sexta-feira, setembro 20, 2019
"Rambo: Até o Fim" (Rambo: Last Blood)
Mexeu com minha família, mexeu comigo. Esta pode ser a chamada para a cinesérie "Busca Implacável", com Liam Neeson, ou "Desejo de Matar", imortalizado por Charlie Bronson. Mas aqui estamos falando de "Rambo: Até o Fim" (Rambo: Last Blood), escrito por Sylvester Stallone e dirigido por Adrian Grunberg, e que é para ser o quinto e último filme do personagem traumatizado pela Guerra do Vietnã.
O ex-soldado John Rambo (Stallone) agora vive em sua fazenda, com a caseira Maria (Adriana Barraza) e a garota que ele criou como filha e que o chama de tio, Gabrielle (Yvette Monreal), e que está de partida para a universidade. Porém a jovem tem um desejo incontrolável, que é achar o seu pai e saber porque ele abandonou a família dez anos antes. E mesmo com todos os conselhos de Maria e John, Gabrielle teima e parte para o México.
Porém ao cruzar o Rio Grande, ela é sequestrada por traficantes de garotas, que pretendem vendê-la como prostituta. Então John vai atrás da garota e as coisas começam a sair dos eixos, culminando num verdadeiro banho de sangue. E desta vez os vilões, que já foram a polícia americana, os russos, os vietnamistas, são mexicanos - e não poderiam ser mais estereotipados. Bigodudos, cabeludos, de aspecto sujo, cruéis.
E talvez este seja o filme mais violento da série. Rambo mata mais de 60 bandidos e das formas mais absurdas, desde facadas, degolas, explosões, tiros, flechadas. Se esige estômago forte. E Stallone se sente à vontade no papel de um dos dois personagens ícones que criou para o cinema, o outro é o boxeador Rocky. Este Rambo é somente para fãs.
Cotação: bom
Duração: 1h39
Chico Izidro
"A Música da Minha Vida" (Blinded By The Light)
Antes de tudo, frazer uma crítica ao título nacional do britânico Blinded By The Light, aqui intitulado "A Música da Minha Vida" de forma equivocada. O personagem principal, o jovem Javed (o ótimo Viveik Karla) vira fã da obra de Bruce Springsteen, que muda o seu jeito de ver a vida, ou seja, não é a música e sim as músicas...
Passado isso, esta obra é mais uma carregada de música, a exemplo dos recentes e ótimos "Rocketman" e "Yesterday". O longa é dirigido pela indiana Gurinder Chadha, e é focado nos anos 1980, na pequena cidade inglesa de Luton, a 51 km ao norte de Londres, e foca em Javed, britânico de ascendência paquistanesa. Estamos em 1987, e o adolescente sonha em ser escritor, mas sofre com o conservadorismo do pai, Malik (Kulvinder Ghir), que deseja que o filho siga as tradições familiares.
O pai, mesmo morando na Inglaterra desde jovem, não se sente integrado, seguindo fiel às suas raízes, e acha que o filho também não deve se integrar - como pano de fundo o avanço da Frente Nacional, formada por neonazistas que querem a saída dos imigrantes do país, em crise e com profundo desemprego da população.
Javed conhece através de um colega de escola de origem sikh, Roops (Aaron Phagura) as músicas de Bruce "The Boss" Springsteen. E isso lhe faz ver a vida de outra forma - parece que as letras do cantor americano são feitas para ele, que se empolga ainda mais em sua escrita, ao mesmo tempo que engata um namoro com a colega branca Eliza (Nell Williams). Mais um contraste....
O interessante de toda esta história é que ela é baseada em fatos reais. No final de "A Música da Minha Vida" (Blinded By The Light) aparecem imagens dos personagens reais, que viveram aquelas situações naquele período, reproduzido com perfeição. Roupas, carros, cabelos, tudo remete aos anos 1980, época muito forte no imaginário de muita gente.
Cotação: ótimo
Duração: 1h57
Chico Izidro
"Midsommar: O Mal Não Espera A Noite" (Midsommar)
O cineasta sueco Ari Aster agitou os filmes do terror com "Hereditário", em 2018. Agora, ele aparece com mais uma obra perturbadora, "Midsommer: O Mal Não Espera a Noite" (Midsommar). A história lembra aqueles filmes dos anos 1960 e 70, que acontecem em uma comunidade onde as pessoas parecem normais, tranquilas, mas na realidade escondem o pior do ser humano.
A trama foca no casal Dani (Florence Pugh) e Christian (Jack Reynor), que parece distante, ela muito dependente dele. Até que um dia uma tragédia se abate sobre a família da garota, logo quando o rapaz se preparava para viajar à Suécia com seus amigos e colegas para visitar uma comunidade rural, de onde veio Pelle (Vilhelm Blomgren), que fez o convite. Seria só uma viagem entre garotos, mas Christian se vê obrigado a convidar a namorada, esperando que ela não aceite, mas acontece o contrário.
Já na Suécia, os amigos se dirigem à comunidade, onde todos andam sempre de branco, com flores na cabeça, lembrando os velhos hippies. Parece tudo normal, mas quanto mais os jovens tentam conhecer e se infiltrar no lugarejo, mais as coisas vão ficando sombrias, e eles vão sumindo sem mais nem menos, sempre que entram em desacordo com as regras não escritas do local.
"Midsommar: O Mal Não Espera A Noite" assusta logo nos minutos iniciais, com uma cena de suicídio, e vai progredindo em mortes macabras e chocantes. O diretor não se preocupa em chocar - vide "Hereditário", com uma decapitação aterradora e inesperada. Aqui os rituais pagãos dão a tônica.
Cotação: bom
Duração: 2h18
Chico Izidro
"Depois do Casamento" (After the Wedding)
“Depois do Casamento” (After the Wedding) é uma adaptação do filme dinamarquês de 2006 de mesmo nome, dirigido por Susanne Bier. Esta nova versão é dirigida por Bart Freundlich, e mudam os protagonistas, que no original eram homens. Agora a história foca em duas mulheres, vividas por Michelle Williams e Julianne Moore.
Michelle Williams é Isabel, uma norte-americana que cuida de um orfanato na Índia, e que está precisando urgentemente de doações. Ela então é convocada para ir até Nova York conhecer Theresa (Julianne Moore), que virou milionária como proprietária de uma agência de publicidade e que pretende ajudar Isabel. Ao mesmo tempo, a empresária está envolvida no casamento de sua filha Grace (Abby Quinn).
Após uma reunião, Theresa convida Isabel a comparecer ao casamento. E as coisas irão complicar, pois durante a festa Isabel reencontra um ex-namorado, Oscar (Billy Crudup), que ironicamente agora é casado com a empresária. A partir disso, o passado dos personagens começa a vir à tona, gerando nuitos conflitos e também revelações chocantes.
O núcleo central de “Depois do Casamento” se destaca em suas atuações, com destaque para Julianne Moore. Mas Michelle Williams também consegue transmitir muita angústia e desespero com sua personagem. O problema é que, às vezes, a história descamba para o dramalhão, principalmente em sua parte final, quando um dos personagens revela seu destino cruel.
Cotação: regular
Duração: 1h50
Chico Izidro
"Branca Como a Neve" (Blanche Comme Neige)
"Branca Como a Neve" (Blanche Comme Neige), direção de Anne Fontaine, sim, tem muito a ver com a fábula dos Irmãos Grimn sobre a pobre mocinha cuja madrasta tenta matá-la, e ela é acolhida por anões na floresta. A história, aqui no entanto, se passa nos dias atuais, e segue a jovem e bela Claire (Lou de Laâge), que perdeu a mãe em um acidente. O pai administrava um hotel e casou de novo, com Maud (Isabelle Huppert). Só que ele morre também, a deixando nas mãos da madrasta.
Tudo vai bem até o dia em que Maud descobre que seu amante se apaixonou por Claire. Assim como a rainha má dos contos de fada, Maud tentará se livrar da garota. Assim contrata um matador para sequestrar e matar Claire - só que na floresta, ela é salva por um homem, que a leva para sua casa.
Quando a heroína acorda, descobre que seu salvador mora com um irmão gêmeo e mais um outro homem. E todos vão caindo de amores por Claire. No pequeno vilarejo no meio das montanhas, aparecem outros homens - um veterinário, um padre, um livreiro e seu filho. E todos vão se apaixonando por ela. Sete homens que representam os sete anões do famoso conto. O filme é uma comédia, e até os momentos sombrios, onde a rainha má ou Maud tenta matar Claire são divertidos. Como na cena da maçã envenenada - quem paga o pato é um esquilo.
Lou de Laâge está explêndida como a Branca de Neve moderna, um misto de inocência e sexualidade. Isabelle Huppert aparece pouco, mas quando surge rouba a cena, com a maldade cravada nos olhos.
Cotação: ótimo
Duração: 1h52
Chico Izidro
"Os Jovens Baumann"
O que é verdade e o que é ficção? "Os Jovens Baumann", direção de Bruna Carvalho de Almeida, brinca com esta questão, mostrando o que aconteceu com os primos Jota, Ana Paula, Caio, Fred, Tito, Bia, Debby e Isadora curtiam as férias na fazenda da família Baumann, em Santa Rita d’Oeste, no sul de Minas Gerais, e sumiram misteriosamente em 1992, como se evaporassem. O caso foi encerrado pela polícia naquele mesmo ano.
A única evidência na qual se tinham para buscar algo eram fitas VHS gravadas na época por Isadora Baumann. As imagens mostram todos eles batendo papo, tomando banho na lagoa, jantando, brincando naqueles dias de verão. Até que em um dia tudo acaba...
Não foi uma tarefa fácil realizar o filme, pois houve a necessidade complexa de produzir imagens de VHS para 95% do filme, para fazer tudo soar real e datado, como se estivessemos mesmo no início da década de 1990. "Os Jovens Baumann" acaba, com suas imagens, trazendo credibilidade e uma excelente direção de arte, figurino e a montagem. Fascinante.
Cotação: bom
Duração: 1h10
Chico Izidro
quinta-feira, setembro 05, 2019
"It - Capítulo 2" (It - Chapter Two)
O livro "It", do mestre do terror Stephen King já havia sido adaptado em 1990 em uma telessérie norte-americana, que foi lançada no Brasil em duas fitas VHS com o título "It – Uma Obra-Prima do Medo", que assisti diversas vezes. Já nos anos 10 do Século XXI, o diretor Andy Muschietti e a produtora Barbara Muschietti decidiram readaptar o livro de 1104 páginas em dois filmes. O primeiro saiu em 2017, e mostra o grupo auto-intitulado Os Otários combatendo o palhaço sobrenatural e assassino Pennywise no final dos anos 1980.
Agora, sai a continução, com "It - Capítulo 2" (It - Chapter Two), novamente com direção de Andy Muschietti, com o grupo se reunindo exatos 27 anos depois, devido ao retorno de Pennywise (Bill Skarsgård), que todos julgavam ter sido eliminado em 1989. O filme já começa violento, com uma sequência em um parque de diversões, onde ocorre um crime de ódio, com uma gangue surrando dois rapazes homossexuais. E é quando ressurge Pennywise.
Único remanescentes do Clube dos Otários a morar na cidadezinha, Mike (Isaiah Mustafa) começa a contatar o grupo, dispersado por várias cidades do país - Muschetti vai mostrando como está a situação de cada um deles, quase três décadas depois, muitos deles com frustrações e traumas. E ótima sacada foi pegar atores adultos que se assemelham muito as suas versões adolescentes.
Bill Hader, revelado em "Saturday Night Live", rouba todas as cenas como o Richie adulto, mostrando o drama do personagem e também colocando humor em suas cenas. James McAvoy vai bem como o protagonista Bill, assim como Jay Ryan, ótimo como o Ben (que de gordinho no primeiro filme, virou um homem musculoso e bonito), assim como James Ransone, Isaiah Mustafa, Andy Bean e Jessica Chastain, como a atormenda e sofrida Beverly, vítima de abuso dentro de seu lar. Mas tem de se tirar o chapéu para Bill Skarsgård no papel de Pennywise - sinistro, assustador e mentalmente perturbado.
"It - Capítulo 2" é longo, quase três horas, em certos momentos se mostra arrastado. Mas sempre sinistro, e com um final excepcional - que pode levar muita gente às lágrimas.
Cotação: ótimo
Duração: 2h49
Chico Izidro
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