quarta-feira, fevereiro 26, 2020

“Luta Por Justiça” (Just Mercy)


Assim como a II Guerra Mundial, o tema racismo é uma fonte inesgotável na indústria cinematográfica. São tantas as histórias, acontecimentos, mas nunca cansativo e sempre educativo. Em “Luta Por Justiça” (Just Mercy), dirigido por Destin Daniel Cretton, e baseado em livro do advogado Bryan Stevenson, que viveu os fatos relatados aqui e que colocaram um homem, negro e inocente, no corredor da morte no final dos anos 1980.

Na trama, Bryan Stevenson (Michael B. Jordan) é um advogado recém-formado em Harvard que abre mão de uma carreira lucrativa em escritórios no nordeste dos Estados Unidos. Ele se muda para o Alabama, no racista sul norte-americano, para se dedicar a defender prisioneiros condenados à morte e que jamais receberam assistência legal justa.

E é quando se depara com o caso de Walter McMillian, apelidado por seus amigos de Johnny D. (Jamie Foxx), um negro falsamente acusado de ter matado uma jovem branca. O advogado começa a estudar o processo e vai se deparando com vários erros jurídicos. O condenado encontrava à quilômetros de distância de onde ocorreu o crime, em uma festa familiar, a testemunha era um homem que nem conhecia Johnny D., o advogado de defesa nem deixou o réu depor, e o julgamento durou pouco mais de uma hora.

O advogado é auxiliado pela jovem branca Eva Ansley, interpretada por Brie Larson, e que passa a sofrer o desprezo de seus vizinhos e até mesmo sofrer ameaças de morte por ajudar um negro.

Larson é carismática, e utiliza um sotaque sulista carregado para destacar a sua personagem, que existe na vida real. Michael B. Jordan, por sua vez, parece um pouco engessado, mas se sai bem, principalmente em uma cena onde vai visitar seus clientes no presídio e é humilhado por um guarda, que o faz se despir para sofrer uma revista – o ato é ilegal, mas feito pelo policial para
tentar mostrar que quem manda naquela prisão é o homem branco.

E Jamie Foxx, pois Jamie Foxx é Jamie Foxx, sensacional. E claro, o espectador certamente não tem como não cair no choro em determinadas cenas – ainda mais quando se descobre a veracidade dos fatos e a perseguição racial muito forte num dos estados que foi um dos lares da Ku Klux Klan.

Ah, o filme é ambientado na cidade de Monroeville, no estado sulista do Alabama. Ali os moradores locais falam com orgulho do Museu Mockingbird. O local é a terra natal de Harper Lee, autora de “To Kill a Mockingbird” (“O Sol É Para Todos”, em português), que se tornou um filme com o mesmo nome, onde é mostrada a história de um advogado que busca dar um julgamento justo a um negro acusado de ter cometido um crime nos anos 1930.

Cotação: ótimo
Duração:
Chico Izidro

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