sábado, junho 20, 2009

O MILAGRE EM SANTA ANA



Logo no começo do filme, um dos personagens assiste na televisão ao clássico O Mais Longo dos Dias, com John Wayne. E exclama: "Nós também estávamos lá!". Ele reclama de os filmes e livros sobre a Segunda Guerra Mundial não citarem a presença de soldados negros na batalha contra os nazistas. Logo em seguida, o mesmo personagem é mostrado em seu serviço, nos correios, assassinando um cliente...
É aí que começa O Milagre em Santa Ana, do cineasta e ativista Spike Lee, de Faça a Coisa Certa e Mamcolm X, registra a participação de um batalhão de soldados negros que se perde atrás das linhas alemãs no sul da Itália em 1944. E eles serviam como "bucha de canhão", comandados por um tenente branco que não confiava em seus próprios soldados - por serem eles negros ou "de cor", como era costume na época.
O batalhão acaba entrando no vilarejo de Santa Ana, onde acaba se apegando aos seus moradores - e se sentindo seres humanos pela primeira vez. Pois nos Estados Unidos eram considerados cidadãos de segunda classe e ali, naquela pequena vila, as pessoas não olhavam para a cor de suas peles. Um dos soldados, o mais lento deles e que carrega um busto, acaba se apegando a um garotinho que escapou de um massacre perpetrado pelos alemães.
Uma cena marcante é quando o grupo, ainda em terras americanas, vai a uma sorveteria, mas o dono se nega a serví-los, ao mesmo tempo que um grupo de prisioneiros alemães comem tranquilamente seus sorvetes numa mesa próxima. De revoltar o estômago.

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“QUEER”

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