quinta-feira, dezembro 29, 2016
"Invasão Zumbi" (Train to Busan)
Vem da Coreia do Sul um dos grandes filmes de terror dos últimos anos. "Invasão Zumbi" (Train to Busan), dirigido por Yeon Sang-ho, tem muito de Extermínio (2002) e Guerra Mundial Z (2013).
Na trama, Seok Woo, workaholic que não tem uma relação muito próxima com sua pequena filha Soo-na, aceita um pedido da garota de visitar a mãe na cidade de Busan. Mas pouco antes de embarcar no trem, uma estranha epidemia começa a se alastrar pela Coreia, transformando as pessoas em zumbis. O trem parece ser um lugar seguro para os passageiros, mas tudo complica quando uma passageira infectada acaba embarcando.
Então nas próximas quase duas horas do filme, veremos várias pessoas tentando se ajudar e evitar os ataques violentos dos infectados - e não esqueça, se uma pessoa é mordida ou até mesmo levemente arranhada, ela também se transformará. E tudo fica mais legal e tenso dentro dos espaços apertados dos vagões.
E no filme não temos aqueles zumbis de "The Walking Dead", lentos. Aqui eles são violentos e rápidos, mesmo quando seus corpos são quebrados em tombos ou atropelados. "Invasão Zumbi" também tem espaço para sentimentalismo, personagens carismáticos, a qual acabamos nos apegando - a garotinha Soo-na é espetacular.
Invasão Zumbi não apresenta nada inovador, mas é muito bem feito assim. Afinal, é um filme de zumbi com muita ação, suspense, utilizando bem sua atmosfera de tensão e claustrofobia.
Duração: 1h58min
Cotação: ótimo
Chico Izidro
"Animais Noturnos" (Nocturnal Animals)
Baseado no livro Tony & Susan (1993), de Austin Wright, "Animais Noturnos" (Nocturnal Animals), direção do estilista Tom Ford (de Direito de Amar), é um filme forte e chocante. E tem duas atuações espetaculares, de Amy Adams e Jake Gyllenhaal. As primeiras imagens já são impactantes, com uma abertura mostrando mulheres obesas dançando sem nenhum pudor, como fosse go-go girls.
A linda Amy Adams interpreta a Susan, dona de uma galeria de arte que vive uma crise no casamento com o bonitão Hutton (Armie Hammer). Uma noite, ela recebe do ex-marido Edward Sheffield (Jake Gyllenhaal), a quem se separou há duas décadas, o manuscrito de um livro intitulado Animais Noturnos, dedicado a ela.
E o livro vai entrando na mente de Susan, transformando-se ele mesmo num filme dentro de um filme - na história, Tony, novamente Jake Gyllenhaal, sai de férias com sua família, e no meio de uma estrada deserta, eles são abordados por um grupo de homens, que farão o terror com a sua mulher e a filha. Tony parte, então, numa jornada de vingança, ajudado pelo policial Bobby Andes (Michael Shannon).
Ao mesmo tempo que fica absorta na densa e pesada leitura do livro, Susan começa a lembrar sua história com o ex-marido - agora o filme se transforma em três, mas muito bem costurado.
E ainda tem grandes atuações de Amy Adams, Jake Gyllenhaal no duplo papel de Tony, na ficção e do ex-marido da protagonista na vida real, passando por Michael Shannon, e Aaron Taylor-Johnson como um dos criminosos do livro. Enfim, "Animais Noturnos" é forte, reflexivo, denso. Excelente.
Duração: 1h46min
Cotação: ótimo
Chico Izidro
"O Que Está Por Vir" (L’avenir)
"O Que Está Por Vir" (L’avenir), é dirigido por Mia Hansen-Løve, e não tem nada de inovador. Ausência total de efeitos especiais. Vemos só o cotidiano de uma professora de filosofia vivida pela exuberante
Isabelle Huppert, que neste ano já havia se destacado no tenso "Elle".
Aqui ela interpreta Nathalie, uma professora de filosofia às voltas com greves de alunos em sua universidade. Ao mesmo tempo sua vida pessoal beira o caos: a sua mãe, uma ex-modelo e agora vivendo as agruras da velhice, está sempre clamando por sua atenção, seja em tentativas de suicídio, seja apresentando sinais de demência. Já o marido, a quem está casada há 25 anos, conheceu outra mulher, mais jovem e deseja se separar. E a sua editora de seus livros pretende alterar seu material em virtude das baixas vendas.
Com sua vida virada de cabeça para baixo, Nathalie entra em uma jornada de intimismo, para tentar mudar a sua vida e o destino que se apresenta à ela. Tudo apresentado ao espectador de forma simples, sem grandes exageros. Seguimos o dia a dia da professora, em conversas com seus dois filhos, já entrados na vida adulta, na amizade dela com um ex-aluno, que foi morar afastado em uma comunidade rural, o cuidado com o gato da mãe - agora internada em um asilo.
Huppert transmite uma naturalidade incrível, e por meio de suas expressões e linguagem corporal entendemos tudo pelo o que se passa com ela. A atriz rouba totalmente as cenas neste filme, que lida com questões tão comuns à muita gente.
Duração: 1h38min
Cotação: bom
Chico Izidro
quinta-feira, dezembro 22, 2016
"Capitão Fantástico" (Captain Fantastic)
Escrito e dirigido por Matt Ross, "Capitão Fantástico" (Captain Fantastic) apresenta uma atuação de cair o queixo de Viggo Mortensen, que vive o riponga Ben. Ele e a esposa, que não aparece nunca, mas faz parte essencial da trama, decidiram criar os seis filhos, que tem idade entre os 16 e 5 anos, longe da sociedade, distante do consumismo e da tecnologia. Enfim, eles vivem no meio da mata.
Porém a vida de todos sofrerá grande mudança quando a esposa de Ben falece. Então ele tem de comparecer ao funeral dela, levando os filhos - e o choque é enorme, pois a garotada encontra um mundo da qual se sente completamente alijada. Além do que, os sogros de Ben não aceitam o modo de vida que ele leva e dá às crianças. Ben criou os filhos com extremo rigor e disciplina - leituras selecionadas, exercícios, alimentação. Tudo é controlado com extremo zelo.
O filme é praticamente um road-movie. A família viaja num ônibus velho, mas recheado de livros. E apresenta uma das mais belas cenas de 2016, quando Ben e os filhos interpretam o clássico Sweet Child o'Mine em uma roupagem acústica e emocionante.
Outro destaque são as atuações de Viggo Mortensen e Frank Langella, que faz o papel do sogro. Os dois mostram um duelo arrebatador e por vezes angustiante. O avô, afinal, não consegue aceitar o modo de vida que o genro dá aos seus netos. Um deles é Bo, o filho mais velho de Ben, e vivido com brilho por George Mackay, que interpreta Bo. O ator já havia se destacado na minissérie 11.22.63, baseada numa obra de Stephen King, e protagonizado por James Franco.
Duração: 1h58min
Cotação: ótimo
Chico Izidro
"Sing: Quem Canta Seus Males Espanta" (Sing)
Animais que vivem como humanos, com seus problemas, deficiências, angústias, felicidade...enfim..."Sing: Quem Canta Seus Males Espanta" (Sing), dirigido por Garth Jennings, além disso busca suas forças em muitas músicas pop e todas em suas versões originais, e em alguns casos, nas vozes dos intérpretes originais. Apesar da animação ser dublada.
No centro da trama, temos o coala dono de um teatro caindo aos pedaços Buster Moon. Falido, ele acha encontrar a solução de seus problemas produzindo um musical, mas para tal necessita fazer uma espécie de concurso, aos moldes do The Voice. Motivados mais pela grana, que eles acham ser de 100 mil dólares, quando na realidade são apenas mil dólares, do que fama e reconhecimento, diversos animais tentam uma vaga na empreitada.
Os personagens vão de uma porca-espinho roqueira, um ratinho que vive de tocar em seu saxofone os clássicos do jazz, e a aliá, fêmea do elefante, de grande talento, mas com imenso medo do público. Tem ainda a porquinha dona de casa, que tem 25 filhos, e um marido completamente desligado, e o gorila adolescente que sonha em ser músico, apesar de seu pai desejar que ele siga seus passos, de ladrão.
Os clichês vão aparecendo aqui e ali, atrapalhando e muito o desenvolvimento da história. Que calcado em canções pop, tem algumas boas, de artistas como Aerosmith, Elton John, Frank Sinatra, mas com coisas abusrdamente chatas, como Katy Perry, Nick Minaj e outras xaropices atuais.
Duração: 1h48 min
Cotação: regular
Chico Izidro
"Minha Mãe é uma Peça 2"
Minha nossa senhora, que coisa chata que é "Minha Mãe é Uma Peça 2", dirigido por César Rodrigues. Temos aqui a continuação da mãe superprotetora, que não leva desaforo pra casa e verborrágica Hermínia, vivida pelo ator Paulo Gustavo, dos seriados "220 Volts" e "Vai Que Cola".
Nesta sequência, a apresentadora deixou o apertado apartamento em Niterói, está cheia da grana e apresentadora de um programa de entrevistas na televisão. E seguindo com suas preocupações, a criação dos filhos Marcelina e Juliana, mesmo que eles já estejam adultos e tentando se afastar dos exageros de Hermínia. E logo ela vai entrar em estado de choque ao saber que Juliana resolvou virar atriz e vai se mudar para São Paulo, longe de suas asas protetoras e sufocantes.
Paulo Gustavo buscou inspiração em sua própria mãe para criar Hermínia. E vamos combinar, que coisa mais chata. A mulher, apesar de ser um personagem sincero, não tendo papas na língua e tratando todos com franqueza, desde o síndico, a amiga falsa encontrada na fila do supermercado, irrita. Fala demais, berra demais, tudo é muito exagerado. Além do mais o roteiro é fraco e deixa várias pontas soltas.
Duração: 1h36min
Cotação: ruim
Chico Izidro
"Rogue One - Uma História Star Wars" (Star Wars - Rogue One)
Escrito por Chris Weitz e Tony Gilroy, "Rogue One - Uma História Star Wars" (Star Wars - Rogue One), é um episódio da saga que não faz parte da mitologia da cinessérie, mas apenas uma história ambientada no universo de Star Wars. E que tem seus eventos ocorrendo entre "A Vingança dos Sith" e "Uma Nova Esperança".
O filme é centrado na jovem Jyn Erso (Felicity Jones), cujo pai Galen (Mads Mikkelsen) é forçado pelo Império a ajudar na construção da Estrela da Morte. Ele é levado com ela ainda criança, sendo criada por Saw Gerrera (Forest Whitaker), líder mais radical dos rebeldes, e então a história dá um salto no tempo. Já adulta, Jyn entra em contato com a Aliança Rebelde, que necessita de sua ajuda para localizar Guerrera, que teria recebido uma mensagem secreta enviada por Galen através do piloto Bhodi Rook (Riz Ahmed).
A partir daí, Jyn ganha a companhia do rebelde Cassian Andor (Diego Luna), do monge-guerreiro cego Chirrut Îmwe (Donnie Yen) e seu companheiro Baze Malbus (Wen Jiang) e do droide K-2SO (lan Tudyk), que foi reprogramado para ajudar os rebeldes. Todos, aliás, personagens extremamente carismáticos.
Mais pesado que os filmes da mitologia Star Wars, tem humor na dose certa, muito mais violência. E aparições arrebatadoras do vilão Darth Vader, em toda a expressão do mal que ele personifica. "Rogue One - Uma História Star Wars" ainda traz um final apoteótico, e com um gancho excepcional, mostrando a Princesa Lea recebendo um segredo importante para a evolução da história.
Duração: 2h14min
Cotação: ótimo
Chico Izidro
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