quinta-feira, novembro 20, 2008

ESPELHOS DO MEDO



Kiefer Sutherland deu um tempo no seu personagem Jack Bauer, de 24 Horas, para se envolver em um filme que se pretende de terror. Espelhos do Medo (Mirrors, de Alexandre Aja). E a história até começa interessante, com um antigo prédio abandonado devido a um incêndio e que costuma levar à loucura os seguranças que ali trabalham. Ben Carson (Sutherland) é um policial traumatizado pela perda de um colega, alcoólatra e separado, que aceita a missão de ser guarda noturno no local. E ali passa a ter visões fantasmagóricas através dos espelhos, que por trás escondem criaturas aterrorizantes. E que perseguirão o policial e seus familiares. Alguns sustos aqui e ali e uma solução para mais de inconsistente determinam o fracasso do filme. Mas os minutos finais são interessantes, lembrando a antiga série Além da Imaginação. É a única sacada boa de Espelho do Medo, que claro, não revelarei aqui.

BRANCA DE NEVE DEPOIS DO CASAMENTO



Os contos de fada sempre deram motivo para que a sacanagem tirasse uma casquinha. Até mesmo o cinema nacional nos anos 1970 apelou para a "ignorância" com o clássico Histórias que Nossas Babás Não Contavam. No desenho animado, Branca de Neve - Depois do Casamento, de Jean-Paul Picha, é mostrada a personagem ingênua (talvez a única da história), mas com coadjuvantes nem tão puros assim. Para começar, o principe encantado é um polígamo por força de um encanto. Ele é obrigado a casar cim toda aquela mocinha que ele acordar com um beijo. Já os Sete Anões são seres verdes, repugnantes, que só pensam em traçar Branca de Neve. E a Bruxa Má, bem, a Bruxa Má sempre foi um dos personagens mais eróticos dos contos de fada, mesmo que aqui ela seja uma velha caidaça. Sacanagem pura, para ficar bem longe da criançada.

MISSÃO BABILÔNIA



Os filmes de Vin Diesel vem piorando cada vez mais. Não que ele já tenha estrelado alguma obra-prima, com exceção para O Resgate do Soldado Ryan, sim, ele estava lá. Mas Velozes e Furiosos era até divertido e Triple X fazia lembrar um pouco os mais recentes 007. Só que em Missão Babilônia, direção de Mathieu Kassovitz (que entre outros dirigiu O Ódio) conseguiu realizar um dos mais fracos filmes de ficção científica dos últimos tempos. Se você quiser uma referência, puxe pela memória pelo bom Filhos da Esperança, com Clive Owen. Em Missão Babilônia, num futuro próximo, o mercenário Toorop (Diesel) tem de levar uma garota, Aurora (Mélanie Thierry) da Mongólia até Nova Iorque, enquanto que uma seita os persegue, já que a menina tem poderes que podem mudar o destino da humanidade.

quinta-feira, outubro 23, 2008

AS DUAS FACES DA LEI



Um dia Roberto de Niro e Al Pacino foram considerados os melhores atores americanos. Com o tempo, transformaram-se nos senhores careteiros, principalmente De Niro, e isso fica evidente no novo As Duas Faces da Lei, direção de Jon Avnet. A história é complicada, mal-contada e com um final que deixa muito a desejar. Um serial-killer está matando vários bandidos e a suspeita recai sobre o policial Thomar Cowan (De Niro), que não tem álibis a não ser o tempo passado com a amante, a legista Karen (Carla Gugino) e os 30 anos de serviços prestados à polícia nova-iorquina. Depois de quase duas horas, fica a pergunta: o que pensavam os roteiristas?

mulheres - o sexo forte



Um filme onde não aparece um homem em cena. Mulheres, o Sexo Forte (The Women, de Diane English) fala de quatro amigas nova-iorquinhas – alguém aí lembrou de Sex and the City? –, que vivem problemas como separações, a preocupação com a manutenção do emprego, gavidez, as roupas da moda...E tudo girando em torno Mary (Meg Ryan, linda), que se descobre traída pelo marido. E como escrevi no começo, os personagens masculinos são citados, mas nunca aparecem em cena. Mulheres é engraçadinho, mas nada original.

MANDELA - A LUTA PELA LIBERDADE



Nelson Mandela passou 27 anos preso pelo regime racista do apartheid na África do Sul, entre 1963 e 1990. Mas nunca desistiu de seus ideais. Sua força de vontade, a separação da família, os insultos sofridos por policiais preconceituosos. Nada disso o dobrou. Aliás, ganhou uma enormidade de seguidores pelo mundo, inclusive o carcereiro branco, completamente racista, interpretado por Joseph Fiennes (irmão de Ralph Fiennes).
Ele foi colocado para cuidar de Mandela (Dennis Haysbert) pois conhecia a língua xhosa (pronuncia-se Côsa). Com o tempo, o convívio com o líder negro o faz mudar seus conceitos e até passa a sofrer perseguição por aqueles que um dia defendeu. Os dois homens acabam se tornando, se não amigos, pelo menos admiradores no ótimo Mandela - A Luta pela Liberdade, de Bille August. O filme é baseado na biografia do próprio carcereiro, James Gregory, que morreu de câncer em 2004. E em nenhum momento cai nas facilidades de um dramalhão, mesmo na cena em que a filha do guarda vê um grupo de negros ser espancado por policiais brancos. Pelo contrário, o filme faz pensar em como as coisas podem ser injustas. Um erro do filme, talvez seja o de os personagens, com excessão de Mandela ganhar cabelos brancos, é o de nunca envelhecerem. A bela alemã Diane Kruger, que interpreta a esposa do carcereiro, permanece com as mesmas feições e sem rugas ao longo de mais de 20 anos...

ÚLTIMA PARADA 174



Última Parada 174 não pretende ser fiel a história do menino de rua Sandro Nascimento, que em 12 de junho de 2000 raptou um ônibus e parou o Rio de Janeiro. Porém Bruno Barreto mostra bem o destino de crianças sem esperança e que vivem perdidas pelas ruas das grandes cidades, tentando sobreviver no dia a dia.
A história é baseada em fatos reais, cruzando a vida do verdadeiro Sandro, um dos sobreviventes da chacina da Candelária, no centro do Rio, em 1993, com um possível quase homônimo, orfão de pai e filho de Marisa, uma ex-drogada e que virou evângélica (Cris Viana).
Sandro (atuação destacada do garoto Michel Gomes) assume a identidade de Alessandro (Marcelo Mello Jr., que também dá uma aula de como ser um excepcional vilão no cinema), e poderia ter uma vida diferente, caso não tivesse fugido da casa dos tios com o sonho de conhecer Copacabana. Sem ter como voltar para casa, ele se junta a um grupo de meninos de rua. Ali ele selaria o seu destino. Sobrevivente da chacina, e sonhando em ser um cantor de rap, Sandro não consegue se adaptar ao mundo, pois é um rebelde, viciado em crogas e iletra do. Nem mesmo encontrando o carinho da mãe, que ele sabe não ser sua, e da representante de uma ONG, Walquíria (Anna Cotrim), ele se ajeita.
O espectador já sabe que tudo culminará na tragédia do ônibus 174, quando sequestra o veículo, causando a morte de uma das reféns e sendo morto pela polícia. Ultima Parada 174 deixa claro que não existe solução para o problema dos menores de ruas. As coisas só tendem a piorar.

“Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale)

Foto: Universal Pictures "Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale), direção de Simon Curtis, promete ser o últ...