domingo, setembro 25, 2022

“NÃO SE PREOCUPE, QUERIDA” ( Don't Worry Darling)

"Não Se Preocupe, Querida” (Don't Worry Darling), dirigido por Olivia Wilde, vinha chamando mais atenção devido as fofocas de bastidores, que envolviam troca de atores na última horam atritos com a diretoria e briga entre os atores, que teve até uma cena de um dos protagonistas cuspindo em um colega durante uma premiação (o que se provou ter sido falso).
Pois o filme, que transcorre nos anos 1950, conta a história de uma dona de casa, Alice (Florence Pugh), que mora com o marido, Jack (Harry Stiles), em uma comunidade fechada na Califórnia, conhecida como Projeto Vitória.
Na localidade, tudo é perfeito. Bonitas casa, donas de casa cuidando dos cônjuges, e quando eles saem para trabalhar – um tal secreto Projeto Vitória – o mesmo nome do condomínio, elas se dedicam a limpar as casas, fazer balé, beber drinks à beira da piscina, até a volta dos maridos para casa.
Tudo tão certinho, até o dia em que uma amiga e vizinha de Alice começa a ter atitudes estranhas, e reclamando para todos que alguma coisa está errada no local. As pessoas dizem que ela está enlouquecendo.
Porém Alice não acha normal a atitude da amiga e passa a questionar toda aquela normalidade. Em determinado momento, vê à comunidade, mas ninguém parece ter notado o acidente ou o ignora. Isso liga o sinal de alerta em Alice, que inicia uma investigação sobre o que existe por trás dessa comunidade tão exemplar. E com uma virada na história, Alice descobre o que está por trás de sua vida que parecia tão perfeita.
O roteiro é até bem amarrado, no entanto é muito previsível, pois desde o começo o espectador nota que aquele localidade não é tão normal como aparenta ser, assim como os seus moradores. Não existe novidade na trama.
Mas a atuação de Florence Pugh como a atormentada Alice é esplendorosa, na mesma linha de outro filme estrelado por ela, o terror “Midsommar – O Mal Não Espera a Noite” (2019). Já seu par, o astro pop Harry Stiles, ainda precisa comer muito feijão para sair da mediocridade. Enfim, “Não Se Preocupe, Querida”(Don't Worry Darling)”, é um filme de terror psicológico mediano.
Cotação: regular
Duração: 2h03min
Chico Izidro

sexta-feira, setembro 02, 2022

"Era Uma Vez Um Gênio" (Three Thousand Years of Longing)

Em "Era Uma Vez Um Gênio" (Three Thousand Years of Longing), direção de George Miller, sim, aquele mesmo de "Mad Max", a história gira em torno de Alithea Binnie (Tilda Swinton), uma estudiosa de histórias e mitologia, que encontra um "djinn" (Idris Elba), que conforme a tradição, concede três desejos à ela. Alithea está participando de uma conferência em Istambul, na Turquia, quando se depara com a criatura fantástica. O filme, cuja trama foi escrita por George Miller e Augusta Gore é baseada no na coleção de contos “The Djinn in the Nightingale’s Eye”, de A. S. Byatt, lançado em 1994.
Alithea é uma pessoa de natureza solitária desde a infância – são mostrados flashbacks onde ela, interpretada por Alyla Browne, aparece criando um amigo imaginário. Já adulta e mais fechada, devido muito a um casamento fracassado, parece aceitar a situação. Mas ao libertar o gênio, três desejos lhe são concedidos e, quando eles forem realizados, a criatura estará livre, após três aprisionamentos distintos nos últimos três mil anos.
O problema é que Alithea não tem muitas ambições, nada que deseje, além do que desconfie do gênio, e sendo uma estudiosa, sabe que sempre os pedidos acabam dando errado, trazendo prejuízos para todos. Assim, o gênio conta para ela o que aconteceu com ele durante os milhares de anos, desde o palácio da Rainha de Sabá (Aamito Lagum) às profundezas do Mar Vermelho; de Constantinopla ao fundo do Estreito de Bósforo. Estas cenas são fantásticas, muito bem produzidas, com figurinos criados por Kym Barret, o trabalho de fotografia de John Seale e o design de produção de Roger Ford.
Até aí a história funciona, mas de repente algo se solta, se perde, e o filme perde a graça, apesar do esforço de Tilda e de Idris. Os dois se envolvem em um relacionamento amoroso !!!! Ou seja, nada faz sentido. Uma leitura que se pode fazer talvez seja a possibilidade de ela imaginar toda a situação, e o ser mítico ser apenas fruto de sua imaginação poderosa. Um desperdício de bons atores.
Cotação: Ruim
Duração: 1h49min
Chico Izidro

quinta-feira, setembro 01, 2022

“Um Lugar Bem Longe Daqui” (Where the Crawdads Sing)

Baseado no romance de Delia Owens, “Um Lugar Bem Longe Daqui” (Where the Crawdads Sing), acompanha a trajetória de Kya Clark (Daisy Edgar-Jones), uma menina que aos seis anos começa a ser abandonada por toda sua família. Primeiro parte a sua mãe, cansada dos abusos praticados pelo marido, depois vão os seus irmãos, chegando até a partida do pai abusivo. A menina acaba tendo de se defender sozinha, vivendo escondida em sua casa em um pântano, encontrando apoio apenas em Jumpin' (Sterling Macer Jr.) e Mabel (Michael Hyatt), um casal de comerciantes negros da cidade fictícia de Barkley Cove, na Carolina do Norte.
Analfabeta, aprende com as plantas e os animais como é a vida. Já adolescente, o garoto Tate (Taylor John Smith) entra em sua vida, e ele será muito importante para quebrar o isolamento social de Kya. Que mesmo assim, ainda vai sofrer muito e já na fase adulta, sofrendo com o preconceito dos moradores da cidade, será acusada de assassinar Chase Andrews (Harris Dickinson), um jovem rico da localidade, e que tentava manter um relacionamento com ela.
O filme se passa em duas fases temporais. Em uma delas, é mostrada a vida de Kya adulta, sendo presa e julgada pelo assassinato. E na outra, a trajetória da garota desde sua infância até o começo de sua fase adulta. Não li o livro, mas quem o fez me disse ser o longa-metragem fiel, inclusive nos pequenos detalhes da obra de Delia Owens, como a aparência física dos personagens e as cores da flora e fauna de Barkley Cove, na Carolina do Norte.
A trama foca muito bem em questões como relacionamentos abusivos, desigualdade social, e aos vários tipos de preconceitos. E mostra muito bem os efeitos que o isolamento social pode causar em um ser humano, deixado sozinho à própria sorte.
Cotação: bom
Duração: 2h5min
Chico Izidro

quinta-feira, agosto 25, 2022

"Não, Não Olhe" (Nope)

Em "Não, Não Olhe" (Nope), dirigido pelo já renomado diretor Jordan Peele, a história se passa em uma cidadezinha do interior da Califórnia, onde vivem os irmãos OJ (Daniel Kaluuya) e Emerald Haywood (Keke Palmer), que passam a administrar um rancho especializado em treinar cavalos para participações em filmes, após a morte do pai deles, Otis (Keith David), causada por destroços caídos do céu.
Os irmãos precisam batalhar para manter as contas em dia, até mesmo tendo de se desfazer de alguns cavalos, negociados com Ricky 'Jupe' Park (Steve Yeun, o Glen de The Walking Dead), que é uma ex-estrela mirim que teve sua carreira artística interrompida precocemente e de forma terrível, e agora dono de um parque temático inspirada no Velho Oeste, vizinho a fazenda dos Haywood. O incidente ocorrido com Ricky é um dos grandes momentos do filme, e tem relação com um animal que se rebelou e praticou uma chacina - as cenas são mostradas em flashbacks muito bem inseridos na trama.
E estranhos acontecimentos passam a ocorrer na área, envolvendo o desaparecimento de alguns animais e a detectação de um objeto estranho que parece estar sobrevoando a casa dos irmãos. A dupla parece acreditar testemunhar o aparecimento de um disco voador - mas na realidade é algo muito mais sinistro e perigoso, e que devora as pessoas, mas contar pode estragar a surpresa.
"Não, Não Olhe" (Nope) brinca ainda com a questão de se tentar conseguir a fama e fortuna registrando imagens. Os irmãos tem reações distintas, pois desde a morte do pai, OJ, cujas iniciais provocam uma das melhores piadas do filme, virou uma pessoa fechada e negativa, a irmã é tagarela e motivada. Os dois, no entanto, passam a buscar meios de provar que há realmente um OVNI perto e acabam recebendo a ajuda de um técnico em eletônica de uma loja, Angel Torres (Brandon Perea), e de um fotógrafo surtado, Antlers Holst, interpretado por Michael Wincott.
"Não! Não Olhe!" é apenas o terceiro longa criado pelo diretor, antes vieram "Corra" e "Nós", que eram obras de terror, mas com críticas ao racismo. Já este novo filme é simplesmente terror, numa pegada "Twilight Zone", aliás seriado surgido nos anos 1960 através da mente criativa de Rod Sterling, e que ganhou versão nos anos 1980, e agora mais recentemente duas novas temporadas, pelas mãos do próprio Peele. A história brinca com o clássico conceito do “medo do desconhecido”, com os personagens sabendo que existe algo lá fora, mas "o que exatamente?", exatamente como em "Tubarão", de Steven Spielberg. O filme também provoca medo justamente pela amplidão da área afetada pelo estranho ser, pois os espaços abertos são gigantescos, passando uma sensação de não ter para onde correr e se proteger. E como o próprio título do filme antecipa, existe a questão de não se encarar o monstro diretamente nos olhos.
Cotação: ótimo
Duração: 2h10min
Chico Izidro

quarta-feira, agosto 17, 2022

"45 DO SEGUNDO TEMPO"

"45 do Segundo Tempo" é uma divertida comédia dramática nacional, com direção de Luiz Villaça (da série indicada ao Emmy Internacional de Melhor Comédia “A Mulher do Prefeito” e do filme “De Onde Eu Te Vejo”), e que consegue fugir daquele esquemão dos filmes baixaria da Globo, que apelam para o histerismo, histrionismo e piadas de salão. E isso que conta em seu elenco com os globais Tony Ramos e Cássio Gabus Mendes.
A trama segue a trajetória de três amigos de adolescência que ficaram 40 anos sem se ver - Pedro Baresi (Ramos), Ivan (Cássio) e Mariano (Ary França). Eles são reunidos por um jornal para recriar uma foto tirada na inauguração do metrô de São Paulo, em 1974. Na realidade, eram quatro garotos, mas um deles acabara de falecer.
Pedro é o centro da história - ele é dono de uma cantina italiana, a Baresi, herdada dos pais, e que encontra-se em estado de falência. Palmeirense roxo, sonha em ver seu time campeão, mas acaba pensando em suicídio depois da morte de sua única companheira, a cadela Calabresa. Ivan é um advogado rico, mas em crise no casamento com Lilian (Denise Fraga) e arrasado ao descobrir que o filho único é gay. E tem ainda Mariano, que é padre, porém questiona a existência de deus, é apaixonado por sua ajudante na Igreja, e detesta o fato de ser gay.
Ao se reunirem para a reportagem, descobrem que o tempo passou e eles perderam as afinidades da juventude. Porém, ao tomarem conhecimento da ideia de Pedro, decidem largar tudo, pegar a estrada - sim, o filme vira um roadie-movie, onde decidem visitar Soninha (Louise Cardoso), a paixão juvenil deles e viúva do amigo falecido, que ainda mora na pequena cidade interiorana onde viveram seus melhores dias.
Durante a viagem, Pedro, Ivan e Mariano recuperam a amizade desaparecida nas quatro décadas e lembram dos melhores dias de suas vidas, sabendo que não existe volta. O que foi, foi. uma comédia dramática sobre as escolhas, a amizade e sobre redescobrir o presente ao revisitar o passado. "45 do Segundo Tempo" fala de amizades, redescobrimentos, escolhas, alegrias, tristezas, e traz um divertido Tony Ramos em um papel muito divertido.
Ele não poupa palavrões, e apesar de ser torcedor do São Paulo, vive um fanático palmeirense: “O fato de eu ser são-paulino e fazer um palmeirense tão fervoroso diz respeito, em primeiro, por gostar muito de futebol desde a minha tenra infância, gostava muito de assistir, de ir ao campo e mesmo de jogar. Sou sim, um são-paulino, um tricolor desde o início da minha infância. Mas, isso não impede de eu fazer um palmeirense absoluto e gravar naquele lindo estádio, que aliás, é linda a Arena Allianz Parque”, afirmou o ator.
Cotação: bom
Duração: 1h45min
Chico Izidro

"MEU ÁLBUM DE AMORES"

Quando o Pop encontra o Brega. "MEU ÁLBUM DE AMORES", filme de Rafael Gomes (“Música para Morrer de Amor” e “45 Dias sem Você”), tem como protagonista um dentista de 25 anos, Júlio (interpretado por Gabriel Leone, de Eduardo e Mônica), que está prestes a se casar com o amor de sua vida, Alice (Carla Salle), com quem namora há 5 anos, mas ela resolve se separar dele, que fica inconsolável.
Mas paralelamente, surge em sua vida um meio-irmão, Felipe (Felipe Frazão), que conta para Júlio os dois serem filhos de Odilon Ricardo (novamente Gabriel Leone), um cantor brega de muito sucesso nos anos 1970, e que recém falecido, deixou uma casa de herança para ambos. Os dois são completamente diferentes em tudo - Júlio é todo traumatizado, buscando incessantemente o amor, mas sem esquecer de Alice, enquanto que Felipe herdou o dom musical do pai, e é um gay sem traumas e mirando projetos para fazer sucesso na carreira musical.
Aos poucos, Júlio vai em busca do autoconhecimento, de se reestruturar, enquanto tenta descobrir quem foi o seu pai - já que ele foi criado por outro homem, que também era dentista e lhe deixou o consultário. As pérolas do filme são as músicas, todas naquele ritmo característico dos anos 1970, que se popularizou no Brasil como música-brega. Elas têm a criação do rei das empregadas Odair José nas melodias, e o ex-Titã Arnaldo Antunes nas letras. Ficaram sensacionais.
Leone gravou as músicas previamente, e depois dublava a si mesmo em cena - exceto na música “Escutar a sua voz”, um dueto inédito com Laila Garin, em que ambos cantam em cena, ao vivo. A ideia, visualmente, era aludir à estética dos clipes dos anos 1970 (e as referências são várias, de ‘Wuthering Heights’, da Kate Bush, a ‘Detalhes’ e ‘Eu quero apenas’, do Roberto Carlos), deixando bastante explícita à citação, mas ao mesmo tempo quebrar a ilusão, ou seja, propor um jogo com o fato de que aquilo tudo era um cenário e uma simulação.
Cotação: ótimo
Duração: 1h41min
Chico Izidro

quinta-feira, agosto 04, 2022

"Trem-Bala" (Bullet Train)

Em "Trem-Bala" (Bullet Train), direção de David Leitch (Deadpool 2) e baseado em um romance de sucesso japonês, adaptado pelo roteirista Zak Olkewicz, temos uma história que transcorre em uma noite durante uma viagem pelo Japão no veículo que dá nome ao filme. Nele vemos o assassino azarado Joaninha (Brad Pitt), que embarca em um trem-bala no Japão, com uma única missão - pegar uma maleta cheia de dinheiro e desembarcar. O problema é que em sua missão, ele vai entrar em rota de colisão com outros personagens tentando resolver pendengas, algumas de vingança.
Na trama a jovem misteriosa Prince (Joey King), uma dupla de assassinos de aluguel, os gêmeos Limão e Tangerina (Aaron Taylor-Johnson e Brian Tyree Henry), um assassino vingativo, o Coelho (Benito A. Martínez Ocasio). Já Andrew Koji, do seriado Warrior, vive Kimura, que entra no trem disposto a se vingar de alguém que está no trem e tentou matar seu filho, que se encontra em um leito de hospital. E Zazie Betz interpreta outra assassina na história, a Vespa, que mata seus inimigos através de um veneno potentissimo.
Além deles, aparecem outros atores, em rápidas aparições, como Ryan Reynolds, Sandra Bullock. E alguns entram em cena, para rapidamente serem mortos. Mas todos eles têm objetivos conflitantes porém conectados. A história tem muito dos filmes de Guy Ritchie misturados com Quentin Tarantino. E de Deadpool também, já que David Leitch foji o artífice por trás desta comédia de ação. E "Trem-Bala" é uma comédia de ação, com diálogos afiados, cenas de ação bem construídas, brutais, sangrentas, mas feitas para o espectador gargalhar, e muitos flashbacks, para explicar o porque de tal personagem estar ali no trem. Enfim, "Trem-Bala" é diversão garantida.
Cotação: ótimo
Duração: 2h06
Chico Izidro

“Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale)

Foto: Universal Pictures "Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale), direção de Simon Curtis, promete ser o últ...