quinta-feira, setembro 15, 2011

Professora sem Classe



Elizabeth sonha em ter seios bombados e descobre que se sua turma obtiver as melhores notas do Estado no semestre ela embolsará 7 mil e 500 dólares para poder fazer a cirurgia. O problema é que ela é uma professora de literatura desleixada que só passa filmes para seus alunos. Não está nem aí para eles, e nem para o noivo rico, que desconfiou, despachando-a. Ela acabou ficando na rua da amargura. E vive de golpes e fumando maconha.
Professora de Classe, dirigido por Jake Kasdan, acaba sendo uma surpreendente comédia de humor negro, onde os bons são patéticos. E os maus são maus mesmo e sempre levam a melhor. Cameron Diaz tem uma de suas melhores performances em muito tempo, abusando de seu sex appeal. O cantor Justin Timberlake, que já havia ido bem em A Rede Social, mostra ter tom para a comédia. Mas o destaque mesmo, além de Diaz, é a loira Lucy Punch, que participou de Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos (era a prostituta). Em Professora sem Classe, ela é a rival invejosa, que sempre se dá mal tentando provar que Elizabeth não é o anjo que demonstra ser diante dos pais e outros professores.
Professora sem Classe é um daqueles filmes que você não dá nada e acaba se surpreendendo.
Cotação: bom
Chico Izidro

segunda-feira, setembro 12, 2011

Cowboys e Aliens



Registros indicam que seres extraterrestres visitaram a Terra antes mesmo de os egípcios começarem a sua civilização. Por isso não é uma bobagem pistoleiros brigando com ETs no Velho Oeste da década de 1870. Isto é Cowboys e Aliens, dirigido por Jon Favreau (Homem de Ferro) e baseado em história em quadrinhos do mesmo nome, de Scott Michtell Rosenberg. O 007 Daniel Craig é o pistoleiro que acorda no meio do deserto, sem memória e com um bracelete no pulso esquerdo. Ele vai se dirigir para o miserável povoado de Absolution, que é apavorado por um garoto mimado, Percy (Paul Dana, de Sangue Negro), filho do fazendeiro Woodrow Dolarhyde (Harrison Ford, vivendo um de seus poucos papéis de bandido no cinema). Quando o local é atacado pelos aliens e suas naves, o que para a cultura daquela época era algo completamente incompreensível, homens bons e maus têm de se unir para acabar com o perigo vindo do espaço.
Cowboys e Aliens traz ainda referências claras a filmes interpretados por John Wayne, como Rastros de Ódio, de 1956. E
nenhuma atuação espetacular. Craig passa o tempo fazendo biquinhos e cara de mau. Ford está burocrático. Tem porém o bônus para os olhos masculinos, que é a atriz Olivia Wilde (do seriado House) e sósia da cantora de heavy metal Tarja Turunem, que interpreta uma misteriosa mocinha que segue e é rejeitada pelo personagem de Craig o tempo todo.
Cotação: bom
Chico Izidro

Esses Amores



Claude Lelouch trabalha há mais de 50 anos, fez mais de 40 filmes e dirigiu alguns dos principais atores europeus de todos os tempos. Em Esses Amores, o francês aproveita para falar de seu amor intenso pelo cinema, ao mesmo tempo que conta um século de história da França, entre o começo da I Guerra Mundial e 2011. Tudo passa pela personagem de Ilva (Audrey Dana, de Feliz Que Minha Mãe Esteja Viva), uma mulher que não consegue esconder e suprimir seus sentimentos. Por isso apaixona-se facilmente.
Lanterninha de um cinema na Paris ocupada pelos nazistas e namorada de um estudante de direito, Ilva acaba envolvendo-se com um oficial alemão após pedir que seu pai não fosse executado por causa de um atentado praticado pela Resistência Francesa. Sedutora, faz o germânico tocar a proibida A Marselhesa numa espécie de gaita em pleno escritório dos SS. Depois da Guerra, escapa de ser punida pelos seus compatriotas - todas as mulheres que haviam sido amantes de nazistas ou trabalhado para eles ou foram mortas ou tiveram os cabelos raspados - graças a ação de dois soldados americanos, que são como unha e carne: o rico e descendente de índigenas Jim Singer (Gilles Lemaire) e o boxeador negro Bob (Jacky Ido). Ilva viverá um triângulo amoroso com a dupla e uma simples moeda mostrará o destino dos três. Esse envolvimento de Ilva recorda o de Hanna Schygulla em O Casamento de Maria Braun, de Rainer Werner Fassbinder, de 1979. Uma citação a um outro grande cineasta, morto precocemente.
Além da homenagem ao cinema, a atores famosos (não perca a cena em que Lelouch destaca todos os grandes atores que foram dirigidos por ele), os musicais não são esquecidos. Os últimos 20 minutos de Esses Amores, onde Ilva é julgada por um crime que cometeu, e Lelouch se põe a lembrar sua própria vida no cinema, são de uma emoção que estava faltando.
Cotação: ótimo
Chico Izidro

Amor a Toda Prova



Steve Carell fazia o diferencial como o "doente" chefe Michael Scott na série The Office. O sucesso colocou o ator na rota do cinema e tirando O Virgem de 40 Anos e Pequena Miss Sunshine, Carell ainda está devendo. A sua nova investida é Amor a Toda Prova, de Glenn Ficarra e John Requa, consegue ser mais uma daquelas comédias românticas bobinhas e sem imaginação. Carell é Cal, casado há 25 anos com a namoradinha do colégio, vivida por Juliane Moore. Traído por ela, sai de casa e passa a frequentar um bar, onde não tem sucesso com as mulheres. Acaba sendo "adotado" pelo bon-vivant e sedutor Jacob (Ryan Gosling, de A Garota Ideal). O bonitão e malhado o ensina a ter confiança e ganhar as mulheres. Mas claro que o que Cal deseja é ter a mulher, Emily, de volta.
E evidente que neste tipo de comédia, todos os personagens que vão surgindo, estão interligados e isso vai sendo mostrado aos poucos. Num amontoado de clichês.
E claro que Jacob, apesar de ser um garanhão, quer mesmo ser como Cal, com mulher, um cachorro...
A presença de Kevin Bacon em Amor a Toda Prova quer mais uma vez reafirmar a famosa teoria dos seis graus de separação, formulada por Richard Gilliam, apaixonado por cinema. Lembram-se? Nesta teoria, qualquer ator ou atriz está ligado ao astro de Footloose, mesmo não tendo trabalhado com ele. O filme recorda a brincadeira. É a única coisa interessante nesta comédia chatinha.
Cotação: ruim
Chico Izidro

O Planeta dos Macacos - A Origem - Crítica de número 700



Quando o astronauta George Taylor (o mítico ator Charlton Heston) chega à beira da praia e constata não ter nunca saído do planeta Terra, mas sim viajado no tempo e constatado que os macacos eram agora os governantes, o que ele viu? A Estátua da Liberdade enterrada na areia. A clássica cena do primeiro Planeta dos Macacos, de 1968, tornou-se um marco da ficção científica e gerou muitos filhotes, desculpem o trocadilho, até chegar ao filme em que mostrava o começo do domínio dos símios na Terra. A explicação era apenas uma evolução natural dos macacos. Pois bem, mais de 40 anos depois e uma versão fraca feita por Tim Burton no começo deste século, foi concebido um novo filme e com uma nova explicação para o surgimento dos macacos falantes.
Em O Planeta dos Macacos - A Origem, de Rupert Wyatt, o cientista Will (James Franco, de 127 Horas e Homem-Aranha) busca a cura do mal de Alzeihmer, que acometeu o seu pai, Charles (John Lithgow, da série 30 rock from the sun e por ironia, ele também participou da comédia Um Hóspede do Barulho). O problema é Will trabalhar para um empresário mais interessado nos lucros do que na ciência em si. Após uma experiência ter falhado, todas as cobaias, com exceção de um filhote, são executados. O pequeno Ceasar é levado por Will para casa e criado como um filho, e logo demonstra ter uma inteligência acima do normal. Tirado das mãos do cientista e levado para uma espécie de zoológico após agredir um humano, passa a conviver com os seus semelhantes, e vai liderar uma revolução que começará o domínio dos macacos no mundo.
Já disseram que os personagens símios estão melhores do que os atores humanos. Mas os macacos foram produzidos digitalmente. E não dá para menosprezar há cada dia a evolução do ator James Franco, revelado na série teen Freaks and Geaks. Como seu par romântico, a lindinha Frieda Pinto, de Quem Quer Ser Um Milionário? e Você Ainda Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos. A indiana ainda parece perdida em Hollywood, mas se fizer sempre boa escolhas, terá um grande futuro.
O destaque, no entanto, fica com a perfeição dos efeitos especiais. Você jura que os macacos são reais e estão ali não estão atores fantasiados como ocorreu nos filmes dos anos 1960, 1970 e no de Tim Burton. O ator inglês Andy Deris serviu como base para o personagem de Ceasar, ele que já havia feito o Gollum em O Senhor dos Anéis e King Kong, ambos de Peter Jackson. E o filme, além dos efeitos, bons atores, ainda tem um final ótimo, com um gancho bem bolado para a sequência. E Ceasar, como um King Kong moderno e como o próprio nome explica (Ceasar homenageia o imperador romano), não no alto do Empire State, mas sim no topo de uma árvore em uma floresta, observando a cidade e o mundo que irá dominar.
Cotação: ótimo
Chico Izidro

domingo, setembro 11, 2011

A Viagem de Lucía



Nunca as más notícias chegam sozinhas. E não seria diferente para Lucía, uma comissária de bordo que vê a vida se transformar ao descobrir ser traída pelo marido e ainda ter desenvolvido câncer. Este é o mote de A Viagem de Lucía, de Stefano Pasetto. Infelizmente, o filme não tem o mesmo nível de outras obras produzidas na Argentina.
Ao ver tudo ir para o buraco, Lucía (Sandra Ceccarelli) entra em depressão e larga o emprego, voltando a dar aulas de piano como uma forma de tentar se recuperar. Assim conhece a espevitada Lea (Francesca Inaudi). A garota, de estilo alternativa, com cabelos curtos e coloridos e tatuagens, trabalha em um frigorífico, enquanto espera um emprego de bióloga. As duas são exatamente o oposto - uma fechada e triste e a outra alegre e espontânea. O que acaba gerando uma relação homossexual. E vendo Lea partir para a Patagônia, Lucía tem um arroubo e decide seguí-la, largando tudo em Buenos Aires.
A Viagem de Lucía, porém, tem uma montagem e roteiro confusos, onde ocorrem cortes bruscos, personagens entram na história e somem sem qualquer explicação. O romance lésbico também é mal-engendrado e não convence, além do que Francesca Inaudi, a Lea, é daquelas atrizes irritantes e péssimas, que achando que fazer cara triste e fumar cigarro se tornam algo um que atraente.
Cotação: ruim
Chico Izidro

quinta-feira, setembro 01, 2011

O Homem do Futuro



O que você faria se pudesse voltar no tempo e alterar a sua vida? Este tema é recorrente desde os primórdios do cinema e em diversas séries televisivas. Agora um novo tópico: Wagner Moura é um dos dois melhores atores do Brasil na atualidade, rivalizando com Selton Mello. E escrever isso é como chover no molhado. Ponto.
Após desencarnar de personagens pesados como Capitão Nascimento em Tropa de Elite e do vigarista Marcelo Nascimento (nenhuma familiaridade) em Vips, agora ele cai de cara na comédia romântica em O Homem do Futuro, de Cláudio Torres. Moura é Zero, um frustrado cientista, que aos 40 anos de idade ainda é apaixonado pela colega de faculdade Helena (Alinne Moraes, esbanjando sexualidade). Traumatizado, nunca casou, virou um solitário, pois nunca se refez de uma humilhação que sofreu pela mulher de seus sonhos numa festa. Zero acaba voltando acidentalmente no tempo ao tentar criar uma espécie de energia, parando exatamente na noite fatídica, 20 anos atrás. Assim tem a oportunidade de tentar alterar o que aconteceu em sua patética vida.
A reconstituição do começo dos anos 1990 é perfeita - e quem viveu aquele período turbulento no Brasil vai até se emocionar. Ainda mais que a música-tema do filme é Tempo Perdido, mais sugestivo impossível, do Legião Urbana. O Homem do Futuro, porém, sofre uma brusca queda em sua segunda parte, caindo no lugar comum mostrando diversas realidades alternativas com piadas sem graça. E aqui se propunha uma comédia romântica.
Quero fugir da tentação de contar o final, mas a cena do aeroporto é o supra-sumo do clichê. Imperdoável.
Cotação: regular
Chico Izidro

“Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale)

Foto: Universal Pictures "Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale), direção de Simon Curtis, promete ser o últ...