022.
No filme, acompanhamos o jovem Mickey Barnes (Robert Pattinson), que ao lado de seu parceiro Timo (Steven Yeun, o Glenn de The Walking Dead) tem um negócio de doces na Terra, mas para manter a firma, acabam se endividando com um perigoso agiota. Temendo serem mortos, ambos decidem encarar uma viagem espacial patrocinada pelo magnata e político Kenneth Marshall (Mark Ruffalo).
Marshall pretende iniciar uma colonização em outros planetas, e divide os inscritos no programa em vários setores. Mickey, não se sentindo útil, alista-se no programa de “humanos descartáveis”, para ser enviado em missões suicidas em outros planetas. E sempre que cumpre uma tarefa, ele morre, e o upload de sua mente é introduzido em seu mesmo corpo, que é reimpresso, em uma nova versão. Mais exatamente um clone.
Então, um dia em uma missão em um planeta gelado, Mickey fica preso numa caverna junto com animais alienígenas e dado como morto. Porém, ele sobrevive e ao voltar para a nave, constata que um “outro seu” foi reimpresso, e Mickey é forçado a conviver com seu duplo, o Mickey 18, trazendo situações inusitadas.
Sendo um filme do politizado Bong Joon-Ho, o filme é cheio de críticas sociais, de como o ser humano pode ser dispensável, até mesmo como as pessoas são suscetíveis a acreditar em políticos mentirosos e aproveitadores, no caso o personagem de Ruffalo.
O outrora criticado Robert Pattinson mostra ter evoluído com o tempo, desde seu insonso vampiro da cinessérie “Crepúsculo”, chegando ao ótimo “The Batman” (2022), de Matt Reeves. Ele consegue passar características diferentes para os seus diferentes Mickeys, tanto com humor, quanto com agonia e desespero. Já o quase sempre excelente Mark Ruffalo tropeça, apresentando um personagem caricato e exagerado.
Talvez fosse mais curto, e muita coisa poderia ter sido cortada, que não faria falta e “Mickey 17” poderia acertar. Porém, se torna um filme muito pretensioso, ao tentar misturar vários gêneros e errando o alvo em quase todos.
Cotação: regular
Duração: 2h17
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=GQUAxORWmqc

“A SEMENTE DO FRUTO SAGRADO” (The Seed of the Sacred Fig)

Foto: Mares Filmes
“A SEMENTE DO FRUTO SAGRADO” (The Seed of the Sacred Fig), dirigido pelo cineasta iraniano Mohammad Rasoulof, é um longa-metragem em colaboração entre Irã, Alemanha e França. E que enfureceu o governo teocrata do país da Ásia.
A trama se desenrola em Teerã e segue a história de Iman (Misagh Zare), um juiz de instrução recém promovido casado com Najmeh (Soheila Golestani) e pai de Rezvan (Mahsa Rostami) e Sana (Setareh Maleki). Ele vive para o regime, acreditando fielmente em Alá, e parece não notar que os jovens no Irã cansaram do rigoroso regime ditatorial dos aiatolás, que impedem a liberdade das pessoas – as mulheres, principalmente, não possuem vozes ativas e são obrigadas a tapar os cabelos com o hijab.
Vários protestos estão ocorrendo pelo país, e suas filhas querem participar. Mas dentro de casa vivem a mesma repressão das ruas, principalmente através da mãe, que não acredita nos desejos da juventude, afinal foi criada para ser servil.
As coisas pioram quando uma colega de Rezvan é presa depois de ter sido pega no dormitório da faculdade, machucada pelas agressões sofridas pela polícia. E a arma de Iman some da casa, com ele acreditando que uma das filhas roubou. O pai e juiz do regime então mostra dentro das paredes de seu lar o que ele faz para aqueles que protestam contra o governo – passa a impor medidas severas que abalam os laços familiares e as meninas chegam a passar por uma sessão de interrogatório para confessarem o crime.
“A Semente do Fruto Sagrado” é um excepcional filme, provavelmente gravado às escondidas, e que mostra como os 45 anos de ditadura teocrática deixaram as novas gerações cansadas de rigor religioso, principalmente questões delicadas relacionadas à obrigatoriedade do uso do véu (hijab) para as mulheres no Irã e a repressão contra as pessoas que desafiam as normas do regime islâmico. Nos últimos anos, muitas jovens estão sendo presas e mortas por se negarem a usar o hijab. Religião mata.
Cotação: excelente
Duração: 2h47min
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=IAXWFIY0S4Y

“ÚLTIMO ALVO” (Absolution)

Foto: Imagem Filmes
HÁ UM TEMPO, LIAM NEESON DISSE QUE NÃO TINHA MAIS IDADE PARA FILMES DE AÇÃO (o ator está com 72 anos). Mas ele não consegue se desassociar do gênero, e agora chega “ÚLTIMO ALVO” (Absolution), dirigido por Hans Petter Moland.
Eu estaria mentindo se dissesse que não curto os filmes com o ator norte-irlandês. Porém, a fórmula segue praticamente a mesma – um homem solitário, distante da família e que decide salvar alguma pessoa em situação de risco.
Aqui, Neeson interpreta Murtagh, um ex-boxeador que trabalha como segurança para um chefão mafioso em Boston, Charlie (Ron Perlmann) há três décadas, vive sozinho e tentando se reconectar com a filha e o neto. Então descobre ter uma doença degenerativa, com poucos meses de vida. Assim, decide tentar deixar um bom legado, se aproximando do neto, dando a oportunidade de amar novamente com uma falante garota, vivida por Yolonda Ross, talvez o melhor personagem do filme.
E claro, Murtaugh tem como missão fundamental libertar uma garota obrigada a se prostituir pelo cafetão Armando (Omar Moustafa Ghonim), propiciando na parte final aquelas cenas clássicas de filmes de Liam Neeson, com muitos tiros, facadas.
O “Último Alvo”, pelo menos, tem menos correria e um pouco mais de reflexão entre os filmes do gênero. Porém, os clichês estão todos lá. E o final é igual a “Na Mira do Perigo” (The Marksman), também protagonizado por Liam Neeson, em 2021.
Cotação: regular
Duração: 112min
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=nnKQGkDn7xk

“MICKEY 17”

Foto: Warner Bros Pictures “MICKEY 17”, NOVO FILME DO DIRETOR SUL-COREANO BONG JOON-HO, O MESMO DO OSCARIZADO “PARASITA” (2019) é baseado ...