quinta-feira, dezembro 27, 2007
Alvin e os Esquilos
Primeiro, quem curte Jason Lee, do seriado My Name is Earl e filmes como Procura-se Amy, não se engane, pois aqui ele passa longe de seus personagens canalhas. Falo de Alvin e os Esquilos (Alvin and the Chipmunks), de Tim Hill, um filme realmente feito para o público infantil e com personagens criados há mais de 50 anos. Na história, 3 esquilinhos, Alvin, Theodore e Simon tem o poder de falar e, melhor, cantar. Adotados pelo músico frustrado Dave (Jason Lee), os pestinhas se tornarão astros da música pop. A primeira parte até empolga, mas na segunda parte, onde imperam as apresentações dos esquilos ao ritmo das boy-bands, como Backstreet Boys e N' Sync, e a ganância de um empresário do ramo musical (Dave Cross, da série Arrested Development), o sono pode bater no publico adulto. Apenas para crianças. Ainda mais com uma péssima dublagem.
Encantada
O mundo real é cruel. Não tem nada de romântico. É o que vai descobrir a princesa Giselle (Amy Adams), que é vítima do ciúme da rainha má e que sairá de seu mundo feliz e vai parar numa cruel, nem tanto assim, e desordeira Nova Iorque, no divertido Encantada (Enchanted, de Kevin Lima). O legal é que a transposição de um mundo para o outro ela se transforma de desenho para carne e osso.
O mix de desenho com seres humanos não é novo, mas é hilário ver a princesa, que passa o tempo a cantar, receber a ordem do humano que a acolheu, Patrick Dempsey, de Namorada de Aluguel e Grey's Anatomy, dizendo: "Por favor, nada de cantar. Apenas fale".
O choque entre os dois mundos é bem bolado, mas perde força apenas em seu final, quando ocorre uma desnecessária batalha entre a bruxa (Susan Sarandon) e os mocinhos. E a pergunta: por que a bruxa é sempre mais interessante do que os personagens bonzinhos?
Conduta de Risco
Conduta de Risco (Michael Clayton, de Tony Gilroy) é para ser de George Clooney, que continua em sua investida no cinema de conscientização. Mas quem rouba a cena é Tom Wilkinson, como Arthur (Entre Quatro Paredes e Ou Tudo ou Nada). Os dois são advogados especializados em limpar as sujeiras de clientes da firma que eles representam. Clooney é o próprio Clayton, que vive um período conturbado em sua vida, com dívidas, separado, correndo risco de morte. O problema é que ele parece não mudar suas feições ao longo do filme, seja a situação em que se encontra. Já Wilkinson tem cenas memoráveis, surtos incríveis e até mesmo carregando pães embaixo do braço ele faz o diferencial. O seu objetivo é denunciar uma empresa que fabirca alimentos prejudiciais à saúde e cuja advogada é a excelente Tilda Swinton, encantadoramente maléfica.
Belo filme denúncia, que não permite uma piscada em suas quase duas horas, que percorre quatro dias da vida do personagem título.
quinta-feira, dezembro 20, 2007
O AMOR NOS TEMPOS DO CÓLERA
Tentei puxar da memória e até pode ter ocorrido, mas nunca filme foi tão fiel ao ivro quando a O Amor Nos Tempos do Cólera (The Love in the Time of Cholera, de Mike Newell, de Quatro Casamentos e Um Funeral e Harry Potter e o Cálice de Fogo), do romance genial de Gabriel Garcia Márquez. E se você quer encontrar um ator em sua plenitude, observe o espanhol Javier Bardem no papel do apaixonado Florentino Ariza. Ainda adolescente, em Cartagena, na Colômbia, ele se apaixona pela jovem Fermina Daza (Giovana Mezzogiorno, de O Último Beijo, excelente filme italiano de 2002) e como é impedido de se casar com ela, passa 53 anos de sua vida sofrendo por amor. Até promete se manter virgem para ela, mas para esquecer sua frustração, a opção é se entregar às mulheres, chegando a ir para a cama com mais de seiscentas. O seu objetivo é, antes de morrer, ter sua amada nos braços.
O filme, se tratando de amor, por vezes, beira à breguice. Mas o amor é brega e só quem sofreu por amor entende isso.
O cuidado com o visual de época é primoroso e até encontraram um ator por demais semelhante a Javier Bardem, o jovem Unax Ugalde. Mas os pecados por vezes são gritantes, como os erros cronológicos, a maquiagem falha e, pasmén, numa das cenas, um dos personagens pergunta a Ariza se ele gosta de música. "Sim. Carlos Gardel", responde o protagonista. No entanto, a cena se passa em meados da década de 1880 e Gardel só surgiria para o mundo no século 20, afinal nasceu apenas em 1890.
E apesar de muita gente pensar em cólera como raiva, na realidade, o cólera citado é a doença, que vitimava muitas pessoas devido à falta de higiene naqueles idos anos.
E Fernanda Montenegro interpreta a dedicada mãe de Florentino. Então se ela está lá, assista sem medo.
NO VALE DAS SOMBRAS
A guerra do Iraque é mais um conflito a traumatizar a sociedade americana. Aquela famosa frase que diz "quem não aprendeu com os erros do passado, vai repetí-los no futuro" lembra bem que o Vietnã não adiantou de nada. Em No Vale das Sombras, de Paul Haggis, existe uma crítica violenta a invasão que se estende desde 2003. Logo no começo do filme, vemos um pai desesperado (Tommy Lee Jones, em atuação explendorosa) orientando um zelador guatemalteco a colocar a bandeira americana corretamente no mastro. "Assim, de cabeça para baixo significa que queremos voltar para casa", ensina ao imigrante - um dos que mais sofrem para se integrar na sociedade americana e que mais servem de bucha de canhão na guerra. A frase será emblemática no filme.
Jones procura o filho, que retornou do Iraque, mas não entrou em contato com os familiares, ao contrário dos colegas. Começa uma busca incessante, existe um assassinato misterioso, onde uma policial desacreditada pelos colegas tentará mostrar que não é só beleza (e Charlize Teron como a detetive mostra que, realmente, não é só um rosto lindo. É uma bela atriz)., ao tentar desvendá-lo. E muitos segredos, preconceito racial. Um filme a se refletir. E tem Susan Sarandon, que com o seu papel, o de mãe e esposa frustrada, mostra nas cenas a que tem direito, que o filme é dela.
quinta-feira, dezembro 13, 2007
O SOBREVIVENTE
Werner Herzog adora selva. Haja vista os seus clássicos Aguirre, a Cólera dos Deuses e Fitzcarraldo, com seu ator e alter-ego Klaus Kinski. Agora, o diretor alemão retorna ao seu habitat preferido em O Sobrevivente (Rescue Dawn). O tema chega a ser anacrônico: a guerra do Vietnã. Mas isso fica como pano de fundo. O que interessa é como o piloto Dieter Dengler (Christian Bale, que não faz muito marketing e acaba sendo deixado de lado, mas ele é um dos melhores atores de sua geração, desculpem-me o clichê), alemão naturalizado americano, fez para sobreviver após ser feito prisioneiro pelos vietcongues no começo da guerra, em meados da década de 60 do século passado.
O Sobrevivente se baseou em fatos reais e durante quase duas horas temos a batalha do homem contra a natureza inóspita. Em certos momentos, lembra o clássico oitentista Os Gritos do Silêncio, que retratava a guerra do Camboja. Pena que no final Herzog desperdice a trama em puro americanismo, com direito aquelas irritantes salvas de palmas para o mocinho. Não precisava.
30 DIAS DE NOITE
O que se propõe um filme de terror? A dar medo nos seus espectadores. Então podemos chegar a conclusão de que 30 Dias de Noite (30 Days of Night, de David Slade) é um bom filme de terror. Sim, no distante Alasca, uma comunidade sabe que vai passar o próximo mês sem ver a luz do sol. O que desconhece é que vampiros vão aproveitar a ocasião para vir à tona e saciar a fome. Um grupo de moradores, liderado por Josh Hartnett (de Pearl Harbour e com sua eterna cara de sonso), que tenta entender o porque foi chutado pela noiva (a bonitinha e dentucinha Stella Oleson), vão tentar sobreviver. É um jogo de gato e rato e ao espectador resta saber quem vai sobreviver, com direito a pulos na poltrona. Para quem gosta de filme do gênero é uma boa pedida.
MANDANDO BALA
Você quer das boas risadas e ver Clive Owen (Closer, Perto Demais) comendo cenoura sem parar, Monica Belucci como uma linda prostituta com instinstos maternais e Paul Giamatti (Sideways) como um assassino psicopata? Então vá ver Mandando Bala (Shoot'En Up, de Michael Davis). Cenas totalmente inverossíveis, onde Clive Owen é um misterioso pistoleiro que compra uma briga desnecessária com a gangue de Giamatti. O motivo é que este pretende eliminar um bebê que pode salvar a vida de um político. Mandando Bala tem cenas de desenho animado e também de filmes como Carga Explosiva e coisas do gênero. Owen até lembra Pernalonga, chegando a citar a famosa frase What's Up, Doc? Não é para ser levado a sério, mas quem se importa, se a questão é se divertir?
quinta-feira, dezembro 06, 2007
3 EFES
3 Efes, o novo filme de Carlos Gerbase (Sal de Prata e Tolerância), começa lembrando o estilo da obra-prima de Jorge Furtado, Ilha das Flores, de 1989: uma explicação porque os 3 efes são uma necessidade básica para a humanidade. Fome, sexo e fasma (fasma vem do grego e significa representação). Aí se substitui sexo por foda e temos os 3 efes do título. E na história, a personagem principal, Sissi (Cristina Kessler) tem uma vida prá lá de complicada. Apesar de namorar um jogador do Grêmio, é mãe solteira, universitária e trabalha em telemarketing. Mas nada disso evita que ela e o filho passem fome. Para sair dessa vidinha miserável, uma amiga sugere que Sissi "se vire".
E ao redor da garota transitam figuras que também só vivem em função dos 3 efes. Sua tia, dona de casa e que deixada de lado pelo infiel marido (que vive inventando reuniões para sair com outras mulheres), acaba se confortando com o papeleiro; a amiga que ganha muito se prostituindo, o fotógrafo que se apaixona por ela, o pai preguiçoso...
O filme não traz surpresas, mas é bem contada, e as atuações são simples, nada de extraordinárias. O começo é vacilante, mas no decorrer da trama, a gente vai simpatizando com a história. Muito por ela se passar em Porto Alegre e nas ruas por onde passamos. Fale de sua aldeia e você será universal. Com Cris Kessler (Sissi), Paulo Rodrigues (o papeleiro William), Ana Maria Mainieri (a amiga Giane), Felipe de Paula (o fotógrafo Betinho), Carla Cassapo (a tia Martina), Leonardo Machado (o tio Rogério), Fábio Rangel (o publicitário Heitor) e Júlio Andrade, de Cão sem Dono, numa ponta, como policial.
Bee Movie - A História de Uma Abelha
A dublagem, na maioria dos casos, costuma assassinar os filmes. E em Bee Movie, desenho animado dirigido por Simon J. Smith e Steve Hickner, não chega a tanto, mas muita coisa é perdida na história da abelha inconformada com o destino programado para os da sua espécie - especialmente ela - e com a utilização do mel pelos seres humanos. O pequeno Barry acaba brigando com tabus de sua sociedade e até se envolvendo com uma humana, a florista Vanessa (Renné Zellweger). E Bee Movie pode ser interpretado como um jogo de palavras. Tanto serve para filme de abelha como filme "B", ou aqueles de orçamento baixo. Apesar da dublagem, o filme tem piadas impagáveis, mas neste caso o som original ficaria melhor, pois está a cargo de Jerry Seinfeld, que era o protagonista da melhor série televisiva de todos os tempos, que se chamava...Seinfeld e cujas histórias se passavam, assim como no filme, em Nova Iorque. E quem como eu, era e é fã do seriado, vê nos maneirismos de Barry os toques de Seinfeld. Espere sair em dvd e se deleite com as belas tiradas.
Lady Chatterley
O romance é um dos mais polêmicos da primeira metade do século passado e escandalizou os moralistas: O Amante de Lady Chatterley, de D.H. Lawrence. Se não o leu ainda, o faça. Agora no início do século XXI , temos uma nova versão levada às telas, com direção de Pascale Ferran, e apesar de a história se passar na Inglaterra, é todo falado em francês. A história é simples. Lady Chatterley (Marina Hands) tem uma vida tediosa ao lado do marido paraplégico, Clifford Chatterley, (Hippolyte Girardot), vitimado em combate na 1ª Guerra Mundial. Os dias de Constance na enorme propriedade do lorde são chatas, longas e nada a fazer. E com isso, ela acaba descobrindo a sexualidade com o guarda-florestal do local, o tosco Parkin (Jean-Louis Coullo'ch). E se o livro é transposto rapidamente, o filme não é ruim, mas é longo, por vezes cansativo, com longas tomadas de plantas, animais. E os atores não são bonitos, são gente comum. E quase três horas de projeção, o que para muita gente significa fugir da sala de cinema.
Eu e As Mulheres
Meg Ryan continua bonita, apesar do colágeno nos lábios, mas já está entrando na idade em que interpreta mãe de adolescentes ao invés da mocinha romântica. Isso pode ser conferido em Eu e As Mulheres (In the Land of the Women, de Jon Kasdan), com Adam Brody, do seriado juvenil e recém-cancelado O.C. A história é até legalzinha e trata de perdas e recomeços. Adam é Carter Webb, jovem escritor que leva um pontapé da namorada e fica com bloqueio criativo. Então sai de Los Angeles e vai morar com a avô senil, interpretada por Olympia Dukakis, sempre bem, no subúrbio de Michigan, onde se envolverá com Meg Ryan, dona de casa entediada, com câncer e traída pelo marido, e a filha dela, a bonitinha Lucy (Kristen Stewart, que com apenas 18 anos já tem mais de 10 filmes no currículo), que ainda não sabe o que deseja da vida. O filme não exige muito e é bom de se ver acompanhado, seja do lado da pessoa amada, ou na falta dessa, de um saco de pipoca com refrigerante.
quarta-feira, novembro 28, 2007
BEOWULF
O que é falso e o que é verdadeiro? Em Beowulf, de Robert Zemeckis, o trabalho digital que já fora testado em Expresso Polar chega às beiras da perfeição. Utilizando as feições e vozes de atores como Anthony Hopkins, Angelina Jolie, Robin Wright-Penn e Ron Winstone, Zemeckis (De Volta Para o Futuro) buscou inspiração na mitologia nórdica, na figura do guerreiro Beowulf (o nome faz uma referência as características do herói, com a esperteza de um Lobo e a força de um Urso), que por volta de 500 d.C. derrotou o monstro Grendel e se tornou rei, mas com uma maldição que o assombrou nos anos posteriores. Pois como todo o homem, tinha as fraquezas da carne. É interessante notar, mesmo que não seja aprofundado no filme, o começo do surgimento do catolicismo na Dinamarca, rivalizando com deuses nórdicos como Odin e Thor.
Apesar do extraordinário trabalho tecnológico - às vezes é quase impossível distinguir se o que estamos vendo na tela é mesmo um ator e não o seu "avatar" -, falta alma aos personagens. Afinal eles não estão atuando e sim colocados ali digitalmente. Por isso, por mais que insistam que no futuro acabarão os atores de carne e osso, acho que eles não perderão o seu espaço. Além do que, qual a dificuldade em se reproduzir os rostos das belas Robin Wright-Penn e Angelina Jolie? Ora, a reprodução da beleza feminina está restrita aos mestres, e apesar de bom cineasta, Zemeckis não é mestre. É bom.
A LOJA MÁGICA DE BRINQUEDOS
Antes de sair para o cinema, você liga a tevê e depara com Rain Man, de 1988, com Dustin Hoffman. Mesmo dublado, ali você se emociona com um espetacular ator no papel de um altista. Algumas horas depois, e visto A Loja Mágica de Brinquedos, de Zach Helm, temos a impressão de que Dustin Hoffman está de saco cheio e precisando de dinheiro. E assim como o personagem de seu filme, está preparando a hora de se retirar de cena. O sr. Magorium, depois de mais de 240 anos, chegou ao ocaso de sua vida e pretende deixar a sua loja de brinquedos mágicos - no caso aqueles antigos em que a tecnologia não havia colocado as mãos e onde não eram necessários o uso de joysticks e internet - para a sua ajudante, a ex-criança-prodígio Mahoney (Natalie Portmann). E a atriz foi mesmo uma atriz precoce, deixando muito marmanjo babando quando surgiu em O Profissional, de 1994. Aqui de cabelo joãozinho para não tentar parecer sexy, já que o filme é feito para a criançada. A loja mágica, porém, não aceita a mudança de dono e, como uma casa mal-assombrada, protesta, sabotando tudo e a todos, menos o contador chamado o Mutante (Jason Bateman, do seriado Arrested Development), um cara que deixou a infância em algum lugar do passado.
O filme tem seu encanto, e diverte por vezes a petizada. E até deixa os adultos recordando um pouco a infância. Pena que o cansaço de Dustin Hoffmann o deixe por vezes sonolento.
quinta-feira, novembro 22, 2007
VIAGEM A DARJEELING
Vamos combinar. Vai aparecer alguém para dizer: genial! Mas Viagem a Darjeeling, de Wes Anderson, é apenas mais um road-movie, desta vez em solo indiano, onde três irmãos que não se entendem, Owen Wilson, Jason Schwartzmann e Adrien Brodi, vão tentar fazê-lo. Após um ano da morte do pai, eles vão à India em busca da mãe, a agora freira interpretada por Angelica Houston, ex-sra. Jack Nicholson, e tentar retomar os laços de afetividade, entre garçonetes indianas cheias de tesão, crianças em perigo, terras áridas e um trem que perdeu o passageiro Bill Murray, "que poderia estar voltando de sua sua viagem ao Japão", numa referência ao filme Encontros e Desencontros. No minuto 60 você pensa: deu!
OS DONOS DA NOITE
Posso estar numa semana ranzinza, mas as coisas não têm me agradado. Não que Donos da Noite seja um mau filme policia. Não é. Está na mesma linha de Os Infiltrados, Cassino, Os Bons Companheiros, ou seja, está na área dominada por Martin Scorsese esta obra de James Gray, que lida sobre família, o certo e o errado. Mas é justamente neste ponto em que está o seu erro, ao requentar tudo. Você está lá no cinema e tem a impressão de que já viu aquilo em algum lugar, mostrado de uma forma melhor executada.
Em Os Donos da Noite - devem ter uns 30 filmes com este título -, temos uma família dividida. De um lado, os policiais bonzinhos Robert Duvall e Mark Walhberg e do outro, o perdido na noite e com chances de enriquecer rápido com a máfia russa Joaquim Phoenix, em atuação irrepreensível. E de sobra tem a perfeição de Eva Mendes, uma das mulheres mais lindas do mundo.
Ah, a história se passa em 1988, porém a trilha sonora que rola na danceteria em que a história é focada toca somente músicas do final dos anos 70 do século passado, como Blondie, Talking Heads, Chic, entre outros.
CRIMES DE AUTOR
Roman de Gare é o nome original deste filme e também do barco da escritora interpretada por Fanny Ardant e pode ser traduzido como O Romance da Estação. Ela é suspeita de assassinato de seu ghost-writer, Dominique Pinon (de Delicatessen e O Quinto Elemento). Ao mesmo tempo, o filme se divide em três, na fuga de um serial killer, no sumiço de um professor e do próprio ghost-writer. Os três seriam o mesmo homem? E entre belas imagens do interior da Franbça, criamos a orbigação de achar que todo o filme francês tem de ser bom. E não é assim. Este se mostra por vezes perdido, de copiar seus similares americanos e atores que parecem aborrecidos. Faltou. Do veterano Claude Lelouch.
quinta-feira, novembro 15, 2007
Planeta Terror
Planeta Terror vai ficar para a história não pelo roteiro, mas sim por um de seus personagens, a go-go girl (dançarina) Cherry - a belíssima Rose McGowan e seu cotoco de perna - que recebe uma metralhadora como apoio! Esta é uma das aberrações de Planeta Terror, filme de Robert Rodriguez em parceria com Quentin Tarantino, que até faz uma ponta como um militar que tem os órgãos sexuais derretidos...
O nome original do filme é Grindhouse, que significa produção de baixíssimo orçamento, exibidas em cinemas pulgueiros. E Planeta Terror lembra mesmo aquelas velhas fitas dos anos 70 do século passado, com riscos na telona, partes faltando (propositalmente). Ah, a história: um gás escapa de uma instalação militar e transforma as pessoas em zumbis devoradores de carne humana. E um grupo de pessoas - quase todos marginalizados, armados até os dentes, se defende de todas as formas, principalmente com tiros que esfacelam as cabeças dos zumbis...ou seja, esta história já foi mostrada milhares de vezes. Terror, humor negro, escatologia, sangreira...mas dá para dar umas boas risadas.
O MAGNATA
O vocalista do grupo de skaterock Charlie Brown JR., Chorão, estréia como roteirista no filme O Magnata, direção de Johnny Araújo. O personagem principal, vivido por Paulo Vilhena, é um jovem rico que vive com a herança do pai e constante conflito com a mãe, Maria Luísa Mendonça. Ele porém, além de cantar em uma banda punk, adora o submundo paulista, rouba, ainda com os piores marginais e seduz todas as garotinhas. Por isso o apelido que ganha entre os marginais.
Sua vida começa a dar errado quando se mete com o irmão de um parceiro, que comete uma estupidez após o roubo de um carro.
Tirando a atuação de Vilhena, que convence como um riquinho deslumbrado com o submundo, o filme é de uma chatice monumental e por vezes seria necessária a legendagem para se compreender o que alguns dos personagens falam. Fazendo um trocadilho terrível, o filme é de chorão...
Tá Dando Onda
Um pingüim que sonha em ser o rei do surf. O pequeno Cody deixa sua "aldeia" na Antarctica e tenta seguir, no Hawaii, os passos do ídolo Big Z, que sumiu misteriosamente há 10 anos. É Tá Dando Onda, de Ash Brannon e Chris Buck, excelente desenho digital em forma de documentário, com imagens de "deixar o queixo caído". E ao contrário dos mais recentes desenhos do gênero, referências a outros filmes são deixados de lado, favorecendo a criançada. Nota 10.
1408
1408, de Mikael Hafström, é mais um filme baseado em conto de Stephen King, o mestre da literatura de terror. O título faz referência a um quarto de hotel, no caso o Dolphin, em Nova Iorque, onde ninguém sobrevive por mais de uma hora - mas não se explica o porque. E é lá que vai parar o escritor Mike Enslin (John Cusack, que leva sozinho um filme mediano, mesmo com a presença de Samuel L. Jackson).
Escritor de livros onde desmistifica a existência de fantasmas, ele vive "assombrado" pela perda da filha pequena e pela separação da mulher e começa a mudar os seus conceitos quando fica trancado no tal quarto do título. E se era para ser um filme de terror, ficou faltando muito. Os sustos não acontecem...
quinta-feira, novembro 08, 2007
Antes só do que mal casado
Primeiro: quem nunca começou um relacionamento e logo se deu conta de que entrou numa barca furada? Segundo: os irmãos Farrely continuam politicamente incorretos, mas mais suavizados.
Na sua nova comédia, Antes Só do que Mal Casado (The Heartbreak Kid, algo como o garoto do coração partido, de Peter Farrelly e Bobby Farrelly), Eddie é um carinha de 40 anos que ainda insiste em ficar solteiro, enquanto todos a sua volta já estão comprometidos. Notando estar ficando para trás e pressionado pelo melhor amigo, Mac (Robby Corddry) e pelo pai, Doc (Jerry Stiller, pai de Ben na vida real e de George Constanza em Seinfeld), Eddie casa com a primeira garota que cruza em seu caminho, Lila (Malin Akerman), em apenas seis semanas.
E de anjo, logo a garota se mostra uma mala sem alça. Nada é o que parece ser. As cenas em que Lila começa a se revelar são hilárias, como a de ela cantando durante a viagem para a lua-de-mel no México. E já no México, onde piadas preconceituosas são despejadas uma atrás da outra, Eddie conhece outra garota que realmente parecer ser a especial, Miranda (Michelle Monaghan). Não perca a cena dos mariachis...é de se dobrar de rir. O filme, porém, não chega aos pés de Quem Vai Ficar com Mary e O Amor é Cego, mas é extremamente superior a Ligado em Você.
LEÕES E CORDEIROS
Em Leões e Cordeiros (Lions and Lambs, de Robert Redford), discute-se as ações intervencionistas dos Estados Unidos no resto do planeta. No caso em questão, o Afeganistão, terra dos talibãs e dos perpertradores do 11 de setembro (alguém aí vai dizer que Bin Laden é saudita, mas é no Afeganistão o local onde ele encontrou suporte para controlar o seu grupo, o Al-Qaeda). O filme é curto e tem três centros vitais, todos se interligando. Num deles, a veterana jornalista Janine Roth (Meryl Streep, sem vergonha de suas rugas) entrevista o jovem senador republicano Jasper Irving (Tom Cruise, surpreendendo emn seu papel, que exige muito mais do que caretas e correria), que defende as ações de seu governo no exterior. No outro, o professor Stephen (Robert Redford, se entupindo de café) tenta mudar os planos de vida de um de seus inteligentes e promissores alunos, o cínico Todd (Andrew Garfield) e por fim, dois soldados, vindos de classes desprivilegiadas, Arian e Ernest (respectivamente Derek Luke e Michael Peña) se perdem no interior afegão e são ameaçados pelos talibãs, enquanto relembram o porque foram parar ali.
Um filme antibelicista, sendo dirigido por quem foi, Robert Redford, onde os diálogos prevalecem sobre a ação - que praticamente inexiste em seus pouco mais de 80 minutos. Se você quer ver filme de guerra, passe longe. Se você quer uma discussão da inutilidade da guerra, assista.
quarta-feira, outubro 31, 2007
Podecrer!
Você foi adolescente nos anos 80 do século passado? Então certamente vai curtir Podecrer!, de Arthur Fontes. Um filme de memória. Não é lá essas coisas, mas mexe com o emocional daquela galera que começou a descobrir o mundo naquela década!
Em Podecrer! (assim mesmo, com o ponto de exclamação, como na banda Ira!) - não vou revelar aqui o porque deste nome para não estragar a surpresa -, vemos os últimos dias no segundo grau de alguns amigos de classe média no Colégio São Jorge, no Rio de Janeiro. Alguns, como Tavico (Marcelo Adnet), já se vê como adulto e sonha em ganhar dinheiro, pois é o mais pobre de todos, enquanto outros querem curtir um pouco mais da adolescência e também seguir os seus sonhos, como João (Dudu Azevedo), apaixonado pela novata Carol (Maria Flor), recém chegada da França, onde vivia com os pais exilados políticos (José de Abreu e Malu Mader). Não esqueçamos que 1981 era apenas o segundo ano da anistia no Brasil. Ainda se vivia no país a era pré-rock, com resquícios da infame era disco e João queria era ser músico e não entrar na faculdade, o que era um acinte (bem, para muita gente ainda é!).
O filme consegue escapar das armadilhas convencionais que costumamos ver nas comédias juvenis - e o exemplo recente é Superbad - É Hoje. Piadas bobas, beirando o pastelão, escatologia. Claro que Podecrer! tem bebedeiras, uso de drogas - a viagem do inspetor interpretado por Stepan Nercessian, depois de tomar um chá de cogumelo é hilária -, mas tudo colocado no seu momento certo.
A trilha sonora é primorosa, e tem entre outros Tim Maia e Jorge Ben Jor. O final deixa um pouco a desejar e os atores parecem ter muito mais do que a idade que interpretam. Mas deixa prá lá esses detalhes. Vamos ser otimistas, já que o Brasil começava a viver um novo momento e em pouco tempo haveria o final da ditadura e a explosão do rock nacional. Aliás, se você quiser fazer uma comparação, Podecrer pode ser considerada a transposição para a telona do clássico Eduardo e Mônica, da Legião Urbana. A gente sai do cinema e vai direto para casa remexer naqueles cds da década "em que éramos felizes e não sabiamos". Não deixe de ver.
quinta-feira, outubro 25, 2007
SUPERBAD -É HOJE
Dois amigos querem perder a virgindade antes de concluir o segundo grau e entrar na faculdade. Você já viu este tema em diversos filmes e, agora, mais uma vez em Superbad - É Hoje (sempre me pergunto o por que destes subtítulos terríveis). O roteiro é assinado pelos novos queridinhos de Hollywood – Judd Apatrow, de O Virgem de 40 Anos, e Seth Rogen, de Ligeiramente Grávidos. A direção ficou a cargo de Greg Motola.
Com um palavrão disparado a cada frase e um amigo meio idiota, Fogell, e que dará melhor sorte do que eles, o gordinho bagaceiro Seth (Jonah Hill) e o gentil e tímido Evan (Michael Cera, do seriado Arrested Development), Superbad diverte. As piadas são grosseiras, os personagens bebem todas, vomitam, pensam o tempo todo em sexo – mas não é isso que a maior parte da humanidade faz durante o dia? Lembra e muito Porks, American Pie e outros similares. Seth Rogen aparece, desta vez, como um policial pirado e nem um pouco ético. O filme é feito para o público masculino e vai fazer muito sucesso em dvd. E futuramente na tevê - mas quando o dublarem, perderá muito de sua espontaneidade. Ah, se ligue nos créditos de abertura: o visual remete aos anos 70 do século passado.
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“QUEER”
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