quinta-feira, julho 28, 2022

"DC Liga dos Super Pets" (DC League Of Super-Pets)

"DC Liga dos Super Pets" (DC League Of Super-Pets), direção de Jared Stern, é uma divertida animação onde acompanhamos Krypto e vários outros animais que ganharam superpoderes, tentando salver o mundo e resgatar a Liga da Justiça da vilã Lulu, uma porquinha-da-índia, que era cobaia do vilão Lex Luthor, e ficou superpoderosa graças a um pedaço de kryptonita vermelha.
A história começa mostrando brevemente a origem do Supercão e do Superman em Krypton, e a famosa fuga dos dois, momentos antes da explosão do planeta. E depois, já são mostrados os dias atuais, na Terra, com os kryptonianos Krypto e Kal-El/Clark Kent já crescidos, e combatendo o crime, lado a lado, em Metrópolis. Porém, a amizade dos dois é abalada pelo ciúmes de Krypto, quando Clark começa a namorar a jornalista Louis Lane.
Só que o Superman acaba sendo sequestrado junto com os outros membros da Liga da Justiça por Lulu. Então Krypto tenta convencer e consegue a ajuda de outros animais que viviam em um abriga da cidade - Ace, o Batcão; PB, A Poderosa Porquinha; Mirtes, a Tartaruga-Foguete, e provavelmente o melhor personagem do filme; e Chip, O Esquilo -, que também receberam super-habilidades da kryptonita vermelha e precisam saber como lidar com eles, e ajudar o supercão a resgatar os super-heróis e salvar o mundo.
"DC Liga dos Super Pets" é muito divertido, repleto de excelentes piadas (as melhores são tirando sarro de Batman e seu trauma de orfão) e outras referências ao universo DC. A animação é muito boa, com um bom ritmo, além de passar boas mensagens sobre amor e companheirismo.
O filme, em seu original, traz as vozes de The Rock como Krypto, Kevin Hart como Ace, John Krasinski como Superman, Keanu Reeves como Batman e outras estrelas de Hollywood. Mas a dublagem brasileira ficou ótima, com destaque para Marcelo Garcia como Krypto, Duda Espinoza como Ace, Priscilla Alcântara como PB, Marco Luque como Chip, Ilka Pinheiro como Mirtes, Guilherme Briggs como Superman, Duda Ribeiro como Batman, e Angélica Borges como Lulu.
Cotação: excelente
Duração: 1h46min
Chico Izidro

quinta-feira, julho 21, 2022

"O Telefone Preto" (The Black Phone)

Em "O Telefone Preto" (The Black Phone), direção de Scott Derrickson (Doutor Estranho, A Entidade, O Exorcismo de Emily Rose), vemos a história do adolescente Finney Shaw (Mason Thames) que é abduzido por um serial killer de crianças, o Sequestrador (Ethan Hawke), em um dos papéis mais assustadores de sua carreira.
A trama transcorre na cidade de Denver, em Colorados, no ano de 1978. Lá, uma série de desaparecimentos de adolescentes, todos eles garotos, está acontecendo. O personagem principal é Finney Shaw, um garoto de 13 anos, que sofre bullying na escola, e vive com a irmã mais nova, Gwen (Madeleine McGraw) e o pai, alcoólatra e abusivo, Terrence, vivido por Jeremy Davies. Ele tem como melhor amigo um menino mexicano, que geralmente o salva dos bullers na escola, e que acaba também desaparecendo. A polícia e a mídia não têm suspeitos, mas apelidou o criminoso de "Grabbler", que vem aterrorizando o bairro.
E certo dia, quando andava sozinho pelas ruas, Finney acaba sendo raptado, e acorda em um porão, onde há apenas uma cama e um telefone preto em uma das paredes. Logo ele se depara com seu sequestrador, que usa uma máscara sinistra para esconder a identidade. Finney sabe que será morto em alguns dias. E então surge o tal telefone do título, que apesar de desconectado, acaba tocando e o menino escuta as vozes dos outros garotos que haviam sido raptados anteriormente - num toque meio sobrenatural do filme. E aos poucos, Finney começa a receber a ajuda das vítimas do assassino, para tentar escapar. A explicação para mim é que, na realidade, o personagem começou a ter alucinações devido as privações do cárcere.
"O Telefone Preto" é um filme de muita tensão, suspense, lembrando os grandes thrillers de terror da década de 1990, como por exemplo "O Silêncio dos Inocentes". E faz uma bela reconstituição dos anos 1970, com aquele visual exagerado, que seria levado ao extremo na década seguinte.
E Hawke brilha durante boa parte do filme, com sua presença assustadora sendo lembrada, mesmo quando ele não está em cena. Seu personagem é perverso, cínico e apavorante. Mas também se destacam os estreantes Mason Thames e Madeleine McGraw, escolhas perfeitas para os papéis de Finney e Gwen Blake, respectivamente. Os dois conseguem mostrar uma série de emoções incríveis, com olhares, diálogos, poses fenomenais.
Enfim, o longa-metragem é um baita filme de terror, com todos os personagens tendo presença certeira em cena. E que vai agradar aos fãs do gênero. E um aviso: quando estiver andando sozinho nas ruas, fique esperto quando uma van parar ao seu lado - nunca converse com o motorista...
Cotação: ótimo
Duração: 1h43min
Chico Izidro

sexta-feira, julho 15, 2022

"ELVIS"

"Elvis", dirigido por Bazz Luhrmann, trata da vida do astro do Rock morto em 1977, aos 42 anos de idade, mas que ainda é um ser presente na vida de milhões de pessoas, tanto que existe uma famosa frase, talvez sentimento dos fãs: Elvis Não Morreu - muitas pessoas juram ter visto o cantor vivendo disfarçado em alguma parte do mundo. O longa metragem é contado sob a ótica do empresário do músico, Coronel Tom Parker (vivido por Tom Hanks), e que submeteu Elvis a uma relação empresarial abusiva descoberta somente na década de 1980.
O cineasta Baz Luhrmann (“O Grande Gatsby”, “Moulin Rouge!”) além de dirigir, também produziu o filme e assinou o roteiro em parceria com Sam Bromell, Craig Pearce e Jeremy Done. A obra mostra a vida do astro dos seis anos de idade até os 42, com fatos na maioria das vezes retratados com precisão.
Elvis nasceu em Tupelo, Mississippi, e depois foi morar em Memphis, ambas no sul dos Estados Unidos, região marcada pela segregação racial, porém apesar de branco se identifica mais com os negros – pela música e por ter crescido em áreas mais humildes. O astro, batizado de Rei do Rock, título que ele próprio rejeitava, preferindo atribuí-lo a Fats Domino, não criou o estilo musical, mas também não se apropriou do gênero, como muita gente espalha por aí - graças a ele o Rock'N'Roll foi conhecido pelos jovens brancos - Elvis foi o primeiro ícone do miscigenado estilo musical em larga escala.
Em "Elvis", também são mostrados o rebolado polêmico que o cantor praticava e que levava as mulheres à loucura - em uma época de repressão sexual, a dança praticada por ele as fazia ter orgasmos - e que acabou sendo alvo da censura pelos políticos conservadores. É notória a proibição de mostrar Elvis abaixo da cintura nas apresentações televisivas. A obra mostra, rapidamente, a tentativa de carreira em Hollywood que não deu certo. Os seus filmes passavam à exaustão na Sessão da Tarde da Rede Globo nos anos 1980, o retorno depois de um período de ostracismo com shows em Las Vegas. Aliás, a reprodução do momento em que ele interpreta "Suspicious Mind" feita pelo ator Austin Butler é perfeita.
O filme traz ainda o casamento com Priscilla. Os dois começaram a namora quando ela tinha 14 anos, mas só se casaram quando a garota completou 21 anos, porém isso não é destacado. Luhrmann ainda deixou fora o envolvimento político de Elvis, que visitou Richard Nixon, e virou espião, entregando vários colegas de profissão ao FBI, em sua busca frenética por "comunistas".
Elvis é vivido quase à perfeição pelo desconhecido ator californiano Austin Butler, que simplesmente está fantástico, mostrando o forte sotaque sulista, o timbre de voz, os trejeitos dentro e fora de palco. Ele ensaiou de seis a sete dias semanalmente com treinadores vocais para poder falar e cantar de maneira bem próxima ao ídolo. Hanks, por sua vez, está um pouco fora do tom, de certa forma caricato. Mas Helen Thomson como Gladys, mãe de Elvis se destaca. Kelvin Harrison Jr como B.B. King também impressiona, embora a história indique que o Rei do Blues e Elvis não eram tão próximos como exposto no filme. E Olivia DeJonge, como Priscilla, também brilha em seus momentos, como uma mulher no início adorada, mas que tem de conviver com o marido famoso e desejado pelas fãs. "Elvis" é um grande filme, e apesar de várias canções serem mostradas ao longo de suas quase 3 horas, não é um musical. Nota 10.
Cotação: excelente
Duração: 2h39min
Chico Izidro

domingo, junho 19, 2022

"LIGHTYEAR"

Em 1995, Andy ganhou um boneco do personagem do seu filme favorito. A nova animação da Pixar começa com essa frase. Sendo este filme nada menos que "Lightyear", dirigido por Angus MacLane, co-diretor de Procurando Dory e de curtas de Toy Story. Buzz Lightyear sempre foi um personagem de ficção dentro de uma ficção, então quase 30 anos após a estreia do primeiro "Toy Story", o estúdio resolveu explicar a origem do herói de plástico.
Em "Lightyear" vemos o patrulheiro espacial preso em um planeta a 4,2 milhões de anos-luz da Terra, ao lado de sua comandante e sua equipe, após sofrer um acidente. Todos tentam seguir as suas vidas, mas Buzz se sente o culpado pelo incidente e quer consertar o erro. Então, o patrulheiro começa a fazer uma série de testes de combustível para tentar tirar todo mundo do planeta. Porém, as tentativas vão dando errado e descobre que a cada novo teste, todos vão envelhendo, menos ele, devido a um lapso de tempo.
Esta premissa é excepcional, sendo uma baita história de ficção científica digna do seriado "Twilight Zone". Afinal, Buzz vê todo mundo envelhecendo e, consequentemente, morrendo, enquanto ele segue jovem e mais angustiado, tomando conhecimento de que ninguém vai restar ao seu lado quando ele voltar à Terra, caso consiga.
Os demais personagens também são bons, como a comandante Hawthorne, que é lésbica, sua neta. Mas nada melhor do que o gato-robô Sox, que por si só merecia um filme para chamar de seu. "Lightyear" é uma aventura de ficção científica, mas a partir de sua segunda metade, não traz nenhuma originalidade ou emoção, podendo ser considerado mediano. Outro problema é que no Brasil, Buzz Lightyear foi dublado por Marcos Mion, que tem uma voz um pouco irritante e que incomoda no começo - com o passar do tempo, a gente vai esquecendo um pouco, mas é muito difícil desvencilhar a identidade do ator com Buzz.
Cotação: regular
Duração: 1h45m
Chico Izidro

quinta-feira, junho 02, 2022

"JURASSIC WORLD: DOMÍNIO" (Jurassic World Dominion)

"Jurassic Park", clássico de Steven Spielberg estreou em 1993, trazendo ao mundo o fascínio pelos dinossauros. Pois 29 anos depois, estreia "Jurassic World: Domínio" (Jurassic World Dominion), direção de Colin Trevorrow, mostrando que o tempo foi cruel com a franquia, apesar de continuar a conquistar novos e apaixonados fãs. Este novo filme tem como atrativo apenas a nostalgia. São duas horas e meia de pura decepção.
Na trama, os dinossauros escaparam da ilha e passaram a dividir o espaço com os humanos. E que bela premissa para um filme de terror...mas como deve-se agradar todas as idades, esqueça-se isso e busque apenas uma marca da franquia: os sustos e os humanos fugindo dos animais pré-históricos, e nunca, nunca se vê uma gota de sangue, para não incomodar pessoas sensíveis.
Então o que resta é o casal Owen (Chris Pratt) e Claire (Bryce Dallas Howard), protagonistas dos dois filmes anteriores, "Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros (2015)" e "Jurassic World: Reino Ameaçado (2018). Os dois estão tentando resgatar a filha Maisie (Isabella Sermon), uma clone criada em laboratório e sequestrada pelo vilão Lewis (interpretação pra lá de caricata de Campbell Scott). Ele é o dono da Biogenics, empresa que visa, diabolicamente, o poder mundial controlando e dominando a produção de alimentos. Nesse meio tempo, ressurge o paleontólogo Alan Grant (Sam Neill) e a pesquisadora Ellie Sattler (Laura Dern), que protagonizaram o longa de 1993, e agora voltam em papel de cientistas que investigam as atividades da empresa.
O roteiro tambpém abre espaço para a volta de Ian Malcolm (Jeff Goldblum). E nem mesmo o retorno destes personagens ícones ajudam, pois a história se resume a eles correndo, gritando e fugindo dos ataques dos dinos. Sem contar que alguns efeitos especiais deixem muito a desejar. Pena que a fórmula tenha se esgotado, com a sua estrutura tornando-se tão repetitiva e desgastada. Enfim, "Jurassic World: Domínio" pede aquilo que realmente aconteceu com os animais: que caia um meteoro e acabe com tudo.
Cotação: ruim
Duração: 2h27min
Chico Izidro

quinta-feira, maio 12, 2022

"O Homem do Norte" (The Northman)

"O Homem do Norte" (The Northman) é um drama épico dirigido por Robert Eggers (“A Bruxa”, “O Farol”), que conta a história de Amleth – uma das inspirações de Shakespeare para escrever Hamlet –, falando sobre vingança, lendas nórdicas, confronto com o cristianismo, violência e brutalidade.
Na trama transcorrida no Século X, o herdeiro de um trono viking, Amleth (Alexander Skarsgård), vê o pai, o Rei Aurvandil (Ethan Hawke) ser assassinado pelo tio Fjölnir (Claes Bang), e a mãe, a Rainha Gudrún (Nicole Kidman) ser sequestrada. Ele consegue fugir, e jura vingança. Alguns anos depois, Amleth retorna, decidido a cumprir o seu plano. Para tanto, consegue a ajuda de uma escrava eslava, Olga (Anya Taylor-Joy), que se torna também a sua amante.
"O Homem do Norte" é bastante fiel ao período, onde a vida não valia muita coisa, e os guerreiros invasores erasm implacáveis, exterminando aldeias inteiras - os sobreviventes eram transformados em escravos. Numa cena crua, um vilarejo é atacado, e velhos, crianças, mulheres são assassinados das formas mais crueis, como por exemplo decapitados ou sendo queimados vivos dentro de uma choupana.
As cenas, aliás, são espetaculares - o filme foi gravado na Islândia e na Irlanda. Em todo o tempo, o céu é cinza, o sol nunca aparece e a neve cai implacável, transformando o solo em pura lama. E as lutas são bem coreografadas, sangrentas. Afinal, a brutalidade lembra muito o seriado "Vikings. E o elenco está todo bem, com carisma, com todos tendo seu momento para brilhar, desde Alexander Skarsgård, Ethan Hawke, o dinamarquês Claes Bang, que se destacou na série The Affair e talvez tenha a melhor atuação do filme, Nicole Kidman, Willem Dafoe e até a sumida cantora e atriz Björk.
''O Homem do Norte" é um thriller que explora o quão longe uma pessoa pode ir para buscar vingança, deixando qualquer rastro de racionalidade pelo caminho. Excelente.
Cotação: ótimo
Duração: 2h17min
Chico Izidro

segunda-feira, maio 02, 2022

"Downton Abbey II: Uma Nova Era" (Downton Abbey: A New Era)

A família de aristocratas Crawley está de volta em "Downton Abbey II: Uma Nova Era" (Downton Abbey: A New Era), o segundo filme - o primeiro foi lançado em 2019 - gerado pela série de sucesso que durou seis temporadas entre 2010 e 2015. O longa é dirigido por Simon Curtis, com roteiro e produção de Julian Fellowes, e tem duas linhas narrativas, mas focando nas mudanças que a sociedade começava a passar. A trama se passa nos anos 1920.
Em uma das histórias, o conde Grantham (Hugh Bonneville), a condessa Grantham (Elizabeth McGovern) e outros agregados da família se dirigem até o sul da França, na charmosa villa na Riviera Francesa recém-herdada pela matriarca, Lady Violet (Maggie Smith), que esconde um segredo do seu passado, e por causa da idade avançada, não pode mais viajar.
No outro foco, Downton vira locação de um filme, pois a propriedade precisa do dinheiro da produção para providenciar reparos importantes - o sótão está cheio de buracos, fazendo com que a água da chuva entra fortemente. Lady Mary (Michelle Dockery) consegue convencer conde Grantham a ceder a mansão para o filme, dirigido pelo cineasta Jack Barber (Hugh Dancy). E aí talvez ocorra a coisa mais deliciosa de "Downton Abbey II: Uma Nova Era", um filme dentro de um filme, e homenageando o clássico "Cantando na Chuva", pois a produção em Downton é um um filme mudo, mas sofrendo as consequências da chegada dos filmes falados, e como isso prejudica e muito com a estrela Myrna Dalgleish (Laura Haddock) que não consegue dublar suas cenas.
Além disso, “Downton Abbey II: Uma Nova Era” apresenta, ainda, diversas mudanças marcadas por despedidas de personagens importantes - um deles o mordomo gay (Robert James-Collier), que finalmente encontra quem o compreenda e possa acabar com a sua solidão, o outro de Lady Violet, talvez o personagem mais icônico da série. O longa mantém a tradição da série, com bom humor e retrato importante de uma época.
Cotação: ótimo
Duração: 2h06min
Chico Izidro

“Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale)

Foto: Universal Pictures "Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale), direção de Simon Curtis, promete ser o últ...