quinta-feira, dezembro 21, 2017
"Suburbicon: Bem-vindos ao Paraíso" (Suburbicon)
"Suburbicon: Bem-vindos ao Paraíso" (Suburbicon) tem direção de George Clooney, mas roteiro dos irmãos Joel e Ethan Coen. O que surge é uma daquelas comédias de humor negro, com muito de "Fargo". E um tom pesado, mostrando uma América racista, mas não a atual, de Donald Trump, mas sim a dos anos 1950, antes das lutas pelos Direitos Civis.
A história transcorre num condomínio fechado, o tal Suburbicon, onde todos viviam em harmonia, com estilo de vida de classe média, em um local com shopping, escolas. Mas as coisas começam a mudar quando se muda para o lugar uma família afroamericana, provocando a revolta os moradores, todos brancos e achando que a civilização americana iria acabar. Os argumentos dos moradores é puramente racista, sem lógica e que incomoda muito. E como.
Ao lado desta família que começa a sofrer o diabo com as provocações dos racistas, que os querem longe dali, mora uma outra família, cujo chefe é Gardner Lodge (Matt Damon). Com ele residem a esposa e a irmã dela, as duas interpretadas por Julianne Moore, e mais o filho Nicky (Noah Jupe, visto recentemente em Extraordinário). E uma noite a casa é invadida por dois assaltantes, que torturam a família, ocasionando a morte da esposa de Gardner.
Então começa a comédia de erros tão comum aos irmãos Coen. Enquanto uma linha do filme segue a rotina da família afroamericana ao lado, sofrendo com a discriminação, a outra mostra que existem mais culpados do que a dupla de assaltantes que invadiu a casa dos Lodge - e aí a história parte para questões de seguro de vida, de traições. A cara de paspalho de Matt Damon é algo, mas quem ganha o filme é o pequeno Noah Jupe, que já havia se destacado como o melhor amigo do protagonista de Extraordinário. E Julianne Moore em papel duplo é...sem palavras!!!
Duração: 1h44min
Cotação: ótimo
Chico Izidro
"Corpo e Alma" (Teströl és lélekröl / On Body and Soul)
O belo filme "Corpo e Alma" (Teströl és lélekröl / On Body and Soul), dirigido pelo húngaro Ildikó Enyedi ganhou o Urso de ouro em Berlim e é o representante da Hungria no Oscar 2018. A obra trata de solidão, de inabilidade nas relações sociais, de pessoas desajustadas socialmente, não porque querem, mas porque são tímidas ao extremo.
A história transcorre em um abatedouro em uma cidadezinha húngara, onde o diretor financeiro Endre (Géza Morcsányi) tem uma nova colega, a sensível e calada Mária (Alexandra Borbély). Os dois vão se aproximando aos poucos, se encontrando na hora do almoço no refeitório da empresa. As conversas sã difíceis, interrompidas devido ao temor de ambos em tentar uma aproximação mais rígida. Até que em um dia tipo de pó do acasalamento (droga usada em gados) é roubado e vai parar numa festa, deixando os convivas alterados.
Uma psicóloga é contratada para tentar descobrir quem roubou e distribuiu o produto. E vai convocando os funcionários do matadouro, chegando em Endre e Mária, que descobrem terem os mesmos sonhos - eles sonham que são cervos em uma floresta. A partir daí e apesar do estranhamento, a dupla vai se aproximando. Mária é quieta, tímida em excesso, e nunca teve um relacionamento, demonstrando possuir até mesmo um tipo leve de autismo. Endre, por sua vez, tem o braço esquerdo defeituoso e já esgotou o número de relacionamentos em sua vida, não querendo mais se envolver, até cair de amores pela colega.
O filme é bonito, mas também angustiante - atente para uma cena de suicídio. E até mesmo vai incomodar os vegetarianos e veganos, ao mostrar o abate de gado, com direito a muito sangue escorrendo pelo chão.
Duração: 1h56min
Cotação: excelente
Chico Izidro
"Assim é a Vida" (Le Sens de la fête)
"Assim é a Vida" (Le Sens de la fête) é dirigido pela dupla Olivier Nakache e Eric Toledano (responsáveis por Intocáveis e Samba, ambos protagonizados pelo carismático Omar Sy). E é uma comédia leve, sem grandes arroubos dramáticos, mas trazendo à tona os mais diferentes tipos de personagens, do neurótico ao mau-caráter, do certinho ao angustiado.
A história gira em torno de Max (Jean-Pierre Bacri), um organizador de eventos que está preparando um grande casamento em um castelo nos arredores de Paris. Ele é organizado, detalhista, mas os seus comandados, que vão de garçons, cozinheiros, fotógrafo e músicos, são o seu oposto. E todos eles ganham espaço, com os diretores mostrando um por um e suas manias, fraquezas.
Enquanto vai organizando o que será o grande dia, Max ainda tem de lidar com a distância da amante Josiane (Suzanne Clément), que lhe dá um gelo devido a sua dificuldade em abandonar a esposa e ficar com ela. Já sua ajudante, Adèle (Eye Haidara) é uma desbocada e tira do sério o restante da equipe.
Para piorar a situação, o noivo Pierre (Benjamin Lavernhe) é uma pessoa sem a mínima humildade,. arrogante e detalhista. E a noiva é uma antiga paixão de um dos garçons, um ex-professor que teve um colapso nervoso e dono de uma forte depressão e que acha que pode recuperar a sua amada. E ainda tem o cantor da festa, James (Gilles Lellouche), que acha que canta, mas só enrola.
Claro que sendo uma comédia, as coisas vão dando errado numa sequência monstruosa. Porém todo o humor é mostrado de forma inteligente, através de diálogos e cenas sem exageros corporais. A risada acaba saindo fácil.
Duração: 1h56min
Cotação: ótimo
Chico Izidro
"Ninguém Está Olhando" (Nadie Nos Mire)
"Ninguém Está Olhando" (Nadie Nos Mire) mostra como é difícil a vida de um imigrantes emn terras estrangeiras. Dirigido pa diretora argentina Julia Solomonoff, a história mostra a vida de Nico (Guillermo Pfnening, excelente), um ator que deixa Buenos Aires e um papel coadjuvante em uma novela para tentar a sorte em Nova Iorque. Além de uma vida nova, ele também quer distância de Martin (Rafael Ferro), o diretor da novela, com quem tinha um caso amoroso.
Mas em terras americanas, Nico passa a viver dificuldades. Sendo loiro, não corresponde ao estereótipo latino corrente, mas também não consegue nenhum papel de local devido ao forte sotaque espanhol. Enquanto não consegue atuar, Nico vive de bicos e também de babá do filho de uma amiga argentina.
A obra mostra com precisão como é viver em terras estrangeiras, mas tentando manter uma aparência normal para os amigos - Nico mente aos conterrâneos que está trabalhando em filmes e séries, mostrando uma falsa realização pessoal e profissional.
Duração: 1h41min
Cotação: ótimo
Chico Izidro
"As Aventuras de Tadeo 2 - O Segredo do Rei Midas" (Tadeo Jones 2: El secreto del Rey Midas)
A Pixar e a Dreamworks nos acostumaram com animações que beiram a perfeição. Então assistir um desenho como "As Aventuras de Tadeo 2 - O Segredo do Rei Midas" (Tadeo Jones 2: El secreto del Rey Midas) é como estivessemos regredindo um pouco no tempo. A obra espanhola beira a simplicidade e ainda carrega uma história bobinha, com mocinhos e vilões estereotipados, que talvez até agradem as crianças. Somente as crianças.
A trama gira em torno do pedreiro Tadeo, que sonha em ser arqueólogo. Apaixonado por Sara, ela sim arqueóloga nos moldes da Lara Croft, ele não consegue revelar seu amor por ela. Mas partirá numa missão para salvá-la, quando a garota é raptada por um milionário que pretende se apoderar do colar do rei Midas, que transformava tudo que tocava em ouro.
Ambientada, de início, em Los Angeles, nos Estados Unidos, a história acaba ultrapassando fronteiras e indo parar na Espanha e depois na Turquia. Mas apesar de toda esta movimentação, o filme é cansativo, e ainda traz personagens irritantes, como a múmia, histriônica.
Duração: 1h26min
Cotação: ruim
Chico Izidro
quinta-feira, dezembro 14, 2017
"Mulheres Divinas" (The Divine Order)
Representante da Suíça na disputa do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, em 2018, "Mulheres Divinas" (The Divine Order), dirigido pela cineasta Petra Biondina Volpe, mostra a luta delas por direitos iguais aos homens. Em "As Sufragistas", de 2015, podemos ver a luta das inglesas pelo direito ao voto no início do Século XX. Então é absurdo verificar que quase setenta anos depois, as suíças ainda corriam atrás de igualdade.
Sim, "Mulheres Divinas" tem a trama ambientada na édaca de 1970, mais exatamente no ano de 1971, uma época de ebulição social no mundo - ainda se respirava as lutas e os ideais libertários dos anos 1960. Numa pequena aldeia no interior da Suíça, vemos a figura de Nora (Marie Leuenberger), mãe de três filhos, que tem de se preocupar ainda nas atividades domésticas diárias e cuidar do sogro, um homem reacionário. Nora nunca teve um orgasmo e o marido Hans (Maximilian Simonischek) acha ridícula a ideia de ela querer trabalhar fora. "Para quê? Os seus deveres são em casa, comigo", repete ele, que nunca deu prazer sexual a mulher.
Ao fazer uma viagem a Zurique, Nora entra em contato com um grupo de mulheres que luta pela igualdade feminina e exige o voto - as mulheres eram impedidas de votar, escolher suas representantes. E isso que a Suíça é um dos países mais evoluídos do mundo!!! Nora, então, forma um grupo político em sua cidade, e estas mulheres vão tentar acabar com séculos de costumes, tradições e hábitos que não deixavam ninguém do sexo feminino evoluir.
O filme discute o papel da mulher na sociedade, conseguindo fazer uma obra de conscientização e leveza, retratando e muito bem - inclusive com bela reconstituição de época - um período muito importante da história daquele país europeu.
Duração: 1h36min
Cotação: ótimo
Chico Izidro
"Star Wars: Os Último Jedi" (Star Wars: The Last Jedi)
"Star Wars: Os Último Jedi" é a oitava parte da saga intergalática criada nos anos 1970 por George Lucas, e este filme é escrito e dirigido por Rian Johnson, trazendo velhos e novos personagens, como Luke Skywalker (Mark Hammil), a Princesa Leia (Carrie Fisher, morta em dezembro de 206), além do Mestre Yoda, Rey (Daisy Ridley), Finn (John Boyega) e Kylo Ren (Adam Driver).
A história começa logo após o término do longa anterior, "Star Wars: O Despertar da Força", onde Rey parte em busca de Luke Skywalker, que está desaparecido há mais de 30 anos. E ela tem um pedido de ajuda vindo diretamente da General Leia Organa. Porém Luke não quer mais lutar e é a favor do fim da Ordem dos Cavaleiros Jedi. Enquanto isso, a Resistência enfrenta um ataque pesado da Primeira Ordem, que, mais do que nunca, aparece em superioridade numérica, tecnológica e ofensiva.
Ou seja, "Star Wars: Os Último Jedi" foca em vários sentidos. Num em Rey tentando convencer Luke a voltar a lutar e querendo receber os ensinamentos dele, enquanto que na outrra parte vemos os rebeldes tentando escapar das garras do Império, que quer exterminar a rebelião.
No meio disso tudo, vemos o embate psíquico entre Rey e Kylo Ren, filho de Hans Solo e Leia, e que se voltou para o lado negro da Força - querendo ser um novo Darth Vader, mas não tendo o reconhecimento do Imperador Snoke. Quem ganha ainda forte participação é o ex-stormtrooper Finn, que tenta encontrar uma forma de evitar o aniquilamento dos rebeldes - sua participação é repleta de humor. Aliás, humor é o que não falta no filme. Que ganhou uma trama mais simples, sem grande enrolação e sem viagens de roteiro. Por isso, divertido e agradável, mesmo com suas mais de duas horas e meia.
Duração: 2h32min
Cotação: ótimo
Chico Izidro
quinta-feira, dezembro 07, 2017
"Verão 1993" (Estiu 1993)
"Verão 1993" (Estiu 1993), escrito e dirigido por Carla Simón é uma simples, quase naturalista, e apresenta ainda uma direção de crianças excepcional. A obra reproduz momento da infância da diretora, que ficou orfã dos pais muito cedo, e fala sobre luto e adaptação a uma nova vida, em um novo lugar, com novas pessoas.
A trama segue a pequena Frida (Laia Artigas), de seis anos, que perde os pais por causa de um vírus- o filme não esclarece qual seria, mas fica claro que é a Aids. A garotinha, passa então, a viver com seus tios e a pequena filha do casal, que passam a ser sua nova família. E esta adaptação não será nada fácil. Frida tem sérios problemas de comportamento, comum a sua idade, pois precisa criar novos laços afetivos.
Boa parte da história se passa no verão de 1993, daí o nome do filme, onde todos passam as férias na casa dos avós, no interior da Espanha. E onde Frida tenta entender o que ocorreu com seus pais. Uma conversa muito séria entre ela e a tia é um dos momentos fortes do filme.
A atuação de Laia Artigas é brilhante. A menina se supera, não se importando com a câmera que a segue constantemente. Sua presença em cena é tranquila e comovente. Fato que é um baita filme, que não precisa de efeitos especiais e de momentos clímax. Simples e bonito.
Duração: 1h34min
Cotação: ótimo
Chico Izidro
"Com Amor, Van Gogh" (Loving Vincent)
O filme é o resultado de seis anos de trabalho, onde os diretores Dorota Kobiela e Hugh Welchman comandaram uma equipe com 100 pintores, que pintaram em estúdios poloneses, utilizando as mesmas técnicas do artista holandês, cada um dos 65 mil frames utilizados nesta obra-prima da animação chamada "Com Amor, Van Gogh" (Loving Vincent). Cada cena do filme depois teve o acréscimo de atores de verdade, que aqui eles parecem colocados em quadros de Van Gogh. Enfim, é uma verdadeira viagem ao mundo pósimpressionista.
A história é quase uma investigação policial e ocorre em 1891, um ano após a morte do pintor holandês. O protagonista é Armand Roulin (Douglas Booth), filho do carteiro Joseph Roulin (Chris O’Dowd), de quem Van Gogh se tornou um grande amigo ao se mudar para Arles, no sul da França. Roulin, usando como pretexto o pedido que seu pai lhe deu de entregar uma carta deixada por Van Gogh para o irmão Theo, após descobrir que este também morreu, ele passa a investigar a morte do pintor. E em cada conversa com estas testemunhas surge um flashback mostrando a trajetória de Van Gogh (Robert Gulaczyk) em seus últimos dias na França. Vítima de bullying, de descaso e de desprezo por muitos - ele nunca teve o reconhecimento de sua genialidade em vida, quando conseguiu vender apenas um quadro.
Seu temperamento, sua depressão, seu comportamento fora dos padrões o fez ser considerado louco, ainda mais depois que decepou a própria orelha. Sua morte foi classificada como suicídio com um tiro na barriga, mas aos poucos Roulin, em sua investigação vai passando a crer que Van Gogh teria sido assassinado. "Com Amor, Van Gogh" (Loving Vincent) é uma obra espetacular, extraordinária, que deve ser assistida, revista, saboreada. Um dos filmes do ano.
Duração: 1h38min
Cotação: excelente
Chico Izidro
"Lucky"
A velhice é um saco. A morte é inexorável. Em "Lucky", direção de John Carroll Lynch, todos os dias são iguais para o velho Lucky (Harry Dean Stanton, que morreu em setembro passado, aos 91 anos). Ele mora numa cidadezinha no meio do deserto e segue uma rotina muito monótona. Todos os dias ele acorda, faz exercícios de alongamento, toma um copo de leite, acende um cigarro, se veste e vai dar uma caminhada.
E nesta caminhada diária é que podemos conhecer um pouco deste homem de 90 anos, que é adorado pelos outros moradores. Lucky vai a um mercadinho de uma imigrante mexicana comprar leite, volta para casa onde tenta resolver palavras cruzadas - ele sempre liga para alguém pedindo dicas. À noite vai a um bar, onde se encontra com outros moradores idosos como ele e bebe um Blood Mary.
Além deste cotidiano repetitivo, mas nunca cansativo, podemos ver em cena atores de tempos passados, com seus momentos, como o médico vivido por Ed Begley Jr., numa cena hilária: "Você não tem nada, só está velho!", o diretor David Lynch, Tom Skerrit e James Darren (ele mesmo, do seriado clássico Túnel do Tempo!!!). Um filmaço. Simples, mas um filmaço.
Duração: 1h28min
Cotação: ótimo
Chico Izidro
"Extraordinário" (Wonder)
Ao assistir "Extraordinário" (Wonder), dirigido por Stephen Chbosky, lembrei imediatamente de um clássico assistido na minha adolescência: "Marcas do Destino", de 1985, com Cher e Eric Stoltz, sobre um garoto que possue uma doença que faz seu crânio crescer acima do normal - ops, "O Homem-Elefante" tem a mesma pegada. Este "Extraordinário" é baseado em romance de R. J. Palacio, e também fala de aceitação, bullying e é uma mistura de drama com comédia.
Chbosky já havia dirigido outro filme cujo tema principal é um adolescente ser aceito pelos iguais, o ótimo "As Vantagens de Ser Invisível". Mas aqui se ele não apela para o choro fácil, também não facilita, mostrando uma história de comercial de margarina. Tudo é muito certinho, tudo é muito bonitinho, quase não existem conflitos.
O garoto Auggie (Jacob Tremblay, de O Quarto de Jack) nasceu com uma deformação facial e sempre estudou em casa, sob orientação da mãe, Isabel (Julia Roberts). Mas chegou o momento que é necessário que ele frequente uma escola regular. Mas como fazer isso sem se sentir rejeitado pelos outros estudantes, afinal ele tem várias cicatrizes na fase - tanto que passa boa parte do tempo usando um capacete de astronauta.
E na escola ele vai conhecer os dois lados: o da bondade e da aceitação de alguns coleguinhas, e a maldade e a inveja por parte de outros. Afinal, apesar de sua deformidade, Auggie é espirituoso, inteligente, e tem uma família que o ama e o protege além da conta. Neste momento o espectador já está passando mal por causa de tanto açúcar.
Jacob Tremblay é um ótimo ator mirim e consegue levar nas costas este filme, recheado de clichês - até mesmo as viagens de Auggie são mais do mesmo: o garoto se imagina um astronauta e por vezes recebe a companhia de Chewbacca, quando sente alguma dificuldade de entrar na escola.
Duração: 1h54min
Cotação: regular
Chico Izidro
"Em Busca de Fellini" (In Search of Fellini)
Este filme é para amantes de cinema, e principalmente pelo italiano (aliás, após vê-lo dá vontade de rever todas as obras mostradas no decorrer da história). "Em Busca de Fellini" (In Search of Fellini), é dirigido pelo sul-africano Taron Lexton, com roteiro de Nancy Cartwright e Peter Kjenaas, baseada nas memórias exatamente de Cartwright – também presente no longa. O filme, passado em 1993, está repleto de personagens, locações e referências estéticas aos clássicos do diretor Federico Fellini, como “Noites de Cabíria”, “A Doce Vida” e “8 ½”.
"Em Busca de Fellini" (In Search of Fellini), além de ser uma homenagem à sétima arte, também é um longa de autoconhecimento, de desbravamento. Toda a trama é focada na jovem Lucy Lucy (Ksenia Solo), uma garota de 20 anos, da pequena cidade de Rimini, Ohio (EUA) - a cidade tem o mesmo nome do local de nascimento de Fellini. Desde sempre protegida pela mãe Claire (Maria Bello), ela nunca trabalhou, nunca beijou e muito menos teve um namorado. A vida das duas é assistir a intermináveis maratonas de filmes dos anos 1940 e 1950 em preto e branco. Mas a vida de Lucy começa a mudar quando Claire descobre estar com um câncer em estágio avançado. O que será de Lucy? A menina terá de se virar, arranjar um emprego para ter de se sustentar.
Então ao ir a uma entrevista de emprego, ela acaba deparando com um cinema fazendo uma mostra dos filmes de Fellini. E acaba se apaixonando pela obra do cineasta italiano. Incentivada pela tia (Mary Lynn Rajskub), resolve ir sozinha à Itália atrás de seu grande ídolo.E na viagem se entra direto no trabalho de Fellini, onde são mostrados locais históricos e até mesmo personagens que Lucy conhece são vividos por atores que trabalharam com o diretor, como Bruno Zanin, de “Amarcord”.
Ksenia Solo consegue passar com seu jeito cândido as emoções de uma pessoa sonhadora e ingênua, enquanto que Maria Bello constroe uma personagem protetora ao extremo, receosa de deixar sua cria se perder pelo mundo.
Duração: 1h44min
Cotação: ótimo
Chico Izidro
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