terça-feira, novembro 15, 2022

"PANTERA NEGRA - Wakanda Para Sempre" (Black Panther - Wakanda Forever)

“Pantera Negra: Wakanda Para Sempre”, direção de Ryan Coogler, é um filme homenagem ao antigo protagonista do personagem da Marvel, o ator Chadwick Boseman, morto em 2020, vítima de câncer. E também uma obra com visão quase toda ela feminina, pois as mulheres são o centro da ação, lembrando muito o recente "A Mulher-Rei", mas como filme de herói, deixa muito a desejar.
A obra começa com uma bela homenagem a Boseman, cujo personagem é sempre citado ao longo de suas quase três horas e de seu legado para o reino de Wakanda - um rico e poderoso país africano, que possui um metal precioso, o Vibranium, que é o fator de conflito, pois é desejado pelas grandes potências mundiais. Mas os wakandianos rejeitam os pedidos para compartilhar a riqueza, pois acreditam que ele pode causar guerras.
Mas o filme também é de origem, ao introduzir o novo Pantera Negra, e também uma nova ameaça, o Princípe Submarino Namor (Tenoch Huerta), que luta para evitar a propagação do Vibranium pelo mundo, e para isso não descarta destruir e matar todo mundo que se oponha a ele, incluindo a jovem Riri Williams (Dominique Thorne), uma garota gênio da tecnologia que criou um instrumento capaz de localizar o metal precioso no fundo do mar.
Wakanda é governada pela Rainha Ramonda (Angela Bassett), tendo ao lado a filha nerd Shuri (Letitia Wright) e as guerreiras Okoye (Danai Gurira) e Nakia (Lupita Nyong’o). E aí já me incomoda de montão, pois sou totalmente antimonarquista, seja vida real ou ficção. E um filme que enobrece este sistema político me deixa muito p...da vida.
Além disso, suas cenas de ação são mais do mesmo, genéricas, e às vezes muito escuras, prejudicam a visibilidade. "Pantera Negra - Wakanda Para Sempre" é longo e arrastado, e ainda tem uma cena no meio dos créditos finais, que introduz um novo personagem - e aqui não vou dar um spoiler, mas talvez se ocorrer um terceiro longa, ocorra um salto temporal de uma década na história. Por fim, decididamente, não tenho mais paciência para filmes de super-heróis.
Cotação: regular
Duração: 2h41min
Chico Izidro

sexta-feira, outubro 21, 2022

"ADÃO NEGRO" (Black Adam)

"Adão Negro" (Black Adam), dirigido por Jaume Collet-Serra (diretor de entre outros, A Órfã, Águas Rasas e Sem Escalas) é baseado no personagem dos quadrinhos Black Adam, da DC Comics, grande adversário de Shazam!, e que possui super força, velocidade, resistência, capacidade de voar e de disparar raios. A trama começa contando a origem do personagem, que era um escravo no fictício reino de Kahndaq. Apesar de seus poderes, ele acaba os usando para o mal. E ele passa 3 mil anos aprisionado, até o filme pular para os dias atuais.
E no presente, Kahndaq encontra-se ocupada pela força militar da Intergangue, quando uma revolucionária, Isís (Sarah Shahi) encontra a coroa em uma caverna e, acaba libertando Adão Negro, interpretado por Dwayne Johnson). Inicialmente, ele é visto como o libertador de seu país, mas na realidaede ele tem pensamentos malígnos.
Ciente disso, Amanda Waller (Viola Davis) despacha um grupo de super-heróis, a Sociedade da Justiça, formada por Esmaga-Átomo (Noah Centineo), Ciclone (Quintessa Swindell), Gavião Negro (Aldis Hodge) e Senhor Destino (Pierce Brosnan) para tentar capturar Adão Negro. E neste ponto, o filme já foi para o ralo, transformando-se em apenas mais um filme de super-heróis, com nada de novidade. Apenas intermináveis lutas, prédios arrassados, batalhas confusas, com cenas escuras, onde não se consegue distinguir quem está lutando com quem, e nada de sangue, pois afinal de contas o público alvo é o adolescente. E claro, depois de muita pancadaria, o vilão e o grupo de heróis têm de unir forças para combater um mal maior.
Não gosto de ser simplista, mas o filme é ruim, as atuações são fracas, o roteiro é o mais do mesmo. E os efeitos especiais, principalmente quando surge um demônio, poderiam ser melhor trabalhados. Faltou vontade e sobrou preguiça.
Cotação: ruim
Duração: 2h04min
Chico Izidro

quinta-feira, outubro 13, 2022

"HALLOWEEN ENDS - O ACERTO DE CONTAS FINAL" (Halloween Ends)

class="separator" style="clear: both;">
"Halloween Ends - O Acerto de Contas Final", longa dirigido por David Gordon Green, é o terceiro filme da trilogia que começou em 2018, tendo mais uma vez Jamie Lee Curtis como Laurie Strode. A franquia teve início em 1978, com o filme "Halloween", de John Carpenter, que iniciou um ciclo apresentando o serial killer Michael Myers.
O novo filme inicia quatro anos após os eventos de "Halloween Kills: O Terror Continua" (2021). Laurie agora vive com sua neta Allyson (Andi Matichak) e está terminando seu livro de memórias. Depois de décadas de pesadelos e medo de viver, agora Laurie tenta recomeçar, sem medo.
A hiustória começa, no entanto, em mais uma noite de Halloween, quando Corey Cunningham (Rohan Campbell) vai trabalhar de babá, e acidentalmente o garoto que ele estava cuidando, acaba morrendo. O jovem é acusado de assassinato, e fica marcado pelo incidente, e apesar de inocentado, vira um pária na cidade de Haddonfield, sendo perseguido pelos moradores e sofrendo bullying. “Sem Michael Myers a cidade precisava de um novo monstro”, diz um dos personagens do filme, explicando o motivo da perseguição que sofre Corey.
E ele acaba atraindo a simpatia de Laurie, que o apresenta para Allyson, e os dois iniciam um relacionamento. Até que certa noite, Corey acaba se deparando com um grupo de jovens que o atormentam, e acaba agredido, caindo em um bueiro - nele se depara com a figura de Michael Myers, que o poupa da morte. E faz mais ainda, parecendo entrar na mente do jovem, que passa a ter instintos assassinos. A mudança em Corey não passa despercebida por Laurie, que acredita estar nele a reencarnação de Myers. E a cidade passa a viver novamente uma onda de terror e violência, com Corey possuído, saindo atrás de todo mundo que o incomodou, até mesmo usando a famosa máscara do serial killer.
O filme, no entanto, é de uma decepção quase total, apesar de um começo promissor. O romance de Corey e Allyson é totalmente apressado e sem sentido. E o ritmo é irregular, com momentos interessantes e outros que poderiam ser descartados - até mesmo as mortes, apesar de algumas serem bem fortes, como a do DJ ou de um dos bullys, muito sangrentos, quase doentios.
"Halloween Ends - O Acerto de Contas Final" poderia render mais, e apesar de o seu encerramento ter mostrado uma morte pesada para Michael Myers, e a garantia de que este é mesmo o último filme da franquia, nunca dá para acreditar. Pois afinal, sempre é possível no mundo do cinema criar um renascimento para certos personagens. E se dá lucro, porque acabar com tudo?
Cotação: Regular
Duração: 1h51min
Chico Izidro

domingo, setembro 25, 2022

“A MULHER REI” (The Woman King)

Inspirado em fatos históricos ocorridos no Século XIX, "A Mulher Rei" (The Woman King), é dirigido por Gina Prince-Bythewood, e protagonizado pela fantástica Viola Davis, que raramente erra em suas escolhas. A trama segue as guerreiras Agojie, um exército completamente feminino que protegeu o reino africano de Daomé, por cerca de 200 anos – isso aconteceu porque os homens morriam nas guerras ou eram trazidos para a América como escravos. Então as mulheres eram treinadas para o combate.
E na história, ambientada nos anos 1820, temos Nanisca (Viola), que treina as guerreiras, enquanto ao mesmo tempo combate o império Oyo, uma nação escravagista. Mas o roteiro não amolece, e mostra que sim, várias tribos africanas realmente vendiam outras tribos para os comerciantes de escravos – em determinado momento Nanisca chega a pedir ao seu rei que ele não transforme Daomé em uma tribo que vende seu próprio povo, e que eles foquem no comércio dos produtos locais para se sustentarem.
E o filme tem várias cenas de batalhas, lutas, todas muito bem encenadas. Mas Viola Davis até Disse que “A Mulher Rei” não é um filme de ação, e sim um filme de drama com cenas de ação. E mostra com firmeza o protagonismo feminino, retratando a força e a coragem das guerreiras Agojie – no mesmo dia em que assisti o filme, à noite estava zapeando na TV, e dei de cara com um documentário no canal Smithsonian sobre essas mulheres reais. Espetacular.
A obra tem ainda um elenco predominantemente negro e feminino, algo raramente visto em filmes, o que é mais fantástico ainda. Nada de amazonas loiras com superpoderes, mas mulheres negras lutando por suas nações, vidas e dignidade.
Além da excelente atuação de Viola, que consegue surpreender novamente, vivendo uma mulher forte, decidida, respeitada e extremamente corajosa, “A Mulher Rei” traz outras grandes atuações, como Thuso Mbedu, atriz sul-africana de 31 anos que interpreta Nawi, uma menina de 19 anos que se torna uma das principais guerreiras Agojie e Lashuana Lynch vivendo a forte e destemida Izogie.
“A Mulher Rei” é um filme que precisa ser visto, tanto por sua importância histórica (mesmo com a natural liberdade criativa), tanto pelas brilhantes atuações de suas poderosas atrizes.
Cotação: ótimo
Duração: 2h24min
Chico Izidro

“NÃO SE PREOCUPE, QUERIDA” ( Don't Worry Darling)

"Não Se Preocupe, Querida” (Don't Worry Darling), dirigido por Olivia Wilde, vinha chamando mais atenção devido as fofocas de bastidores, que envolviam troca de atores na última horam atritos com a diretoria e briga entre os atores, que teve até uma cena de um dos protagonistas cuspindo em um colega durante uma premiação (o que se provou ter sido falso).
Pois o filme, que transcorre nos anos 1950, conta a história de uma dona de casa, Alice (Florence Pugh), que mora com o marido, Jack (Harry Stiles), em uma comunidade fechada na Califórnia, conhecida como Projeto Vitória.
Na localidade, tudo é perfeito. Bonitas casa, donas de casa cuidando dos cônjuges, e quando eles saem para trabalhar – um tal secreto Projeto Vitória – o mesmo nome do condomínio, elas se dedicam a limpar as casas, fazer balé, beber drinks à beira da piscina, até a volta dos maridos para casa.
Tudo tão certinho, até o dia em que uma amiga e vizinha de Alice começa a ter atitudes estranhas, e reclamando para todos que alguma coisa está errada no local. As pessoas dizem que ela está enlouquecendo.
Porém Alice não acha normal a atitude da amiga e passa a questionar toda aquela normalidade. Em determinado momento, vê à comunidade, mas ninguém parece ter notado o acidente ou o ignora. Isso liga o sinal de alerta em Alice, que inicia uma investigação sobre o que existe por trás dessa comunidade tão exemplar. E com uma virada na história, Alice descobre o que está por trás de sua vida que parecia tão perfeita.
O roteiro é até bem amarrado, no entanto é muito previsível, pois desde o começo o espectador nota que aquele localidade não é tão normal como aparenta ser, assim como os seus moradores. Não existe novidade na trama.
Mas a atuação de Florence Pugh como a atormentada Alice é esplendorosa, na mesma linha de outro filme estrelado por ela, o terror “Midsommar – O Mal Não Espera a Noite” (2019). Já seu par, o astro pop Harry Stiles, ainda precisa comer muito feijão para sair da mediocridade. Enfim, “Não Se Preocupe, Querida”(Don't Worry Darling)”, é um filme de terror psicológico mediano.
Cotação: regular
Duração: 2h03min
Chico Izidro

sexta-feira, setembro 02, 2022

"Era Uma Vez Um Gênio" (Three Thousand Years of Longing)

Em "Era Uma Vez Um Gênio" (Three Thousand Years of Longing), direção de George Miller, sim, aquele mesmo de "Mad Max", a história gira em torno de Alithea Binnie (Tilda Swinton), uma estudiosa de histórias e mitologia, que encontra um "djinn" (Idris Elba), que conforme a tradição, concede três desejos à ela. Alithea está participando de uma conferência em Istambul, na Turquia, quando se depara com a criatura fantástica. O filme, cuja trama foi escrita por George Miller e Augusta Gore é baseada no na coleção de contos “The Djinn in the Nightingale’s Eye”, de A. S. Byatt, lançado em 1994.
Alithea é uma pessoa de natureza solitária desde a infância – são mostrados flashbacks onde ela, interpretada por Alyla Browne, aparece criando um amigo imaginário. Já adulta e mais fechada, devido muito a um casamento fracassado, parece aceitar a situação. Mas ao libertar o gênio, três desejos lhe são concedidos e, quando eles forem realizados, a criatura estará livre, após três aprisionamentos distintos nos últimos três mil anos.
O problema é que Alithea não tem muitas ambições, nada que deseje, além do que desconfie do gênio, e sendo uma estudiosa, sabe que sempre os pedidos acabam dando errado, trazendo prejuízos para todos. Assim, o gênio conta para ela o que aconteceu com ele durante os milhares de anos, desde o palácio da Rainha de Sabá (Aamito Lagum) às profundezas do Mar Vermelho; de Constantinopla ao fundo do Estreito de Bósforo. Estas cenas são fantásticas, muito bem produzidas, com figurinos criados por Kym Barret, o trabalho de fotografia de John Seale e o design de produção de Roger Ford.
Até aí a história funciona, mas de repente algo se solta, se perde, e o filme perde a graça, apesar do esforço de Tilda e de Idris. Os dois se envolvem em um relacionamento amoroso !!!! Ou seja, nada faz sentido. Uma leitura que se pode fazer talvez seja a possibilidade de ela imaginar toda a situação, e o ser mítico ser apenas fruto de sua imaginação poderosa. Um desperdício de bons atores.
Cotação: Ruim
Duração: 1h49min
Chico Izidro

quinta-feira, setembro 01, 2022

“Um Lugar Bem Longe Daqui” (Where the Crawdads Sing)

Baseado no romance de Delia Owens, “Um Lugar Bem Longe Daqui” (Where the Crawdads Sing), acompanha a trajetória de Kya Clark (Daisy Edgar-Jones), uma menina que aos seis anos começa a ser abandonada por toda sua família. Primeiro parte a sua mãe, cansada dos abusos praticados pelo marido, depois vão os seus irmãos, chegando até a partida do pai abusivo. A menina acaba tendo de se defender sozinha, vivendo escondida em sua casa em um pântano, encontrando apoio apenas em Jumpin' (Sterling Macer Jr.) e Mabel (Michael Hyatt), um casal de comerciantes negros da cidade fictícia de Barkley Cove, na Carolina do Norte.
Analfabeta, aprende com as plantas e os animais como é a vida. Já adolescente, o garoto Tate (Taylor John Smith) entra em sua vida, e ele será muito importante para quebrar o isolamento social de Kya. Que mesmo assim, ainda vai sofrer muito e já na fase adulta, sofrendo com o preconceito dos moradores da cidade, será acusada de assassinar Chase Andrews (Harris Dickinson), um jovem rico da localidade, e que tentava manter um relacionamento com ela.
O filme se passa em duas fases temporais. Em uma delas, é mostrada a vida de Kya adulta, sendo presa e julgada pelo assassinato. E na outra, a trajetória da garota desde sua infância até o começo de sua fase adulta. Não li o livro, mas quem o fez me disse ser o longa-metragem fiel, inclusive nos pequenos detalhes da obra de Delia Owens, como a aparência física dos personagens e as cores da flora e fauna de Barkley Cove, na Carolina do Norte.
A trama foca muito bem em questões como relacionamentos abusivos, desigualdade social, e aos vários tipos de preconceitos. E mostra muito bem os efeitos que o isolamento social pode causar em um ser humano, deixado sozinho à própria sorte.
Cotação: bom
Duração: 2h5min
Chico Izidro

“Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale)

Foto: Universal Pictures "Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale), direção de Simon Curtis, promete ser o últ...