quinta-feira, julho 11, 2024

“NINGUÉM SAI VIVO DAQUI”

Foto: Gullane+
“Ninguém Sai Vivo Daqui”, dirigido por André Ristum, tem roteiro inspirado no livro “Holocausto Brasileiro”, da jornalista Daniela Arbex, e é uma pancada no estômago.
O diretor descobriu uma conexão pessoal com a história construída a partir do relato de uma jovem internada no Hospital Psiquiátrico Colônia, em Barbacena, interior de Minas Gerais, sob ordens de seu pai para esconder uma gravidez indesejada, mesmo sem qualquer problema de saúde mental.
Ristum ficou surpreso ao descobrir que mais de 70% dos internados no Colônia não tinham diagnóstico psiquiátrico. A trama lembra em muito o genial “Bicho de Sete Cabeças”, dirigido por Laís Bodanzky em 2001.
Em “Ninguém Sai Vivo Daqui”, a história se passa nos anos 1970 de Ditadura Militar. E é quando a jovem Elisa, uma jovem que engravida do namorado é internada à força pelo pai no hospital psiquiátrico Colônia, em Barbacena, sem ter qualquer problema mental. Mas é aquela velha história de hipocrisia – os pais se mostram envergonhados e fodam-se os filhos. No caso de Elisa, foi dada a alternativa de casar com um homem bem mais velho do que ela. Negando-se, acabou pagando caro.
Desde o começo, Elisa ser mostrou inconformada com a situação, o que por vezes foi pior, sofrendo abusos inomináveis, como agressões, estupros, terapia de choque. E planejando uma fuga.
Ristum explicou que o filme é livremente inspirado, com vários arquétipos desenvolvidos ficcionalmente. Personagens como a bela mulher enviada ao hospital por um prefeito, interpretada por Andréia Horta, e uma senhora que não vê seu filho há 30 anos, vivida por Rejane Faria, mostram outras faces da injustiça. E muitas dessas pessoas entravam sãs e acabavam enlouquecendo. Conforme é mostrado no final do filme, mais de 60 mil pessoas morreram neste manicômio.
O diretor optou por filmar em preto e branco por escolha conceitual para refletir a falta de brilho na vida dos internados. "A partir de tudo que comecei a pesquisar, só me vinham imagens em preto e branco na cabeça", explicou o diretor, que também queria cruzar gêneros de suspense e terror. A decisão de filmar em preto e branco foi uma escolha conceitual para refletir a falta de brilho na vida dos internados. "A partir de tudo que comecei a pesquisar, só me vinham imagens em preto e branco na cabeça", explicou o diretor, que também queria cruzar gêneros de suspense e terror.
O longa é protagonizado por Fernanda Marques no papel de Elisa e ainda traz no elenco Andréia Horta, Augusto Madeira, Rejane Faria, Naruna Costa, entre outros.
Cotação: ótimo
Duração: 86 min
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=CKJ3V3SMhNc

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