quinta-feira, novembro 12, 2009
2012
O alemão Roland Emmerich conseguiu se superar no festival de bobagens que é 2012, novo filme-catástrofe na praça. Desta vez nada de ET's como em Independence Day, o frio em O Dia Depois de Amanhã, o monstro destruídor em Godzilla. Agora o tema é o final do mundo, de acordo com o calendário dos maias.
2012 é de encher os olhos devido aos seus efeitos especiais de primeira linha. E também por contar com um elenco de bons atores, como John Cusack, Chiwetel Ejiofor, Danny Glover, Oliver Platt e Amanda Peet.
Porém o roteiro é sofrível. Brutal. O planeta Terra está em vias de ser destruído e vários governos mundiais, liderados pelos Estados Unidos, começam a planejar uma forma de salvar um número determinado de pessoas (privilegiados que podem pagar R$ 1 bilhão por suas vidas).
Claro que no meio disso tudo, há a tradicional e batida história da família disfuncional. John Cusack é o escritor, que sobrevive como chofer de limusine, separado e com dois filhos morando com a ex-mulher e um metido metido a besta. E os filhos, a menina é um amor enquanto que o garoto é aquele tipo antipático, reclamando de tudo (alguém aí se lembrou de A Guerra dos Mundos, com Tom Cruise?). Há ainda o maluco (Woddy Harrelson), que prega o final dos dias e conspiração do governo e que é desacreditado por todo mundo.
Algumas cenas são de uma inverossimilhança tremenda, como por exemplo John Cusack escapando de terremotos dirigindo uma limusine, ou o padrasto de seus filhos de uma hora para outra se tornar um exímio piloto de aviões...Tudo bem, alguém vai dizer que o filme tem esse propósito, que é o de apenas divertir. Mas a ação é tão repetitiva, que uma hora cansa.
Cotação: regular
Chico Izidro
CÓDIGO DE CONDUTA
Um homem que viu sua mulher e filha pequena serem mortos fica completamente frustrado ao saber que o assassino sairá impune após fazer acordo com o procurador de Justiça. Este é o mote do bom CÓDIGO DE CONDUTA (Law Abiding Citizen), de F. Gary Gray.
Gerard Butler, de 300 e P.S.: Eu Te Amo é o arquiteto que sofre com o pouco caso das autoridades. Então decide fazer Justiça com as próprias mãos, acabando por parar na cadeia, depois de perseguido pelo promotor interpretado pelo ótimo Jamie Fox (Colateral e Ray). Preso, Clyde tenta mostrar que a Justiça tem graves falhas. E todos aqueles envolvidos no julgamento que liberou o assassino de sua família começam a ser mortos. E a grande sacada - quem estaria ajudando Clyde, já que ele está no presídio?
CÓDIGO DE CONDUTA tem toques de Jogos Mortais com Desejo de Matar (a cine-série dos anos 1970 e 80 protagonizadas por Charles Bronson). Enfim, é um filme que prende o espectador, com cenas surpreendentes. Fiquem atentos na do telefone celular.
Cotação: bom
Chico Izidro
JOGOS MORTAIS 6
O serial killer Jigsaw (Tobin Bell) já passou desta para melhor. Mas o seu legado continua em JOGOS MORTAIS VI, de Kevin Greutert. A história aqui não difere muito das outras, ou seja, pessoas com pecados em suas vidas continuam sendo alvo da fúria assassina de Jigsaw. Como ele está morto, deixou orientações aos seus seguidores, entre eles o detetive Hoffman (o careteiro Costa Mandylor).
Cada vítima de Saw é submetida a uma tortura específica. E aqui vale um parênteses: o cara ou o grupo que cria as máquinas de torturas deveria ir a um psiquiatra, pois tem sérios problemas mentais...
Corpos são mutilados, explodidos, numa orgia de sangue para quem tem estômago forte. Enfim, tudo mais do mesmo em JOGOS MORTAIS VI.
Cotação: regular
Chico Izidro
MATADORES DE VAMPIRAS LÉSBICAS
Um filme com esse "singelo" nome, MATADORES DE VAMPIRAS LÉSBICAS, não é mesmo para ser levado a sério. Com direção de Phil Claydon, é propositalmente ruim. Ele até tem boas sacadas, como a abertura, lembrando aqueles velhos filmes trash dos anos 1960. E os atores, nota-se, estão se divertindo com o besteirol.
Uma aldeia nos confins da Inglaterra sofre com uma maldição: todas as mulheres, ao completarem 18 anos se tornam vampiras lésbicas. E elas pretendem trazer à vida sua líder, morta por um guerreiro há mais de 500 anos. Para tanto, necessitam do sangue de uma virgem e de um herdeiro do guerreiro. E ele calha de ser o estúpido Flecht (James Corden, com um topete patético), que está na região de férias ao lado do tão mais idiota amigo, o gordinho Jimmy (Mathew Horne).
O filme segue a linha terrir (terror com horror). Porém não consegue fazer nem um nem outro. Ficam aquelas risadas constrangidas na sala de cinema e o olhar no relógio, torcendo para que acabe logo tal tortura.
Cotação: ruim
Chico Izidro
ALÔ, ALÔ, TEREZINHA
ALÔ, ALÔ, TEREZINHA, de Nélson Hoineff, pretendia contar a importância do comunicador Abelardo Barbosa, o Chacrinha, para a televisão brasileira. No entanto, o projeto ficou pelo devendo um pouco. Hoineff foca pouco no Velho Guerreiro, dando mais destaque as chacretes (Rita Cadillac, Índia Potira, entre outras). Seriam estas garotas de programa ou não? Também foram buscados ex-calouros, aqueles que eram humilhados por Chacrinha para deleite da plateia e também de todo o Brasil, numa era pré-tevê a cabo. Alguns não se dignaram e quase 20 anos depois voltaram a fazer ridículo em frente às câmeras. Um deles claramente sofre de distúrbios mentais, jurando ser melhor cantor do que Roberto Carlos e disparando uma música cuja letra é incompreensível. Outros dois são gagos.
Mais o show de horror não para por aí. Algumas ex-chacretes não se importam em mostrar os corpos, que outrora foram o desejo de muitos homens. São cenas constrangedoras. Índia Potira, por exemplo, fica nua num chafariz. Rita Cadillac deixa um fã beijar suas nádegas. Sobra espaço até para os eleitos de Chacrinha, como Ney Matogrosso, Fábio Júnior, Roberto Carlos e Aguinaldo Rayol contarem como eram ajudados pelo "palhaço".
Porém, ALÔ, ALÔ, TEREZINHA tem seus méritos, ao recuperar imagens históricas da tevê nos anos 1970 e 80 (Chacrinha morreu em 1988 e até hoje muita gente acha que não há um substituto à altura. Os detratores de Faustão que o digam). O Velho Guerreiro também incentivou o surgimento de vários grupos de rock, como Titãs, Barão Vermelho, Irã, Kid Abelha e por aí vai.
Cotação: bom
Chico Izidro
BESOURO
BESOURO, de João Daniel Tikhomiroff, retrata a vida do maior capoeirista da história do Brasil. E se passa no Recôncavo Baiano, em 1924, onde os negros ainda são tratados como escravos, apesar de a Abolição ter ocorrido mais de trinta anos antes. A capoeira é proibida pelas autoridades. E como o proibido é mais empolgante...
Besouro é interpretado por Ailto Carmo, capoeirista profissional. E era isso. O rapaz não tem a mínima condição de atuar. Mas ele não está sozinho no filme. Sua amiga Dinorá (Jéssica Barbosa) e o melhor amigo, Quero-Quero (Anderson Santos de Jesus) também deixam a desejar. As cenas são por demais teatrais, os vilões caricaturais. O que se salva? A reconstituição de época, a fotografia, as cenas de luta, coreografadas pelo chinês Huan-Chiu Ku, de O Tigre e o Dragão.
Cotação: ruim
Chico Izidro
SUBSTITUTOS
Bruce Willis mais uma vez confirma ser um grande ator para os filmes de ação. Em SUBSTITUTOS (Surrogates, de Jonathan Mostow), a humanidade vive trancada em seus apartamentos, usando robôs para fazerem suas atividades diárias, como ir trabalhar, jogar, pescar. Os robôs são cópias perfeitas de seus donos.
Bruce Willis e Radha Mitchell (de Melinda, Melinda) são dois agentes do FBI que começam a investigar uma série de crimes em que os robôs são exterminados e junto com eles seus operadores, os seus donos. Os suspeitos são um grupo de humanos que se negou a embarcar na onda de ter substitutos ou sem condições de possuí-los. Além das boas atuações de Willis e de Mitchell, as presenças de James Cromwell e Ving Rhames também são marcantes.
O filme é inteligente, analisando até uma das doenças modernas, a Síndrome do Pânico. E claro, como nada se cria, tudo se copia, SUBSTITUTOS bebe na fonte de outros dois grandes filmes, Eu, Robô, com Will Smith, e o imbatível Blade Runner, clássico oitentista de Ridley Scott e com Harrison Ford.
Cotação: bom
Chico Izidro
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