sexta-feira, fevereiro 21, 2025

“O BRUTALISTA” (The Brutalist)

Foto: Universal Pictures
O BRUTALISTA (THE BRUTALIST), DIRIGIDO POR BRADY CORBET, é um filme impressionante, tanto por sua história, quanto pelo visual, espetacular, e de atuações densas, nervosas. Enfim, algo quase brutal aos olhos dos espectadores.
A trama, que se inicia em 1947, vai até 1980, seguindo os passos do arquiteto judeu húngaro László Tóth (vivido espetacularmente por Adrien Brody). Ele sobreviveu aos campos de concentração nazista e vai para os Estados Unidos em busca de recomeçar a sua vida. Porém, deixou na Europa a Erzsébet (Felicity Jones) e sua sobrinha Zsófia (Raffey Cassidy), que não conseguiram o visto para viajar e seguem numa destruída Viena, passando por extremas necessidades.
No novo país, László inicialmente é recebido na Filadélfia pelo primo Átila (Alessandro Nivola), empreendedor e dono de uma loja de móveis. No entanto, a convivência entre eles acaba se tornando problemática e depois de ser acusado de dar em cima da mulher do primo, László é expulso...e a cena mostra o quanto o arquiteto virou uma pessoa temerosa, sem condições de se defender – provavelmente trauma pelas agressões sofridas pelos nazistas em seu tempo de prisioneiro nos KZ.
O húngaro, então, conhece o pior da América, ao virar um morador de rua e ver o sofrimento das pessoas. Os Estados Unidos, apesar da prosperidade advinda da vitória na Segunda Guerra Mundial, ainda tinha muitos resquícios da Grande Depressão dos anos 1930. Nessa jornada, ele irá se afeiçoar do negro Gordon (Isaach de Bankolé), que vive nas ruas cuidando do filho pequeno.
Como a vida de László é uma eterna montanha-russa, ele acaba conhecendo o milionário Harrison Lee Van Buren (Guy Pearce), que inicialmente o trata com extrema brutalidade. Mas depois o magnata vai pesquisar sobre aquele homem franzino e narigudo, e descobre que László era um profissional extremamente conceituado na Europa pré-guerra, tendo criado obras icônicas, e acaba virando o mecenas do húngaro, ainda lhe fazendo uma proposta ambiciosa: o projeto de um espaço cultural em homenagem à sua falecida mãe.
Só que a relação entre estes dois homens não é das mais fáceis, sendo que Van Buren sempre fazendo questão de mostrar o “verdadeiro lugar” do arquiteto, num jogo violento jogo de poder e posses.
E em todas as suas andanças por uma América dos sonhos para ele, mesmo que o país se mostre quase sempre hostil, László tem como meta trazer do devastado Velho Continente a esposa e a sobrinha. Até irá conseguir, mas com uma surpresa desagradável.
Adrien Brody, que foi oscarizado pela sensacional atuação em “O Pianista”, onde vive um judeu sobrevivendo aos horrores da Segunda Guerra na Polônia, agora vive outro judeu resistente, entregando mais uma vez uma excepcional atuação. Seus gestos, olhares, tudo ali mostra a fragilidade de um homem que perdeu tudo apenas por causa da perseguição de homens que se achavam superiores, seja por ideologia, como os nazistas, seja por dinheiro, como Van Buren.
Aliás, o por muitas vezes criticado Guy Pearce, talvez por suas escolhas cinematográficas questionáveis, mostra um monstruoso milionário, cruel, pois afinal dizem que dinheiro é tudo, então ele é o tudo, e tudo pode.
Um filmaço, que mesmo com suas mais de 3 horas de duração, vale muito.
Cotação: excelente
Duração: 3h34min
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=3E7Gn_ADhd0

Nenhum comentário:

“O BRUTALISTA” (The Brutalist)

Foto: Universal Pictures O BRUTALISTA (THE BRUTALIST), DIRIGIDO POR BRADY CORBET, é um filme impressionante, tanto por sua história, quanto...