domingo, janeiro 12, 2020

"Adoráveis Mulheres" (Little Women)


Li o livro de Louisa May Alcott na minha adolescência, batizado aqui no Brasil de "Mulherzinhas", onde é contada a história de quatro irmãs crescendo entre 1861 e 1865, durante a Guerra Civil Americana, e de forte inspiração autobiográfica. Pois este clássico norte-americano já foi transposto para as telas diversas vezes, e agora chega mais uma versão: "Adoráveis Mulheres" (Little Women), dirigido por Greta Gerwig.

As irmãs são Jo (Saoirse Ronan), Beth (Eliza Scanlen), Meg (Emma Watson) e Amy (Florence Pugh), todas elas com uma qualidade marcante. Jo é o alter-ego de Louise, sendo a escritora do grupo. Meg tem uma aptidão para atriz, Amy possui habilidades para a pintura e Beth é excepcional pianista.

Elas vivem com a mãe Marmee (Laura Dern), enquanto o pai, Robert (Bob Odenkirk, de Better Call Saul) está lutando na Guerra Civil pelo lado dos federados. Mas o destaque fica com Meryl Streep, que vive a tia Marsh, sendo uma espécie de Condessa Violet (Maggie Smith), de Downton Abbey, rancorosa, ferina e presa ao conservadorismo.

A trama foca em Jo, que sonha em ser escritora e não ser obrigada a viver sob os ditames da época, ou seja, mulher tem de se preocupar em casar e ter filhos. Suas atitudes e gestos podem levar a outras leituras nos dias de hoje. À época, ela seria apenas uma jovem perdida. Mas sente-se claramente que Jo era lésbica.

A obra, no entanto, parece um pouco deslocada no tempo e no mundo. Todo mundo parece extremamente feliz, otimista, perfeito. Tem uma cena familiar que lembra aqueles comerciais de manteiga. Tudo muito perfeitinho, num tempo em que se morria de escarlatina, de uma gripe comum. E isso, às vezes incomoda. Afinal, está sendo retratado o Século XIX.

Cotação: regular
Duração: 2h15
Chico Izidro

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