Com quase 20 anos de atraso chega ao Brasil a comédia argentina “Samy e Eu” (Un Tipo Corriente, de 2002), direção de Eduardo Milewicz, com protagonismo de Rocardo Darín, que ainda não era conhecido e febre por aqui. Filme claramente baseado nas obras de Woody Allen, traz o roteirista de TV e que sonha em ser escritor Samy (Darín). Aos 40 anos, ele escreve o programa de TV para um comediante em Buenos Aires, tem uma namorada, Laura (Christina Banegas), que praticamente o ignora e todos os anos tenta escrever um romance, mas não consegue.
Certo dia decide largar tudo para tentar virar o escritor que tanto deseja, mas ninguém o leva a sério. Além de tudo, Samy é um sujeito tímido, desajeitado e sem traquejo social – puro Woody Allen. Até que conhece, por engano uma jovem colombiana, Laura (a bela Christina Banegas), que sonha em trabalhar na TV. E se mostra uma entusiasta do trabalho e do jeito de ser de Samy, e faz com que a direção da emissora aposte em fazer um programa solo dele. Que o faz a contragosto, mas acaba virando um sucesso.
Porém Samy nunca consegue aceitar o sucesso, se sentindo sempre incômodo. E dê-lhe piadas de situação, num mundo muito woodyalleano – muitas das situações remetem direto ao clássico “Hannah e Suas Irmãs”, de 1986. E isto não é um demérito, pelo contrário. As piadas funcionam e o papel de Darín estranha um pouco, pois nos acostumamos a vê-lo interpretando homens fortes e sedutores. E aqui ele beira o patético. Mas a química com Cepeda é fenomenal.
Cotação: bom
Duração: 85 min
Chico Izidro
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