quarta-feira, junho 25, 2014

"Muppets 2 - Procurados e Amados"

O que é mais engraçasdo do que um sapo? Dois sapos, um bom e um mau. Assim é a premissa de "Muppets 2 - Procurados e Amados", dirigido por James Bobin. Os marionetes criados por Jim Henson (1936-1990) estão em seu sexto filme, apesar de este ser considerado o segundo, na nova leva. Aqui, os Muppets partem para uma excursão pela Europa, empresariados por Dominic Badguy (Ricky Gervais). Mas na realidade, Badguy é o braço direito de Constantine, o sapo mau, que fugiu de uma prisão na Sibéria, e é sósia de Kermit, antigamente conhecido no Brasil como Caco. Constantine, então, faz com que Kermit seja preso em seu lugar, e assume o comando da trupe de bonecos. Enquanto Kermit vai parar na prisão, na Rússia, Constantine aproveita a turnê para praticar roubos em museus no Velho Continente. Já Kermity passa a tentar fugir da prisão, controlada com braço de ferro por Nadya (Tina Fey).

O filme é repleto de divertidas cenas musicais, uma das características fortes dos Muppets. E os marionetes mantém suas características que fizeram a diversão de muita gente na infância. A porca Pig, mandona e querendo loucamente casar com Kermit, Fozzi e sua estupidez simpática, Gonzo e sua tristeza intensa, o cientista louco e seus projetos furados. Já os personagens humanos estão ótimos. Rick Gervais e Tina Fey se destacam, mas também há espaço para coadjuvantes, como Ty Burrell no papel do agente da Interpol Jean-Pierre Napoléon, que em seu minúsculo carro, tenta encontrar os responsáveis pelos roubos das obras de arte, e Danny Trejo, que tem uma das melhores piadas do filme. Uma ótima diversão.

Cotação: ótimo
Chico Izidro


"Jersey Boys: Em Busca da Música"

Embora não seja um filme de mafiosos, "Jersey Boys: Em Busca da Música", dirigido por Clint Eastwood, tem elementos que remetem ao clássico "Os Bons Companheiros", de Martin Scorsese. Tudo porque a trama envolve rapazes oriundos de um bairro italiano de New Jersey. E eles, dividem o tempo tocando em uma banda e praticando pequenos roubos pelo bairro. E ainda eram patrocinados por um gângster, Angelo 'Gyp' DeCarlo, interpretado por Christopher Walken.

Mas "Jersey Boys: Em Busca da Música" é mais do que isso. Retrata a trajetória do cantor Frankie Valli, vivido por John Lloyd Young, que é convidado devido a sua capacidade vocal para integrar uma banda liderada pelo músico e nas horas vagas marginal Tommy DeVito (Vincent Piazza). Logo eles formam o grupo The Four Seasons, com a entrada do compositor e tecladista Bob Gaudio (Erich Bergen) e o baixista Nick Massi (Michael Lomenda). A história segue os degraus da banda em busca do sucesso, com seus percalços, frustrações, até a fama, que claro, traria intrigas e ciúmes dentro do grupo, principalmente por causa da questão financeira.

O cantor tinha um timbre de voz quase feminino, e isso hipnotizava as plateias nos anos 1950 e 1960 - o auge do sucesso da banda, que teve hits explosivos como Sherry, mas explodiria mundialmente com Can't Take My Eyes Off You. Os personagens conversam com o espectador, enquanto vão destrinchando os momentos complicados vividos por eles ao longo dos anos. A banda ainda está na ativa.

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"Amazônia"

"Amazônia", direção de Thierry Ragobert, é um filme feito para a criançada. E só para elas. Os adultos irão se aborrecer enormemente com a história do macao prego Castanha, que criado em cativeiro, é vendido para um circo do norte do Brasil. Durante a viagem, o avião em que ele estava sofre uma pane e cai no meio da Floresta Amazônica. Castanha narra a história e seu estranhamento ao se ver perdido no meio do mato, e principalmente quando se separa com animais selvagens. Esses bichos recebem closes, e mesmo com o filme em 3D, não existe nenhum acréscimo nas imagens.

Aos poucos, Castanha vai se adaptando ao novo ambiente, conhece uma parceira, a macaquinha Gaia, enquanto que o sono vai tomando conta do espectador. O problema é a narração, extremamente infantilizada e monótona, que incomoda os ouvidos.

Cotação: ruim
Chico Izidro

quinta-feira, junho 19, 2014

"Como Treinar o Seu Dragão 2"


"Como Treinar o Seu Dragão 2", dirigido por Dean DeBlois, traz de novo Soluço, agora quase adulto, e seu dragão de estimação, Banguela. No primeiro filme, o garoto mostrava a sua aldeia de vikings que era possível a convivência entre humanos e dragões. Agora, Soluço, que perdeu uma perna no final da parte 1, vai lutar contra um guerreiro que pretende controlar todos os dragões do mundo, ao mesmo tempo que resiste a ideia de seu pai, Stoick, em torná-lo seu sucessor na liderança da aldeia.

O filme lida com temas tão caros, quanto responsabilidade, amadurecimento, tolerância, e novamente pega pesado, ao eliminar um dos personagens centrais da trama. No primeiro filme, chocava a forma como Soluço perdia a sua perna esquerda, enquanto que Banguela perdia uma parte de sua asa. "Como Treinar o Seu Dragão 2" ainda tem um forte impacto visual. Os detalhes das escamas dos dragões são espetaculares, assim como o realismo no cabelo dos vikings.

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"13º Distrito"

"13º Distrito", dirigido por Camille Delamarre, é o último filme interpretado por Paul Walker, morto no ano passado, vítima de acidente automobilístico, e que se destacou na cinesérie "Velozes e Furiosos". Este filme é uma refilmagem de um original francês, de 2004, e Walker vive o policial Damien Collier. Ele tem de se infiltrar numa área de Detroit, conhecida como Brick Mansions, onde impera a violência e o tráfico de drogas. O local foi abandonado pelas autoridades à própria sorte. Mas Collier é chamado para recuperar uma bomba que caiu nas mãos do líder do tráfico local, Tremaine Alexander (RZA), e que explodirá em 10 horas se não for desativada. O policial se alia ao ladão Lino (David Belle, que revive o personagem do filme original), e ágil praticante do Parkour - aqueles movimentos ultra-rápidos e acrobáticos feitos nas ruas e prédios por uma pessoa em alta velocidade. Os dois fazem uma daquelas uniões improváveis, onde os protagonistas se odeiam, se sabotam, até verificarem que somente juntos terão sucesso na missão.

Lino é um morador de Brick Mansions que tenta combater Tremaine Alexander, e tem sérios problemas com a polícia, além do que acaba aceitando trabalhar com Collier para tentar salvar a namorada, Lola (Catalina Denis), presa pelo traficante. Tirando as belas cenas de Parkour, "13º Distrito" é um filme repleto de clichês, com vilões caricatos, como o vilão Tremaine, que indiferente a sujeira do local onde vive, passa o tempo cozinhando, e que mata com um tiro o ajudante que falha na missão, o político duas-caras cercado de puxa-sacos, o guarda-costas gigante e burro do traficante, e a vilã com poucas roupas. As atuações beiram o constrangimento e fica a impressão de que ninguém se divertiu durante as filmagens. Os atores deixam no olhar aquela ideia de "o que estamos fazendo aqui?".

Cotação: ruim
Chico Izidro

"Vizinhos"


"Vizinhos" tem direção de Nicholas Stoller, e é uma comédia acima da média. A história põe frente a frente o casal formado por Seth Rogen e Rose Byrne, Mac e Kelly Radner, com uma fraternidade universitária presidida por Zac Efron, que interpreta Teddy Sanders. Mac e Kelly recém tiveram um filho, e vivem aquele marasmo de um casal que vai perdendo sua juventude, até o dia que os novos vizinhos, universitários festeiros, se instalam na casa ao lado. E ali termina o sossego deles, já que Teddy e sua turma vivem festas diárias, barulhentas e cheias de bebidas e drogas e sexo. O jeito é pedir para que a garotada faça silêncio. E o casal não é atendido, começando uma guerra infernal de trotes, pegadinhas e chamadas para a polícia.

"Vizinhos" é uma comédia acima do normal, que não abusa de cenas escatológicas, aliás, elas nem aparecem. As piadas funcionam até mesmo quando em certa cena, os moradores da república fazem cópias de seus pênis para vender nas redondezas. Seth Rogen está lá, puxando seu fuminho como sempre, e fazendo uma boa parceria com Rose Byrne, de "Missão Madrinha de Casamento" e "X-Men: Primeira Classe'. Já Zac Efron está à vontade como o rapaz bonito e popular, mas ao mesmo tempo meio sádico, burro e sacana. Seu colega de residência, Pete (vivido por
Dave Franco), é outra figuraça, tendo o "poder" de obter uma ereção a qualquer momento, sob às vistas dos estranhos. "Vizinhos", porém, perde força em sua reta final, quando se mostra conservador.

Cotação: bom
Chico Izidro

"Transcendence - A Revolução"

Wally Pfister dirige "Transcendence - A Revolução", que tem Johnny Depp como ator principal. E o filme patina terrivelmente. Depp é o cientista Will Caster, famoso pesquisador sobre inteligência artificial, que acaba sendo alvo de um atentado de extremistas que são contra avanços tecnológicos, liderados por Bree (Kate Mara). Envenenado por polônio, Will tem menos de um mês de vida. Para manter sua consciência, quiçá inteligência quando ele não estiver mais entre os vivos, surge a ideia de transportar seu cérebro para um supercomputador. Para conseguir tal objetivo, o cientista conta com a ajuda da mulher, Evelyn (Rebecca Hall) e do amigo Max Waters (Paul Bettany).

Tratando-se de uma ficção científica, claro que o experimento tem êxito. Mas aos poucos, Will já vivendo no cyber espaço, começa a ter acesso livre a todos os computadores do mundo, controlando o que acontece on-line, e trazendo perigo para a vida humana. O jeito é tentar combater o supercomputador, que age como um Deus. Depp logo some da história, aparecendo apenas seu rosto no skype, com a qual conversa com Evelyn. E o ator parece desinteressado, tal confuso se mostra o roteiro. Os outros personagens, incluindo Joseph Tagger, vivido por Morgan Freeman, são chatos. E mostram não saber o que querem. Em determinado momento, agem de uma forma, para na sequência modificarem seus atos, incoerentemente. Um tremendo desperdício de tempo.

Cotação: ruim
Chico Izidro

quinta-feira, junho 12, 2014

"O Lobo Atrás da Porta"

"O Lobo Atrás da Porta", direção de Fernando Coimbra, é um dos melhores filmes brasileiros dos últimos tempos. A trama é baseada em fato ocorrido nos anos 1960, no Rio de Janeiro, no caso conhecido como a Fera da Penha, na qual a amante de um homem casado, matou a filha dele por vingança após ser rejeitada. Os personagens principais são vividos por Leandro Leal, Milhem Cortaz e Fabíula Nascimento. E eles estão ótimos. Leandra é Rosa, a jovem que se envolve com Bernardo (Cortaz). Ao descobrir que ele é casado com Sylvia (Fabíula), meio que pira, e ao se ver preterida no relacionamento, acaba por penetrar na vida de Sylvia.

A história toda transcorre na delegacia, onde cada um deles presta o depoimento ao delegado interpretado por Juliano Cazarré. E claro, são três versões diferentes para os fatos ocorridos durante os longos meses de relacionamento de Rosa com Bernardo, até chegar ao sequestro da filha pequena do casal.

O filme não traz concessões e traz um final trágico, tal qual a história na qual foi baseada.

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"Tim Lopes - Histórias de Arcanjo"

O gaúcho Tim Lopes tem sua trajetória contada no ótimo documentário "Tim Lopes - Histórias de Arcanjo", dirigido por Guilherme Azevedo e
Bruno Quintella, que é filho do jornalista. Como é conhecido, o repórter da Rede Globo foi assassinado por traficantes em 2002, na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, enquanto investigava a exploração sexual de adolescentes e a venda de drogas em bailes funk. "Tim Lopes - Histórias de Arcanjo" revisita os passos que culminaram na morte dele. Quntella aparece como personagem do documentário, entrevistando pessoas que conviveram com seu pai, e até mesmo o delegado responsável pelas investigações do assassinato. Mas não é só isso.

O filme também analisa a trajetória de Tim Lopes antes de trabalhar na televisão, como repórter investigativo na imprensa escrita nos anos 1970. Ele era um jornalista que vivia o personagem. Ou seja, para cobrir a vida de operários que trabalharam nas obras do metrô do Rio, trabalhou como um deles, passando pelas mesmas dificuldades. Quando já estava na Globo, não aparecia na tela. Tim Lopes investigava os fatos e então depois de apurados os dados, passava-os para um repórter, que completava o material.

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"Oldboy - Dias de Vingança"

Spike Lee não foi muito feliz na refilmagem do clássico sul-coreano "Oldboy", filmado por Chan-wook Park em 2003. A história gira em torno de vingança, e não poupa cenas de violência explícita. Mas se no original, o personagem principal não achava tantas facilidades para chegar aos seus algozes, na nova versão, ele vai desvendando o quebra-cabeças de uma forma fácil, que chega a ser absurda.

Joe Ducett (Josh Brolin) é um pai descuidado, irresponsável e alcoolatra. Na noite do aniversário de sua filha pequena, de três anos, ele toma um porre, e acaba sendo aprisionado. Joe passa 20 anos preso dentro de um apartamento, sem saber o motivo. No quarto há uma tevê, onde no noticiário ele vê que a sua ex-mulher foi assassinada e sua filha adotada por outra família. E ele é o suspeito do assassinato. Em sua via-crúcis, acaba sofrendo uma transformação, começando a cuidar melhor do físico e da mente, para quem sabe quando for solto, ir atrás de quem lhe colocou lá dentro e tentar provar sua inocência. Quando é solto, Joe parte em busca de seu captor, auxiliado pela assistente social Marie (Elizabeth Olsen). No caminho, vai desferindo golpes de martelo em homens que tentam pará-lo.

A trama, porém, tem tantos furos, que fica difícil acreditar em como Spike Lee foi tão descuidado na produção deste filme. Porém, Josh Brolin está muito bem no papel de um homem atormentado, que tenta se redimir depois de tanto tempo de provação.

Cotação: regular
Chico Izidro

quarta-feira, junho 04, 2014

"A Culpa é das Estrelas"

"A Culpa é das Estrelas", dirigido por Josh Boone, é baseado em best-sellers homônimo de John Green, e é um filme-fofo, mesmo tratando de tema tão espinhoso quanto o câncer. A jovem Hazel Grace Lancaster (Shailene Woodley, de Divergente) tem 17 anos e sofre de câncer desde os 11 anos. Ao frequentar um grupo de apoio à doença, acaba conhecendo Augustus Waters (Ansel Elgort), 19 anos. Encantador, educado e inteligente, ele a convida para sair. E aos poucos, os dois vão se apaixonando, mas Hazel não quer se envolver, já que não acredita que o romance possa prosperar entre os dois. Augustus também foi vítima de câncer, tanto que acabou tendo a perna direita amputada por causa do tumor. E ele se mostra desde sempre mais empolgado do que Hazel em engatar um namoro.

O filme, sim, é feito para corações apaixonados e lacrimosos. Dois jovens doentes e apaixonados, se encaminhando para um final nada agradável. Mas a história acaba não sendo tão previsível quanto se avizinha. O problema, porém, é que Hazel e Augustus são dois jovens acima da média, que não pensam como pessoas de suas idades. Discutem filosofia e literatura como adultos de 40 anos, com diálogos que chegam a ser meio forçados. No final, um filme-fofo.

Cotação: regular
Chico Izidro

"Um Episódio na Vida de um Catador de Ferro-velho"

A penúria grassa forte no leste europeu, ainda mais para os ciganos, desde sempre vítimas do preconceito racial. Em "Um Episódio na Vida de um Catador de Ferro-velho", dirigido por Danis Tanovic, são reconstituídos momentos vividos pelo cigano Nazif. Ele sustenta a mulher, Senada, e as duas filhas, como catador de ferro-velho. Vive numa aldeia bósnia miserável, onde o inverno castiga terrivelmente.

Em determinado dia, Senada sente fortes dores, e começa a ter uma hemorragia. Ao ser levada para o hospital, é diagnosticado que o bebê que ela esperava, está morto, e ela tem de ser operada para retirar o feto. Só que a família não tem seguro e a cirurgia custa 980 marcos, a moeda do país. Quantia simplesmente fora da realidade para Nazif. Então começa uma batalha para ele salvar a vida de sua mulher, que sofre com dores terríveis, e não consegue mais fazer nada em casa, a não ser ficar deitada no sofá.

"Um Episódio na Vida de um Catador de Ferro-velho" é encenado pela própria família que sofreu com as agruras que viveu num país, que apesar de europeu, miserável e sem condições de dar uma vida ideal para seus cidadãos. Qualquer semelhança com o Brasil não é mera coincidência.

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"Walesa"

Andrzej Wajda é o grande cineasta polonês da história - supera Roman Polanski porque este fez a carreira quase toda no exterior. E Wajda é um cronista de sua terra natal desde sempre, vide clássicos como "Katyn", "O Homem de Ferro" e "O Homem de Mármore". Em "Walesa", o diretor conta a trajetória política do sindicalista que lutou contra o poder do Partido Comunista Polonês por duas décadas até tornar-se, no começo dos anos 1990, após a queda do regime comunista, em presidente do país.

"Walesa" começa com Lech Walesa concedendo uma entrevista a jornalista italiana Oriana Falacci em 1981. Na conversa, ele relembra como começou sua luta durante uma manifestação em Gdansk em 1970, quando foi preso e obrigado a assinar documento onde passaria informações dos trabalhadores a polícia. E segue década adentro, com as dificuldades financeiras advindas do casamento e seis filhos pequenos. E devido a sua participação sindical, Lech Walesa vivia sendo despedido de seus empregos, que já não pagavam muito.

A história também relata os primeiros passos do sindicato Solidariedade, surgida no final dos anos 1970, e que chegou a ter mais de 10 milhões de filiados, e combateu o PCP, sempre com sucesso. Reconstituição de época, trilha sonora forte, recheada de rock'n'roll polonês e atuações seguras, principalmente de Robert Wieckiewicz como Lech Walesa.

Cotação: bom
Chico Izidro

"Malévola"

"Malévola", direção de Robert Stromberg, conta a história da fada boazinha, portadora de chifres e asas, que tornou-se má após uma desilução amorosa. "Malévola" é vivida por Angelina Jolie, e era um doce de pessoa vivendo e cuidando do reino fantástico de Moors e suas criaturas mágicas. Ela, porém, se encanta pelo jovem humano Stefan, que no entanto, tem aspirações maiores - ser rei no reino vizinho. E ele consegue o seu intento após lubridiar Malévola, arrancando suas asas e entregá-la ao rei moribundo, que passa o posto para ele.

Magoada, Malévola roga uma praga no dia do batismo da filha de Stefem, a princesa Aurora. Ela entrará em sono profundo ao completar 16 anos e espetar o dedo numa roca. Então Aurora (Elle Fanning) é levada por três fadas para a floresta, para escapar de seu destino. "Malévola" tem belas imagens, é bem editado, e cenas divertidas, principalmente quando envolve as três protetoras da princesa, vividas por Juno Temple, Imelda Staunton e Lesley Manville. O problema do filme, porém, é a atriz principal, Angelina Jolie, que está péssima no papel da fada-má. Careteira, com poses exageradas, ela estraga todo o momento em que surge em cena. Beleza não é tudo.

Cotação: regular
Chico Izidro

"Setenta"

O documentário "Setenta" dirigido por Emília Silveira, pretendia resgatar o que houve por trás do sequestro do embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher durante a ditadura militar no Brasil, em 1970. Porém o ocorrido fica em segundo plano. A diretora priorizou contar o que houve com alguns dos guerrilheiros libertos e na sequência expulsos do país quando da libertação do embaixador a pedido dos sequestradores.

Porém, a edição de "Setenta" foi muito mal feita. E se você não está bem a par do que ocorreu naqueles turbulentos dias, vai ficar perdido. Os depoimentos dos guerrilheiros aparecem soltos, sem nenhuma ordem cronológica. Falta ainda uma melhor orientação - como, por exemplo, os personagens entraram na história, como foram presos. Eles aparecem contando como foram torturados, como foi a vida no exílio, mas tudo tão desordenadamente, que incomoda.

Cotação: ruim
Chico Izidro

“QUEER”

Foto: Paris Filmes “QUEER”, dirigido por Luca Guadagnino a partir de um roteiro de Justin Kuritzkes, é baseado em romance homônimo de 1985...