quarta-feira, dezembro 15, 2010

Um homem misterioso



George Clooney, quem diria, que começou a carreira trabalhando no trash Tomates Assassinos e durante anos foi o doutor David Ross na série médica E.R. ou também conhecida como Plantão Médico, tem demosntrado cada vez mais ser um excepcional ator. Isso já havia ficado bem evidente no terno Amor sem escalas.
Agora, em Um homem misterioso, do holandês Anton Corbijn, mais um grande passo.
Clooney é Jack, um assassino profissional e também um artesão - só que sua arte é construir armas por encomenda. Após escapar de um atentado, onde matou dois homens e a mulher que o acompanhava - tudo porque ela o viu cometer os assassinatos -, Jack é orientado por seu chefe Pavel (Johan Leysen) a se esconder numa aldeiazinha no interior da Itália. Lá não deve falar ou se envolver com ninguém, enquanto espera pelo próximo trabalho.
Um homem misterioso é um filme contemplativo, mas nunca cansativo, onde longas tomadas mostram Clooney tomando vinho com o padre da aldeia - e este acredita ser o niovo vizinho um pecador -, ou quando senta num bar para tomar um café e ler o jornal.
A vida solitária, no entanto, começa a cansar e Jack pensa em deixá-la ao se envolver com a prostituta Clara (a bela Violante Placido). Mas será que ele terá direito a redenção?
cotação: bom
Chico Izidro

Tetro



Todos nós, fãs de Francis Ford Coppola, sempre esperamos a cada lançamento de um um filme seu um novo O Poderoso Chefão ou um Apocalipse Now. Mas lá no fundo sabemos que isto jamais se repetirá. Não que ele tenha se tornado um cineasta menor. Pelo contrário. Continua um grande diretor, porém seus filmes não produzem mais o impacto de antes.
Tetro, por isso, é decepcionante. Situado em Buenos Aires, numa bela fotografia em preto & branco (as cores só aparecem quando os personagens relembram o passado), conta a história do escritor bloqueado Tetro (Vincent Gallo), que recebe a visita do irmão mais novo, Benni (Alden Ehrenreinch). O garoto quer saber o por que de Tetro ter abandonado a família e se jogado no mundo, indo parar na capital argentina, onde se casou com a psiquiatra Miranda (Maribel Verdú).
Coppola contou que o roteiro surgiu de memórias de sua infância, onde tinha um distanciamento de seu irmão mais velho. Mas segundo ele, só vai até aí as coincidências. O resto é ficção.
Tetro é uma pessoa amargurada, fechada, que não deseja falar do passado e considera a presença do irmão caçula como nociva.
O filme de Coppola até tem um bom início, trazendo um certo ar de mistério para a dificuldade de relacionamento entre os dois irmãos, que ainda carregam o drama de serem filhos de um egocêntrico músico, Carlo Tretocini (o sumido ator alemão Klaus Maria Brandauer, de Entre dois amores e Coronel Redl). Porém a partir da metade de Tetro, o diretor perde a mão. Ao invés de ser original, ele tenta copiar o clima dos filmes de Almodovar (inclusive escalando num dos papéis uma atriz-fetiche do espanhol, Carmen Maura). Fellini também é citado. Só que Coppola não consegue captar o clima das obras dos colegas, transformando Tetro num decepcionante dramalhão.
cotação: regular
Chico Izidro

A sétima alma



Certos filmes nunca deveriam ser feitos. Mesmo que o diretor seja o estimado Wes Craven, de A Hora do Pesadelo e Pânico, entre outras obras do cinema de terror. Em A sétima alma (My soul to take), o serial killer batizado de O estrangulador retorna à vida para matar sete adolescentes que nasceram exatamente no dia em que ele teria sido supostamente morto, 16 anos atrás.
Os jovens começam a ser mortos um após o outro. Mas ninguém imagina que os crimes possam ser do O estrangulador. As suspeitas recaem sobre Bug, que é um dos sete nascidos no dia fatídico. O garoto tem alucinações, vê no espelho os outros mortos, tem apagões e quando acorda, está com a faca do assassino nas mãos. Mas nada do que se imagina, é na realidade.
O final é lamentável. Não gosto de usar a frase, mas aqui ela cai bem: "Ruim de doer".
cotação: ruim
Chico Izidro

sexta-feira, dezembro 10, 2010

Você vai conhecer o homem dos seus sonhos



Esta semana estava revendo Bananas e Tudo o que você queria saber sobre sexo (mas tinha medo de perguntar), quando Woody Allen ainda fazia comédias escrachadas. Lá pelos anos 1980, o cineasta passou a ser mais contemplativo, ainda mais inspirado por um de seus maiores ídolos, o sueco Ingmar Bergman. Seus filmes começaram a ficar, às vezes, meio iguais uns aos outros. Não que isso desmereça o trabalho do nova-iorquino mais neurótico do mundo, que tem uma característica gritante. Ou você ama ou você o odeia. E estou na primeira categoria.
Por mais que encontre similaridade entre uma obra ou outra, sou um entusiasta de seu trabalho. Em seu mais recente trabalho lançado no Brasil (ele já está com um novo projeto em andamento, ainda sem título), Você vai conhecer o homem dos seus sonhos, o diretor trata das desilusões do casamento.
Vários casais estão em crise na história. Um deles acabou um relaciomento de décadas - Helena (Gemma Jones) e Alfie (Anthony Hopkins), que acaba se envolvendo e casando com uma prostituta. Já ela tenta achar conforto no mundo espiritual. A filha deles, Sally(Naomi Watts) tenta se encontrar profissionalmente, ao mesmo tempo que se vê apaixonada pelo chefe Greg (Antonio Banderas). Por sua vez, seu marido Roy (Josh Brolin, de Onde os fracos não têm vez e com maior destaque no filme) é um escritor fracassado que vive um dilema moral, ao ter a possibilidade de publicar um livro que na realidade foi escrito por outra pessoa, e ainda por cima se apaixona por uma vizinha, a musicista Dia (a bela Freida Pinto, de Quem quer ser um milionário).
Então, por mais que Você vai conhecer o homem dos seus sonhos pareça o mesmo do mesmo, Woody Allen consegue mostrar, mais uma vez, que conhece as fraquezas e dissabores do ser humano, que nunca está satisfeito com o que tem.
cotação: ótimo
Chico Izidro

quinta-feira, dezembro 09, 2010

A rede social



O Facebook é a maior rede social da internet do mundo, superando e longe o irmão Orkut. A história de seu surgimento é retratada com vigor num filme chamado exatamente A Rede Social (The Social Network), do diretor David Fincher, que já nos brindou com obras do porte de Seven, Clube da Luta e O Estranho Caso de Benjamin Button.
Baseado no livro-reportagem Bilionários por acaso, de Ben Mezrich, o bom filme mostra como Mark Zuckerberg, ao lado do brasileiro criado em Miami Eduardo Saverin, criou o Facebook após levar o fora da namorada numa noite gelada de 2003. A ideia inicial, no entanto, não era fazer amigos na rede, mas sim fazer um ranking das mais gatas da Universidade de Harvard. Só com o tempo e com o interesse de outros investidores, é que surgiu o Facebook em si.
A história é mostrada em três tempos, dois deles em julgamentos. Num deles Zuckerberg, interpretado como um nerd metido à besta por Jesse Eisenberg (de Zumbilândia), é acusado de ter roubado a ideia de dois gêmeos ricaços (atuação primorosa de Armie Hammer). No outro, o nerd tem de enfrentar seu ex-amigo Saverin, que o acusa de tê-lo deixado de fora da milionária empresa que se tornou o Facebook, querendo uma bolada por danos intelectuais e financeiros.. Na pele de Saverin está Andrew Garfield, de A Outra.
O elenco, composto basicamente por atores jovens, mostra-se afiado. E a história é empolgante, pois o assunto é demais relevante nestes tempos onde é difícil encontrar uma pessoa que não esteja conectada à rede e que não tenha um milhão de amigos, como já cantava Roberto Carlos.

cotaçã: bom
Chico Izidro

O garoto de Liverpool



Nesta quarta-feira, dia 8 de dezembro, completaram-se 30 anos da morte de John Lennon. O seu assassino, John Chapman, hoje om 50 anos de idade e cumprindo Life, ou seja, prisão perpétua, volta e meia pede por sua liberdade, o que lhe é sempre negado. Nada mais justo.
E o que já se escreveu sobre John Lennon, o que se filmou...Pois bem, está em cartaz mais um filme sobre o Beatle: O Garoto de Liverpool, direção da inglesa Sam Taylor-Wood. A pergunta que fica: qual enfoque buscar, depois de tanta coisa sobre o astro?
A diretora, que acabou casando com o ator principal, Aaron Johnson, que se consagrou no excelente Kick Ass, e com ele teve um filho, seguiu a linha maternal e extremamente sentimental. O que isso significa?
Lennon foi criado pela tia Mimi - no filme a excelente Kristin Scott-Thomas (Quatro casamentos e um funeral) e só foi conhecer a mãe aos 15 anos, quando estava formando sua primeira banda, The Quarrymen - Os homens de Quarry, o bairro de Liverpool onde ele foi criado. O Garoto de Liverpool exagera no envolvimento do jovem músico com a mãe Mari (Ophelia Lovibond), que o abandonara aos cinco anos de idade. O longa também mostra como Lennon teria virado um roqueiro e sonhava em ser tão grande quando seu ídolo Elvis Presley. E ainda relata a entrada de Paul McCartney e George Harrison na sua vida.
Apesar de enaltecer um dos maiores músicos da história, que após o envolvimento com a japonesa Yoko Ono se tornou também um dos maiores chatos da história, O garoto de Liverpool não passa de um filme que não corre riscos, apoiando-se num roteiro didático e sem imaginação.
cotação: ruim
Chico Izidro

Skyline - A invasão



Quem já assistiu Guerra dos Mundos e Cloverfield - Monstro, vai se decepcionar tremendamente com Skyline - A invasão. A ficção científica não é nada mais, nada menos que um requentado e muito piorado dos dois filmes citados no início do texto.
Um belo dia, um grupo de amigos vê os habitantes de Los Angeles serem sugados por uma estranha luz azul. Após isso, surgem espaçonaves qeu bombardeiam a cidade...Até aí temos Guerra dos Mundos. É quando surgem monstros, que devoram vorazmente suas vítimas - alguém aí lembrou Cloverfield? Bem que os monstrengos também vasculham os prédios com seus tentáculos em busca de humanos (e isso pode ser visto em Guerra dos Mundos).
E o que dizer dos atores? Os mais conhecidos são Donald Faison, do finado seriado Scrubs (ele fazia o médico Turk, amigo de JD), e Eric Balfour (The Spirit e Os queridinhos da América). E os personagens só correm, ficando aquela tradicional dúvida de quem será o próximo a ser devorado. Enfim, quando terminam os tortuosos 90 minutos, fica aquele pensamento: perdi 90 minutos de minha vida.
cotação: ruim
Chico Izidro

Demônio



Com roteiro de M. Night Shyamalan e direção de Drew Dowdle e John Erick Dowdle, Demônio tinha tudo para se tornar um grande filme de terror. A premissa é excelente: cinco desconhecidos ficam presos em um elevador num prédio comercial e começam a ser mortos de forma misteriosa.
Enquanto isso acontece, eles são observados pelas câmeras por dois vigilantes e dois policiais, que se mostram completamente de mãos amarradas para tentar salvar as vítimas. Lhes resta observar o que acontece dentro do elevador, enquanto esperam que este tenha as portas abertas.
Um dos policiais, Bowden (Chris Messina) vai descobrindo enquanto se transcorre a tentativa de salvamento, que aquelas pessoas não têm um passado dos mais decentes. Todas carregam um grave pecado. E por isso não é acidental estarem presas no elevador.
O suspense prende o espectador - Demônio tem aquele clima sombrio, se passa num dia chuvoso, meio apocalíptico - e isso ajuda. Mas começa a perder fôlego do meio para o final, que desculpem o trocadilho, peca pela falta de maior criatividade.
cotação: regular
Chico Izidro

“QUEER”

Foto: Paris Filmes “QUEER”, dirigido por Luca Guadagnino a partir de um roteiro de Justin Kuritzkes, é baseado em romance homônimo de 1985...