quarta-feira, abril 26, 2006

Viciado

Já fui daqueles cinemaniacos de ver tudo o que era tipo de filme. Chegava ao ponto de assistir 3, 4 filmes num só dia. Quando descobri o prazer do cinema era até legal. Coloquei os clássicos em dia - pegar uma sessão no falecido Sala Vogue, na Independência, para ver Papillon, depois correr até o Avenida - outro fechado e hoje transformado em bingo - para curtir Paris, Texas. Na sequência, parar no ABC, também desaparecido e admirar Veludo Azul e fechar o ciclo com o sueco Minha Vida de Cão no Capitólio. Como tinha gás para tanto? Mas valia a pena. E para completar, ler o saudoso Diário do Sul com as críticas de Luiz Carlos Merten, hoje esbanjando talento no O Estado de S. Paulo. E eram filmes que tinham o que dizer, ou como se diz na linguagem do futebol, mostravam ao que vinham.
Com o tempo, fui passando a ir ao cinema sem critério. Valia qualquer coisa, a quantidade, não a qualidade. Tipo uma disputa com outros malucos por cinema. Então no mesmo dia era capaz de curtir o belo Tomates Verdes Fritos, o maravilhoso A Igualdade é Branca com Desejo de Matar 5 ou Velocidade Máxima!!!!
Aja dó. Larguei.
Agora escolho com mais cuidados o que verei no cinema ou mesmo no DVD, mesmo que por vezes acabe escorregando. Mas é que tem filmes que você sabe, são uma bomba, mas algo o faz ir ao cinema por duas horas para se irritar. Por exemplo: estou tomando coragem para ir ver Instinto Selvagem 2, com Sharon Stone. Não vi, mas já sei que deve ser uma tremenda bobagem. O primeiro já não era lá essas coisas.
E você acha que vale a pena sair de casa para assistir bobagens do tipo Aquamarine, Anjos da Noite (apesar da presença de uma das mais belas mulheres do mundo, Kate Beckinsdale), Doom - A porta do Inferno e Armações do Amor? No tempo em que você vai perder com este tipo de filme, fala o seguiknte: leia um bom livro, vá dar uma caminhada ou cate na locadora mais próxima de sua casa um clássico de Alfred Hitchcock, um de Charlie Chaplin, um Woody Allen (os da década de 1970 são excepcionais, como Bananas, Um Assaltante Bem Trapalhão, Annie Hall, Sonhos de Um Sedutor, A última noite de Boris Grushenko e os dos anos 1980 como o fantástico Hannah e Suas Irmãs e A Era do Rádio), um Ingmar Bergmann (Fanny e Alexander ou O Sétimo Selo) ou ainda um Fellini (se não viu ainda Amarcord, não perca tempo, vá atrás). E bom divertimento.

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