quinta-feira, setembro 04, 2008
AINDA ORANGOTANGOS
Quando Alfred Hitchcock filmou Festim Diabólico (The Rope, em 1948), nunca poderia imaginar que sua idéia de fazer um filme sem cortes, chamado plano-seqüência, viria à tona 60 anos depois em Porto Alegre. A idéia do plano-seqüência, porém, foi de mentirinha. O inglês era obrigado a trocar o rolo de filme há cada 10 minutos (pois era o máximo que um rolo comportava na época). Em Ainda Orangotangos, o porto-alegrense Gustavo Spolidoro conseguiu a façanha em 81 minutos sem trocar a fita, num dia quente de dezembro de 2006, contando várias histórias sobre cidadãos da capital gaúcha, começando no Trensurb e acabando num clube social na Avenida João Pessoa. Se o plano funciona a contento, as histórias se mostram por vezes desencontradas. A melhor talvez seja a das garotas lésbicas e o papai noel no ônibus. Já o filme perde o seu ritmo e irrita o espectador na festinha particular de um casal e seu porre de perfume dentro de um apartamento na Venâncio Aires. Não é por ser um filme gaúcho e mais, de Porto Alegre, que devemos mostrar complacência. Enfim, não é um filme ruim. Mas deixa a desejar.
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Um comentário:
pois eh.
to curioso com esse. mas nao to esperando nada.
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