domingo, outubro 20, 2019

"Greta"



"Greta", direção de Armando Praça, é um filme de forte temática LGBTQ+, e que tem como protagonista Marco Nanini, que há alguns anos declarou-se gay, chocando algumas pessoas, que o viam como o pai brasileiro, por causa do seriado global "A Grande Família". Ele não poupa cenas de nudez masculina, com direito a toques em pênis. A obra também foca no tema solidão, assunto tão em voga nos dias de hoje, e que afeta grande parte da população. O filme ainda é baseado na obra teatral "Greta Garbo, quem diria, Acabou no Irajá", de Fernando Mello e escrita nos anos 1970.

Nanini é Pedro, um enfermeiro de 70 anos, que tem como melhor amiga a transsexual Daniela (Denise Weinberg, em atuação explendorosa) e trabalha em um hospital público em Fortaleza. Um dia ela fica doente e precisa ser internada, mas não há vagas para recebê-la. O único jeito para arranjar um leito seria liberar um doente. E é o que Pedro faz, porém ele acaba libertando um criminoso, Jean (Demick Lopes), que estava no hospital se recuperando de uma facada. Como o rapaz cometeu um crime, a solução encontrada pelo enfermeiro é levá-lo para sua casa.

Os dois homens, então, acabam se envolvendo sexualmente. Pedro, por solidão, e Jean, pela necessidade. O enfermeiro, fã da atriz sueca Greta Garbo (1905/1990), pede que Jean o chame de Greta sempre que transam, daí o nome do filme.

"Greta" tem a solidão como foco central. Os personagens, principalmente o de Pedro, mostram um visual decadente, e parecem abandonados. Muito abandonados e desesperados por uma companhia. Armando Praça não poupa nas cenas de sexo explícitos entre homens, o que pode chocar muita gente. Então é necessário ter mente aberta para assistir ao filme, que é triste e angustiante.
Cotação: ótimo
Duração: 1h37
Chico Izidro

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