domingo, outubro 20, 2019

"Coringa" (Joker)



Heath Ledger fez o que é considerado o mais icônico Coringa da história, em "Batman: O Cavaleiro das Trevas" (2008), e ganhou um Oscar póstumo por sua atuação. Antes haviamos tido no papel Cesar Romero no seriado dos anos 1960 da televisão, e Jack Nicholson o filme de 1989, de Tim Burton. Mas agora Joaquin Phoenix veste o personagem, o maior inimigo do Batman, e vira candidato seriíssimo a levar a estatueta para casa. Merece.

O irmão mais novo de River Phoenix (1970-1983), que já teve atuações elogiadas em obras como em O Mestre (2012) e Amantes (2008), e agora está arrasando em Coringa (Joker), dirigido por Tod Phillips, de "Se Beber Não Case". Ele surge em cena quase cadavérico de tão magro, interpretando um personagem que é vítima de bullying, vive de bicos fantasiado de palhaço pelas ruas sujas de Gotham e que sofre com uma infestação de ratos - a Nova Iorque dos quadrinhos - e morando com a mãe, Penny (Frances Conroy, de A Sete Palmos).

Além disso, por causa de um distúrbio, Arthur Fleck é dado a soltar risadarias histéricas. Quando alguém se assusta, ele entrega um cartão explicando que se trata de um problema de saúde.

A trama se passa nos anos 1980. E certo dia ele recebe uma arma de um colega e acaba matando três yuppies no metrô. Isso acaba desencadeando um lado mais sinistro no palhaço, que tem certa fixação com a vizinha, Sophie (a linda Zazie Beetz, de Atlanta e Deadpool 2). Certamente ele tem delírios com a moça. E sonha ainda em participar de um talk show do apresentador Murray Franklin (Robert De Niro).

Enfim, Arthur Fleck é um looser e ainda por cima doente mental. Sua vida de infortúnios o levarão para o lado escuro do crime - neste filme violento e psicológico, temos a origem do perturbado Coringa. E não, não é um filme de super-heróis - o Batman só aparece ainda criança, quando Bruce Wayne vê os pais serem assassinados num beco, depois da saída do cinema. "Coringa" é pesado e mostra não apenas um personagem doente, mas sim toda uma sociedade perturbada. Filmaço.

Cotação: ótimo
Duração: 2h02
Chico Izidro

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