quinta-feira, agosto 16, 2007

Os Simpsons, o Filme



Logo no começo, Homer Simpson pergunta aos espectadores: Por que pagar para ver um filme se você pode assistir os mesmos personagens de graça na tevê! Ora, porque Simpsons, o Filme, é extremamente divertido e não perde nenhum pouco da mística que vemos semanalmente na telionha há 18 anos. E pasmém, nos acostumamos e adoramos o desenho dublado tanto na Globo quanto na Fox. Quem é fã da série vai sair do cinema com dores de tanto rir. Homer, para não perder o costume, está mais idiota do que nunca.

E no longa ele apronta um desastre ecológico em Springfield, jogando os dejetos de seu porquinho de estimação, o Harry Pig, no lago. Isso faz com que a cidade seja isolada do mundo por uma cúpula de vidro, por ordem do presidente americano...Arnold Shwarzennegger. E como a cidade não tem mesmo jeito, será implodida, com todos os seus hilários moradores dentro - menos o sr. Burns e seu ajudante Smithers e a família Simpson, que havia escapado dias antes. Temos até um road-movie, com Homer, a esposa Margie, Lisa, Bart e Maggie fugindo para o Alasca. E dezenas de piadas sexistas, citações de filmes, cenas de...sexo e até Bart fazendo um streep. Nota 10.

quinta-feira, agosto 09, 2007

Primo Basílio



Da obra de Eça de Queiróz, Primo Basílio, o novo filme de Daniel Filho, supera as expectativas. Não cai nas armadilhas televisivas e tem no elenco feminino o destaque, com Débora Falabella e Glória Pires. Transposta para São Paulo nos anos 1950 (o original ocorria no século XIX, em Lisboa, Portugal), trata da infidelidade da dona de casa Luísa, que se apaixona pelo primo aventureiro (Fábio Assunção) e é chantageada pela empregada Juliana (Pires), enquanto o marido Jorge (Reynaldo Gianechini) está no Planalto Central trabalhando na construção de Brasília.
A reconstituição de época é impecável, desde o vestuário, móveis e uma São Paulo por vezes digitalizada. Glória Pires como a empregada é apresentada com o rosto e o corpo desfigurados. Ela, que muita gente já está considerando a principal dama da televisão brasileira, no entanto peca na voz da empregada, semi-analfabeta, mas que fala sem erros, sem sotaques. A lindinha Débora Falabella faz uma dona de casa mimada, sonhadora e por vezes ingênua, o que nos dias de hoje soaria como anacrônico - mas até o tema infidelidade não é mais tratado como há 50 anos. Outro destaque é Simone Spoladore (de Desmundo), que interpreta a amiga despudorada e infiel de Luísa. No lado masculino da história, quem está muito bem é Guilherme Fontes, aquele mesmo do escândalo Chatô, filme que nunca ficou pronto e custou os olhos da cara com o dinheiro do governo!. Ele é Sebastião, o amigo fiel de Jorge e que tenta ajudar a mocinha a se livrar da enrascada que havia se metido. Já Fábio Assunção como Basílio e Gianechini como o marido traído estão apenas corretos. Ah, para ganhar o público feminino, Daniel Filho abusa dos closes de traseiro dos dois galãs!

Saneamento Básico, o Filme



Não quero e nem pretendo ser bairrista, pois achei Cão sem Dono muito fraco. Mas Jorge Furtado mais uma vez acerta no delicioso Saneamento Básico, o Filme. Seja pela excelente equipe de atores, seja pela piada do filme dentro do filme, seja pelos diálogos ensandecidos, onde mal dá tempo de o expectador parar de rir e já emendar outra gargalhada.
Uma pequena comunidade na Serra Gaúcha, Linha Cristal, perto de Bento Gonçalves, quer solucionar o problema de uma fossa que impregna o local de um intenso mal cheiro. E pede ajuda para a prefeitura. Porém verba não há para tanto. O que resta são R$ 10 mil para a realização de um vídeo e se não for utilizado para tal, o recurso será devolvido para os cofres de Brasília.
Então Maria (Fernanda Torres) e o marido Joaquim (Wagner Moura) planejam a realização de um filme de ficção de...monstro...pois ficção tem monstro, segundo ela. Gasta-se um pouco e o resto vai para a obra sanitária. Com a participação da irmã Silene (Camila Pitanga, deslumbrante) e o namorado Fabrício (Bruno Garcia tirando sarro dos atores canastrões), a trupe tenta filmar a história. Que foge ao controle e fica mais empolgante e dispendisiosa com a entrada de Zico (Lázaro Ramos), dono de uma empresa de filmagens de casamentos e metido a cineasta. A coisa acaba tomando proporções "hollywoodianas".
Saneamento Básico, o Filme, conta ainda co m o veterano Paulo José, que faz o italiano pai das meninas e dono de uma loja de móveis. É vísivel a batalha de Paulo José em driblar o Mal de Parkinson, doença que o aflige há mais de uma década. Não deixe de assistir. Satisfação garantida.

Duro de Matar 4.0



Eta filme pipoca dos bons. Bruce Willis chega ao quarto volume da cinesérie em Duro de Matar 4.0 (Live Free or Die Hard), direção de Len Wiseman. Aos 52 anos e sempre careteiro, mas bem-humorado, o ex-sra. Demi Moore é praticamente o Super-Homem, indestrutível. Depois de lutar num edifício em 1988, no aeroporto dois anos depois e no metrô em 1995, agora o policial John McClane luta contra um terrorista expert em informática, Greg (Timothy Olyphant) e seus asseclas, incluindo a deliciosa oriental Mai (Maggie Q).
Após ser ridicularizado pelo governo após o 11 de setembro (para quem não se lembra, os atentados as Torres Gêmeas), o vilão decide dar o troco e provar que o sistema de defesa americano é falho e vulnerável, podendo ser sabotado pela rede de computadores. Claro que McClane cai na história de para-quedas: "o homem certo no lugar errado", pois tem a missão de defender a vida de um hacker, Matt Foster (Justin Long, sósia pobre de Keanu Reeves). O policial, entre muitas piadinhas, fica mesmo possesso quando a gangue sequestra a sua filha, a indomável Lucy (Mary Elizabeth Winstead). Desta vez não tem Bonnie Bedelia, que interpretava a esposa de Willis e que sempre encontrava-se no lugar errado.
Em Duro de Matar 4.0, McClane duela com um jato F-15, pilota um helicóptero, pula de uma altura de 10 metros, toma tiro no peito e só sai mancando. O filme é pura adrenalina, mas se McClane é indestrutível, DM 4.0 é vulnerável aos furos de roteiro e de sequência. Dá para fazer uma lista enorme dos erros. Mas se você vai assistir DM 4.0 é porque quer se divertir e não pensar muito, não é?!

A Volta do Todo-Poderoso



Steve Carrell é um ótimo comediante, vide o excelente seriado The Office ou o divertido filme O Virgem de 40 anos. Porém em A Volta do Todo-Poderoso (Evan Almighty, direção de Tom Shadyac) a decepção é completa. Se no primeiro filme, Jim Carrey e Morgan Freeman, aqui de volta fazendo o papel de deus, faziam a gente dar algumas risadas, agora o constrangimento é total.
O personagem de Carrell, Evan, esteve presente no primeiro filme e agora é eleito deputado e com a mulher, Joan (Lauren Graham, a mãezona de Gilmore Girls) e os 3 filhos, vai morar num condomímio fechado próximo a capital Washington. Como bom religioso que se acha, uma noite antes de dormir, ele pede a Deus que consiga a salvar o mundo. Pois é prontamente atendido: Deus o instrui a construir uma arca e ele reencarna Noé. Claro, passa a ser taxado de louco e cercado por casais de animais. Porém Carrell, John Godmann - que deve estar pesando uns 180 quilos - e outros comediantes menos conhecidos do público brasileiro e que podem ser vistos nas séries que passam na tevê a cabo passam o tempo todo fazendo caretas e contando piadas sem a mínima graça. Bola fora.

A Leste de Bucareste



O regime ditatorial de Nicolau Ceasescu ainda pesa sobre a vida quase medíocre dos moradores numa cidadezinha perto de Bucareste, capital da Romênia. Os primeiros minutos de A Leste de Bucareste, de Corneliu Porumboiu parecem horas e quase tediosos. Mas não desista, pois a segunda parte é hilária, com três pessoas debatendo numa tevê local o dia 22 de dezembro de 1989 - quando o ditador foi deposto. Surpreendente e imperdível.

A Vida Secreta das Palavras



Garota de cerca de 30 anos, solitária, tira férias à força e acaba parando numa plataforma petrolífera em A Vida Secreta das Palavras, da espanhola Isabel Coixet. Hannah (Sarah Polley, de Minha Vida Sem Mim) vai encontrar no local pessoas como ela, que preferem a solidão e o silêncio, aonde guardam os mais profundos segredos. A garota, que é surda devido a torturas sofridas durante a guerra da ex-Iugoslávia, acaba se envolvendo emocionalmente com um funcionário da plataforma, Josef ( o sempre bom Tim Robbins) e tenta evitar que os sentimentos venham à tona. Preste atenção num dos personagens do filme, o cozinheiro Simon, interpretado por Javier Cámara. Ele era o enfermeiro em Fale com Ela, de Almodóvar.

“Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale)

Foto: Universal Pictures "Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale), direção de Simon Curtis, promete ser o últ...