quarta-feira, outubro 10, 2007
tropa de elite
Talvez seja exagero classificar Tropa de Elite, de José Padilha (Ônibus 174), como o melhor filme brasileiro do ano ou de todos os tempos. Tá, é exagero. Baseado no livro Elite da Tropa, de Andrfé Batista, Rodrigo Pimentel e Luís Eduardo Soares, pode ser, talvez, o mais violento de todos. Antes mesmo de chegar às telas grandes, o filme se tornou fenômeno de pública e crítica através da pirataria, e já está nos planos da Rede Globo para ser transformado em seriado.
Tropa de Elite, que se passa em 1997, mostra vários lados de uma mesma moeda. Tudo contado em off pelo capitão Nascimento (Wagner Moura, do seriado Sexo Frágil e filmes como Saneamento Básico e Carandiru). O personagem, idealista, é extremamente violento e ao mesmo tempo vive uma crise emocional - sua esposa está prestes a ganhar um bebê e ele procura um substituto, pois não suporta mais a pressão de seu serviço no Bope (Batalhão de Operações Especiais da polícia do Rio de Janeiro), formado por policiais incorruptíveis e que combatem o tráfico nos morros cariocas. Dois deles têm condições de substituí-lo: o negro Matias (André Ramiro), intelectual e que estuda direito numa faculdade da zona sul e esconde sua condição profissional dos colegas mauricinhos e que gostam de puxar um fuminho. Entre eles a namorada, que tem uma ONG num violento morro da cidade. E o melhor amigo de Matias, Neto (Caio Junqueira), que é mais impulsivo. Um completa o outro e isso não passa despercebido por Nascimento. Matias, aliás, é centro de uma das melhores cenas do filme, quando em sala de aula, tenta defender a polícia, da qual faz parte, ao mesmo tempo que não pode se identificar e culpa os colegas pelo tráfico, pois "se eles não comprassem drogas" haveria menos criminalidade.
Porém é Wagner Moura o dono do espetáculo. Seu personagem chega a meter medo e participa de cenas que vão virar clássicas. Numa delas, ela dá uma violenta bronca na esposa, ao chegar em casa irritado. "Não fala nunca mais do meu trabalho!", berra ele para a mulher grávida, que ouve tudo calada e apavorada. Noutra, ele ameaça sodomizar um traficante com um cabo de vassoura, se este não lhe passar uma informação. Já o treinamento dos aspirantes a entrar no Bope remete ao clássico Nascido para Matar (Full Metal Jacket, 1987), de Stanley Kubrick. Os recrutas sofrem o diabo na mão dos instrutores, com direito a comer a comida direto do chão sujo. Muita gente vai revirar o estômago e achar exagerado, mas acho que a realidade pode ser pior.
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Um comentário:
amei amei amei
capitão nascimento presidente do Brasil,
beijo morocho, beijo!
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