quinta-feira, agosto 09, 2018

"Acrimônia - Ela Quer Vingança" (Acrimony)



Acrimônia é sinônimo de acerbidade, acidez, acridade, aspereza, azedo, azedume, mordacidade, severidade, modo de agir de quem é indelicado. "Acrimônia - Ela Quer Vingança" (Acrimony) também é o título do filme de Tyler Perry estrelado por Taraji P. Henson, do seriado Empire.

A primeira parte do filme é muito boa, mostrando Melinda (Taraji) relatando para uma terapeuta a pedido de um juiz sua vida com o engenheiro Robert (Lyriq Bent) - a protagonista deve tratar sua raiva e comportamentos excessivamentre agressivos sob pena de ir presa. Em flash-back, fica-se sabendo que Melinda passou o inferno com o marido, que ela conheceu na faculdade e que sustentou em boa parte da vida. Ele criou o projeto de uma bateria capaz de mudar o mercado de energia elétrica e passou anos aperfeiçoando a ideia, enquanto que ela gastou toda a herança recebida da mãe para ajudar Robert.

Ao ouvir a versão de Melinda é fácil achar um culpado pelo fracasso do relacionamento - o abusivo e malemolente Robert. Porém aos poucos uma outra versão vem à tona, mostrando que Melinda não era assim tão flor que se cheirasse, além de ter uma família que se intrometia em tudo.

Porém tudo começa a desandar quando depois da separação, Robert fica milionário ao conseguir vencer sua invenção e aparecer noivo de outra mulher. Melinda fica possessa, pois acha que ela deveria, depois de anos de sofrimento, estar levando a vida que a outra mulher agora estava vivenciando.

E esta segunda parte do filme põe tudo a perder. O filme se torna uma cópia barata de "Atração Fatal", com um climax totalmente sem sentido, previsível. A resolução da trama é decepcionante, depois de segurar o espectador por quase duas horas.

Duração: 2h
Cotação: regular

Chico Izidro

"A Aparição" (L‘Apparition)



"A Aparição", do diretor Xavier Giannoli, tem um título que remete a um filme de terror ou suspense, mas a impressão é equivocada. A trama trata de religião, de fé, e para quem não acredita é simplesmente uma tortura passar por suas mais de duas horas - que beiram o tédio.

A história tem como foco o jornalista Jacques Mayano (Vincent Lindon), ateu, mas vivendo momento de crise após ter perdido um colega fotógrafo em uma emboscada na Síria. Ele é contatado pelo Vaticano para ajudar numa investigação, através de seu olhar neutro - uma jovem de 18 anos, Anna (Galatéa Bellugi), alega ter vista a Virgem Maria em pessoa em sua aldeia no sul da França. O local logo se torna centro de peregrinação e até mesmo de comércio.

"A Aparição", como é chamado pela igreja quando alguém alega ter testemunhado a presença da Santa Maria, mãe de Jesus Cristo, acompanha assim o trabalho deste jornalista - um homem acostumado a lidar com fatos concretos, mas que precisa tentar entender como funciona a mente das pessoas que têm religião e acreditam em deus.

O resultado do filme beira a frustração. Arrastado, com roteiro por vezes confuso, mesmo que faça uma leve crítica ao mercantilismo oportunista e o abuso da igreja em relação a fé de seus fiéis.

Duração: 2h17
Cotação: ruim

Chico Izidro

sexta-feira, agosto 03, 2018

"Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo" (Mamma Mia! Here I Go Again)




Bem, tive uma semana para pensar depois de ter assistido "Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo" (Mamma Mia! Here A Go Again), a continuação do sucesso musical de 2008 "Mamma Mia", que teve no papel principal Meryl Streep. Com direção de Ol Parker, a história segue com Sophie (Amanda Seyfried) sofrendo o luto pela morte de Donna (Meryl Streep) e prestes a reinaugurar o hotel da mãe numa ilha paradisíaca na Grécia.

Saí incomodado da sala de cinema por causa do histerismo de alguns coleguinhas críticos, que agiram como estivessem em sessão normal, berrando, batendo palmas. Tudo bem, as músicas do Abba são legais, já perderam aquela pecha de bregas usadas em épocas passadas. Mas menos, né...

Toda a trama é baseada nas músicas do grupo pop sueco, que teve enorme sucesso nos anos 1970. Vai de When I Kissed The Teacher, passando por Waterloo, I Have A Dream, Knowing Me, Knowing You, Dancing Queen, Fernando, Super Trouper, The Day Before We Came, entre outras.

Sophia ainda está de luto, vê o casamento com Sky (Dominic Cooper, do seriado Preacher ) meio abalado, pois ele se encontra em Nova Iorque fazendo um curso de hotelaria, e nem um pouco disposto a voltar. E só tem o apoio de um dos seus três pais, Sam (Pierce Brosnan), na empreitada do hotel, já que os outros dois, Harry (Colin Firth), Sam (Pierce Brosnan) e Bill (Stellan Skarsgard) não poderão aparecer.

Então a história volta no tempo, mais exatamente a 1979, mostrando como Donna, vivida na juventude por Lilly James, partiu para o mundo, após ter se formado, e foi parar na Grécia. Este remember é a melhor parte do filme, pois apresenta uma excepcional reconstituição de época e onde os atores conseguem cantar direitinho, o que já não acontece com o pessoal que vive na época atual.
Aliás, existe um erro cronológico, pois se Donna ficou grávida de Sophia no começo dos anos 1980, a menina teria 38 anos, e não 25 como afirma um dos personagens durante o filme!!! E como Pierce Bronsnan não consegue acertar o passo durante as danças...

Duração: 1h53
Cotação: bom

Chico Izidro

quinta-feira, julho 26, 2018

"Missão Impossível: Efeito Fallout" (Mission: Impossible: Fallout)



"Missão Impossível: Efeito Fallout" (Mission: Impossible), com roteiro, produção e direção de Christopher McQuarrie, se tornando até o momento o melhor filme de ação do ano. E como nos longas de James Bond, o 007, a trama percorre vários países, mostrando belas paisagens. Aqui o agente Ethan Hunt passa por Londres, Paris e até Caxemira, na Ásia.

A história gira em torno de um terrorista, que com o uso de uma bomba de plutônio, deseja acabar com boa parte da população mundial. Para mim este é o único porém, pois sempre me pergunto qual a motivação do vilão em destruir o mundo? O que ele vai ganhar com isso? Governar o caos? Vá lá.

Então Hunt e seus parceiros tentarão impedir a ação terrorista, mas claro, tendo de lidar com traições e conspirações governamentais. Desde o começo, no entanto, a história engata com muitas cenas de ação, algumas de tirar o fôlego, como um salto de paraquedas sobre Paris, uma luta em um banheiro na mesma cidade, ou perseguições de motos e de helicópteros. Até chegar no climax, em um momento de prender a respiração, com Hunt lutando contra o vilão em cima de um penhasco na Caxemira.

O filme também é repleto de reviravoltas, algumas previsíveis, mas que não comprometem. E o interessante que apesar de a figura central ser Tom Cruise, todos os outros personagens ganham relevância e seu tempo para brilhar na tela.

Tom Cruise é o destaque, com seu Ethan Hunt fazendo verdadeiras acrobacias - ao melhor estilo Jackie Chan. Numa das cenas pulando um prêdio, ele acabou quebrando o tornozelo, atrasando a produção em oito semanas por causa de sua recuperação. A bela sueca Rebecca Ferguson vive a espiã e parceira de Hunt, Ilsa Faust. A trupe é completada pelo sempre hilário Simon Pegg e seu Benji Dunn e Ving Rhames como Luther. O vilão vivido por Henry Cavill também é um dos melhores dos últimos tempos. Enfim, um grande filme de ação, que não agride a inteligência do espectador, e que prende a atenção em suas mais de duas horas.

Duração: 2h28
Cotação: ótimo

Chico Izidro

"Em Guerra Por Amor" (In Guerra per Amore)



Não é um Fellini, mas o humor deste filme lembra muito o genial cineasta italiano morto em 1994, devido ao seu humor particular, debochando dos compatriotas. "Em Guerra Por Amor" (In Guerra per Amore), dirigido por de Pif (codinome do talentoso e divertido Pierfrancesco Dilberto), o filme se passa em 1943, durante a IIª Guerra Mundial.

O protagonista é Arturo, vivido pelo próprio Pif, que é um garçom sem eira nem beira morando em Nova Iorque, e apaixonado por Flora (Miriam Leone), sobrinha do dono do restaurante em que ele trabalha. O problema é que a garota foi prometida para Carmelo, um tipo meio mafioso.

Arturo planeja então pedir a mão de Flora para o pai dela. E é aí que surge o problema. Ele mora na Sicília. Então o destino dá uma mão, pois o sul da Itália é invadida pelas tropas americanas, em luta contra os fascistas de Mussolini. O garçom, sem condições de viajar para a Europa, acha uma forma: se alistar no exército e tentar ir para a Sicília, onde estão as tropas aliadas.

Mas em sua ingenuidade, Arturo acha que será o suficiente chegar na Sicília, achar o pai de Flora e ver os problemas resolvidos. Sem imaginar como a Sicília é um local atípico, com seus moradores ligados a máfia e a corrupção - enfim, não são flores para se cheirar. Pif mostra o povo siciliano de modo caricatural, mas de uma forma hilária toda especial. Para quem gosta de rir.

Duração: 1h39
Cotação: ótimo

Chico Izidro

"A Festa" (The Party)




"A Festa" (The Party), direção de Sally Potter, é uma comédia de humor negro, daquele humor bem típico inglês, o que significa não ser de boa compreensão para os brasileiros, que adoram algo mais escrachado. Nestra obra são mostradas piadas afiadas, deboche, mas sem a apelação de usar o corpo, como gosta de fazer o pseudo-humorista Leandro Hassum, que se considera sucessor do este sim genial Jerry Lewis.

A protagonista é a sempre glamourosa Kristin Scott Thomas, que interpreta Janet, recém escolhida para o cargo de Ministra da Saúde do Reino Unido. Para comemorar, ela e o marido decidem receber em sua casa vários amigos para uma janta.

Mas o que se esperava de uma comemoração, o que acontece são personagens inseguros, guardando segredos - a protagonista passa o tempo todo olhando o seu celular para ver misterioros recados, enquanto que o marido, o intelectual Bill (Timothy Spall) tem uma revelação muito forte para fazer. A história pode ser vista como uma mostra de como os governos podem ser corruptos, escondendo coisas de seus cidadãos. E a nova ministra é um retrato disso.

No elenco, vemos boas performances de Kristin Scott Thomas, Timothy Spall, Emily Mortimer, Cherry Jones, Patricia Clarkson e Bruno Ganz, que são a melhor coisa do filme, no papel de um casal que transforma "A Festa" em uma quase tragicomédia.

Duração: 1h11
Cotação: bom

Chico Izidro

"Ilha dos Cachorros" (Isle Of Dogs)




Wes Anderson volta a trabalhar com stop motion em “Ilha dos Cachorros”, dez anos depois de “O Fantástico Sr. Raposo”. O filme é feito quase que por encomenda para amantes dos caninos e também mostra a paixão do diretor pela cultura japonesa - boa parte do longa é falado em japonês, sem receber tradução.

A história se passa em um futuro próximo, no arquipélago japonês, que teve o crescimento intenso da população canina, o que acabou gerando uma espécie de vírus que pode infectar os humanos. Então, o prefeito Kobayashi, da cidade de Megasaki, assina um decreto expulsando todas as raças de cachorros, tanto os de rua quanto os domesticados. Todos eles são capturados e enviados a Trash Island, que se torna uma colônia de exilados: a “Ilha dos Cachorros”.

Quem irá tentar mudar o destino dos cachorros é o jovem Atari, órfão de apenas 12 anos tutelado pelo prefeito Kobayashi. O garoto pretende resgatar da ilha seu cão, Spots. Assim, sequestra um avião monomotor para ir à ilha, onde contará com a ajuda de uma matilha formada por Chief (Bryan Cranston), Rex (Edward Norton), Boss (Bill Murray), King (Bob Balaban) e Duke (Jeff Goldblum).
E é este elenco grandioso, que tem ainda Scarlett Johansson, Tilda Swinton e Yoko Ono, que se destaca na obra, além claro da animação, muito bem produzida. O que pode incomodar um pouco é o ritmo, por vezes, arrastado.

Duração: 1h42
Cotação: bom

Chico Izidro

“Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale)

Foto: Universal Pictures "Downton Abbey: O Grande Final” (Downton Abbey: The Grand Finale), direção de Simon Curtis, promete ser o últ...