terça-feira, agosto 09, 2011

Quero Matar Meu Chefe



Quem nunca teve um arroubo e teve vontade de um dia dar um tiro ma cara de seu patrão? Atire a primeira pedra o inocente. Na comédia Quero Matar Meu Chefe, o ódio ao manda-chuva é o destaque. Não que o tema seja novo, sendo talvez a comédia mais deliciosa sobre o assunto Nine to Five, conhecida no Brasil com o nome de Como Eliminar seu Chefe, de 1980, com Jane Fonda, Lily Tomlin e Dolly Parton, e que durante muito tempo sucesso tremendo na Sessão da Tarde. Ou ainda mais recentemente Como Enlouquecer Seu Chefe, de Mike Judge (criador da patética dupla Beavis e Butt-Head), onde alguns amigos também sofrem nas mãos de um carrasco. É clássica a cena em que eles destroem uma máquina de fax aos chutes e cacetadas como se fosse um corpo.
Em Quero Matar Meu Chefe, de Seth Gordon, os amigos Nick, Kurt e Dale (Jason Bateman, Jason Sudeikis e P. J. Byrne, respectivamente) sofrem os horrores em seus trabalhos. Nick sonha com uma promoção que lhe é negada pelo nazista Dave Harken (Kevin Spacey). Kenny sofre o assédio sexual da dentista gostosa e ninfomaniaca Julia Harris (Jennifer Aniston) e Kurt tem um idiota viciado em cocaína na chefia de uma empresa química, Bobby Pallitt (Collin Farrel, quase irreconhecível, careca e lembrando muito Tom Cruise em Trovão Tropical).
O trio tenta contratar um criminoso para matar os seus chefes e acaba trombando com um vigarista de marca maior, Motherfucker Jones (Jamie Foxx), que passa o tempo citando clássicos do cinema. E que dá a sugestão para eles de um matar o chefe do outro, fazendo assim com que não recaiam suspeitas sobre eles. A ideia é tirada de Pacto Sinistro, do mestre Alfred Hitchcock, e também foi vista em Jogue a Mamãe do Trem, com Danny DeVitto e Billy Cristal.
Em muito tempo, uma comédia hollywoodiana não precisa apelar para escatologias e aí incluo os dois Se Beber Não Case, que são ótimos, mas vão fundo na nojeira. Os diálogos são hilários, espertos e gostei especialmente do baixinho P. J. Byrne, de Kevin Spacey e Jennifer Aniston, em muito tempo acertando a mão, fugindo daquelas comédias românticas em que está se especializando. E detalhe, a eterna Rachel, de Friends, estava também em Como Enlouquecer Seu Chefe, de 1999.
O final que deixa a desejar, pois traz aquelas indefectíveis perseguições sem graça de carro.
Cotação: bom
Chico Izidro

  Os Smurfs



Tenho uma relação sentimental com os Smurfs, que conheci ainda com o nome de Strunfs, lendo as histórias do belga Peyo na infância. Em algum momento, os duendes azuis tiveram os seus nomes trocados. Até hoje não sei por quê. Então quando ocorreu a cabine de imprensa (sessão exclusiva para críticos de cinema), fui correndo ver Os Smurfs, de Raja Gosnell.
Não me decepcionei, só que para curtir o filme, você tem de entrar no espírito infantil. Ao contrário das atuais animações, a trama não tem aquelas citações para atrair o público adulto. Apenas os pequenos são privilegiados. Isso, no entanto, não desmerece o filme, repleto de efeitos especiais.
Os Smurfs, pequenos seres azuis, são perseguidos pelo bruxo Gargamel (Hank Azaria, hilário e quase irreconhecível sob uma maquiagem perfeita), acabando por deixarem sua pequena aldeia e transportados para Nova Iorque. Na Grande Maçã, vão conviver com o casal Patrick (Neil Patrick Harris, de How I Meet Your Mother) e Grace (Jayma Mays, de A Conquista da Honra), que estão esperando o primeiro filho. Ele está ainda envolvido em uma campanha publicitária sob o comando da mandona Odile (a bela Sofie Vergara, de Modern Family), mas a contragosto vai tentar ajudar os duendes a voltar para casa.
Os simpáticos Smurfs são conhecidos por suas características, lembrando e muito os Sete Anões. Tem o Desastrado, o Gênio, o Zangado, o Locutor. E claro, o Papai Smurf, de 546 anos. E a sexy e meiga Smurfete, que revela como surgiu e como convive com 100 duendes. Muito divertido também é o gato de Gargamel, Azrael, que na tradução vira Cruel. O bichano faz caras e caretas sempre que o seu dono se dá mal.
Cotação: bom
Chico Izidro

  Capitão América - O Primeiro Vingador



Capitão América foi um dos tantos heróis que estiveram presentes na minha infância. Ainda hoje recordo quando a Editora Abril lançou em 1975 as revistinhas dos cinco principais heróis da Marvel - Capitão América, Thor, Hulk, Homem de Ferro e Homem-Aranha. A gurizada no colégio ficou em polvorosa. Na tevê, com excessão do Hulk, o resto foi uma fiasqueira.
Evidente que levaria décadas para que as versões cinematográficas vingarem - o trocadilho é proposital. Há cerca de dez anos, graças à tecnologia e o esmero com os roteiros e o policiamento dos fãs, as coisas têm funcionado.
Capitão América - O Primeiro Vingador, direção de Joe Johnston, tinha o risco de soar extremamente ultranacionalista, já que o herói do escudo tricolor defende os ideais americanos, como o seu próprio nome já diz. E como está no nome do filme, vemos o surgimento do mocinho criado em laboratório e que será o primeiro integrante de um grupo de super-heróis recrutados pela agência governamental S.H.I.E.L.D. O mirrado Steve Rogers (Chris Evans, que já foi o Tocha Humana em O Quarteto Fantástico) transforma-se num poderoso soldado, que vai combater o nazista Caveira Vermelha (Hugo Weaving, de Priscila, a Rainha do Deserto). A história é transcorrida durante a II Guerra Mundial. E em tempos politicamente corretos de hoje, algumas liberdades são tomadas, como o grupo de apoio do Capitão América - tem um francês, um nipoamericano e um negro. Sabemos que na época do conflito, não existiam tropas interraciais.
O filme traz ainda toques futuristas, e muita gente pode achar inverossímel, mas os nazistas tinham uma tecnologia quase de ponta (um de seus maiores cientistas, Wernher von Braun, foi recrutado pelos norte-americanos ao final da II Guerra e colocou o homem na lua em 1969). E claro que o vilão é o melhor da história. E a sacada da cena final é genial.
Aliás, em Capitão América, os efeitos especiais foram privilegiados ao extremo. Notem bem o que fizeram com Chris Evans. O 3D se faz desnecessário.
Cotação: bom
Chico Izidro

A Última Estação



León Tolstói é, ao lado de Dostoievsky, o maior escritor russo de todos os tempos. O segundo ainda não foi, pelo que eu me recorde, brindado com um filme sobre sua vida. Mas uma de suas principais obras, Os Irmãos Karamazov, teve ótima produção em 1958, com direção de Richard Brooks e participação espetacular do inesquecível Yul Brinner. Guerra e Paz, de León Tolstói, foi às telas em 1956, sob o comando de King Vidor e com a bela Audrei Hepburn e Henry Fonda nos papéis principais.
E em última A Última Estação, de Michael Hoffman, Christopher Plummer, sim, ele ainda está vivo, com os seus 82 anos (Plummer foi o Capitão von Trapp no clássico A Noviça Rebelde, de 1965), vive Tolstói. Casado com Sofia (Hellen Mirren), o escritor criou quase no final da vida a religião tolstoiana, que pregava a pobreza, o vegetarianismo e o celibato. E para isso, decidiu doar todos os direitos de sua obra para o povo russo, revoltando Sofia, que entrou numa tremenda briga de gato e rato com o sinistro Vladimir Chertkov (Paul Giamatti), que controlava o grupo.
No meio desta guerra, surge a figura de Valentin Bulgakov (James McAvoy), seguidor da religião e secretário de Tolstói, que se apaixona pela jovem Masha, e tem seus ideais colocados à prova.
É um deleite ver as interpretações de Plummer, Mirren e o cada vez melhor Giamatti, que já havia arrasado em A Minha Versão do Amor. McVoy, que fez personagem semelhante em O Último Rei da Escócia, não está mal, mas fica claro como ainda tem de percorrer um longo caminho.
Cotação: bom
Chico Izidro

A Inquilina



Após ganhar o segundo Oscar de sua carreira, Hilary Swank nunca mais engrenou. Dizem que é a culpa da tal síndrome de quem é premiada pela Academia, vide Halle Barry, Elizabeth Shue, entre outras. Agora ela vem como atriz e produtora-executiva da bomba A Inquilina (The Resident), dirigido pelo finalndês Antti J. Jokinen. O filme é um emaranhado de clichês sobre uma médica, Juliet Dermer (a própria Hilary, patética) que se muda para o apartamento de seus sonhos, pagando um aluguel irrisório. E o síndico é um cara bonito, legal e sedutor, Max (Jeffrey Dean Morgan, o Comediante de Watchmen).
Evidente que por trás da figura sedutora do quase clone de Javier Bardem está um doido de pedra. Aos poucos, Max começa a se mostrar um psicopata, perseguindo Juliet por todos os cantos e intrometendo-se na vida dela a todo instante. A coisa piora quando o ex-namorado da médica aparece.
O roteiro é de uma pobreza gritante, previsível e não consegue dar um sustinho sequer. O veterano Christopher Lee (um dos maiores Dráculas da história) é totalmente subutilizado. Afinal de contas o que faz seu personagem no filme? Entra mudo e sai calado.
Cotação: ruim
Chico Izidro

Cyrus - A Mente de Um Serial Killer



Um dos meus assuntos preferidos é o serial killer. Como surge um, qual sua motivação, se é um doente ou um sádico, enfim...
Cyrus - A Mente de Um Serial Killer, de Mark Vadik, perdeu a chance de ser um grande filme sobre o tema. E está lá no começo: baseado em fatos reais, porém fica evidente desde os primeiros momentos que é tudo é uma farsa. Cyrus (Brian Krause) é um cara traído pela mulher. Revoltado, ele a mata junto com o filho pequeno e não para mais. E sem levantar suspeitas, abre uma lanchonete à beira de uma rodovia (alguém aí lembrou Psicose, com a lanchonete no lugar do motel?), onde vende o melhor hamburguer da região. Claro que a carne vem de suas vítimas, que ele mata numa floresta próxima.
Em determinada época, os crimes cessam e Cyrus passa a ser visto apenas como uma lenda naquele recôndito caipira típico dos Estados Unidos. Aí sua vida passa a ser investigada por uma repórter de um programa sensacionalista. Ela entra em contato com os moradores da região e principalmente com o melhor amigo do açougueiro, Emmett (Lance Henriksen, do seriado Millenium). E nas frases de Emett, o mistério do filme é entregue. Ou seja, lá pelos 30 minutos, fica previsível, sustentando-se apenas em cenas de degolas e estripamento, sem cessar.
Cotação: ruim
Chico Izidro

O Crematório



Não. O Crematório não tem nenhuma relação com a II Guerra Mundial e os campos de extermínio. Dirigido por Justin Steele, é um filme de terror raso além da conta. O vilão é Stan (Brad Dourif, que nunca mais conseguiu fazer nada diferente do tipo malucão criado em Chucky, o Brinquedo Assassino). Assassino serial, ele extermina suas vítimas e as transforma em pó num falido crematório que mantém num bairro decadente de Los Angeles. Stan logo ganha a companhia do garoto Jarod, um desajustado e vítima de bullyng na escola (Jeremy Sumpter). E aí a trama resume-se aos dois matando as pessoas e tentando esconder as evidências.
Cotação: ruim
Chico Izidro

“Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale)

Foto: Universal Pictures "Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale), direção de Simon Curtis, promete ser o últ...