quinta-feira, abril 23, 2009

CHE - O ARGENTINO



O diretor Steven Soderbergh (Traffic), ao lado de Guillermo Del Toro, acertaram a mão em Che - O Argentino. O ator porto-riquenho levou o prêmio por sua atuação em Cannes. A cinebiografia de Che, apesar de ser um ótimo filme, é por vezes condescendente com o médico e guerrilheiro argentino. Junto com Fidel Castro, ajudou a derrubar a ditadura de Fulgêncio Batista, no final da década de 1950.
O filme percorre desde o momento em que Ernesto Che Guevara conhece Fidel na Cidade do México até a vitória da revolução, intercalado pela visita que o líder guerrilheiro fez a Nova Iorque para discursar na ONU (a segunda parte, que mostra os primeiros momentos de Che no governo cubano até a sua morte, na Bolívia, em 1967, será lançada somente no segundo semestre deste ano).
Del Toro, de Coisas que perdemos pelo caminho, está perfeito como Che e chega a provocar arrepios durante a parte em que discursa na ONU. Rodrigo Santoro, no papel de Raúl Castro, é mais um chamariz para o público brasileiro. Pouco aparece, mas em relação a outros filmes de que participou, tem mais falas. As cenas de batalhas são bem realizadas e impressionantes, principalmente a vitória do Movimento 26 de Julho - em referência a data do ataque de Fidel e companheiros ao Quartel de Moncada em 1953 e que fracassou, colocando todos os golpistas na cadeia - na cidade de Santa Clara.
Enfim, uma grande obra, falada totalmente em espanhol (o que é fantástico) para um grande personagem da história, mesmo que contestado por em certa parte de sua vida ter se tornado de um humanista ferrenho num violento político, que não pensava duas vezes em mandar adversários políticos para o famoso "paredón".

PRESSÁGIO



Após pisar na bola em seus filmes mais recentes, quase que Nicolas Cage acerta ao participar de Presságio (Knowing), de Alex Proyas (Eu, Robô). A trama prende, pois se vende como um filme de terror, mas dá uma grande virada em seus últimos 20 minutos, perdendo muito de sua força. Cage é o professor John Koestler, do Instituto de Tecnologia de Massachusets (MIT, em inglês), e que cria sozinho o filho de 10 anos, depois da morte da mulher.
Um dia, o garoto participa de um evento na escola, onde é aberta uma cápsula do tempo que havia sido enterrada há 50 anos, e que contém desenhos feitos pelas crianças que estudaram no local em 1959. Cada estudante ganha um envelope, mas o do filho de Cage não há um desenho, mas sim números. Após incidentes que passam a ocorrer, Koestler descobre que os números são datas onde ocorreram várias tragédias. E que três ainda estão por acontecer...O professor vai tentar evitar que elas se concretizem.
E as cenas são impressionantes. A maior delas a queda de um boeing. Quando o avião surge, dá a impressão de que sairá da tela.
O problema de Presságio, no entanto, é que em certo momento, ele se transforma num filme de ficção científica, que exagera na aparição de seus ETS, o que desagradaria até o expert no assunto Steve Spielberg. E Cage, nas cenas finais, mostra todo o seu lado canastrão, que havia conseguido esconder boa parte do tempo.

EVOCANDO ESPÍRITOS



Evocando Espíritos (The Haunting in Connecticut, de Peter Cornwell), segundo os produtores do filme, é baseado em fatos reais ocorridos em Connecticut em 1987. Lembra e muito o clássico livro Terror em Amityville e que nunca teve um filme à altura. Em Evocando Espíritos, uma família se muda para uma casa mais próxima do hospital onde o adolescente Matt (o careteiro e fraco Kyle Gallner) faz tratamento para um câncer. Aos poucos, começam a aparecer muitos barulhos e vultos pela casa, até a família, liderada por Virginia Madsen (de Sideways, entre umas e outras e Número 23) descobrir que o local era uma casa funerária, além de ali se fazerem sessões espíritas. Até que um pastor, Elias Koteas (de Além da Linha Vermelha) é chamado para exorcizar o local. E dê-lhe sustos na platéia, mas o filme aos poucos vai perdendo sua força e tem um final por demais convencional, o que decepciona depois de um começo promissor.

quarta-feira, abril 08, 2009

LIÇÃO DE AMOR



Se alguém puxar da memória, vai recordar de Manhatan, de Woody Allen, de 1979, onde ele, aos 37 anos namorava a adolescente Mariel Hemingway, então com 17 anos. Em Lição de Amor, de Federico Moccia), a história se repete. O publicitário Alex (Raoul Bova e que lembra Marco Ricca) está deprimido depois que a noiva lhe deu um pontapé na bunda. Ele se tranca em casa e só sai para trabalhar e evita até o contato com os amigos. Até que volta a viver quando conhece, acidentalmente, a estudante e espoleta Nikki, de apenas...17 aninhos (a belíssima Michela Quattrociocche), que o fará ter vontade de viver novamente. No começo, Alex até resiste aos encantos da moça, mas acaba cedendo. O problema, então, não acaba sendo os os dois, mas como a sociedade vê um casal com diferença de idade tão grande.
Lição de Amor ainda tem reflexos de O Último Beijo, pois Alex é cercado de amigos imaturos, que não parecem aceitar a idade que têm. Um deles trai a esposda descaradamente, o outro tem um casamento morno e o terceiro é uma pessoa insegura, que acredita estar sendo traído pela mulher.
O filme é divertido e, sejamos sinceros, passa longe da pedofilia – afinal, um homem de 37 anos com uma garota de 17 anos? Mas a coisa é tão sensível e doce, que nem se imagina isso.

POR AMOR



Um belo filme intimista vindo de Hollywood. E não é sempre que isso acontece. Em Por Amor (Personal Effects, de David Hollander), duas pessoas que perderam entes queridos assassinados acabam se unindo na dor e no amor - mesmo que Michelle Pfeiffer, linda, tenha o dobro da idade de Ashton Kutcher, mas ironicamente o ator tem experiência, afinal é casado com a quarentona Demi Moore. E ele, sempre lembrado como o paspalho Michael Kelso, de That's 70 Show, demonstra amadurecimento no lutador de luta-livre, que volta para casa depois da morte da irmã e sobrevive distribuindo folhetos nas ruas da pequena e nebulosa Southside, vestido de frango! Seu personagem é atormentado e sedento de vingança por aquele que ele acha ser o culpado da morte da irmã gêmea. Walter só encontra consolo ao lado da viúva Linda(Pfeiffer), que tem de lidar com um filho adolescente e surdo-mudo. E não bastasse isso, traumatizado pela perda do pai. Tocante.

VELOZES E FURIOSOS 4



Velozes e Furiosos 4 (Fast and Furious, de Justin Li) traz de volta a dupla do primeiro filme, formada por Vin Diesel e Paul Walker e as beldades Jordana Brewster – filha de uma brasileira com um americano – e Michelle Rodriguez. A trama não é nada original. Vin Diesel é um fora-da-lei, que sobrevive roubando, ao lado de sua gangue, gasolina nos confins da América Central, enquanto que Walker é um agente do FBI não afeito a respeitar as normas da agência. Após a morte de um personagem-chave na trama, os dois se unem para tentar prender um poderoso chefão das drogas suspeito do assassinato.
Velozes e Furiosos 4, porém, é apenas para amantes de carros bonitos, modernos e, claro, velozes. A história é comum por demais e Vin Diesel está mais careteiro do que nunca. Ele passa o tempo todo fazendo cara de mau e mostrando os músculos. E a trilha-sonora é por demais irritante. Quando ela cessa, é um alívio para os ouvidos.

sexta-feira, abril 03, 2009

O CASAMENTO DE RACHEL



Nem parece que Jonathan Demme foi o diretor do genial O Silêncio dos Inocentes. Em O Casamento de Rachel (Rachel Getting Married), o resultado é um filme cansativo, quase chato. A nova queridinha de Hollywood, Anne Hathaway, de O Diabo Veste Prada e Noivas em Guerra, é Kim, jovem viciada em drogas, que sai da clínica de reabilitação para ir ao casamento da irmã, Rachel (Rosemarie DeWitt). Claro que a presença de Kim, que fuma sem parar, vai disparar o lado mais cruel da família. Ódios, ressentimentos e a lembrança do irmão mais novo, Ethan, morto precocemente num acidente automobilístico. Demme resolveu utilizar uma câmera nervosa, a exemplo do Dogma 95, que por vezes chega a sair de foco. A história, no entanto, é longa demais, impacientando o espectador. As cenas do casamento em si são intermináveis, até com direito a passistas de carnaval. O que vale a pena elogiar é o anticonvencional, pois a noiva é branca, o noivo, o cantor Tunde Adebimpe, do grupo TV on the Radio, é negro, e passam pela tela indianos, asiáticos e a volta de Debra Winger, uma das musas dos anos 1980, ou alguém aí ainda não viu A Força do Destino? Elogiável por esta ótica.

“Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale)

Foto: Universal Pictures "Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale), direção de Simon Curtis, promete ser o últ...