terça-feira, setembro 11, 2007

Espíritos 2



Em Espíritos 2, de Banjong Pisanthanakun e Parkpoom Wongpoom, o roteiro brinca de M. Night Shyamalan. Para começar, o filme não tem nenhuma relação com o primeiro, onde um fotógrafo era atormentado pelo fantasma de uma garota que ele atropelara.
Neste, a bela Pim (Masha Wattanapanich) tem lembranças da irmã Ploy. Elas eram gêmeas siamesas, porém a segunda morreu ainda na adolescência e seu fantasma passa a perseguir Pim, que se casou com o namorado Vee (Vittaya Wasukraipaisan). Ele acha que a esposa está doente e pede que ela freqüente um psiquiatra. Pim se opõe, além de guardar um segredo só conhecido pela mãe, que se encontra internada em um hospital.
Porém você fica lá, esperando os sustos, mas nada acontece - até é interessante quando o terror é apenas sugerido. Só que em Espíritos 2, repete-se portas batendo, tombos na escada, o fantasma no espelho, a banheira assombrada. Clichês, clichês. E no final, tem a pegadinha que costuma acontecer nos filmes do M. Night Shyamalan. Dá para ver, mas não espere muito.

Hora do Rush 3



A Hora do Rush 3 e mais ou menos como alguns filmes pornôs: só vale a hora da ação! O resto do tempo é uma "encheção" de lingüiça completamente desnecessária. Tirando as lutas de Jack Chan, como sempre bem coreografadas e onde ele vive se espatifando, nada mais importa neste terceiro volume da série. Desta vez a ação começa em Los Angeles e vai parar em Paris (na HR1, a ação ocorria nos States, na HR2, em Hong Kong), onde a dupla formada por Chan e o irritante e insuportável Chris Tucker tentam proteger a garota que pode levar ao líder de uma organização criminosa milenar. No filme, a presença octogenária do sueco Max von Sidow e do franco polonês Roman Polansky. Porém nem a presença dos dois ícones justifica a ida ao cinema. A Hora do Ruch 3, aliás, tem uma profusão de piadas racistas, não perdoando ninguém - negros, brancos, asiáticos. Passe.

sexta-feira, agosto 31, 2007

CIDADE DOS HOMENS




Acerola (Douglas Silva) e Laranjinha (Darlan Cunha) cresceram...vão fazer 18 anos e querem mudar as suas vidas na favela em Cidade dos Homens, de Paulo Morelli. Extremamente realista e mais violento do que o seriado que nos acostumamos a ver na sexta-feira à noite desde 2002 na tevê, a dupla de amigos aqui continua se metendo em enrascadas. Afinal são azarados desde que vieram ao mundo. Porém agora a maioridade pesa sobre eles.
Acelora já é pai do pequeno Clayton (os gêmeos Vítor e Vinícius Oliveira), que teve com a única namorada, Cristiane, que está de malas prontas para ir trabalhar como babá em São Paulo. Laranjinha, por sua vez, continua na busca incessante pelo pai que não conheceu. Atrás de tudo isso, um Rio de Janeiro sufocante e a briga pelo controle dos morros pelos traficantes. Cidade dos Homens é nu e cru, sem cair em pedantismo. A vida nos morros é cruel e a morte pode estar do lado, ao dobrar uma de suas inúmeras vielas.
Mas também tem bom humor, com piadas afiadas disparadas principalmente por Douglas Silva, que é a cara de Pelé. Ele é melhor ator do que seu parceiro de cena, Darlan, que longe de seu personagem Laranjinha, já decepcionou como o garoto classe média de Meu Tio Matou um Cara.
O filme também tem uma boa sacada, ao relembrar momentos dos dois garotos desde o início da série há cinco anos atrás. Cidade dos Homens é feito para ser visto e revisto.

PARANÓIA



Hitchcock para adolescentes ou para iniciantes. Claro que guardadas as devidas proporções, é assim que pode ser encarado Paranóia (Disturbia), de D.J. Caruso (de Roubando Vidas). O garoto Kale (Shia Laboeuf, de Transformers e com a cara de John Cusak aos 18 anos) está impedido de sair de casa por três meses. Está em prisão domiciliar após agredir um professor que fez comentários nada agradáveis sobre o seu pai, que morreu num acidente há cerca de um ano.
Preso dentro de casa, carrega na perna um aparelho conectado com a polícia - caso ele se afaste 30 metros, os policiais são acionados, e em caso de quebrar as regras, vai para uma prisão de verdade - Kale passa os dias matando o tédio observando a vizinhança por um binóculo. Alguém aí se lembrou de James Stewart em Janela Indiscreta? Pois acertou.
Nesta sua vigilância, Kale começa a encontrar indícios de que seu vizinho, o sr. Turner, pode ser um serial killer que vem matando mulheres em vários estados. O garoto passa a ser ajudado na sua investigação pela vizinha Ashley (Sarah Roemer, de O Grito 2) e do amigo Ronnie (Aaron Yoo). Mas no que sobrava em Hitchcock - o suspense, a sutileza, aqui falta. O espectador não leva sustos, não tem surpresas ao longo das história, que não é ruim. E o final é atropelado, pois ao invés de tentar buscar uma boa solução para a história, o diretor buscou o caminho mais fácil. Afinal, o público de hoje não quer pensar muito. Gosta de tudo mastigadinho. E o que poderia ser uma boa história de assassinos em série acaba caindo na vala comum.

O ULTIMATO BOURNE



Jason Bourne se chama Gilberto de Piento e nasceu em Osasco, São Paulo. Verdade. Esta é uma das várias identidades do personagem de Matt Damon no bom O Ultimato Bourne, a última parte da trilogia cinematográfica. Neste episódio, dirigido por Paul Greengrass, que abusa, mas eficientemente, das tomadas externas - as cenas na estação de metrô de Londres e a perseguição pelas ruas de Tânger, no Marrocos, são as melhores dos últimos anos - o assassino arrependido está próximo de descobrir sua real identidade, ao mesmo tempo que se vê obrigado a fugir dos agentes da CIA que têm a missão de eliminá-lo.
O filme, como em A Identidade Bourne e a Supremacia Bourne, faz uma tour por diversos países da Europa e agora como citado acima, até na África e Estados Unidos, mais exatamente Nova Iorque, onde acontece uma sensacional persegfuição automobilística, com direito, claro, a vários carros destruídos. A câmera está mais nervosa do que nunca e faz um contraponto a Matt Damon, que reconhece ter renascido ao interpretar Bourne. Seu personagem é quase calado, metódico, porém extremamente violento. E Damon, zoado a valer em Team America (se não viu ainda, pegue em sua locadora), mostra ser um ótimo ator, apesar de muita gente achar o contrário.

Sem Reservas




Sem Reservas (No Reservations) é a versão americana para o alemão Simplesmente Martha, de 2001. Aqui não poderei comparar os dois, pois desculpem o trocadilho, simplesmente não sei onde me encontrava quando o segundo passou nas nossas telas. Ouvio dizer que é muito bom e que a versão de Scott Hicks, com Catherine Zeta-Jones e Aaron Eckhardt é muito fraca.
Bem, não só fraco, como previsível. Nele, a chefe de um restaurante nova-iorquino, Kate, vive sozinha, é neurótica e perfeccionista com o seu trabalho. Até que vê a sua vida mudar ao ter de passar a cuidar da sobrinha, a meiguinha Zoe (Abigail Breslin, ela mesma, de Pequena Miss Sunshine), após a morte da irmã. Ao mesmo tempo, vê seus domínios ameaçados quando a dona do restaurante, Paula (Patricia Clarkson, do seriado Frasier) contrata o bem-humorado e amante de ópera (aliás, quem suporta ouvir ópera 24 horas por dia? só mesmo em filme) Nick (Eckhardt, de Obrigado por Fumar).
Claro que desde o momento em que vemos a dupla começar a brigar, já sabemos o que acontecerá. Tudo previsível, sem maiores surpresas. Pelo menos tem a estonteante Catherine Zeta-Jones, que um dia encantou Michael Douglas e o mundo ao aparecer em Zorro. Como esquecer?
Detalhe: o ator que interpreta o psiquiatra de Kate, Bob Balaban, parece estar preso no mesmo personagem por toda a eternidade. Em quantos filmes você já o viu como psiquiatra? São muitos. Aliás, ele esteve presente na terceira temporada de Seinfeld como um executivo de uma emissora de televisão e apaixonado por Elaine.

Licença para Casar



Licença para Casar (Licence to Wed) consegue ser daquelas comédias em que ficamos constrangidos pelos atores em cena. O pior do filme de Ken Kwapis, porém, é o veterano Robin Williams, que um dia foi um bom comediante, se é que foi. Aqui ele está mais chato do que nunca no papel de um padre bisbilhoteiro.
O casal Ben (John Krasinski, de The Office) e Sadie (Mandy Moore, de Galera do Mal) quer juntar os trapinhos para sempre. Para tal, deve fazer um curso de noivos com o atrapalhado padre Frank (Williams), que decide levar as últimas consequências a paciência do casal. Afinal, ele quer ter certeza de que são compatíveis para constituir matrimônio. A dita comédia, no entanto, está recheada de piadas fracas e requentadas - um tipo Zorra Total de 90 minutos. No final, você pergunta, por que raios fui ver este filme?

“Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale)

Foto: Universal Pictures "Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale), direção de Simon Curtis, promete ser o últ...