sexta-feira, abril 28, 2006

Gatão de Meia-Idade


Mais um filme recheado de atores globais, o que vai garantir a corrida aos cinemas. Ainda mais que Gatão de Meia-Idade (o personagem das tiras de jornais criado por Miguel Paiva) é interpretado pelo bom Alexandre Borges. Só que tirando Borges, que aparece em todas, sim, todas as cenas do longa, todos os atores parecem deslocados e passando a impressão de que decoraram o texto minuto antes de entrarem em cena. O filme ficou muito teatral. E isso não é um elogio. O que era para ser uma comédia se transforma numa tortura para o espectador, que torce para o final do filme logo. Gatão de Meia-Idade arranca, no máximo, sorrisos amarelos.
Cláudio (Borges) é o Gatão, um cara de 40 anos, separado de Betty (Júlia Lemmertz) e com uma filha de 13 anos. Ele se envolve com todo o tipo de mulheres, desde a ninfetinha Patrícia (Thais Ferçoza) até a cinqüentona Marisa (Ângela Vieira). mas só é feliz no colo da mãe, D. Alda (Ilka Soares). O tema até poderia ser atualizado (os quadrinhos são dos anos 1980, quando o cara chegava aos 40 anos se arrastando). Hoje ninguém é mais velho nesta idade.
Talvez muito quarentão vá se identificar com o personagem. E vai ficar desolado. "Olha, não é bem assim", talvez um deles diga. E levante e vá embora do cinema. Bola fora do cinema nacional. Pena.

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