quinta-feira, setembro 12, 2013

"O Ataque"

Uma patacoada nacionalista. É como pode ser classificado "O Ataque", do alemão Roland Emerich. A história é basicamente a mesma de outro filme recente estrelado por Gerald Butler, "Ataque à Casa Branca". Aqui o candidato a agente secreto John Cale (Channing Tatum) se vê sozinho dentro da Casa Branca, durante um ataque terrorista. De um modo Duro de Matar, ele sobrevive a diversas investidas dos vilões, enquanto tenta proteger o presidente James Sawyer, interpretado por Jamie Foxx, e nitidamente inspirado em Barack Obama.

Mas John não está ali só pelo presidente, mas também por sua filha, de onze anos, que vê o pai como um cara irresponsável e distante. E o ataque terrorista acontece exatamente no dia em que John levou a menina, Emily (a insuportável Joey King) para uma tour pela Casa Branca. E a menina vira celebridade, ao filmar os terroristas e colocar as imagens no youtube.

John, como um John McClane, corre pelos corredores e túneis da Casa Branca, sempre escapando no último intante de ser atingido por alguma bala terrorista. E os vilões não têm muita lógica em sua investida dentro do símbolo-mor da presidência norte-americana. Mas o filme cumpre sua função de entreter.

Cotação: regular
Chico Izidro

"Hannah Arendt"

A parceria da cineasta Margaretha von Trotta com a atriz Barbara Sukowa já havia dado certo há mais de duas décadas com o histórico "Rosa de Luxemburgo". E agora acertam de novo a mão em "Hannah Arendt", onde é retratado um dos momentos mais polêmicos na vida da filósofa judia-alemã, autora do seminal "As Origens do Totalitarismo".

A maior parte da ação, ou falta de, transcorre durante o julgamento do nazista Adolf Eichmann, capturado em Buenos Aires, e julgado em Jerusalém dois anos depois. A filósofa, que em sua juventude foi amante do grande filósofo convertido ao nazismo Martin Heidegger, cobriu os nove meses do julgamento pela revista New Yorker, biblia dos intelectuais americanos principalmente naqueles turbulentos anos 1960. E a sua visão de que Eichmann não era um indivíduo mal, mas apenas um burocrata estúpido e carreirista, e de que os próprios líderes judeus contribuiram para o holocausto quase destroçaram a sua carreira.

"Hannah Arendt" é um filme de diálogos, passado em boa parte em escritórios enfumaçados - os personagens fumam sem parar. E também no tribunal em Jerusalém. E aí uma bela sacada da diretoria Von Trotta, ex-companheira do cineasta Völker von Schlondorff as cenas de Eichmann são as registradas realmente no julgamento, em preto e branco - mostram aquele homenzinho feio e míope dentro de uma gaiola de vidro, cheio de tiques nervosos, e num terno surrado nem de longe parece um daqueles nazistas assustadores da SS. A participação de Arendt, que também é mostrada em flash-back em seus anos universitários ao lado de Heidegger, gerou o estupendo livro "Eichmann em Jerusalém: A Banalidade do Mal".

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"Se Puder....Dirija"

Ao término de "Se Puder...Dirija" ficam dois pensamentos. O primeiro é como alguém teve a coragem de filmar tremenda bobagem. E o segundo é: graças a Deus, acabou a tortura. Sim, o filme brasileiro dirigido por Anita Barbosa e Paulo Fontanele se candidata a um dos piores já feitos no país. Ele é protagonizado por Luis Fernando Guimarães com o rosto entupido de botox. Ele é João, um cara irresponsável, separado e distante do filho de cinco anos. E ele tem uma simples missão em determinado dia - ficar com o garoto na escola durante uma gincana. E o garoto vê o pai como uim super-herói, ao contrário da ex-esposa, vivida por Virgínia Vlasak, que o considera um irrecuperável.

Trabalhando como manobrista em um estacionamento, João pega emprestado o carro de uma cliente para buscar o filho. E tudo começa a dar errado -eles sofrem sequestro-relâmpago, atropelam um ciclista, são abordados por um guarda de trânsito cuja mulher está quase dando a luz. A intenção é fazer aquela comédia de erros tão comum no cinema americano. Mas assim como na vida de João, tudo dá errado. Não existe graça, as piadas inexistem, e algumas beiram a escatologia - já tão manjadas, como peidos, ou uma chave que cai na privada onde um gordinho vai defecar, e por aí vai a bobagem. Quando termina, só podemos dizer obrigado. Até uma sessão no dentista para tratar um canal é mais indolor.

Cotação: ruim
Chico Izidro

"Bling Ring - A Gangue de Hollywood"

Recordo quando Sofia Coppola estrelou "O Poderoso Chefão 3", em 1990, e de como a filha do diretor Francis Ford Coppola foi execrada por sua atuação amadora. Então ela se reinventou atrás das câmeras, e como poucos sabe registrar o enfado da juventude, como visto em "As Virgens Suicídas", "Encontros e Desencontros" e "Maria Antonieta". Agora, pegando um outro caso real, Sofia Coppola surpreende em "Bling Ring - A Gangue de Hollywood", onde recria fato ocorrido no final da década passada na parte rica de Los Angeles.

Um grupo de jovens de classe média, com pouca atenção dos pais, e querendo ter a sensação de como viviam os famosos, partem para roubos orquestrados em casa de celebridades. As vítimas são Paris Hilton, que possui tanta coisa em sua mansão que só se dá conta de estar sendo vítima de roubo na terceira vez que é "visitada", Orlando Bloom, de "Piratas do Caribe", e até mesmo a atriz alterego de Sofia, Kirsten Dunst, que faz uma ponta no filme como ela mesma.

Os atores que representam os jovens são em sua quase totalidade desconhecidos, salvo excessão a belezura Emma Watson, a Hermione da saga Harry Potter, e a irmã de Vera Farmiga, Taissa Farmiga, que já foi vista em American Horror Story. Todos estão bem em seus papéis, principalmente Katie Chang, que vive Rebecca, a líder da gangue. Enfeitiçados por sua proeza, a gangue acabou se entregando, ao postar as imagens de seus saques nas redes sociais. Eles foram presos e condenados a passar um tempo na prisão.

Cotação: bom

"Gente Grande 2"

"Gente Grande 2", de Dennis Dugan, traz de novo a trupe liderada por Adam Sandler e Kevin James. São quatro amigos que apesar de terem passado dos 40 anos, casados e com filhos, ainda não se convenceram da idade e agem como adolescentes. Aqui eles estão de volta a pequena cidade em que foram criados, e se veem às voltas com um grupo de universitários que não aceitam aqueles velhos no território.

No mais, as velhas piadas escatológicas de peidos, arrotos, mulheres com peitos abundantes, e a velha lembrança do bullying que sofriam no tempo da escola. O climax acontece numa festa anos 1980, com todos os personagens vestidos como celebridades do período - poderia ser uma boa sacada, não fosse a briga campal que acontece durante a festa.

Cotação: ruim
Chico Izidro

"Frances Ha"

Filmado em preto e branco, "Frances Ha", dirigido por Noah Baumbach, mostra o dia a dia de uma garota meio looser vivendo em Nova Iorque. Frances (Greta Gerwig) tem quase 30 anos de idade, e total falta de perspectivas. Acabou de recusar ir morar com o namorado, quando descobre que sua companheira de apartamento vai se mudar para outro bairro. Ou seja, fica sem eira nem beira de como pagar o aluguel, e passa a pular de apartamento em apartamento. Além disso, trabalha como assistente em uma companhia de dança, onde pretende ser alçada a bailarina, mas não é vista com capacidade para tal.

Ou seja, tudo na vida de Frances vai de mal a pior. Mas isto é pouco mostrado na tela, afinal a personagem tenta sobreviver do melhor jeito que pode em Nova Iorque, como na cena em que dança pelas ruas Modern Love, clássico oitentista de David Bowie. Greta Gerwig é ela própria a roteirista, e sua personagem tem uma beleza simples. O filme retrata a vida de jovens que aos 20 e poucos anos têm suas vidas indefinidas por questões financeiras e profissionais.

Cotação: regular
Chico Izidro

"A Filha do Meu Melhor Amigo"

Quanto é correto um homem de 50 anos namorar uma garota da metade de sua idade? Isso é comum. Mas e se ela é alguém muito, muito próximo: Na comédia romântica "A Filha do Meu Melhor Amigo", direção de Julian Farino, acontece isso. David Walling (Hugh Laurie, o dr. House) se envolve com a linda e sedutora Nina (Leighton Meester, de Gossip Girl), simplesmente a filha de Terry (David Platt), vizinho e amigo de anos. O amor dos dois parece ser puro e sincero, mas cria uma comoção entre as duas famílias.

Bem que o casamento de David já se encontrava-se estagnado e ele reencontra a juventude perdida no namoro com Nina. Mas sofre pela negação da filha e narradora da história, Vanessa (Alia Shawkat) em aceitar o seu caso com a garota que era sua melhor amiga na adolescência, mas que passou cinco anos fora de casa. A história é interessante, e tenta evitar o máximo cair no lugar comum do conservadorismo. Afinal, qual o problema de um relacionamento entre duas pessoas com idades tão distintas?

Cotação: bom
Chico Izidro

“Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale)

Foto: Universal Pictures "Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale), direção de Simon Curtis, promete ser o últ...