quinta-feira, maio 03, 2018
“Os Fantasmas de Ismael” (Les Fantômes d’Ismaël)
O tema de “Os Fantasmas de Ismael” (Les Fantômes d’Ismaël), dirigido por Arnaud Desplechin, é muito interessante: o que acontece se sua esposa desaparece por 20 anos e quando você está conseguindo se estabilizar novamente, ela reaparece do nada? Pena que o diretor não consiga sustentar a trama, se perdendo em divagações e não sabendo explicar o sumiço da mulher, ou melhor, não explicando.
A história gira em torno de Ismaël (Mathieu Amalric), um cineasta que está preparando um novo filme – aliás, temos aqui um filme dentro de um filme. A sua obra trata sobre um espião-diplomata chamado Ivan (Louis Garrel), envolvido em uma missão secreta. Ao mesmo tempo, ele mantém um relacionamento com Sylvia (Charlotte Gainsbourg, que é boa atriz, mas carece de beleza, de muita beleza), e tem como melhor amigo o pai de sua ex-esposa, vivido com intensidade pelo cineasta e ator húngaro László Szabó, e protagonista das melhores cenas do filme, como uma em que tenta abrir uma garrafa de champanhe dentro de um avião.
Eis que então, do nada, Carlotta (Marion Cottilard), que havia sido declarada como morta há dez anos, reaparece e deixa Ismaël mais angustiado do que nunca. Afinal, por que ela sumiu, por que voltou agora depois de tanto tempo, e por que desestabilizar a sua vida, que começava a entrar nos eixos?
“Os Fantasmas de Ismael” (Les Fantômes d’Ismaël), apesar de trazer um assunto instigante e com boas atuações, se perde a muita divagação e devaneios do diretor, que enfim, não consegue encontrar uma solução final para sua obra, que se perde no meio do caminho.
Duração: 2h14
Cotação: regular
Chico Izidro
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